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História Céu Escarlate - Lycoris radiata


Escrita por: ScarletSutcliff

Capítulo 3 - Lycoris radiata


Fanfic / Fanfiction Céu Escarlate - Lycoris radiata

 

Londres, data desconhecida

 

-Não!

-Não quero que façam maldade com a senhora

-Grell...

-Eu venho te visitar...

Elle deu um grande sorriso e acariciou o menino, virando para Lily

-Ele vem te ver

Lily se aproximou de Grell, se abaixou e abraçou o garoto

-Eu te amo Grell

-Eu também mamãe... desculpa

-Filho... Eu te tiro de lá...

Grell ouviu um estouro, sentiu algo quente espirrando em seu rosto, o corpo de Lily amolecendo em seus braços, os olhos dela já sem vida, o tiro na cabeça da mãe, a arma na mão de Elle

 

Londres, 19 de junho de 1830

 

-Hey mendigo, vamos, tem que sair daqui

Grell acordou assustado deitada na grama do parque e do lado estava um guarda, se levantou reclamando baixo

-Já estou indo

O ruivo pegou suas coisas e passou pelo policial

-Gostei do cabelo mendigo

Grell deu um pequeno sorriso

-Obrigado seu guarda

Seguiu pelo parque, uma hora ou outra sorria para algum rapaz que passava o olhando, não criava tanta expectativa, talvez para época, seria o único rapaz homossexual em Londres. Foi até o lago, se sentou em um banco e levantou a cabeça observando o céu já azul daquela manhã

-Com licença, posso me sentar?

Um rapaz de terno se aproximou

-Ah...Claro

Se sentou, abrindo um livro e ajeitou os óculos que usava com a ponta de seus dedos

-Vem sempre aqui?

-Às vezes

O moreno riu baixo, Grell o olhou confuso

-Eu sempre te vejo aqui...

-Você fica me seguindo?

-Oh, não, eu moro perto daqui e bom, é difícil não reparar em você- Grell sorriu por um momento- o seu cabelo sabe... chama bastante atenção

O ruivo fez um muxoxo e cruzou as pernas

-Era de se esperar, sempre escuto isso

-Sua pele é clara, como porcelana, isso destaca, seria como... uma Lycoris numa manhã de neve

Grell ficou ruborizado se encolhendo no banco

-Obrigado...

O moreno sorriu, voltando sua atenção ao livro

-Trabalha por aqui?

-Bem...não tenho para onde ir, moro na rua

-Poxa, sinto muito

-Tudo bem

-Hey- Fechou o livro, tirando algo do bolso- Tome isso, é o cartão da gráfica que eu trabalho

Grell pegou o pequeno papel vermelho onde estava “Gráfica Phantom’’

-E onde eu ficaria?

-Na minha casa

-Oi?

-Vamos, eu moro sozinho, um pouco de companhia me fará bem

Grell abaixou a cabeça por um momento

-Tudo bem

-Certo- O moreno se levantou- Vamos

Os dois rapazes seguiram até uma rua próxima, parando em frente à uma casa grande, de portões prata e um belo jardim de entrada

-Essa é sua casa?

-Sim, herança de meus pais

-E cadê eles?

-Viajaram... enfim, entre

Entraram e Grell se deu diante um grande salão, bem decorada e aconchegante

-Aqui- o anfitrião pegou as coisas de Grell- deixe que eu leve essas coisas para você

Foram até uma porta branca

-Pode ficar nesse quarto, era de meus pais, tem algumas roupas no armário, pode usar o banheiro e tome um banho, se arrume e desça, vou preparar algo, você deve estar com fome- o ruivo concordou com a cabeça- Aliás, não nos apresentamos, como se chama?

-Sou Grell Sutcliff

-Prazer Grell, sou William T. Spears, me chame de Will, como preferir

Grell concordou, William sorriu e fechou a porta do quarto.

Grell se despiu, se observou no espelho, a pele pálida, o cabelo se destacando, os dentes, sorriu e entrou na banheira já cheia de água. Pensou no pesadelo, em Lily, sua mãe, chorou, se pegou dando risadas, chorou novamente, saiu e foi até o quarto se secando, abriu o armário e por um momento ficou encantado com os vestidos, passou suas mãos sobre os tecidos, se atreveu a pegar um de cetim vermelho escuro, vestiu e foi até o espelho, observando o mesmo, deu voltas e sorriu, deu um longo suspiro e retirou o traje, guardando-o de volta ao armário. Vestiu uma calça e um terno escuro simples, junto a um sapato de couro e desceu até o salão, vendo a mesa arrumada e Will em pé ajeitando um vaso de flores vermelhas

-Quanta cortesia senhor Spears

O moreno se virou sorrindo

-Oh não, só Will por favor

Grell se aproximou se sentando à mesa

-Que flores lindas

Will sorriu, pegando uma das flores

-Fiz um arranjo com as flores vermelhas, já que recebi você, aqui

Deu a flor ao ruivo, que sorriu

-O que seria essa?

-Como disse de manhã, do seu cabelo- ajeitou os óculos- Lycoris radiata, o nome da flor

Grell sorriu pousando a flor ao lado de seu prato, Will se apressou e pegou o prato do mesmo, colocando as mais variadas comidas presentes na mesa

-Aqui- retornou o prato ao ruivo- coma

Após a refeição Will entregou à Grell um pacote

-O que é isso?

-Use hoje quando formos na gráfica, foi presente de minha mãe, mas nunca usei, talvez por ter ficado muito apertado em mim, em você ficara ótimo

Abriu o presente, um terno com uma gravata preta, e um sapato combinando, aparentando serem caros

-Não posso usar isso

-Vamos, use, por favor

Grell o olhou por um momento, soltou um suspiro

-Certo, vou usar

Will sorriu

-Vou me arrumar, se arrume, vou te apresentar na gráfica

Se encontraram no jardim, Grell estava com o traje a qual foi presenteado, Will com o mesmo, seguiram pelas ruas de Londres enquanto conversavam. Pararam diante uma grande entrada com janelas e uma porta de madeira

-É aqui- abriu a porta- entre

Subiram uma longa escada, e entraram em um escritório, onde havia um homem vestido de preto diante uma estante

-Senhor...

O mesmo se virou, os cabelos pretos e lisos, os lábios com os de um gato, os olhos vermelhos como fogo que paralisaram Grell, que sentiu um grande arrepio pela coluna

-Esse é Grell Sutcliff- apontou o mesmo- ele está em busca de um emprego, se o senhor não se importa

O homem se aproximou, dando um largo sorriso

-Ora ora, acho que já vi o senhor em algum lugar- apertou a mão de Grell- Prazer, sou Sebastian Michaellis

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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