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História Cendrillon. (Miraculous ver.) - The prom (pt 1)


Escrita por: VictoriaKatsuki

Notas do Autor


AAAAAAAAAAAAAAA EU NÃO MORRI
Gente, mil perdões mesmo pela inatividade, mas eu juro que tenho motivo.
Bom, eu estava de mudança. Tive que empacotar e desempacotar tudo em menos de dois dias.
Eu estava atolada de seminários ( e ainda estou q )
E minha avó morreu. Ainda estou bem triste com isso. Mas foi melhor assim, ela estava sofrendo muito.
Sem mais delongas, vamos ao capítulo.

Capítulo 19 - The prom (pt 1)


Fanfic / Fanfiction Cendrillon. (Miraculous ver.) - The prom (pt 1)

Um mês. Um mês havia se passado e eu ainda não havia superado toda aquela história. Mesmo um mês depois, Alya e os meus pais não tiravam mais os olhos de mim. Vinte e quatro horas por dia eu estava sendo vigiada, monitorada, observada em cada passo que eu dava. Eu já não podia mais sair sozinha, voltar tarde ou trancar a porta do quarto. Meus pais já haviam dito várias vezes que eu não deveria achar que eles não confiavam em mim. Haviam dito que era tudo por um bem maior, no caso, a minha segurança. Bom, mesmo que eles não confiassem em mim eu entenderia. No lugar deles, eu também não confiaria.

Por outro lado, agora eu tinha Chat Noir de volta. Nossa relação era um pouco instável, com certeza. Com tudo aquilo que acontecia na minha vida, era difícil ter constância em alguma coisa. Mas agora algo me dizia que ia ser diferente. Algo gritava dentro de mim que as coisas finalmente dariam certo em relação á ele e que, quando o assunto fosse Chat Noir, eu não iria precisar me preocupar. Sobre tudo, eu havia ouvido o que eu precisava ouvir mais do que tudo. O "Eu te amo" que ele disse pra mim, bem no meu ouvido... Eu nunca mais esqueceria.

Mas, como nem tudo é um mar de rosas, eu ainda tinha que me preocupar com o baile e com o príncipe Adrien. Eu precisava, mais do que tudo, entender o que tanto o atraía em mim. Não era um tipo bom de atração, com certeza, ele não estava atraído por mim como eu estava atraída por Chat Noir, por exemplo. Era uma atração ruim. Do tipo que o fazia querer tirar cada pinguinho da minha paciência. Como eu ainda não o havia socado bem na região dos... Países baixos ainda era um mistério. 

No momento, eu estava em um pequeno café perto de casa, terminando minha lição de casa. Eu poderia estar em casa? Poderia. Mas meus pais haviam saído e eu não queria ficar sozinha. Sei lá... Aquilo me deixava mal. Então, ali estava eu, tentando me concentrar, mas sem sucesso. Aquele cafézinho era adorável. Um pequeno restaurante estilo vintage onde todos os funcionários vestiam roupas temáticas, como aquelas dos tempos da brilhantina. Eu não o conhecia á muito tempo, mas já era o meu lugarzinho favorito.

Tentei, pela quarta ou quinta vez, terminar a última questão do questionário, mas simplesmente não dava. A minha cabeça martelava com uma simples palavra: Adrien. Apesar de tudo, eu havia gostado de conversar com ele, naquela noite do festival. Depois que toda a minha inquietação passou,  nós pudemos conversar como duas pessoas de verdade, como se ele não fosse um príncipe prestes á morrer e como se eu não fosse a pessoa que logo o mataria. Para alguém que podia parecer tão superficial quanto a grã-duquesa Chloé, ele tinha um jeito fácil de falar, um jeito que me fazia querer conversar com ele a noite toda.

Adrien era um mistério pra mim. Os cabelos loiros sempre arrumadinhos de mais, os olhos verdes e o cheiro doce. Eu não conseguia decifrá-los. Hawk Moth o queria morto, mas, nos poucos momentos em que pude estar com ele, não consegui ver um motivo para tal desejo. Porque alguém iria querer vê-lo morto? Por mais que eu tentasse, eu não conseguia imaginá-lo fazendo algo de errado, algo que fizesse alguém desejar matá-lo. Isso me fazia pensar que ele era um dos piores do mundo por ser uma pessoa ruim e esconder aquilo muito bem. O pior era que, ás vezes... Eu queria mesmo matá-lo, para que aquilo parasse logo.

