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História Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Mistérios do Coração


Escrita por: NinaKurumada

Capítulo 5 - Mistérios do Coração


Fanfic / Fanfiction Cavaleiros do Zodíaco - Depois de Gaya - Mistérios do Coração

Depois que Ikki retornou para Barcelona, a Academia Fênix Team duplicou o número de alunos. A batalha contra Gaya rendeu ainda mais fama aos cavaleiros e rapazes de todas as partes queriam treinar com Ikki. Pablo, seu sócio, sugeriu que abrissem outra unidade, pois o espaço não comportava o número alto de alunos. Ikki queria mergulhar no trabalho para encher a cabeça e parar de pensar no passado, por isso acabou aceitando. Ele não tinha a mínima paciência para lidar com números e toda a parte administrativa, mas era um excelente professor e se desdobrava entre as duas unidades, dando aulas dia e noite. Sua equipe tinha outros professores e preparadores físicos, mas a maior parte dos alunos queria Ikki como mestre. No final do dia, Ikki ficava esgotado, faminto e mal humorado. Não tinha a mínima vontade de sair para a balada.

— Afinal, o que aconteceu com você? Onde está o Ikki pegador e gandaieiro? — Pablo questionou.

— Nem eu sei, Pablo, acho que estou ficando velho e rabugento.

— Rabugento você sempre foi Ikki, agora, velho, sem chance. Falta muito para você ficar velho. Não desperdice sua juventude com dores de cotovelo. Há muitas garotas que fariam tudo para ficar com você.

— Cala a boca! Não sabe do que está falando. Quem disse que estou com dor de cotovelo?

— Ninguém precisa dizer. Essa sua cara de desgosto é a prova.

Ikki fez uma careta para Pablo, pegou a mochila e saiu.

— Fui. Boa noitada pra você.

Estacionou a moto na garagem do prédio onde morava e subiu os quatro lances de escada, ignorando o elevador. Entrou no duplex, trancou a porta e retirou a jaqueta, jogando em cima de uma cadeira. Abriu a geladeira e pegou uma latinha de cerveja. Sentou no sofá apoiando os pés na mesa e ligou a TV. Ficou trocando de canal por um longo tempo até encontrar uma partida de rúgbi de um time que ele nunca ouvira falar.

Todas as noites de Ikki eram iguais: tediosas, regadas à cerveja e divagações sobre Esmeralda e sobre Gaya. Nos últimos dias, Ikki achou estranho pensar em Seika. Mal se conheciam e haviam trocado poucas palavras na mansão. Se pegava questionando se ela estava bem, como estaria reagindo depois que reencontrou  o irmão, com quem ela ficaria quando Seya e Saori viajasse de lua de mel.

— Droga! Que se dane! Isso não é da minha conta.

Mas os pensamentos de Ikki não lhe obedeciam.

Num impulso, ele pegou o telefone e ligou para a mansão.

— Residência da senhorita Kido. — Era Tatsumi.

— Sou eu, o Ikki.

— Ikki de Fênix. Que bom ouvir sua voz e ver que está bem. A senhorita Saori estava se perguntando porque você foi um dos únicos cavaleiros a não dar notícia. Espero que esteja se lembrando do casamento que ocorrerá no Santuário em alguns dias. A senhorita Saori e o Seya fazem questão da sua presença.

— Estou muito ocupado no trabalho, mas farei o possível.

— Ótimo. O senhor gostaria de falar com a senhorita?

— Não, não...

— O Seya não está, saiu para fazer os últimos ajustes no terno.

— E a irmã dele?

— A senhorita Seika? — Tatsumi pareceu surpreso. — Sim, ela está. Ela e a senhorita Freya estão na biblioteca estudando Mitologia Nórdica.

— Que perda de tempo! Pode chamá-la para atender ao telefone?

— Sim, só um instante.

O telefone ficou mudo por um momento. Em seguida Ikki ouviu uma voz feminina.

— Ikki?

— Seika, oi, sou eu.

Ikki havia esquecido o porquê do telefonema. Na verdade só queria ouvir a voz de Seika, mas não tinha planejado o que dizer.

— Você... está bem? 

— Estou, Ikki. A casa ficou vazia depois que todos foram embora, mas Freya ficou comigo e nos tornamos amigas. Ela está me ensinando algumas coisas, é uma boa professora. A Saori pediu que ela me fizesse companhia até que ela e o Seya voltem da lua de mel. Eu achei legal, pois ficar aqui sozinha nesse casarão seria muito ruim. O Máscara da Morte também ficou conosco. Ele agora é o guarda costas da Saori. Você acredita que ele e o Tatsumi se tornaram grandes amigos? Eu não achei que isso fosse possível, pois o Máscara da Morte é um sujeito muito estranho.

Ikki já se sentia íntimo de Seika depois de toda aquela tagarelice da moça. Sorria sem perceber.

— Estranho como?

— Ah, sei lá, estranho. Meio... — ela hesitou.

— Vamos, diga, fiquei curioso.

