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História Certo e Errado. (Larry Stylinson) - Capítulo Quarenta e Quatro.


Escrita por: MillaWand e curlystylesx

Capítulo 44 - Capítulo Quarenta e Quatro.


Louis P.O.V. 

Entrei no carro de Harry devagar.
Coloquei o cinto antes que ele pudesse falar alguma coisa. Mas nada parecia bem. De alguma maneira algo estava nos incomodando. Não sei se é o climão, as coisas que dissemos um ao outro, mas um pedido de desculpas ou perdão não foi o suficiente.  Olhei pela janela do carro vendo como a neve caía. O reflexo de Harry que batia no espelho só me agoniava cada vez mais. Apenas fiquei prestando atenção nas coisas que haviam do lado de fora.  

Assim que entramos em meu bairro, já me preparei pra me despedir de Harry. É bem triste, porque não quero ficar brigado com ele. Não é culpa minha. Tirei o cinto assim que o carro parou em frente ao meu prédio e não sei como me despedir. Ficamos uns segundos parados então tomei a iniciativa.

''Desculpa por hoje.'' -Engoli em seco, o vendo sorrir. Tirei seu casaco e o entreguei, que jogou no banco de trás. 

''Não precisa se desculpar com nada, meu amor.'' -Assenti, o olhando. 

''Então, quem sabe a gente se vê por aí...'' -Abri a porta do carro pra sair, mas Harry segurou meu braço. 

''Louis, eu te amo.'' -Soltei um sorriso que foi atrapalhado por seus lábios tocando os meus.- ''Não fica triste não, eu amo você muito.''

''Eu também te amo Harry. Mas agora eu preciso ir...'' -Dei mais um beijo demorado em seus lábios e saí do carro em seguida, fechando a porta. 

Fiquei um bom tempo parado na calçada, observando o carro de Harry se afastar aos poucos. Começei a esfregar meus braços por causa do frio, talvez eu devesse subir e tomar um banho bem quente. Já são dez horas da manhã, pelo jeito o dia hoje será bem entediante. 

Abri a porta do apartamento e encontrei tudo arrumadinho em seu devido lugar. Nicki veio correndo em minha direção carregando um sapato consigo. 

''Nicki! Cachorro maldito!'' -Niall provavelmente era dono do sapato mastigado. Parou em frente ao sofá quando me viu.- ''Ah, você chegou.'' -Veio até o cachorro e tirou o sapato dele, que ficou pulando igual um maluco. 

''Desculpa sair ontem sem avisar ninguém... E chegar a essa hora.'' 

''Tanto faz.'' -Deu de ombros, querendo voltar pra cozinha. Suspirei fundo, antes de começar a falar.

''Venha cá Niall, oque anda acontecendo com você? Ultimamente não me dá bola, anda muito calado, é curto, arrogante, não estou entendendo.'' 

''Sempre fui assim.'' 

''Está vendo! Você nunca foi assim! Muito menos comigo. Foi alguma coisa de errado que eu fiz, que eu falei ou alguma coisa que deixei de fazer?''

''Abandonou seus amigos. Só isso, preciso dizer mais alguma coisa?''

''Eu abandonei você? Não deixei ninguém de lado! Vocês são dramáticos demais, pelo amor de Deus!'' 

''Drama? Você chama isso de DRAMA! Claro, estamos fazendo ceninha, queremos mais atenção, olha como estamos desesperados! Louis... Isso é errado, todos nós somos amigos e ficamos magoados da maneira que as coisas estão andando ultimamente.'' 

''Você não vai chorar... Vai?''

''Não vale a pena.'' -Balançou sua cabeça em sinal negativo, voltando pra cozinha. Isso me deixou bem triste. 

 


            Niall P.O.V. 

Louis me seguiu. Parei em frente da janela, observando a neve engrossando cada vez mais. Não quero falar com ele, não quero manter contato com uma pessoa que tá nem aí pra mim. 
Mas é quase que inevitável, estamos sendo deixado aos poucos. É como se fossemos um buraco que está sendo tampado com terra até o topo, e quando o topo chegar, já vai ser tarde pra tentar salvar quem foi enterrado. Mas a vida é cheia de idas e vindas, agora é a hora do declíneo da história, onde tudo acontece destruindo oque existe, mas quero que a parte boa chegue logo. 

''Niall, vamos conversar.'' -Louis exigiu. 

''Não tenho nada pra conversar.'' 

