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História Céus e Mares - Escapando Destinos


Escrita por: dfcrosas

Notas do Autor


Estou tentando apressar o processo (pra gente chegar logo onde Andony se encontram de novo!!!!!) então talvez tenha uns errinhos. Peço perdão e que me avisem, por favor.

Kissus

PS. Não pude resistir e tive que usar esse gif.

Capítulo 18 - Escapando Destinos


Fanfic / Fanfiction Céus e Mares - Escapando Destinos


Arco II - Do Mar Nos Elevamos 
Parte VIII - Estou cansado demais para ouvir. Estou velho demais para acreditar em todas essas histórias infantis. Não há nada como fé.

 

Frank não podia entender como as meninas aguentavam estar ao seu redor. Andy havia deixado claro que odiava Marte, e Frank não podia culpá-la: Marte era um idiota.  Hazel ficava olhando Frank pelo canto dos olhos, como se estivesse assustada de que ele fosse se transformar em uma aberração ainda mais musculosa.

Ele suspirou. Não se lastime, diria a sua avó. Homens Zhang não ficam se lastimando.

Eles estavam a uns vinte metros da varanda quando algo sibilou atrás deles.

"Vão!" gritou Frank.

Andy tropeçou. Enquanto Hazel a ajudava, Frank se virou e colocou uma flecha no arco. Ele atirou às cegas. Achou que havia pego uma flecha explosiva, mas era só uma chama de sinalização. Ela derrapou pela grama, explodindo em uma chama laranja e assobiando: WOO! Ao menos iluminou o monstro. Sentada em um pedaço de grama amarela embranquecida havia uma cobra verde-limão, tão curta e grossa quanto o braço de Frank. Sua cabeça estava envolta em uma juba de barbatanas brancas e pontudas. A criatura fixou os seus grandes olhos amarelos em Frank. Avançou como uma lagarta, curvando-se no meio. Onde quer que tocasse, a grama esbranquiçava e morria.

Frank ouviu as meninas subindo os degraus da loja. Não se atreveu a virar e correr. Ele e a cobra se estudaram. A cobra sibilou, chamas ondulando em sua boca.

"Bom réptil arrepiante," disse bem consciente da madeira no bolso do seu casaco. "Bom réptil venenoso e cuspidor de fogo."

"Frank!" gritou Hazel atrás dele. "Vamos!"

A cobra saltou nele. Frank balançou seu arco e derrubou o monstro colina abaixo. Ela girou fora de vista. Frank sentiu-se orgulhoso de si mesmo até que olhou para o arco, que estava fumegando onde a cobra havia tocado. Assistiu enquanto a madeira se desintegrava em poeira. Ele deixou cair seu arco e correu para a varanda. Andy e Hazel o puxaram sobre os degraus. Quando Frank se virou, viu os três monstros circulando na grama, cuspindo fogo e deixando a colina marrom sob o seu toque venenoso. Eles não aparentavam ser capazes ou ter vontade de se aproximar da loja, mas aquilo não era muito conforto para Frank. Ele havia perdido seu arco.

"Nunca sairemos daqui," disse miseravelmente.

"Então é melhor entrarmos," Hazel disse.

Frank seguiu os suas amigas para dentro. Assim que passaram pela porta, luzes se acenderam. Andy inclinou-se sobre Hazel. Ela estava pior que nunca, como se tivesse sido atingido com uma gripe repentina. Seu rosto brilhava de suor.

"Vamos achar um lugar para você descansar," Frank lhe disse.

Então uma garota apareceu por detrás de caixas de granola. "Posso ajudar?" Ela era baixa e musculosa, com botas de laço, bermudas, e uma camisa amarelo-brilhante. Ela parecia jovem, mas o seu cabelo enrolado era branco. Frank tentou lembrar de como falar. Os olhos da garota eram realmente distrativos. As íris mudavam de cor de cinza para preto e para branco.

Do fundo da loja a voz de uma mulher chamou: "Fleecy? Não assuste os clientes, vamos. Traga-os aqui, pode ser?"

"O seu nome é Fleecy?" perguntou Hazel.

Fleecy riu. "Bem, na língua dos nebulae na verdade é..." Ela fez uma série de sons de estrondo e sopro. "Mas podem me chamar de Fleecy."

"Nebulae ..." murmurou Andy em um torpor. "Ninfas das nuvens."

Fleecy se encheu de luz. "Ah, eu já gosto dela! Usualmente ninguém sabe das ninfas das nuvens. Mas, minha nossa, ela não parece tão bem. Venham para os fundos. Minha chefe quer conhecê-los. Vamos consertar sua amiguinha."