Seika sussurrou, tapando o bocal do telefone:

— Ele é meio impertinente às vezes e um pouco arrogante.

Ikki soltou uma gargalhada.

— Às vezes? Ele é um folgado, isso sim. Por que não diz logo?

— Por favor, Ikki, não pense que gosto de fofocas. É que... você perguntou. Ai, que vergonha!

— Relaxa, Seika, eu pouco me importo se fala mal dos outros. Contando que não fale mal de mim.

— Não, de você não, jamais.

— Quanto tempo o Seya e a Saori ficarão fora?

— Um mês.

— E você vai ficar aí na mansão um mês sem fazer nada?

— Bem... A Freya me convidou para ir até Asgard. Hilda e Saga estão vivendo lá. Lyfia e o Aiolia também. Freya fala tão bem de lá, estou animada.

— Está louca? Aquele lugar não tem nada além de gelo e frio. Vai ficar presa em casa, assim como está aí. Por que vocês duas não vem pra Espanha? Podem ficar na minha casa, moro sozinho num apartamento enorme.

Ikki falou sem pensar e Seika ficou em silêncio, surpresa.

— Eu... não sei — ela gaguejou. 

— Ora, deixa de frescura. Já esteve em Barcelona?

— Não — ela respondeu.

— Não há melhor cidade para se divertir. Você vai amar.

— Achei a ideia legal, mas... preciso falar com o Seya.

— Vamos, Seika, você é a irmã mais velha. A não ser que não queira vir.

— Eu quero. Vou convidar a Freya. Mas tem uma coisa.

— O que?

— Se formos, tenho certeza de que o Máscara da Morte vai querer ir também.

— E por que esse paspalho vai ficar na sua cola? — Ikki sentiu ciúmes. Será que ele e Seika estavam tendo um caso?

— Não é na minha cola, é na da Freya. Ele está caidinho por ela e... acho que ela também está gostando dele, embora não queira admitir. Oh, céus! — Seika tapou a boca de repente e se calou.

— O que foi? Seika!

— Falei demais mais uma vez. Droga! Isso é segredo Ikki. Não conta pra ninguém. Me desculpe, estou conversando com você como se fossemos velhos amigos. Não sei o que deu em mim.

— Somos amigos, Seika. Escute, já vou começar a pensar nos passeios que você e a Freya podem fazer aqui em Barcelona e algumas cidades da Espanha. Fale com o Seya e confirme se vocês vêm mesmo. Me liga amanhã para falar?

— Tudo bem, eu ligo. Mas... qual é o seu telefone?

— Anota aí. — Ikki falou o número e Seika anotou no bloco de papel.

— Tudo bem Ikki, tomara que dê certo.

— Tomara mesmo. Vai ser bom ter alguns hóspedes, ando me sentindo muito sozinho.

— Sério?

— Sério. Isso também é segredo, não conta pra ninguém. Desde que voltei pra casa, me sinto meio estranho. Um vazio esquisito no peito. Eu sempre senti isso, mas agora está me incomodando. Tive vontade de ir ver o Shun e passar uns dias com ele, mas ele tem família agora, tem a rotina deles. E eu sou meio mal humorado. Acho que não farei bem às crianças.

— Que é isso, Ikki! As filhas do Shun são uns amores e adoram você. Elas ficariam muito felizes com sua visita.

— É, talvez. De qualquer forma, todos nos veremos no casamento do Seya, não é?

— Sim, espero que sim, a Saori está radiante e está contando com a presença dos amigos. Você vai, não vai?

— Vou sim. E espero te encontrar lá com as malas prontas para de lá você vir comigo pra Espanha.

— É... vamos ver o que o Seya diz. Ele parece meio ciumento.

— Ah, manda o Seya catar coquinho. Ele vai se casar, ora essa! E você já é bem grandinha para ele ficar te vigiando.

— Ele é um bom irmão, quer o meu bem. Parece que morre de medo de me perder de novo. É todo superprotetor.

— Eu entendo. Bom, vou deixar você em paz. Só liguei para saber como estava. Pensei em você esses dias.

— Pensou?

Ikki se arrependeu de ter confessado aquilo.

— Até mais, Seika.

— Tchau, Ikki.

Ikki desligou o telefone e o colocou de lado. Passou a mão no rosto e bebeu mais um gole de cerveja.

— Afinal, o que deu em mim? Ela é a irmã do Seya. Eu não posso... Ah! Deixa pra lá. Melhor eu tomar um banho e ir dormir antes que faça mais alguma besteira.

Ele se levantou, colocou a latinha na mesa e foi para o quarto. Tirou a roupa e tomou uma ducha quente. Lavou os cabelos com shampoo e ficou alguns minutos deixando a água aquecer sua nuca. Estava com a cabeça cheia de pensamentos.

Depois de se secar, colocou uma bermuda, escovou os dentes e se deitou. O céu estava nublado e sem estrelas. Dessa vez não estava pensando em Esmeralda. Muito menos em Gaya. Estava pensando em Seika. 



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