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História Certo e Errado (Larry Stylinson) (2K17)(cancelado). - Capítulo Quatro.


Escrita por: MillaWand

Capítulo 4 - Capítulo Quatro.


E ainda derrubar suco na roupa e na poltrona era demais. Já estávamos para desembarcar do avião em solo de Vancouver, a idosa ao meu lado me olhava e ria ao invés de me oferecer ajuda. Tudo estava indo de mal a pior, abri a janela e engoli vento, era pior ainda estar sentado ao lado da turbina. 

Os passageiros começaram a descer. Eu só queria que alguém viesse me buscar e levasse-me daqui para longe, para uma cama, ninguém aguenta ficar num avião nove horas; pelo menos não eu, que nunca peguei voos tão longos assim.

Logo que desci pelo túnel que nos levava até o grande aeroporto, notei que as pessoas eram ridículas e arrogantes. Elas se esbarravam umas nas outras, atropeçavam em malas e não pediam desculpas, apenas se encaravam. Não sei se isso era um gesto típico daqui, mas já fui ficando com medo.

''Sun! Sun!'' Um homem gritava loucamente por alguém, todos ao seu redor nem pareciam se importar com o desespero dele. ''Alguém viu minha filha? Preciso encontrá-la!'' Era estranho, ele segurava um pequeno ursinho em mãos e chorava desesperadamente. Ele saiu para um lugar aleatório, se perdendo no meio da multidão.

Algo enroscou-se em minha mala e a puxou de minha mão. Virei-me bruscamente, uma garota estava ali, tentando abrir o zíper da bolsa. A tirei dela, meio confuso, e segurei seu pulso.

''O que pensa que está fazendo?'' Aquela menina me encarou. 

''Essa é minha mala!''

''Sua? Acho que não. Você está perdida? Onde estão seus pais?''

''Eu não sei, desci do avião e não o encontrei.'' 

''E como sua mãe chama?''

''Harry.'' 

''Acho que tenho um tempo para te ajudar a encontrar seu pai. Você quer me acompanhar? Podemos pegar sua mala.'' Ela assentiu, e a peguei no colo. 

Procuramos por sua mala despachada e Sun gritou ao que viu a dela. Na verdade, eu estava com medo de o pai ou a mãe dela a ver e achar que sou um traficante de crianças e que a roubei. 

Nós dois andamos até um guarda local. Disse que a garotinha estava perdida, se não tinha um jeito de conseguir encontrar um de seus pais. O guarda nos guiou até uma sala de emergência, logo acionando o grande auto-falante do aeroporto. 

''Atenção à todos. Foi encontrada uma garotinha perdida no desembarque três. Favor constatar a sala de emergência no segundo andar caso seja pai de Sun. Contato: uma garota foi encontrada perdida no desembarque três. Favor constatar a sala de emergência...'' O guarda anunciava quantas vezes fossem precisa. 

E nós esperamos ali por mais de vinte minutos e ninguém apareceu. Alguém deu leves baque nas portas e abri, logo encontrando ali o homem que, há poucos minutos, gritava desesperado pela filha. 

''Onde vocês a encontraram? Graças a Deus...'' Ele agaixou-se e envolveu a filha nos braços, preocupado ao máximo. Apenas observei a cena, mal cheguei em Vancouver e me sinto um herói por ter impedido uma catástrofe. Valeu para minha mala também, que veio massacrada entre tantas outras e salvou uma vida. 

''Esse cidadão procurou a segurança do aeroporto e constatou que essa criança procurava pela família.'' O então misterioso homem apertou minha mão. 

''Muito obrigado, eu nem sei como lhe agradecer... Com uma recompensa, talvez.''

''Não quero nada, por favor. Sua filha apenas pegou em minha mala achando que era dela, as duas são realmente parecidas...''

''Aceite algo por isso, vou me sentir muito mal se não contribuir comigo.'' 

''Vai ter que me desculpar, não vou aceitar nada. Foi de coração, não podia deixar essa garota perdida por um aeroporto cheio de pessoas arrogantes.''

''Tem razão, peço mil desculpas por ser tão descuidado, não vai acontecer novamente. Prometo.'' O homem deu um aceno de cabeça e um sorriso, logo acenando ao sair da sala. 

Alguém veio me buscar no aeroporto. Os táxis eram chiques, mas tinham um leve cheiro de cigarro e mijo. Meu bairro era bonito, as casas térreas eram muito boas, os jardins impecáveis, mas para um dia, o céu queria desabar em lágrimas até não aguentar mais. Iria cair uma chuva de lavar a alma. 

