_PRÓLOGO_
Malas prontas e passagem nas mãos. Pegou o celular e discou o mesmo número que tinha ligado no dia anterior.
Aron Kwak estava indo para a Coreia do Sul. Vinte e dois anos e estava cheio de espectativas. Havia de conseguir um emprego lá.
Apesar de saber pouco do idioma, Aron estava empolgado em sair de Los Angeles pela primeira vez. Ele previa coisas boas no futuro.
Ligou para Minhyun, um amigo de longa data (vulgo ex namorado) para confirmar algo. Aron havia lhe perguntado se sabia de algum lugar onde pudesse morar. Não era algo permanente, mas precisava de um teto pra dormir, algo que pudesse cobrir com o seu pouco dinheiro no bolso.
E sim. Minhyun conhecia um lugar. Avisou a Aron que era um lugar simples, não havia muito conforto, porém o aluguel era bem barato.
Aron não se importava com o luxo ainda... Afinal, não era permanente. Então pegou o endereço do prédio e separou o dinheiro do primeiro aluguel.
(...)
''Century Hotel''
Observou a placa na entrada, e de cara ficou surpreso.
Parecia uma obra inacabada pela prefeitura e abandonada, que logo foi tomada por uma legião de sem tetos.
Aron tentou se conter e adentrou no lugar, indo até a recepção onde tinha uma linda mulher de cabelo vermelho vivo assim como a cor do batom em sua boca. Ela usava um vestido apertado com estampa de tigre, fazendo seus seios robustos quase pularem totalmente para fora do pano.
Aron não pode deixar de notar aquilo. Piscou várias vezes e voltou a sua atenção para o rosto atraente de mulher.
- Bem vindo ao Hotel Century. Deseja um quarto? - perguntou desinteressada enquanto mascava um chiclete de frutas.
''Hotel Century... Que ironia'' Pensou ele.
- Sim. Qual é o quarto mais barato daqui? - a mulher sorriu e deu uma gargalhada em deboche.
- Você não vai querer este quarto... - pegou uma espécie de cardápio e entregou a Aron - O mais caro não é tão caro. Talvez você até suporte ele. - Aron olhou o preço mensal de cada quarto, e realmente o valor do mais caro não era tão alto.
- Posso pagar em dolar? - a mulher o olhou atravessado e se inclinou sob a mesa.
- Hm... Temos um americando aqui. - passou a mão no queixo do rapaz com as suas enormes unhas afiadas - Claro que pode, docinho. - fez uma bolinha com o chiclete e Aron a deu o dinheiro, mesmo estando receoso. E ela entregou uma chave prateada com um chaveiro roxo em formato de salto alto a ele.
- Obrigado, tenha um bom dia... - disse com o seu fraco coreano e subiu as escadas dali.
A escadaria de madeira rangiam a cada passo dado. E os corredores tinham um forte odor de urina e cigarro. As paredes dali eram pixadas com frases que Aron não conseguia decifrar (e nem tentou).
Encontrava-se vários tipos de pessoas no decorrer dos andares.
Pessoas fumando, mulheres com pouca roupa beijando homens mais velhos. Pessoas tossindo... Era um caos.
Aron nunca imaginou que tivesse um lugar daquele tipo no país. Sempre o via tão desenvolvido na televisão. Porém, aquela era uma realidade dura para alguns ainda.
Depois de duas escadarias, no terceiro andar encontrou seu quarto. Era o ultimo do corredor a esquerda. Número 648.
Abriu a porta e ligou as luzes. Minhyun relmente não tinha mentido. Aquele lugar era simples. Muito simples.
Havia só uma cama, uma tevê velha em sua frente, um balcão que dividia o quarto da cozinha e uma porta que seria o banheiro.
Apenas aquilo. Um pequeno cubículo de casa.
Aron suspirou e entrou. Trancou a porta com medo de que algum maníaco entrasse.
Pôs suas coisas no chão e se deitou na desconfortável cama de mola. Fechou os olhos e tentou dormir. A viagem havia sido muito cansativa.
Como seria o tempo de Aron no Hotel Century? Ele não estava nem um pouco curioso em saber...
(...)
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