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História Céus e Mares - Disposta e Valente


Escrita por: dfcrosas

Capítulo 16 - Disposta e Valente


Fanfic / Fanfiction Céus e Mares - Disposta e Valente


Arco II - Do Mar Nos Elevamos 
Parte VII - Você pode mentir para si mesma... Pode afirmar que não tem pecados... Mas não pode fugir ou esconder o que fez...
 

Hazel ficava enjoada tão facilmente que parecia mais como uma praga do oceano. Assim que deixaram as docas, seu estômago começou a se embrulhar. Quando passaram o píer de São Francisco, ela se sentiu tão tonta que pensou que estava tendo alucinações. Podia jurar que viu um velho mendigo sentado entre leões marinhos no cais. Ele apontou um dedo ossudo para Andy e movimentou a boca como se dissesse uma ameaça.

"Você viu aquilo?" Hazel perguntou.

O rosto de Andy estava vermelho ao pôr do sol. "Sim... Eu estive aqui antes. Eu... eu não sei. Acho que estava procurando pelo Anthony."

"Você quer dizer, no teu caminho até o Acampamento Júpiter?" Frank perguntou. 

Andy franziu a testa. "Não. Antes disso." Ela escaneou a cidade como se ainda esperasse encontrar o tal do Anthony. 

O barco estremeceu. Eles entraram nas correntes do Pacífico e contornaram a costa rochosa do Condado de Marin. 

"Você está bem?" Frank perguntou. "Parece enjoada."

"Fico enjoada no mar," ela confessou. "Eu não achei que seria tão ruim."

Frank fez beicinho como se fosse de alguma forma sua culpa. Ele começou a cavar em sua mochila. "Eu tenho algum néctar. E alguns biscoitos. Hum, minha avó diz que gengibre ajuda... Não tenho nada disso, mas..."

"Está tudo bem," Hazel reuniu um sorriso. "A intenção que vale."

Frank tirou um biscoito de água e sal da mochila. Ele o partiu com seus dedos grandes, e pedaços de biscoito explodiram por toda parte.

Hazel riu. "Deuses, Frank... desculpe. Eu não deveria rir."

"Uh, não tem problema,' disse ele timidamente. "Acho que você não vai querer esse aqui."

Andy não estava prestando muita atenção. Manteve os olhos fixos na costa. Ao passarem pela praia Stinson, ela apontou para onde uma única montanha subia acima das colinas verdes. "Me é familiar," disse.

"Monte Tam," disse Frank. "Os outros no acampamento estão sempre falando sobre isso. Uma grande batalha aconteceu no cume, a base de um antigo Titã."

Andy franziu a testa. "Algum de vocês estava lá?"

"Não," disse Hazel. "Isso foi antes de, hum, antes de eu chegar ao acampamento. Lena me contou a respeito. A legião destruiu o palácio do inimigo e cerca de um milhão de monstros. Lena teve que batalhar com Crio... um combate corpo a corpo com um titã, se você puder imaginar."

"Eu posso imaginar," murmurou Andy.

Hazel não tinha certeza do que ela quis dizer, mas Andy a fazia lembrar-se de Lena, ainda que elas não fossem nada parecidas. Elas tinham a mesma aura de poder, além de uma espécie de tristeza, como se tivessem visto o seu destino e sabiam que era apenas uma questão de tempo antes que encontrassem um monstro que não poderiam vencer.

Hazel pensou na sua primeira morte, e os meses que a antecederam: sua casa em Seward, os seis meses que passou no Alasca, pegando o pequeno barco até a Baía da Ressurreição à noite, para visitar a ilha amaldiçoada. Percebeu seu erro tarde demais. Sua visão escureceu, e ela caiu, voltando no tempo.

Sua mãe raramente estava em casa. Ela não era mais a Rainha Marie. Era apenas Marie, a ajudante contratada. Mas a noite, Marie Lavesque se transformava. A Voz assumia, dando ordens a Hazel, colocando-a para trabalhar em seu projeto horrível. 

Às vezes, ela pensava no pai; Plutão lhe tinha advertido sobre o Alasca. Era a terra além dos deuses. Ele não podia protegê-las aqui. 