No fundo da loja, atrás do balcão com uma velha máquina registradora, estava parada uma mulher de meia idade com a pele cor de oliva, longo cabelo preto, óculos sem borda, que cheirava a pétalas de rosas.

"Olá!" Ela inclinou-se sobre o balcão. "Estou tão feliz que estejam aqui. Sou Íris!"

Os olhos de Hazel se arregalaram. "Não a Íris... a deusa do arco-íris?"

Íris fez uma careta. "Bem, esse é o meu trabalho oficial, sim. Mas eu não me defino pela minha identidade corporativa. No meu tempo livre, eu gerencio isso!" Ela gesticulou ao seu redor orgulhosamente. "Uma cooperativa promovendo saudáveis estilos de vida alternativos e comida orgânica." Ela sorriu e apontou para um prato com bolos cobertos de chocolate. "Esses são livres de glúten, sem açúcar adicionado, enriquecidos com vitaminas, livres de soja, com leite de cabra e à base de algas. Você deveria experimentar um, Frank Zhang. Você é intolerante à lactose, não é?"

"Como você-"

"Eu sei dessas coisas. Sendo a deusa mensageira... bem, eu aprendo bastante, ouvindo todas as comunicações dos deuses e assim por diante."

Andy se inclinou sobre o balcão. Ela parecia que ia vomitar. "Monstros marchando para o sul," disse com dificuldade. "Vão destruir o nosso acampamento. Você não poderia pará-los?"

"Ah, eu sou estritamente não-violenta," disse Íris. "Eu posso agir em defesa pessoal, mas não vou ser arrastada para mais violência Olimpiana, muito obrigada. Estive lendo sobre Budismo. E Taoísmo. Não me decidi entre eles."

"Mas..." Hazel parecia mistificada. "Você não é uma deusa grega?"

Íris cruzou os seus braços. "Não me coloque em uma caixa, semideusa! Não sou definida pelo meu passado."

"Uh, está bem," disse Hazel. "Poderia ao menos ajudar a Andy? Acho que está doente."

Andy se aproximou do outro lado do balcão. Por um segundo Frank achou que ela queria os bolinhos. "Mensagem de Íris," ela disse. "Você pode mandar uma?"

Frank não estava certo de ter ouvido corretamente. "Mensagem de Íris?"

"Sim..." Andy vacilou. "Não é algo que você faz?"

Íris estudou Andy mais de perto. "Interessante. Você é do Acampamento Júpiter, e ainda assim... Ah, eu entendo. Juno deve estar de brincadeira."

"O quê?" perguntou Hazel.

Íris olhou para a sua assistente Fleecy. Elas pareciam ter uma conversa silenciosa. Então a deusa puxou um frasco de trás do balcão e espalhou óleo com cheiro de madressilva ao redor do rosto de Andy. "Aí, isso deve balancear o teu chakra. E quanto às mensagens de Íris... é uma forma antiga de comunicação. Os Gregos a usavam. Os Romanos nunca as tomaram para eles, sempre confiando nos seus sistemas de estradas e águias gigantes e outras coisas. Mas sim... Fleecy, você poderia tentar?"

"Claro, chefe!"

Íris piscou para Frank. "Não conte aos outros deuses, mas Fleecy gerencia a maioria das minhas mensagens hoje em dia. Ela é excelente nisso, realmente, e não tenho tempo de atender todos os pedidos pessoalmente. Isso bagunça o meu wa."

"O teu... wa?"

"Humm. Fleecy, porque você não leva Andy Jackson e Hazel Levesque para os fundos? Você pode dar algo para elas comerem enquanto arranja suas mensagens. E para Andy... sim, doença da memória. Imagino que aquele velho Polibotes... bem, encontrá-la em um estado de amnésia não pode ser bom para uma criança de P... quero dizer, Netuno. Fleecy, dê a ela um chá verde com mel orgânico e gérmen de trigo, e um pouco do meu pó medicinal número cinco. Isso deve consertá-la."

Hazel franziu a testa. "E Frank?"

Íris se virou para ele. Ela inclinou a sua cabeça intrigada, da mesma forma que sua mãe fazia, como se Frank fosse a maior pergunta na sala. "Ah, não se preocupe," disse. "Frank e eu temos muito que discutir."

 Íris enlaçou o seu braço ao de Frank e o levou até uma mesa de café em uma janela de sacada. Frank deixou a sua lança no chão. Ele sentou do lado oposto à Íris. Do lado de fora na escuridão, os monstros serpentes patrulhavam o lado da colina sem descanso, cuspindo fogo e envenenando a grama.