Mudei meus pensamentos e foquei somente naquele questionário, conseguindo respondê-lo bem depois disso. Satisfeita, fechei meu fichário e sorri comigo mesma, tomando mais um gole do suco de maçã e olhando as mensagens no meu celular, que vibrava de um jeito irritante. Quase engasguei quando vi uma mensagem de Chat Noir, dizendo que estava chegando na minha casa. E a mensagem havia sido enviada meia hora atrás! Recolhi minhas coisas o mais rápido que eu pude, deixando algumas coisas caírem no chão. As apanhei rapidamente, enfiando tudo na mochila e pagando pelo suco. Saí correndo do café, indo direto pra casa.

O caminho da minha casa nunca pareceu tão longe, mesmo que o café ficasse na outra esquina. Entrei, custando para achar a chave da porta, e a tranquei de volta. Subi as escadas pulando os degraus de dois em dois, quase tropeçando várias vezes, até chegar no meu quarto. Quando cheguei, joguei minha mochila no chão, deixando-a de lado, e corri para abrir a porta que dava na varanda, dando de cara com o mais lindo de todos os gatos pretos sentado em cima da proteção. Não pude evitar sorrir quando o vi.

━ Chat? Me desculpe a demora, eu não vi sua mensagem...

Não pude terminar de falar o que queria, pois, assim que ele me viu, correu até mim e me beijou. Não foi um simples beijo. Foi um daqueles que carregava vários sentimentos, saudades, paixão, o que fosse. Mesmo um pouco surpresa, precisei retribuir, pois era exatamente o que eu queria. Suas mãos foram para o meu cabelo, me puxando mais pra perto até que nem mesmo a mais fina corrente de ar pudesse passar entre nós dois. Seu beijo era doce, como hortelã. Eu devia ter imaginado. Sorri entre o beijo, enquanto ele acariciava a minha bochecha com o polegar.

━ Puxa, eu não sabia que você havia sentido tanto a minha falta, gatinho... ━ brinquei, acariciando os cabelos dourados e bagunçados dele.

Chat Noir riu baixinho, me apertando contra ele fortemente. Eu não sabia bem o motivo dele estar agindo daquele jeito, mais romântico e galanteador do que o normal, mas decidi não contestar. Eu gostava daquilo, gostava de estar entre os braços dele, respirando o cheiro dele, sentindo seus braços fortes me segurando como se pedisse mesmo para eu não ir embora. Eu nunca iria, mas era bom saber que ele me queria tanto quanto eu. Se havia um lugar onde eu realmente queria pertencer, era dentro dos braços dele.

━ Vi você duas semanas atrás. Já é o bastante pra me deixar com saudades do seu cheiro de... Cerejeira. 

Agora foi minha vez de rir. Cerejeira? Eu nunca havia parado para pensar em que tipo de cheiro eu tinha, mas realmente não imaginava que fosse esse. Parei para encará-lo por uns segundos. Como eu era sortuda por tê-lo. Chat Noir tinha muitas admiradoras por toda a França, meninas que eram mais bonitas do que eu, mais interessantes e com um destino menos sórdido, mas, mesmo assim, era eu quem podia tocá-lo, quem o tinha do lado. Apesar de tudo, no fim, ele era meu. 

━ Também senti sua falta, gatinho. E falta do seu cheiro amadeirado também. Mas o que te traz aqui hoje? Á que devo a hora de sua visita tãaao inesperada? 

Brinquei, enquanto o puxava para sentar-se comigo em uma das cadeiras disponibilizadas ali. Sentamos na mesma cadeira. Eu, encolhida no meio de suas pernas, com meu tronco deitado sobre o seu. Chat Noir passou seus braços ao meu redor e me "prendeu" ali, o que foi meio desnecessário pois, mesmo que eu quisesse, eu não sairia dali. 

━ Eu só quis ver como você estava. Sem ofensas, mas você é um ímã pra confusão. ━ ele riu e eu o soquei de leve. Claro que eu não fiquei com raiva. Não era mentira mesmo ━ Mas eu soube que você foi convidada para o baile, com honrarias ainda por cima. E pelo próprio príncipe Adrien! Como você se sente com isso?