Hazel chegou em casa tarde uma noite. Sua mãe não estava lá. Por um segundo Hazel se sentiu aliviada. Então viu os escombros. O guarda-roupa estava aberto e suas roupas espalhadas pelo chão. Seu colchão havia sido picado como se um leão o tivesse atacado. O pior de tudo, seu bloco de desenho fora rasgado em pedaços. Seus lápis de cor foram todos quebrados. Pregada na parede estava uma nota em vermelho: Menina Malvada . Estou te esperando na ilha

Ela pegou o barco a remo e remou em direção a boca da baía. Depois de alguns minutos, se virou e olhou para a frente. Bem na frente dela, fora do nevoeiro, a ilha se materializou: um hectare de pinheiros, rochas e neve, com uma praia de areia negra. No centro da ilha, dois enormes pedregulhos negros formaram a entrada de um túnel. Hazel entrou na caverna que ela chamava de o Coração da Terra. 

Este lugar estava vivo. A terra estava dormindo, mas pulsava com poder. Seus sonhos eram tão mal-intencionados, tão intermitentes, que Hazel sentiu que estava perdendo a noção da realidade. Gaia queria consumir a sua identidade, assim como tinha dominado sua mãe. Ela queria consumir todo ser humano, deuses e semideuses que se atrevessem a andar pela sua superfície.

Marie Levesque estava sobre o poço. "É tarde demais," dizia. Estava acordada e consciente. "O que foi que eu fiz? Ah, Hazel, o que eu te fiz?" Sua mãe caiu de joelhos e começou a chorar. "Sinto muito, Hazel. Sinto muito." Ela parecia desamparada e sozinha, terrivelmente triste.

Hazel se ajoelhou e colocou o braço em torno de sua mãe. Não havia quase nada dela, só pele e ossos e roupas de trabalho manchadas. "O que podemos fazer?" Hazel disse. "Diga-me como parar isso."

Sua mãe balançou a cabeça. "Ela me libertou. Ela sabe que é tarde demais. Não há nada que possamos fazer. Há apenas mais uma coisa que ela precisa de mim. Para isso, precisa do meu livre-arbítrio." Ela olhou para Hazel ternamente. "Plutão me avisou. Ele disse que o meu desejo era muito perigoso."

"O teu... teu desejo?"

"De ter toda a riqueza debaixo da terra," disse ela. "Ele controlava isso. Eu queria. Estava tão cansada de ser pobre, Hazel. Tão cansada. Primeiro eu o convoquei... Só para saber se poderia. Nunca pensei que um velho feitiço indígena iria funcionar com um deus. Mas ele gostou de mim. E quando você nasceu, ele ficou tão satisfeito e orgulhoso. Prometeu que me daria qualquer coisa. Ele jurou pelo rio Estige. Pedi todas as riquezas que ele tinha. Ele me avisou que quanto mais grandiosos fossem os desejos, causariam mais sofrimentos. Mas insisti. Imaginava viver como uma rainha: a esposa de um deus! E você... Você foi amaldiçoada. É por isso que encontra as coisas que estão debaixo da terra e por que elas te trazem apenas tristeza." Sua mãe fez um gesto com indiferença em torno da caverna. "Foi assim que ela me achou, e por isso foi capaz de me controlar. Eu estava com raiva de teu pai. Eu o culpava por meus problemas. Eu culpei você. Estava tão amarga, ouvi a voz de Gaia. Fui uma tola. Sinto muito, Hazel. Se você puder me perdoar, por favor... saiba que foi só porque eu te amo. Ela prometeu deixá-la viver se..."

Com uma certeza terrível, Hazel soube o que iria acontecer a seguir. A única coisa que Gaia precisava era de um sacrifício, uma alma disposta a ser consumida para Alcioneu despertar. Sua mãe morreria e Hazel seria absorvida. Hazel sobreviveria para ver o fim do mundo, sabendo que ela o causou.

Então tomou sua decisão. Ela alcançou as profundezas de sua alma e convocou o último de seus poderes. Joias e pedaços de ouro dispararam da fissura com tal força, que as paredes da caverna racharam e estilhaços voaram. A fissura explodiu. O telhado ruiu. Hazel afundou nos braços de sua mãe, na escuridão, enquanto o óleo enchia os seus pulmões e a ilha entrou em colapso na baía.

"HAZEL!" Frank lhe chacoalhou, parecendo em pânico. "Vamos lá, por favor! Acorde!"