''Tem, tem sim. Quero saber oque está acontecendo, porque não é normal. Não é. Quero saber oque é que te incomoda.'' 

''Tudo me incomoda. A maneira que... A maneira que...'' -Não consegui terminar de dizer. Ele veio até meu lado. Parecia preocupado.

''Niall?'' 

''Nós somos amigos a tantos anos. Eu fico me imaginando o quão deve ser inútil você ter trocado sete anos por dois meses. Isso é impossível, não entendo.'' 

''Eu que não entendo! Juro que não te troquei Niall... Se isso te aliviar, saiba que eu sou o mesmo de sempre.''

''Não Louis!'' -Me livrei de sua mão que agora estava em meu ombro.- ''Você mudou. Não é a mesma coisa... Eu sinto muito que as coisas não vão ser mais como antes... Só queria que você desse mais importância para seus amigos.''

''Mais do que eu dou?''

''Tudo bem. Entendo. Você prefere o Harry. Mas eu já estou te avisando. Quando você ver que as coisas pro seu lado estão piorando, não venha depois atrás de mim. É por isso que eu estou dizendo pra você pensar agora, porque mais tarde eu não posso mais estar aqui.'' -Os olhos dele se encheram de lágrimas.- ''Pensa no que eu estou te falando, eu te amo muito e não quero perder nossa amizade.'' 

''Ah, e você quer que eu faça oque? Que eu termine com o Harry e sejamos melhores amigos para sempre?'' 

''Eu não estou falando disso, você poderia apenas dar mais atenção pra mim, é só isso que eu quero.''

''Niall, você não tá entendendo... E não me faz essa cara... Ah, quer saber, cansei. Amanhã eu pego minhas roupas e vou embora.'' 

''Vai Louis!'' -Me virei para ele.- ''Vai embora, faz oque você quiser, fique com quem quiser, olha, eu não me importo, cansei. Foda-se, já deu.'' 

''Não fala assim.'' 

''Quer que eu fale como? Oh Louis meu querido, fique em casa por favor... nós vamos sentir sua falta! Oh! Eu não vou mais insistir, a porta tá aberta!'' 

''Tá bom Niall. Ótimo.'' -Assentiu.- ''Você decidiu isso, não vou contra as regras.''

''Você escolheu isso, não se faça de vítima.'' -Saiu da cozinha. Me escorei sobre a pia, respirando fundo. Senti duas mãos em meus ombros.- ''Eu não vou voltar atrás do que eu disse, você pode ir embora!'' -Me virei de costas, mas era Andy. A expressão em seu rosto era de confusão.- ''Não ia dizer isso pra você... Esquece.''

''Você e o Louis brigaram novamente?'' -Balancei a cabeça em sinal positivo.- ''Eu não gosto quando isso acontece, é bem triste, porque vocês são melhores amigos...''

''Eu já nem sei se é isso que somos. A decisão foi dele. Não vou mais impor nada. A verdade é que...''

''Niall, uma hora ele verá que errou e vai vir atrás de você.''

''E eu repito, vai ser tarde quando isso acontecer. Não queria brigar, mas essa é a unica solução.'' -Andy assentiu, chateado. 

''Eu poderia tentar falar com ele, se você quiser.'' 

''Faria isso por mim?''

''É.... Mais pela amizade que vocês tem, permite que eu fale com ele?'' 

''Acho que sim.'' 

''Ok, obrigado.'' -Ele deixou um beijo na ponta de meu nariz.- ''Eu já volto.'' -Sorri ao vê-lo saindo da cozinha. 

A verdade é que por mais que eu fale mil vezes, me importo muito com isso. Não é tão fácil aceitar uma coisa tão inútil assim. E eu cansei, desculpa mãe, pai, irmãos, amor, mas não consigo ser o mesmo. Já não dá mais pra salvar a pessoa enterrada. 


           Louis P.O.V. 

Idiota. Babaca. Ele pensa que é alguém pra me tratar daquela maneira. Nada mais cabe nessa mala. Já está cheia de roupa até a boca e não tem nem metade das minhas coisas aqui. Eu não posso deixar tudo pra trás, minhas roupinhas... 

''Ei, oque você está fazendo?'' -Andrew entrou no quarto, veio até minha direção e começou a observar a bagunça que eu estava fazendo.

''Colocando minhas roupas na mala, vou embora.'' -Tentei fechar o zíper da mala mas ela estava cheia demais, não fecha.

''Ahn? Não, não vai...'' -Ele começou a pegar as roupas que estavam dentro da mala e começou a jogar tudo no chão.