Parei para pensar sobre aquilo. Como eu me sentia? Eu me sentia muito estranha com todo mundo achando que eu havia usado um outro método para conseguir aquele convite honroso. Mas eu não queria dar mais essa preocupação á ele, então apenas de ombros e sorrindo fraco. Porque estragar um momento tão bom quanto aquele com aquelas minhas baboseiras de adolescente? Não vali á pena. 

━ Ah, eu não sei. Digo, sei lá... Eu ainda estou confusa quanto á isso. Nós só conversamos um pouco e ele me aparece com uma dessas? Não sei, não... Bom, de qualquer forma, eu não vou. ━ falei, brincando com meus dedos.

━ E porque não? Você não gosta do príncipe?

━ Não é como se eu não gostasse dele. ━ respondi rapidamente ━ O que acontece é que eu não o conheço o suficiente para saber se eu gosto ou não dele. E outra, eu não vejo precisão de ir.

━ Ah, isso é ruim... Eu tinha uma surpresa pra você caso você fosse...

━ Sério? O que? ━ perguntei rapidamente, me virando para encará-lo.

━ Se eu te contar agora, não vai ser surpresa. E se você não for, nunca vai saber.

━ Isso é maldade, Chat...

━ O que eu posso fazer? Eu sou um gatinho mal.

Ele riu e eu, sem pensar, o beijei.

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O vestido que eu havia feito estava, simplesmente, maravilhoso. Eu ainda não podia acreditar que eu o havia feito. Era, de longe, a melhor criação de toda a minha vida. Talvez eu nunca fosse fazer vestido mais bonito do que aquele. Ele era inteiramente vermelho, tomara-que-caia e com um toque delicado, simples e sofisticado. Era inteiramente feito de seda e tinha poucas camadas de tule embaixo, até mesmo os que eu havia usado não eram para armação. Tudo para que não ficasse muito volumoso e para que não chamasse muita atenção. Eu já estava chamando atenção de mais para uma vida toda, não precisava de mais. 

Eu fiquei uma semana trabalhando nele, sem descansar, nem nada. Eu precisava dele o mais rápido possível, pois o baile não demoraria á chegar. Claro que não fiz sozinha. Minha mãe conseguiu um tempo para me ajudar sempre que eu precisava e Alya também serviu como uma ótima modelo na hora de fazer a costura, já que nós duas tínhamos o mesmo tipo físico. Aquele vestido também me ajudou á ficar ocupada, sem ter tempo para pensar em nada. Chat Noir, Adrien Agreste, Hawk Moth, nada. 

Eu estava muito ansiosa para a ocasião. Era a primeira vez que eu ia a um baile assim, era a primeira vez que eu ia ao palácio sem que fosse para levar alguma coisa com meu pai. Eu sabia o que eu encontraria lá. Encontraria uma grã-duquesa nojenta, um rei estranho e um príncipe indecifrável. Mesmo assim, nada disso me impedia de quase sonhar com o baile todas as noites. Bom, de qualquer forma, ainda faltavam quinze dias para a tal esperada noite.

Sai com Alya algumas vezes para comprar tecido ou acessórios, passeei com meus amigos, tomei muito, mas muito chocolate quente mesmo. Fiz tudo que eu queria fazer, pois meu sexto sentido que, até então, eu não sabia que existia me pedia para fazer isso. Não sei. Eu apenas sentia que eu precisava fazer tudo o que eu tinha vontade logo. E foi o que eu fiz. Foram as duas semanas mais divertidas de toda a minha vida.

Descobri muitas coisas novas também. Descobri que Alix e Kim começaram á namorar, o que não me surpreendeu muito. Eu já esperava por isso, á qualquer momento. O que realmente me surpreendeu foi descobrir que Juleika e Rose também se tornaram um casal. Me pegou de surpresa, mas eu fiquei muito feliz por elas. Se elas se amavam, essa era a única coisa que realmente importava. Alya havia dispensado mais dois meninos em quinze dias, ambos a convidaram para o baile. Eu não a entendia, sério. Nathanäel e eu ficamos mais próximos, tanto que ele quase me convidou para ir com ele.