Ela abriu os olhos. Estava deitada em terra firme. Ela sentou-se, tonta, a cabeça girando. "Onde estamos?"

Frank expirou. "Graças aos deuses você está acordada! Nós estamos em Mendocino, cerca de duzentos e oitenta quilômetros ao norte da Golden Gate."

"Duzentos e oitenta quilômetros?" gemeu Hazel. "Fiquei apagada por tanto tempo?"

Andy ajoelhou-se ao lado dela, o vento do mar varrendo seu cabelo. "Não pudemos acordá-la. Decidimos então trazê-la em terra firme. Nós pensamos que talvez o enjoo-"

"Não foi nenhum enjoo." Ela respirou fundo. Era hora. "Eu... Eu não fui honesta com vocês. O que aconteceu foi um apagão. Eu os tenho de vez em quando."

"Um apagão?" Frank pegou a mão de Hazel, o que a surpreendeu de uma maneira agradável. "É um problema médico? Por que eu não notei isso antes?"

"Eu tento esconder," ela admitiu. "Tive sorte até agora, mas está ficando pior. Não é problema médico... Nico disse que é um efeito colateral do meu passado, de onde ele me encontrou."

"Onde exatamente Nico te encontrou?" Andy perguntou.

"Eu explicarei," Hazel prometeu. "Mas preciso beber alguma coisa antes."

"Sim," Andy concordou se oferecendo para ir até o barco buscar os suprimentos. 

Uma vez sozinhos, Frank pareceu perceber que ainda estava segurando a mão de Hazel. Ele limpou a garganta e soltou-a. "Eu, hum... Acho que entendo teus desmaios... e de onde você vem."

O coração dela acelerou. "Você entende?"

"Você parece tão diferente das outras meninas." Ele piscou e então se apressou em dizer. "Não como... diferente para ruim. Apenas a maneira que você fala. As coisas que te surpreendem, como as músicas, ou programas de TV ou teu modo de falar. Você fala da tua vida como se ela tivesse acontecido há muito tempo atrás. Você nasceu em um tempo diferente, não é? Você veio do Mundo Inferior." Frank não agiu transtornado ou com medo. 

Hazel queria chorar. "Frank, eu-"

"Nós vamos dar um jeito," ele prometeu. "Você está viva agora. E nós a manteremos dessa maneira."

"Eu não mereço alguém como você," ela disse. "Você não sabe o que sou... o que eu fiz."

"Não há nada de errado contigo," disse Frank carrancudo. "Você não é a única que possui segredos."

Hazel olhou fixamente para ele. "Não sou?"

Frank começou a dizer algo. Então enrijeceu.

"Que foi?"

"O vento parou."

Ela olhou ao seu redor e notou que ele estava certo. O ar tornou-se perfeitamente imóvel. 

Frank engoliu em seco. "Por que a grama ainda continua em movimento?" Pelo canto do olho, Hazel viu formas escuras ondularem através do campo. Frank tentou agarrar os braços dela, mas já era tarde demais. Algo bateu nele por trás. Então uma força como um furacão de grama a envolveu, arrastando-a para dentro dos campos.

Hazel não podia sentar. Não podia tocar o chão. Não conseguia alcançar sua espada. As plantas mantinham-na sem equilíbrio, atirando-a para todo o lado, cortando seu rosto e seus braços. Os gritos de Frank desapareceram na distância. Ela fechou os olhos e tentou ignorar os solavancos e arremessos. Enviou seus pensamentos para a terra abaixo. Ouro, prata; se concentrou em qualquer coisa que pudesse atrapalhar seus sequestradores. Não conseguiu sentir nada. Riquezas abaixo da terra: zero.

De repente, a terra retumbou. O redemoinho de plantas a libertou e ela foi lançada para cima como um projétil de catapulta. Ela virou seu corpo no ar. Então estava caindo. Seu treinamento de combate veio à calhar. Quando atingiu o chão, rolou, deu uma cambalhota e ficou em pé. Sacou sua espada. A grama se mexeu ao redor dela. Vozes zangadas sibilaram contra a rocha maciça que havia interrompido seu avanço. Antes que pudessem se reagrupar, Hazel correu para a rocha e escalou até o topo.

"Vão embora, bando de ervas daninhas! Deixem-me em paz!" ela gritou. 