''PARA! EU DEMOREI UM SÉCULO PRA ARRUMAR. SOLTA ANDREW!'' -Começamos a puxar uma de minhas camisetas preferidas, mas ele é teimoso demais.- ''SOLTA GAROTO!'' 

''Você não vai embora Louis! Por aquela porta não passa!'' 

''Para! Deixa de ser chato! Já me decidi.'' -Ele soltou a camiseta e coloquei ela dentro da mala. 

''Louis, por favor... eu não quero que você vá embora. Nunca, pare de graça...''

''Andy, eu não posso ficar em uma casa com pessoas que me odeiam. Desculpa.'' 

''Quem que te odeia? Isso é coisa da sua cabeça! Solta essa mala Louis, não vai!'' -Ele puxou a mala que agora estava no chão.- ''Me ouve!'' 

''Oque você tem pra me dizer?'' 

''Faz as pazes com o Niall, por favor. Ele ficou magoado da maneira que tudo anda saindo, seria melhor você entender o lado dele também.''

''Entender qual lado? Eu já disse Andy, não dá, não consigo entender ele.''

''Tudo bem Louis, faz oque quiser. Não vou mais insistir.'' -Soltou a mala e me deu as costas, saindo do quarto em seguida. 

Me sentei na cama e suspirei. Não é culpa minha se Niall se sente excluido. Se eu for comentar alguma coisa, eu sou errado. Se eu for pedir desculpas, sou fraco. Se for ficar sem falar com ele, sou errado também. Eu não queria que fosse assim, mas eu acabei de me lembrar que não tenho pra onde ir. 

~*~

Dia Um de fevereiro. Faz exatamente cinco dias que não recebo uma mensagem de Harry. Todos os dias ele me mandava um ''Saudades...'', ''Te amo'', ''Boa noite''. Mas esses dias nem isso mandou. Acendi a luz do abajur e peguei meu celular, vendo se havia alguma mensagem dele. Mas nada. Talvez ele até tenha me esquecido. Fiquei olhando uns minutos pro teto. Hoje a empresa volta a todo vapor, mas e a vontade de ir trabalhar? As férias estavam tão boas... Só festas, tempo livre, namorar... Mas a rotina está de volta, só me resta aceitar. 

Hoje a noite é o dia da grande prova que decidirá se vou conseguir ou não uma bolsa pra tal faculdade. Na verdade, eu não faço a mínima ideia se quero fazer isso, não peguei um dia da semana pra dar uma lida nos livros ou uma revisada no conteúdo. Ainda mais que estou tanto tempo sem falar com Andy ou Niall. Só não saí do apartamento ainda por que estou vendo uma maneira que tenho de ir pra Ibiza, na casa de meus pais. Porque se o problema não fosse esse, eu já estava bem longe daqui. 

Desbloqueei meu celular e percebi que acordei cedo demais. Ainda são seis e dez da manhã, sem contar que estou sem vontade de levantar. Começo a perceber uns pequenos raios de sol escapando pelas bordas da cortina, então resolvo levantar. Ando devagar pelo quarto pra não acordar os meninos e saio do quarto, indo em direção da cozinha. 

Abro o armário e pego o pote de rações de Nicki. Coloco um pouco em sua vasilha e troco a água, ainda sonolento. Depois, pego uma cápsula de café e coloco na Cafeteira, junto com a água. Me sento em uma cadeira e começo a observar o anel em meu dedo. Nunca parei pra prestar atenção em seus detalhes. O retiro de meu dedo e posso ver as pequenas ondas que o enfeitam. Olhar esse anel me deu força suficiente para poder enfrentar uma quarta feira. Então enquanto o café era feito, resolvi tomar um banho rápido, e não me importei em acender a luz e atrapalhar o belo casalzinho, eles sabem que preciso me trocar. 

Minha camisa social branca está manchada de ketchup. Talvez eu não devia ter usado ela ontem para comer, apenas porque minhas roupas caseiras estavam todas sujas. Então peguei uma outra camisa azul claro e coloquei a calça social, o sapato e o jaleco. Arrumei meus cabelos e saí do quarto, deixando a luz acesa de propósito. O cheiro do café já exalava por toda a cozinha. Peguei uma pequena xícara e uns biscoitos salgados, não estou com fome.

Nicki brincava com a barra de minha calça, puxava ela pra lá e pra cá. O bichinho já está crescendo aos poucos, está mais gordinho e parece mais feliz. 