Mas eu precisei  ter um grande jogo de cintura naquele momento. Eu não queria magoar aquele doce e tão nobre rapaz (ksks), mas eu iria encontrar com Chat Noir lá. Eu não queria causar alguma confusão, sabendo que o gato preto podia ser bem ciumento quando queria. E, oh, sabia bem. Eu disse que já tinha um par, mas não especifiquei nada. Assim, os dias passaram mais rápido do que eu podia imaginar. Quando eu vi, faltava apenas um dia para o dia do baile. Eu estava mor.ren.do de aflição, mas Alya fez o favor de me ajudar ficando o dia inteiro na minha casa, me mostrando o que usaria e tudo mais.

No dia seguinte, precisei de um tempo para pôr minha própria cabeça no lugar. O baile representava um grande perigo tanto pra mim quanto para o tal de Adrien Agreste. Eu teria de matá-lo e sentia que agora não tinha mais escapatória. Eu precisava matá-lo. Precisava pôr um fim naquilo tudo e me salvar daquele abismo no qual eu estava caindo desde que tudo aquilo havia começado. Não havia ninguém que pudesse me salvar. Eu precisava fazer aquilo por mim mesma.

Já era tarde, o sol entrava radiante pela janela aberta do quarto, fazendo-se presente. Eu podia sentir a adrenalina correndo livremente pelo meu corpo, deixando-me elétrica, animada, eufórica. Meus pais estavam no andar de baixo, alvoroçados, mas não queriam a minha ajuda. Afirmavam não precisar. Apenas fiquei na minha. Minha cabeça doía um pouco, mas não era nada que eu não pudesse lidar. Cheguei á conclusão que minha vida acabaria depois daquela noite. Eu seria uma assassina? Seria, com certeza. Seria presa também. Nunca mais veria a luz do sol nascente. Mas meus pais estariam á salvo, mesmo que me odiando. Alya e os outros estariam em segurança. Eu faria aquilo por eles, mesmo custando o resto da minha vida.

Naquela tarde, eu tive uma reflexão. Uma reflexão de tudo que eu vivi na minha vida. Comecei pela infância, quando minhas preocupações não passavam de não me sujar muito quando fosse brincar no parque perto de casa e não deixar minha mãe descobrir que era eu quem pegava uma ou outra bomba de chocolate escondida. Eu tive uma infância perfeita. Não era a melhor na escola - nunca fui -, mas meus pais me ensinaram que uma nota não me definia. Me apoiaram e me ajudaram com tudo. Brinquei bastante, recebi conselhos, vivi o que eu precisava viver. 

Lembro quando eu conversei com meu pai sobre meu futuro príncipe encantado. Estávamos no parque e ele lia uma historinha pra mim. Eu disse que, um dia, eu iria encontrar um menino perfeito para me casar com ele, e ele seria lindo, como em um sonho. E ele me disse que meu príncipe encantado não precisava ser necessariamente lindo como em um sonho. Disse que ele seria um príncipe se apenas ficasse do meu lado nas horas boas e ruins e servisse como meu apoio, que seria um príncipe apenas se me amasse e me fizesse sentir bem. Eu descobri que ele estava certo. Anos depois. Agora. Com Chat Noir.

Minha pré-adolescência não foi tão complicada assim. Diferente da maioria das garotas que viviam ao meu redor, acho que fui a única que não precisou passar por aquela fase de rebeldia extrema, desafiando tudo e todos. Quando meus primeiros problemas surgiram, foi melhor do que eu esperava. Ao passo que eu ficava mais estressadinha e brava, meus pais recuavam um passo, sem perder a linha, e davam um jeito de me domar. Era engraçado. Muito engraçado. Embora fosse um pouco tenso na época, eu costumava rir muito depois de ter passado, quando meus pais me lembravam dessas histórias.

E então, eu cresci. Ligada nos 220W como minha mãe dizia, elétrica e desastrada. Comecei á me atrapalhar toda com meus planos, a cair bastante e a falar rápido. Me tornei uma pessoa desajeitada, a pior que eu já vi, e nunca imaginei que teria uma honra tão grande quanto a de ser a Ladybug, uma grande heroína. Quem poderia imaginar que logo eu conseguiria salvar todo um país diversas vezes? Se alguém me falasse sobre isso antes, eu certamente teria uma grande crise de risos. Mas o destino é um grande filho da mãe que adora brincar com as pessoas. Sem mais nem menos, eu me tornei alguém completamente diferente. Meu mundo se dividiu em dois. Já falei muito sobre isso.