Assim que o táxi estacionou, peguei o envelope que haviam me entregado; continha a chave da casa e alguns documentos. Puxei minha mala, e logo o carro roncou rua afora. 

Destranquei a porta e aquele cheiro de mofo logo surgiu. Levaria uma semana para poder limpar essa casa inteira; era pó por todos os lados, em cima dos poucos móveis da sala, que pareciam ser mais velhos que minha avó, por cima da cômoda e da cama de casal enorme, por cima do balcão, pia, lavanderia. Estava tudo muito sujo, parece que não é habitada há muitos anos. 

Deixei a mala sobre a cômoda e decidi trocar os lençóis da cama por limpos. Minhas coisas chegaria pela tarde, então teria bastante tempo para retirar todo o pó dali e preparar para minhas valiosas coisas. 

O celular soou loucamente em meu bolso. 

''Louis! Como vai?'' 

Esse homem vai echer meu saco até quando? Que chato, desnecessário.

''Oi, Marcus, estou bem, e você?''

''Chegou em segurança? Gostou da casa? Desculpe, nós iríamos pegar um resort na praia para você se hospedar, mas o chefe foi bem exigente, não quis ter muitos custo. O cara é uma mão no bolso e uma na faca.''

''Não entendi muito bem, Valentine, mas... Está tudo ótimo, eu gostei da casa, agora vou fazer uma limpeza e...''

''Não, Louis! Você terá diarista, acho que ela chegará junto de suas coisas para poder dar um jeito nessa casa. Hmm... Acho que seu motorista ainda não foi contratado, mas estamos improvisando por enquanto, o motorista de seu chefe irá te buscar todos os dias, às seis e meia. Ele não gosta muito de atraso.''

''Espera... Você está dizendo que eu terei que dividir motorista com um chefe? É muita informação para um dia só! Calma...''

''Calma peço-lhe eu! Escuta, Louis, Patrick está uma fera contigo, você estrapolou na taxa de transporte dos teus produtos, mas dei um jeito, não se preocupe. À partir de amanhã, você já se apresenta como editor na empresa Styler's, certo? Não precisa se preocupar, com o tempo acostuma a dividir o carro com seu chefe, ele não é tão ruim quanto parece, mas lembre-se do que irei te dizer: em hipótese alguma, nunca puxe conversa com ele se não quiser tomar um coice.''

''Uau! Fiquei contente com essa ideia, sabia? Bom saber que meu chefe é um mala! Oh, me desculpe por dizer isso.'' 

''Eu te entendo, sei bem como o Styles é, aquele é arrogante a ponto de te julgar pela cor dos olhos. Mas não vai ser o caso, digamos que seus olhos são bem atraentes, vai alavancar sua sorte de ser bem-tratado. Opa, Paty está gritando comigo, preciso desligar. Mais tarde te ligo, até depois.''

''Até.'' Desliguei o telefone; que segundos depois voltou a tocar. 

''Com quem você estava falando sem parar que estava com a linha ocupada?''

''Marcus, meu sub-chefe. Ele é um pé no saco, literalmente.''

''Você sempre acha isso de todas as pessoas que te tratam bem.''

''Ashellen, como estão as coisas por aí? Está tão cedo e... Chuvoso aqui, ainda são sete.'' 

''Aí já está sol?''

''Chuva.''

''Aqui está tarde por volta das três e meia. Liguei para saber se está tudo bem, como foi a viagem?'' 

''Horrível, mas pelo menos fui um herói, salvei uma criança. Ted está bem?''

''Ele bebeu muito ontem e não acordou até agora... Que história é essa de criança?'' 

''O Mark perguntou de mim?''

''Que criança era essa?''

''Ashellen!'' A linha ficou muda. 

''É, você foi um herói. Sim, Mark perguntou de você... Ele estava arrasado com tudo isso, em como foi embora de uma hora para outra e não se despediram... Vem cá, ele tinha mesmo que vir chorar justamente em meu ombro?''

''Sabia que teria problemas, sinto minha mente pesada. Se caso Mark reaparecer aí, diga que quero falar com ele, por favor... Quero me desculpas, esclarecer tudo, mesmo que ele não vá entender, nem que eu explique quatrocentas vezes.''

''Acho que posso fazer um esforço, mas não quero virar sua secretária pessoal...''

''Tenho o Marcus para isso.''

''De qualquer maneira, não esqueça dos artigos que terá que produzir para sua nova revista. Eu e Ted combinamos de gastar quarenta por cento do salário comprando suas revistas para te ajudar.''

Puta que pariu. Eu tinha muito pouco tempo para produzir artigos convencentes que pudessem atingir um gigante público. Talvez pudesse escrever sobre quais marcas de cigarro ou cervejas poderiam ser oferecidas em um jantar entre família ou qual carne usar em um churrasco de tios no domingo. 