O celular sobre a mesa vibrou. O peguei rapidamente, pensando ser mensagem de Harry mas era apenas o despertador alertando que já eram seis e meia. Coloquei a xícara na pia e chequei se estava com tudo que precisava. Tranquei a porta do apartamento e joguei a chave por baixo, como sempre fazíamos. 
Desci as escadas, já desejando um bom dia as pessoas que passavam. Por mais que esteja tudo muito ruim, educação é nescessário. 

Ainda bem que parou de nevar. No dia que fiquei dez minutos na neve, sem blusa de frio ou qualquer coisa que me esquentasse, fiquei um tempo de cama. Mas os raios de sol e o ventinho gelado é oque importam agora. 

Por onde você passa pode ver as lojas se abrirem. Starbuck's, Mc Donalds, Cafeterias, Padarias, lojas de roupas, de jóias, frutarias, mercados, tudo abria antes das sete horas. Os carros que paravam no semáforo e esperavam os pedestres atravessarem a faixa com calma, tudo é maravilhoso, tudo da maneira que sonhei. Nunca que em Ibiza era assim, ainda mais na Vila onde morávamos, mas sempre gostei de tomar chá as quatro da tarde e conversar sobre bolos. 

Atravessei a rua rapidamente e já pude observar o prédio onde trabalho de longe. Já haviam muitas pessoas paradas em frente sua escada, talvez esperando o horário para começarem a trabalhar. Já pisei na escada sentindo uma energia positiva, talvez eu possa fazer desse bimestre um dos melhores da minha vida, basta eu querer, potencial não me falta. Ajustei minha gravata e me aproximei da grande porta que já havia sido aberta. Olhei pelos lados, mas acabei não encontrando o carro de Harry, talvez ele não tenha chegado ainda. Subi a escada e corri de entrada com o saguão.

''Nossa, quanto tempo não te vejo Louis, como você está?'' -Eu e Normani nos cumprimentamos com beijinho no rosto e sorrisos. 

''Eu estou bem, e você?''

''Estou ótima! Ah, depois passe aqui antes do horário do almoço, tenho uma coisa pra você... Que ainda não chegou, ainda só virá onze horas.''

''Ah, ok.'' -Bati as mãos contra o balcão e me despedi com um sorriso, começando a andar pelo corredor. Zayn estava parado conversando com um homem, não consegui ver quem era pois estava de costas pra mim.  Me aproximei deles e dei um sorriso, apertando o botão do elevador.- ''Zayn, você por acaso não viu o Harry?...'' -Perguntei, mantendo a atenção no elevador.

''Louis! Que saudade!'' -Zayn me apertou em seus braços, me deixando meio impossibilitado.- ''Esse daqui é o Josh, um amigo meu e de Harry.'' -Assim que me soltou nós dois nos entre olhamos. 

''Prazer Louis.'' -Estendeu sua mão para mim. A apertei, fingindo um sorriso. 

''O prazer é meu.'' -Falei, limpando minha mão disfarçadamente em seguida. 

''Não vejo o Harry a uma semana Louis. Não estava na casa dele, a mãe dele disse que saiu e não voltou por dias.'' -Começou, passando seu braço por meus ombros.- ''Mas não se preocupe, ele deve estar só passeando, sei lá...'' -O telefone dele começou a tocar e Zayn o pegou, se afastando um pouco e atendendo. Botei meu olho em Josh, que estava com cara de cansaço.

''Oque você está fazendo aqui?''

''Eu que pergunto. Oque você está fazendo aqui, Louis?''

''Eu trabalho aqui!'' -Cruzei meus braços.

''Eu também.'' -Falou, me imitando. Depois, suas mãos se direcionaram até minha gravata e ele a arrumou.- ''Não sabia que trabalhava aqui. É meu primeiro dia, não conheço quase ninguém.''

''Também estou aqui a pouco tempo, mas você se acostuma.'' -Falei entre dentes, o vendo sorrir.- ''Mas não pensei que é porque trabalhamos no mesmo local que vamos manter um diálogo como se fossemos amigos. Você tem em mente que te odeio. Pelo menos eu acho.''

''Você é bem direto né, Louis? Ainda bem que não sou igual tu e fico guardando mágoas. Oque rolou entre a gente ficou no passado... Pois é, ficou mesmo.'' -Ele pegou a minha mão e encarou o anel.- ''Tanto que parece até comprometido, quem é o doente?'' -Puxei minha mão com força, o vendo sorrir.

