História Cellbit, a vida com MITW - Não haja como um tolo

Ainda é P.O.V Rafael

- Não toca nele, idiota! – Rezende dessa vez grita.

Dou mais um passo e apago após sentir o impacto de meu corpo contra o chão.

P.O.V Gabriel

- Cala a sua boca, porque você tem culpa nisso! – Grito, empurrando Rezende.

- Eu tenho culpa do que?! – Rezende pergunta ao mesmo tempo em que Cellbit cai no chão e todos o observam.

- Disso! – Grito pegando Cellbit no colo, estilo noiva.

- O que ele tem? – Mike pergunta.

Ignoro a todos e levo Cellbit até a enfermaria.

- O que aconteceu com ele? – A médica pergunta.

- Eu estava conversando com ele e acho que se estressou ou coisa assim, depois acabou desmaiando. – Digo observando ela ouvir seu coração.

- Gabriel, o que ainda está fazendo aqui? Não deveria estar no intercâmbio que te ofereceram? – Ela pergunta retirando a camisa de Rafael.

- Deveria... – Faço uma pausa. – Mas tenho muita coisa aqui, para resolver ainda.

- Então resolva e vá. Não se esqueça de que isso aqui não é pra você. – Fala referente à casa.

Nós trabalhamos a dois anos juntos, portanto ela me conhece muito.

- Tanto faz. – Digo observando ela enfaixar o peito de Cellbit.

- Não haja como um tolo. – Diz séria. – Viu o que acontece quando fica nisso há muito tempo.

- Vi, mas não irá acontecer de novo. – Me defendo.

- Gabriel acorda, já está acontecendo... Tem que ir embora logo.

- Chega! – Digo irritado. – Pode, por favor, tirar o sangue dele, para fazermos o teste das toxinas?!

- Claro. – Dá uma pausa enquanto amarra a borracha no braço de Cellbit, prendendo seu sangue. – Sabe que falo isso para o seu bem.

Saio frustrado da enfermaria, passando pela piscina e chutando algumas latinhas que estão na borda da mesma. Entro na sala, onde todos me encaram irritados.

- É o seguinte!! – Grito e todos me encaram. – Me mandaram uma merda de um vídeo, hoje de manhã!! Ou o filho da puta que mandou esse vídeo confessa agora ou quando eu descobrir, será desclassificado por assédio moral!! – Todos permanecem intactos.

- Que vídeo? – Polado pergunta.

- Não interessa! – Grito e Rezende começa a rir da minha cara. – Se eu fosse você, parava de rir, porque tem a ver com você, idiota!

- Me chamou do que? – Rezende levanta me encarando.

- Vão se foder! – Alan se manifesta. – Ninguém mais vai brigar nessa porra! Chega seu bando de crianças! – Afasta Rezende de mim. – Gabriel, você é o mais velho de todos aqui e é o merda do produtor! Banque o maduro, imbecil! – Respira. – Rezende, você não é o mais novo daqui, mas é o mais criança da porra toda! Chega de querer bancar o machão para cima de todos, cara, já deu!!

- Calma... – Guaxinim tenta segurar o ombro de Alan, mas ele o puxa.

- Calma o caralho! Eu já estou farto! Nem completamos um mês ainda nessa bosta dessa casa!! É todo dia uma briga, todo o dia um drama, alguém magoado, alguém querendo machucar alguém! Chega Caralho, agora vocês vão me ouvir um por um e quem abrir a merda da boca eu vou mandar ir se foder.  – Todos o olham assustado quando empurra Rezende para se sentar. – Vou começar pelo Batista! Cara, você fez tudo o que fez com o Pac, o Mike, o Jv e foda-se com quem mais!! Agora aguenta a droga das consequências e saiba viver de um jeito menos psicopata quando tudo isso acabar! Você é louco pelo Mike e todos nós sabemos disso, mas se não pode tê-lo, cara, segue a merda da sua vida e, de preferência, sem bosta de drama!! – Alan dá uma pausa para respirar. – Antes de continuar um por um, já vou mandar outra para o Baixa, o Authentic e a Malena. – Os três o encaram. – É o seguinte! Desde que a Malena entrou nessa porra dessa casa, o Authentic não desgruda dela. Olha cara não sei se você faz isso de propósito, querendo provocar algum ciúmes no Baixa, mas para com essa bosta! Ou vocês estão juntos ou não! Chega de ciúmes aqui, Malena ali! E Baixa, cara, se você não queria que aquela merda daquele beijo entre o Authentic e a Malena rolasse, por que aceitou jogar a porcaria do verdade ou desafio, sendo que sabe que esse jogo só dá merda?!! Antes não jogasse! Se imponha caralho! Vocês não sabem conversar não?!