Certa de um dúzia de pequenos cupidos gordinhos apareceram. Ao caminharem para mais perto, Hazel percebeu que não eram nem bonitos nem angelicais. Eles eram do tamanho de crianças, como bebês gordos, mas suas peles tinham uma estranha coloração esverdeada. Tinham asas secas e frágeis como palha de milho e um cabelo branco como seda. Seus rostos eram salpicados com grãos de cereais, seus olhos eram de um verde sólido e seus dentes saiam de suas bocas como caninos.

A maior criatura se aproximou e sibilou para Hazel. "Você convocou o xisto!" a criatura gritou. "Pedra desagradável!" Eles circundaram a pedra, não fazendo nenhum esforço para escalá-la, pelo menos ainda não. 

"Vocês são servos de Gaia," Hazel adivinhou apenas para mantê-los falando. 

"Nos somos os karpoi, espíritos do grão. Filhos da Mãe Terra, sim! Nós temos sido seus assistentes desde sempre. Antes que os humanos nojentos tivessem nos cultivado nós éramos selvagens. E seremos novamente! O trigo irá destruir tudo! Desça do xisto, semideusa. Nós devemos te carregar até o exército de nossa amada. Eles irão nos recompensar! Irão matá-la lentamente."

"Tentador," disse Hazel. "Mas não, obrigada. Poderia me explicar uma coisa? Se vocês são os espíritos dos grãos, não deveriam estar do lado dos deuses? A deusa da agricultura não é Ceres..."

"Nome ruim! Nos cultivou! Nos fez crescer em linhas nojentas. Deixou que os humanos nos colhessem. Bah! Quando Gaia for a dama do mundo mais uma vez, nós iremos crescer selvagens, sim!"

"Bom, naturalmente," disse Hazel. "Então esse exército dela está aonde, neste momento?"

"Justamente sobre o cume! A Mãe Terra, ah, sim! Ela nos disse: 'Procure pela filha de Plutão que voltou à vida. Encontre-a e traga-a viva! Eu tenho muitas torturas planejadas para ela.' O gigante Polibotes irá nos recompensar por sua vida! Então, iremos marchar para o sul para destruir os romanos. Nós não podemos ser mortos, você sabe, mas você pode, sim."

"Então você... você não pode ser morto porque Alcioneu capturou a morte?"

"Exatamente!"

"E ele está mantendo-o preso no Alasca. Bem... vamos ver, qual o nome deste lugar?"

"Ahhh, semideusa inteligente," o líder falou. "Tentando nos enganar para lhe revelar segredos. Você nunca encontrará o covil de Alcioneu."

"Eu já sei onde ele está," Hazel falou com uma falsa confiança. "Ele está na ilha da baía da Ressurreição."

"Ha!" ele zombou. "Esse lugar afundou sob as ondas há muito tempo. Você deve saber disso. Gaia odeia você por isso. Quando você frustrou seus planos ela foi forçada a dormir novamente. Décadas e décadas! Alcioneu não foi capaz de se reerguer. E nossa mestra continua dormindo. Alcioneu foi forçado a esperar pelo momento certo, no norte, planejando. Somente agora que Gaia começou a se agitar. Mas ela ainda lembra de você, assim como seu filho! Você nunca irá encontrar a prisão de Tânatos. Todo o Alasca é a casa do gigante. Ele poderia estar mantendo a Morte em qualquer lugar. Você levaria anos para encontrá-la, e o seu pobre acampamento só têm dias. É melhor você se render. Nós lhe daremos grãos."

Hazel agarrou sua Sphata. "Se eu tiver que destruir vocês todos, assim farei. Eu sou a filha de Plutão!"

Os karpoi avançaram. Então Frank e Andy irromperam em campo aberto e começaram a massacrar cada fonte de fibra que puderam encontrar. Frank atirou flechas e Andy cortou com a espada. Hazel pulou para baixo e se juntou à luta. Em minutos, os karpoi foram reduzidos a montanhas de sementes e cereais. Alguns começaram a se reformar, mas Andy puxou um isqueiro da sua mochila e acendeu uma chama.

"Tente," ela avisou, "e o campo inteiro vai pro beleléu. Fique longe de nós, ou a grama queimará!"

Frank estremeceu como se a chama o aterrorizasse. Hazel não entendeu porque, mas gritou para as pilhas de sementes mesmo assim: "Ela vai fazer isso! Ela é louca!" Os restos dos karpoi se espalharam ao vento. Frank escalou a pedra e os observou partirem. 