''Nada que é da sua conta. Você fica insuportável cada vez mais. Como que eu tive coragem de ficar com uma pessoa tão idiota?'' 

''Mas nunca reclamou.''

''Olha Josh, dá licença, né? Eu preciso trabalhar.'' -Entrei no elevador que estava com a porta aberta e ele me seguiu.- ''Não me ouviu, por que me segue?''

''Não estou te seguindo, estou indo para minha sala, Tomlinson.'' -Assenti, me virando para o espelho e mexendo em meu cabelo. Mas na verdade só quero saber onde Harry está. Se ele saiu de casa a uma semana e não deu notícias, a coisa está bem estranha. Peguei meu telefone e tentei ligar em seu celular, mas como sempre só dá caixa postal. 

Louis: Me atende Harry, por favor eu estou muito preocupado contigo... Sem contar a saudade... Estou te esperando hoje. 

''Pra quem você liga tanto?''

''Já disse que não te interessa, mas que coisa chata! Sinceramente, eu tenho ódio de você por causa dessas suas provocações.'' 

''Não falei nada, só fiz uma pergunta.'' 

''E eu não quero responder.'' -Falei, vendo que a porta do elevador abriu. Saí caminhando pelo corredor e vi que ele me seguia. Mas não comentei nada, apenas continuei andando até parar na porta de minha sala, passando o cartão para destravá-la. 

''Eu ia usar meu cartão. Deve ser tão legal.'' -Josh disse, pegando o objeto que estava pendurado em seu pescoço. 

''Como?''

''Deixa pra lá, dá licença.'' -Me empurrou e entrou na sala. 

''Ei, essa é a minha sala, sai dai de dentro!'' -Entrei no local e pude ver que em vez de uma mesa no meio, haviam duas, uma de frente a outra, encostadas na parede.- ''Não... Ta brincando que vou dividir minha sala contigo... Tá errado!'' -Andei para o lado de fora da sala e chequei se era minha sala mesmo. O pior é que é ela.  Andei até minha mesa, desanimado, vendo Josh mexer nas cortinhas e fechá-las.- ''Ei, deixe o sol entrar!''

''Odeio sol.'' -Começou a mover a poltrona para o meio da sala, em cima do tapete. Depois andou até as pratelerias e começou a revirar as revistas, as tirando da ordem alfabética.

''Oque é que está fazendo? Deixe as coisas como estão!'' 

''Precisamos deixar esse ambiente apto para nós dois trabalharmos, não acha?''

''Estava perfeito! Você não tem o direito de chegar aqui e no primeiro dia querer fazer as coisas a seu gosto!''

''Se está tão incomodado assim, pede outra sala pra você.'' -Sentei sobre minha cadeira, vendo o tanto de papéis que eu teria de verificar. O pior é que terei de ficar olha so pra esse ser... E nem sei oque dizer. 

Apenas começei a checar papel por papel, carimbando os projetos... Aqueles que decidiram que entrariam em vigor nesse mês mesmo. Realmente, são projetos incríveis. As carimbadas rolavam soltas pelas folhas, mas a música que Josh colocou em seu computador está me irritando.

''Pode colocar os fones de ouvido por favor?'' -Pedi com educação, mas apenas revirou seus olhos, aumentando ainda mais o volume.- ''Você precisa fazer planilhas.'' -Voltei a comentar, tentando ser mais alto que o som. Então me levantei da cadeira e atravessei a sala. Segurei a tomada que ligava o computador e a puxei com força, o fazendo desligar.

''Tá maluco? Não viu que eu estava ouvindo música?''

''Você veio aqui pra trabalhar, me atrapalhar ou brincar? Porque aqui é sério, e eu vou meter a mão na sua cara se você não começar a fazer esses negócios logo. Eu cansei.'' -Falei e depois voltei novamente para minha mesa. Ele apenas ligou o computador e ficou esperando reiniciar, finalmente um pouco de paz. 

 

Harry P.O.V. 

Resolver sair da vista de todo mundo foi a melhor coisa que decidi fazer. Uma paz, repouso, descansar. Sentado em uma poltrona revejo uma revista que já vi umas três vezes desde que cheguei aqui. Minha cabeça não para de doer, eu sabia que não deveria ter bebido muito. 

''Aqui, tome esse chá e respire um pouco.'' -Victor entregou uma xícara em minhas mãos. A peguei com cuidado, notando estar quente.