Meu mundo de Marinette era calmo. Eu me preocupava com minhas notas, com as minhas criações de ser a melhor pessoa que eu pudesse ser sempre. Nunca reclamei de nada, nunca fiz nada á ninguém algo que eu não gostaria que fosse feito comigo, sempre dei meu melhor em todas as ocasiões. Eu era desastrada, esquecida, avoada, distraída, um milhão de coisas. Até cabeça de vento. Era desengonçada, atrapalhada, nunca falava alto, nunca ficava estressada. Meu mundo de Marinette cheirava á croissant e bomba de chocolate com creme. 

Meu mundo de Ladybug era ativo, animado, eufórico. Embora esporádico, tomava cada vez mais conta de mim. Eu não tinha medo de nada, era exata, precisa, nunca errava. Estava sempre no lugar certo, na hora certa, fazendo o que era certo. Lutava com minha alma contra os akumatizados, nunca perdi uma. Minha intuição não falhava nunca. Mesmo que me atrasasse, me atrapalhasse toda na hora de explicar meus sumiços, eu gostava daquele mundo. Gostava de ser nescessitada, de ser querida. Gostava muito. Ás vezes até me doía tirar o uniforme, me destransformar. Ás vezes eu sentia como se aquele fosse realmente o mundo feito pra mim. O mundo da Ladybug, preto e vermelho, com ação e aventura.

Pensando nisso, eu deduzi que minha vida havia sido perfeita até aquele momento, que eu estava feliz por ter vivido tudo que eu vivi. Mesmo com tantos contras, eu não trocaria nem um daqueles momentos por nada. Sorri comigo mesma, já aceitando o que viria á seguir. Sei que não era algo bom aceitar, mas o que você, leitor, esperava que eu fizesse? Que tentasse me matar? De novo? Você sabe que não deu certo. Duas vezes. O mundo quer que eu faça isso. E eu quero fazer isso. Eu preciso. Sinto muito se você esperou que essa história tivesse um bom desfecho. Talvez eu não tenha avisado que a vida não é um conto de fadas, mas agora você sabe. Você pode ir embora agora, pois sabe o que vem á seguir. Ou pode continuar comigo, pode não me abandonar, não me deixar sozinha.

Essa escolha é sua. Sempre foi.

 

 

 

Ainda está aqui? Isso é bom. Sabia que podia contar com você. Obrigada.

Bom, de qualquer forma, meu celular alarmou ás seis e trinta. Eu sabia que algo me distrairia, então tomei essa precaução. Tomei meu banho e pus o meu vestido. Ele caiu como uma luva no meu corpo, o que foi gratificante. Calcei os saltos não tão altos e quase não me maquiei. Não gostava muito disso. Não demorou muito para eu estar pronta. O vestido vermelho, saltos e o cabelo solto, com apenas um broche prateado enfeitando-o. Por algum motivo, nunca me senti tão bonita. Cinderela deve ter se sentido assim no dia do baile, mas, assim como ela, eu sabia que, á meia-noite, o sonho acabaria. Mas eu estava pronta. Nunca estive tão pronta.

Alya chegou apenas alguns minutos depois, vestida não como uma princesa, mas como uma deusa.  Seu vestido era, na verdade, um cropped e uma saia deslumbrante. O tom alaranjado dava um toque suave e especial em sua pele morena enquanto todo o brilho a deixava estonteante. Também nunca a vi tão linda, embora ela fosse uma beldade naturalmente. Ainda tivemos que esperar meus pais terminarem de se arrumar para podermos ir. A espera foi uma aflição total. Mas, ás oito em ponto, saímos de casa. O caminho foi uma tortura, por sorte, Alya estava animada o suficiente para me contagiar.

O palácio era, simplesmente, indescritível. Luzes, luzes e mais luzes enchiam o céu escuro e, mesmo de longe, eu podia ouvir a música e as risadas. Descemos do carro e ficamos ali, paradas, uns vinte minutos, deslumbradas. Quando pequenas, nós duas sonhávamos com o dia em que veríamos o palácio de perto, o dia em que estaríamos nele. E aquele dia finalmente havia chego. Eu estava muito feliz em poder dividir aquela experiência, assim como todas as outras, com Alya.