Andy extinguiu a chama e sorriu para Hazel. "Como os deteve por tanto tempo?"

Ela apontou para a rocha. "Uma grande pilha de xisto."

"Como?"

"Meninas," Frank chamou de cima da rocha. "Vocês precisam ver isso."

Andy e Hazel escalaram e se juntaram a ele. No momento em que Hazel viu o que ele estava olhando, ela inalou rispidamente. Embaixo deles, um exército estava em movimento. Toda a ravina estava cheia de monstros: fileira atrás de fileira marchando para o sul, tantos e tão perto. Hazel, Andy e Frank se encolheram atrás da rocha. Assistiram sem acreditar enquanto dúzias de humanóides grandes e cabeludos passavam. As criaturas tinham seis braços cada, três saindo de cada lado.

"Gegenes," sussurrou Hazel. "Os Nascidos da Terra."

"Você lutou com eles antes?" perguntou Andy.

Ela negou com a cabeça. "Só ouvi sobre eles nas aulas de monstros no acampamento. Os Nascidos da Terra enfrentaram os Argonautas. E aquelas coisas atrás deles-"

"Centauros," disse Andy. "Sim. Mas isso não está certo... Centauros são caras bons."

Frank fez um barulho sufocado. "Isso não é o que nos foi ensinado no acampamento. Centauros são loucos, sempre ficam bêbados e matam heróis."

Andy contemplou mais ao longe na estrada e sua face ficou frouxa. "Meus deuses... Ciclopes." Ela pressionou os lados de sua cabeça. "Ciclopes. Centauros. Isto está errado. Tudo errado."

O exército de monstros era o suficiente para fazer qualquer um se desesperar, mas Hazel percebeu que algo a mais estava acontecendo com Andy. Ela estava pálida sob a luz da lua, como se as suas memórias estivessem tentando voltar, embaralhando a sua mente no processo.

Hazel olhou para Frank. "Temos que levar Andy de volta ao barco. O mar vai fazer com que se sinta melhor."

"Sem discussão," disse Frank. "Têm muitos deles. O acampamento... Temos que avisar o acampamento."

"Eles sabem," grunhiu Andy. "Reyna sabe."

Um nó se formou na garganta de Hazel. Não havia forma de a legião enfrentar tantos. "Venham," ela pediu. "Vamos-" Então ela viu o gigante. Ele era mais alto que a torre de assalto com pernas escamosas de réptil, como um Dragão de Komodo da cintura pra baixo e uma armadura verde-azulada da cintura pra cima. Seu rosto era humano, mas seu cabelo era verde e selvagem, como um esfregão de algas. Ele estava armado com um tridente imenso e uma rede pesada. 

"Quem é ele?" A voz de Frank tremeu. "Esse não é..."

"Não é Alcioneu," disse Hazel fracamente. "Um dos seus irmãos. Polibotes, eu acho." Ela não estava certa de como sabia, mas podia sentir a aura de poder do gigante mesmo dali. 

"Deus do mar," o gigante murmurou. Para o horror de Hazel, ele se virou em sua direção. "Eu cheiro deus do mar."

Andy estava tremendo. Hazel colocou a mão no seu ombro e tentou pressioná-la contra a rocha.

Uma mulher ciclope rosnou. "É claro que você cheira deus do mar! O mar está bem ali!"

"Mais do que isso," Polibotes insistiu. "Eu nasci para destruir Netuno. Eu posso sentir..." Ele franziu a testa e então pareceu mudar de ideia. "Muito bem. Marchem! Marchem!" 

Eles marcharam ao sul. Gradativamente, a última fileira de monstros passou pelas colinas e desapareceu na noite. Hazel, Frank e Andy foram deixados sozinhos.

Andy estremeceu violentamente. Hazel sabia que ela precisava de ajuda, descanso ou alguma coisa. Ver aquele exército devia ter desencadeado algum tipo de memória, deixando-a em estado de choque. 

"Vamos para uma loja de conveniência," Hazel disse.

"Mas tem um monte de cobras guardando a colina agora," disse Frank. 

Ambos olharam para Andy que estava tremendo como se tivesse hipotermia.

"Temos que tentar," decidiu Hazel e Frank assentiu sombriamente.



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