''Obrigado.'' -Ele era um dos antigos funcionários de meu pai. Um dos melhores psicólogos que já conheci em minha vida toda. Talvez conversar um pouco me faça bem. E não, conversar com Zayn seria perda de tempo. Estou cansado de tudo, só quero respirar um pouco.

''Vamos lá meu amigo, conta oque aconteceu contigo. Oque te machuca, que te magoa, vamos...'' 

''Ah...'' -Girei a xícara em minhas mãos, sentindo o cheiro do líquido.- ''Eu só quero descansar um pouco de tudo... É muito problema sabe, meio que eu acabei misturando o profissional com o emocional e isso deu errado.''

''Já sei, você se apaixonou por um funcionário seu.'' -Ele se recostou na poltrona a minha frente, observando o fogo da lareira.

''Como tem certeza?''

''Não é a primeira vez que isso te acontece Harry. Pensa comigo... Você foi prejudicado muitas vezes por ter casos com funcionários de seu pai, lembra?''

''Tanto que um deles voltou a pouco tempo pra me atormentar.'' -Comentei e dei um gole no chá, sentindo descer queimando por minha garganta.- ''Mas... Dessa vez é diferente.''

''Diferente como?'' 

''Eu amo aquele garoto.'' -Começei a olhar pro fogo, imaginando como Louis deve estar preocupado. Parei de dar notícias depois que sumi. Passei esse tempo todo sem rumo por Doncaster até chegar aqui agora de manhã. Já são mais de cem chamadas perdidas dele durante esse tempinho.- ''Mas eu não sei se ele me ama.'' 

''Harry, você está bêbado demais.'' -O olhei e senti minha cabeça girar um pouco.- ''Não sei nem como conseguiu dirigir até aqui nessa situação.'' 

''Mas eu não quero ver o Louis... Não sei se vou voltar pra casa.'' 

''Mas é claro que volta, que besteira. Vamos lá, oque foi que aconteceu?'' 

''Nós dois brigamos, e por mais que isso faça três semanas, não me sinto bem desse aquele dia. É como se eu não consigo mais confiar nele depois do que vi.'' 

''Oque você viu?'' 

''Ele trocando carícias com outro homem... no sofá da minha casa. Fui tirar satisfações e o garoto ainda teve a cara de pau de dizer que aquilo era apenas uma brincadeira.'' -Dei mais um gole no chá, que agora já estava meio frio.

''Nossa, isso é pesado. E oque você fez a respeito?'' 

''Como assim oque eu fiz? É claro que brigamos, mas depois nos paramos de se falar... Até agora.'' 

''E você resolveu fugir de tudo? Deixar ele lá, sem notícias suas? Preocupado... Porque deve ao mesmo se preocupar contigo, né? Não sente remorso?''

''Mas...''

''Liga pra ele agora e fale oque você sente. Se ama ele, diga isso, fale o quanto ele é lindo aos seus olhos e que está louco para vê-lo.'' 

''O Zayn diria o mesmo.''

''É o certo. Se você o ama não é legal preocupá-lo dessa maneira.'' 

''Victor... Eu não quero fazer isso... não tenho certeza se ele vai me atender.'' 

''Como não? Ele tá te ligando a uma semana! Claro que quer ouvir sua voz, saber onde você está. Liga, Harry.'' 

''Não.'' 

''Harry, liga.'' -Victor insistiu.- ''Por favor, não se machuque assim... Pois eu duvido muito que você não esteja sentindo saudades dele.''

''Sim, estou... Mas eu quero um tempo pra pensar, não quero dar notícias tão cedo, talvez depois eu responda as mensagem e retorno com as ligações.'' -E o celular sobre minha coxa não parava de vibrar. 

Louis: Harry, eu estou muito preocupado, sua mãe disse que você não deu notícias desde que saiu de casa. 

Louis: Por favor Harry, me responde. Você não veio trabalhar hoje, eu não consegui fazer meus trabalhos de tanta preocupação.

Louis: Me dá um sinal de vida, me fala se tá tudo bem. Atende minhas ligações pelo menos!

Louis: Desculpa se eu fiz alguma coisa errada, se eu falei coisas que não devia, mas me perdoa, nunca tive intenção de te machucar.

Louis: Onde quer que esteja, espero que esteja bem. Eu odiaria ver que você se mudou e me esqueceu, pelo menos me responde.

Louis: Mas tarde nos falamos. Desculpa pelo incômodo, mas eu te amo, não se esqueça disso... Não se esqueça de mim, ou do certo e do errado.



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