  ━ Mari, eu não estou preparada pra isso!  ━ ela se virou pra mim, visivelmente aflita  ━ Vamos voltar pra casa, eu não aguento isso.

━ Calma, Alya. O que foi? Você estava tão animada!

━ Aconteceu tudo! Minha maquiagem não está boa e esse vestido me deixa gorda! Não posso entrar lá assim!

━ Alya, você está deslumbrante. Ouviu bem? Magnífica. Nunca esteve tão bonita quanto está agora. Não fique nervosa. Vai dar tudo certo.

━ Você jura?

━ De dedinho.

Nós duas rimos até que algo me fez desviar o olhar. Ali, em um canto escuro, estava alguém que eu conhecia bem, que eu odiava até. Rapidamente, como uma resposta imediata do meu cérebro para aquela cena, inventei á Alya que havia visto uma conhecida e que queria falar com ela antes de entrar. Alya, como sempre, acreditou. Como ela podia acreditar em mim depois de tudo aquilo? Tentei não pensar nisso e andei até Hawk Moth em passos largos, esperando que ninguém notasse. Sinceramente, eu esperava de todo coração que aquela fosse a última vez que eu o veria. Estava rezando pra isso. 

Ele vestia uma capa roxa que cobria seus olhos, aparentemente, não estava de máscara. Aquilo significava que, seu eu puxasse aquele capuz, eu descobriria quem era aquele desgraçado de uma vez por todas. Mas não o fiz. Não o fiz pois sentia que eu não precisava saber quem ele era. Sentia que, depois que aquilo acabasse, seria melhor não lembrar do rosto dele. E, como minha intuição raramente falhava, fui por ela. Minhas mãos não tremiam, meu coração não estava acelerado, eu podia raciocinar claramente. Por alguma razão desconhecida, naquele momento, eu não senti medo dele. E ele percebeu aquilo, com certeza. 

━ Você parece muito decidida, minha criança. Está preparada?

━ Você me conhece. Sabe que nasci preparada para tudo.  ━ falei rispidamente, como se aquilo fosse verdade. 

━ Não foi o que me pareceu no começo, mas isso não importa. Trouxe um presente pra você. 

Ele estendeu uma de suas mãos e me entregou uma adaga cravejada de rubis cor de sangue, uma prateada que parecia cortar até mesmo quem a olhasse. Ergui meus olhos da arma para ele, sem esboçar reação. Ele era muito exigente para quem só ficaria observando enquanto eu faria o trabalho sujo. 

━ Eu deveria agradecer?  ━ ironizei. Ele riu.

━ Deixe isso para lá. Agora vá. Você tem um trabalho á fazer.  ━ me virei para ir embora, mas, antes de ir, ele me puxou pelo pulso, me fazendo encará-lo  ━ Não fracasse. Você sabe o que está em jogo. Você não pode sentir medo.

━ Não estou com medo. E você?

Puxei meu braço de volta e escondi a adaga embaixo da saia, de modo que ela se encaixou perfeitamente. Impressionante. Alya já havia entrado, então agora eu precisava fazer isso sozinha. Subi o pequeno palanque e atravessei o portão. A música explodiu nos meus ouvidos e, lá em baixo, alguém chamou meu nome.

Não tinha mais volta. Só acabaria quando o relógio batesse meia-noite. 

O que acabaria? A minha vida.

E a de Adrien Agreste também.

Ah, Adrien... Eu sinto muito...


Notas Finais


TCHAN RAN
O que acharam? Espero que tenha valido a pena ter feito vocês esperarem tanto, hehe!
Estamos mesmo na reta final t.t talvez tenha menos de seis capítulos daqui pra frente, porque eu pretendo não enrolar em mais capítulo nenhum. Espero que entendam.

xoxo~ <3






Vestido da Marinette: https://pin.it/8xWJa2O

Vestido da Alya: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/47/54/63/4754637f6d19b5cce389a7d3f5c857af--halter-two-piece-prom-dress-pearl-prom-dress.jpg

Vestido da Chloé: https://i.pinimg.com/564x/73/ef/2e/73ef2e761d263a8e46ae40020b6efe0a.jpg

(coloquei o da Chloé também, porque né)


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