"Frank, eu sei como se sente," disse Íris. "Imagino que a lenha meio queimada no teu bolso fique mais pesada a cada dia."

Frank não podia respirar. Sua mão foi instintivamente para o seu casaco. "Como você...?"

"Já te disse, eu sei das coisas. Eu fui mensageira de Juno por eras. Sei por que ela te deu uma prorrogação."

"Uma prorrogação?" Frank tirou o pedaço de lenha e o desembrulhou do seu pano.

"Juno te salvou por uma razão," disse a deusa. "Ela quer que você sirva ela. Se ela não tivesse aparecido naquele dia quando você era um bebê e avisado tua mãe sobre a lenha, você teria morrido. Você nasceu com muitos dons. Esse tipo de poder tende a queimar uma vida mortal."

"Muitos dons?" Frank sentiu as suas orelhas aquecerem de raiva. "Eu não tenho nenhum dom."

"Isso não é verdade, Frank. Pense."

"Eu não entendo," sua voz estava áspera.

"Tua mãe explicou," disse Íris. "Você pode ser qualquer coisa."

A memória estava fresca em sua mente. Ele lembrou de estar enrolado no colo dela enquanto sua mãe lhe contava histórias sobre o passado, histórias de família. "Lembre-se sempre, Frank," ela dizia, "você tem um dom especial. Você pode ser qualquer coisa." 

Soava como uma dessas coisas que os teus pais dizem para levantar a tua autoestima, mas da forma que Íris havia dito, soava como um desafio.

Frank apertou sua mão contra o bolso das suas calças, onde tinha a medalha de sacrifício de sua mãe. O medalhão prateado estava frio como gelo. "Eu não posso ser qualquer coisa," ele insistiu. "Não tenho nenhuma habilidade." 

"O que você tentou?" perguntou Íris. "Você queria ser arqueiro. Você conseguiu isso bastante bem. Só arranhou a superfície. Tuas amigas, Hazel e Andy, ambas se esticaram entre mundos, Grego e Romano, o passado e o presente. Mas você está esticado por muito mais que qualquer um dos dois. Tua família é antiga... o sangue de Pilos do lado de tua mãe e o teu pai é Marte. Não é de estranhar que Juno quer que você seja um dos seus sete heróis. Ela quer que você enfrente os gigantes e Gaia. Mas pense nisso: o que você quer?"

"Eu não tenho nenhuma escolha," disse Frank. "Sou filho do estúpido deus da guerra. Tenho que ir nessa missão e-"

"Tem que," repetiu Íris. "Não quer ir. Eu costumava pensar assim. Então me cansei de ser a serva dos outros. Eu aprendi a deixar de ter que fazer algo. Você também pode aprender. Talvez não possa escapar do destino. Algum dia esse pedaço de madeira irá queimar. Eu prevejo que você o estará segurando quando acontecer, e a tua vida irá terminar, mas isso só faz da tua vida mais preciosa! Você não tem que ser o que os teus pais e a tua avó querem que seja. Você não tem que seguir as ordens do deus da guerra ou as de Juno. Faça as tuas próprias escolhas, Frank! Encontre um novo caminho!"

Frank pensou sobre aquilo. A ideia era emocionante: rejeitar os deuses, seu destino, seu pai. Ele não queria ser filho de um deus. Sua mãe havia morrido na guerra. Frank havia perdido tudo graças à guerra. Marte certamente não sabia nada sobre ele. Frank não queria ser um herói.

"Por que está me dizendo isso?" ele perguntou. "Você quer que eu abandone a missão, deixe o Acampamento Júpiter ser destruído? As meninas estão contando comigo."

Íris estendeu as suas mãos. "Eu não posso te dizer o que fazer, Frank Zhang. Mas faça o que você quiser, não o que te dizem para fazer. Onde foi que a conformidade me levou? Passei cinco milênios servindo todos os outros, e nunca descobri minha verdadeira identidade. Qual é o meu animal sagrado? Ninguém se importou em me dar um. Onde estão os meus templos? Nunca fizeram nenhum. Eu encontrei paz aqui na cooperativa. Você poderia ficar conosco se quisesse. Ou não. O ponto é que você tem opções. Se você continuar nessa missão... o que acontecerá quando liberar Tânatos? Será bom para tua família?"

Você pode ser qualquer coisa, sua mãe havia dito. Mas o que ele não queria era ser egoísta.