Futebol. Era um assunto que domo bem, além de ser apaixonado pelo esporte. Limpei a bancada e sentei-me nela. Tinha costume de escrever tudo nas notas de meu celular, então já fui colocando em tópicos todas as ideias que tive para a primeira edição da revista. 

À tarde, uma mulher veio limpar minha casa. Ela passava o aspirador de pó por tudo, sempre que sentei-me em um lugar, ela me seguia com aquele barulhento objeto, sugando toda a poeira dali. 

O nome dela era Flor. Mantia os cabelos presos num coque, usava um aventalzinho preto. Era baixinha e um pouco curvada para a frente, o que dava a impressão de ser mais baixa ainda. 

''Acho que vou sair daqui.'' Mais uma vez tive a impressão de estar incomodando. Ela ia arrumando meu quarto; trocou os lençóis da cama e até colocou cortinas na janela. Dobrou todinhas minhas roupas e colocou cada objeto em um lugar, meus vasos todos sobre a cômoda, o tapete no chão, cabides pendurados, pôster de bandas nas paredes e até trocou uma fiação que estava velha, onde seria conectado o computador que estava para chegar. 

Me trariam também uma nova TV e geladeira, fogão e micro-ondas. Não sei por quanto tempo ficaria ali, mas não pensava em ir embora tão cedo, a vida boa estava me convencendo em ficar.

Assim que a casa estava quase toda arrumada -faltando apenas a cozinha e a lavanderia-, Marcus me ligou. Estávamos conversando sobre coisas aleatórias, acho que era divertido trocarmos assuntos, ele estava me dando umas ideias boas do que poderia fazer... Só não poderia deixar Patrick saber. 

''Eu pensei em escrever sobre os dez melhores times de futebol do mundo.''

''Isso causaria tumulto e polêmica... Mas, se for consultar alguns sites que comparam times, pode se inspirar em listas montadas por associações.''

''Lógico que eu não faria sobre minha opinião, mas o que acha?''

''Falar sobre homens na cozinha também é tentador. Muitas mulheres sonham com isso, vão se interessar sobre a revista.''

''Ótimo, já tenho mais de vinte tópicos sobre o que posso escrever.''

''Certo, Patrick quer essa revista pronta em uma semana.''

''Me dê dois dias e elas já estarão nas bancas. Vou ter gráficos trabalhando junto comigo?''

''Claro que sim, só se responsabilize com os artigos, as imagens serão proporcionais aos seus gostos. Você estará lá dentro para mandar, mas não exija muito, o povo de Vancouver é meio arrogante. Patrick é daí, por isso esse jeitão dele.''

''E você é o que?''

''Americano. Canadense.''

''Certo. Então à partir de amanhã o motorista já virá me buscar?''

''Isso! Só não se atrase, tente ser pontual, e nada de conversinhas dentro do carro!'' 

Era para o dia ter começado bem. Chuva. Chovia muito. Juntei-me de minha bolsa e ouvi o barulho de uma buzina, era hora de ir. 

Rapidamente, tranquei a porta e corri entre os grossos pingos de água e abri a porta, logo entrando. 

''Me desculpa, seu motorista, pela demora. Molhei um pouco seu carro e...'' Virei-me de lado. 

Porra. 

''Você?'' Comentei, assustado. O homem virou seu rosto para mim e teve a mesma surpresa, logo sorrindo. 

''Ah, eu não acredito!''

''Quem não acredita sou eu! Caramba! Que surpresa enorme! Como está sua filha?''

''Ótima, ela não parou de falar no homem do aeroporto. Ainda está com a cabeça em sua mala. Tive que procurar uma ainda mais idêntica a sua para que ela se acalmasse.''

''Eu sinto muito, senhor, não foi a intenção.''

''Senhor, não. Me chame de Harry.'' 

''Meu Deus! D-desculpa, o senhor é meu chefe! Não deveria estar te dirigindo a palavra desta maneira, perdão.'' Minha cara estava no chão, ainda mais por sua gargalhada ecoar por todo o carro. 

''Não precisa pedir desculpas dessa maneira, te devo muitas coisas.'' Um silêncio constrangedor tomou conta do ar. ''Qual seu nome?''

''Louis.'' 

''Eu já sabia, Marcus já havia me dito.''

''Então por quê perguntou?''

''Não é só o povo de Vancouver que é agressivo, os indianos também...'' 

''Mas eu não sou indiano... Sou jamaicano.''

''Me desculpe por isso... Você usa drogas?''

Vai começar. 



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