- Pensei que fossemos amigos, cara. – Authentic fala.

- Porra, mas é justamente isso! Os amigos falam o que tem de ser dito! E só assim vocês escutam, na base do grito! – Pausa e aponta para Mike e Felps. – Vocês dois, estão juntos ou não? Porque puta que pariu, não consigo vê-los um dia inteiro felizes um com o outro! Ou estão tentando esquecer, vocês sabem quem, ou estão querendo se matar!

- Ele não colabora. – Felps fala, se referindo a Mike.

- É disso que eu estou falando caralho! Se ele não colabora. – Aponta para Mike. – Ou se você não colabora. – Volta para Felps. – O que estão tentando fazer? Querem fazer brotar algum sentimento disso? Cara, eu sinto muito mas não está funcionando! Quando não há sentimento, não há nada! – Puxa um pouco de ar. – Agora, Pac, eu preciso falar isso que está entalado na minha garganta há tempos, mas não consigo falar porque o Cellbit sempre te defende e, agora que ele não está aqui, posso falar. Você tem que se decidir cara! Não adianta implorar para ele te pedir em namoro e não colaborar! Vocês, todos os dias estão com uma cara pior do que a outra. São poucos os dias que ficaram felizes, integralmente! Acorda amigo, senão, do jeito que eu conheço o Rafael, vai ter uma hora que ele vai explodir, porque hoje ele está guardando tudo para ele! Mas quando ele explodir, Pac, já era! – Pausa mais uma vez para respirar e aponta para Rezende. – Você cara, banca a merda do machão, mas eu já estou de saco cheio dessas merdas de discussões, só porque você se acha pra caralho! É apaixonado por três pessoas aqui de dentro, mas não tem um pingo de consideração pelos outros!!

- Cala a boca. – Rezende fala.

- Vai se foder! Quem tem que calar a boca aqui é você. – Alan grita o encarando. – Crianção, para de brincar com os sentimentos de todos e de machucar as pessoas, mesmo que indiretamente!  Seja homem uma vez na vida e se quiser brincar com alguém, pega as merdas das suas amoebas e brinca, porque eu não aguento mais ver todos você com cara de merda e chorando pelos cantos!

Alan encara todos, ofegante por ter falado muito, e sai da sala, indo em direção de seu quarto.

Todos ficam em silêncio.

Saio da sala e volto até a enfermaria, vendo Cellbit ainda desacordado.

- Ele vai ficar bem? – Pergunta à médica.

- Não muito. Ele está fraco e seu coração bate com pouca intensidade.

- O que quer dizer com isso? – Pergunto passando a mão em meus cabelos.

- Para se recuperar, terá que ficar internado aqui durante uma semana, Gabriel.

- Ok. Eu fico aqui.

- E o intercâmbio?

- Depois penso nisso. – Digo e observo Cellbit abrindo os olhos.

- O-O que aconteceu? – Pergunta fraco.

- Você desmaiou e eu te trouxe pra enfermaria. Vai ter que ficar internado aqui, por uma semana para melhorar.

- U-Uma semana? – Me sento ao seu lado, numa cadeira.

- Sim. – Respondo encarando seus olhos azuis que, no momento, estão acinzentados.

- P-Posso te pedir um favor? – Assinto com a cabeça. – C-Cuida do Pac, pra mim?

Continua...