"Eu tenho que ir," ele repetiu. "É o meu trabalho."

Íris suspirou. "Eu já esperava isso, mas tinha que tentar. A tarefa à frente, bem... Eu não desejaria isso a ninguém, especialmente a um bom garoto como você. Se você tem que ir, ao menos posso lhe oferecer uns conselhos. Vocês precisarão de ajuda para encontrar Tânatos."

"Você sabe onde os gigantes o estão escondendo?" perguntou Frank.

Íris pareceu pensativa. "Não... o Alasca está além da esfera de controle dos deuses. O lugar está protegido da minha visão. Mas tem alguém que sabe. Procure o vidente Fineu. Ele é cego, mas pode ver o presente, passado e futuro. Ele sabe muitas coisas, pode te dizer onde Tânatos está aprisionado."

"Fineu..." disse Frank. "Não havia uma história sobre ele?"

Íris assentiu relutantemente. "Nos dias antigos, ele cometeu crimes terríveis. Usou o poder da visão para o mal. Júpiter enviou as harpias para atormentá-lo. Os Argonautas... incluindo o teu ancestral..."

"O príncipe de Pilos?"

Íris hesitou. "Sim, Frank. Teu presente, tua história... Você deve descobrir por conta própria. Basta dizer, que os Argonautas expulsaram as harpias em troca da ajuda de Fineu. Isso foi eras atrás, mas entendo que Fineu retornou ao mundo mortal. Vocês o encontrarão em Portland, Oregon, que está no teu caminho para o norte. Mas você deve me prometer uma coisa. Se ele ainda for atormentado pelas harpias, não as matem, não importa o que Fineu ofereça. Ganhem a sua ajuda de outra forma. As harpias não são más. E Frank... Há outro problema. Se está determinado a sair, terá que limpar esses basiliscos da colina."

"Você quer dizer as cobras?"

"Sim," disse Íris. "Eu preferiria não matá-las. Elas são criaturas vivas, apesar de tudo. Mas vocês não poderão sair até que elas tenham ido. As meninas não devem se envolver. Só você tem a habilidade para matá-las."

"Mas como?"

A deusa olhou para o chão. Frank percebeu que ela estava olhando para a lança. "Queria que houvesse outra forma," ela disse. "Se você tivesse algumas doninhas, por exemplo. Doninhas são mortais para os basiliscos."

"Não costumo carregar doninhas," admitiu Frank.

"Então vai ter que usar o presente do teu pai."

Frank se levantou. "Como eu uso a lança?"

"Você vai ter que tomar conta disso sozinho. Eu não posso advogar violência. Enquanto você batalha, vou dar uma olhada nas meninas. Espero que Fleecy tenha encontrado as ervas medicinais corretas. A última vez houve uma confusão... bem, não acho que aqueles heróis quisessem ser margaridas." A deusa ficou de pé. "Um último conselho, Frank Zhang. Você está destinado a morrer segurando esse pedaço de lenha, vendo-a queimar. Mas talvez se não a tivesse com você... Se você confiasse em alguém o suficiente para guardá-la..."

Os dedos de Frank apertaram ao redor da madeira. "Você está se oferecendo?"

Íris riu gentilmente. "Ah, querido, não. Eu a perderia nessa coleção. Se misturaria com os meus cristais, ou eu a venderia como peso para papel de madeira por acidente. Não, eu queria dizer, um amigo semideus, alguém próximo ao teu coração."

Hazel, Frank pensou imediatamente. Não havia ninguém que ele confiasse mais. Mas como poderia confessar o seu segredo? Ele embrulhou a madeira e a guardou de volta no casaco. "Obrig... Obrigado, Íris."

Ela apertou sua mão. "Não perca a esperança, Frank. Arco-íris sempre carregam esperança." Ela fez o seu caminho para o fundo da loja, deixando Frank sozinho. 

"Esperança," grunhiu Frank. "Eu preferiria ter um par de boas doninhas." Ele pegou a lança do seu pai e marchou para fora para enfrentar os basiliscos. Ele queria ficar na varanda e atirar nas cobras à distância. Esse era o seu jeito de fazer as coisas. Algumas bem colocadas flechas explosivas, umas crateras na encosta e problemas resolvidos.

Mas não. Ele desceu da varanda e nivelou sua lança de ouro. Não gostava de lutar de perto. Era muito lento e volumoso. Ele rastejou para baixo, com os olhos ardendo da fumaça. Ele emergiu em uma clareira de grama queimada e encontrou-se cara a cara com um basilisco. A cobra se levantou em sua cauda, sibilou e expandiu o colar de espinhos brancos ao redor de seu pescoço. O monstro fixou seus pálidos olhos amarelos em Frank. Então ouviu o farfalhar da grama em cada lado dele. Outros dois basiliscos deslizaram até a clareira.

Frank golpeou com sua lança pra trás e pra frente. "Para trás!" Sua voz soou estridente. "Eu tenho... hm... incríveis poderes... E essas coisas." A ponta da lança era quase pesada demais para levantar agora, como se o triângulo branco de osso estivesse tentando tocar a terra. Então, alguma coisa veio na cabeça de Frank. Os basiliscos deram voltas nele, tomando seu tempo. Talvez estivessem hesitantes por causa da lança. Parecia loucura, mas Frank deixou a ponta da lança cair. Ela afundou na terra. Crack. Quando levantou a lança, a ponta tinha sumido, quebrada dentro da terra.

Maravilhoso. Agora ele tinha um palito de ouro.

Então a terra tremeu sob os seus pés. Poeira para todo lado, e a mão de um esqueleto agarrando o ar. Os basiliscos sibilaram e recuaram. Frank não podia culpá-los. Assistiu horrorizado enquanto um esqueleto humano se arrastava para fora da terra. Ele virou-se para Frank. Seu crânio sorrindo sob um rosto cinzento inexpressivo. Frank chorou como um cachorrinho. Suas pernas tremiam tanto que ele tinha que se sustentar com o cabo da lança. O guerreiro esqueleto estava esperando, Frank percebeu, esperando ordens.

"Mate os basiliscos!" ele gritou. "E fiquem longe de mim!"

O guerreiro esqueleto entrou em ação. Ele agarrou a cobra mais próxima, e embora sua carne cinzenta começasse a queimar em contato com ela, estrangulou o basilisco com a mão e largou seu corpo mole. Os outros basiliscos sibilaram com raiva. Um saltou em Frank, mas ele o acertou de lado com a coronha da lança. A outra cobra soltou fogo direto no rosto do esqueleto. O guerreiro marchou e pisou na cabeça do basilisco. O pé direito e a mão do guerreiro esqueleto estavam lentamente se dissolvendo por causa do veneno. Sua cabeça estava pegando fogo, fora isso ele parecia muito bem.

Frank voltou-se para o último basilisco que estava enrolado na borda da clareira os estudando. O basilisco fez a coisa mais esperta. Fugiu. Em um momento de emoção, o esqueleto puxou algo da sua camisa e arremessou pela clareira, empalando o basilisco. Frank pensou que era uma faca. Então ele percebeu que era uma das costelas do esqueleto.

Frank estava muito feliz por seu estômago estar vazio. "Isso... Isso foi nojento."

O esqueleto pulou em cima do basilisco. Pegou a sua costela e usou para cortar a cabeça da criatura. O basilisco se dissolveu em cinzas. Então o esqueleto decapitou a carcaça dos outros dois monstros e chutou as cinzas para dispersá-las. 

"Você está se certificando que elas não voltem," Frank percebeu. "Ou retardando-as, pelo menos."

O guerreiro esqueleto ficou prestando atenção em Frank. Seu pé e mão envenenados estavam quase destruídos. Sua cabeça continuava queimando. O esqueleto o saudou com a mão. Então começou a desmoronar, afundando de volta no chão.

"Espere!" Frank disse. "Eu nem sei como te chamar! Homem-dente? Ossos? Cinzento?" Sozinho, Frank examinou a ponta da lança. Um novo dente de dragão estava começando a crescer na ponta dela. 

Você tem três cargas, Marte havia dito.

Frank escutou passos atrás deles. Andy e Hazel correram para a clareira. Andy parecia melhor, e Contracorrente estava em sua mão. Hazel tinha sacado sua spatha. "Você está bem?" ela perguntou.

Andy deu uma volta, procurando por inimigos. "Íris nos disse que você estava aqui lutando com os basiliscos sozinho, e a gente ficou tipo, o quê? Nós viemos o mais rápido que conseguimos. O que aconteceu?"

"Eu não tenho certeza," ele admitiu.

Hazel agachou perto da poeira onde o Cinzento desaparecera. "Eu sinto morte. Ou meu irmão esteve aqui ou... os basiliscos estão mortos?"

Andy o encarou com admiração. "Você matou todos?"

Frank engoliu em seco. "Explico mais tarde," ele disse. "Agora, tem um homem cego em Portland que nós temos que ver."



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