1. Spirit Fanfics >
  2. Céus e Mares >
  3. Jogo de Fé

História Céus e Mares - Jogo de Fé


Escrita por: dfcrosas

Capítulo 22 - Jogo de Fé


Fanfic / Fanfiction Céus e Mares - Jogo de Fé


Arco II - Do Mar Nos Elevamos 
Parte X - E pela primeira vez em sua vida de poder e controle, ele sentiu uma pontada de medo por sua alma imortal.

 

Eles o encontraram exatamente onde o haviam deixado. 

"Bem vindos de volta!" ele gritou alegremente. "Ouço asinhas nervosas batendo. Trouxeram minha harpia?"

"Ela está aqui," Andy disse. "Mas não será tua."

Os olhos leitosos de Fineu se fixaram em um ponto bem acima da cabeça de Andy. "Deixe-me ver... bem, na verdade, sou cego, então não posso ver. Vocês vieram para me matar, então? Se for, boa sorte para terminar tua jornada."

"Vim para fazer uma aposta."

A boca do velho se contraiu. Ele se inclinou na direção de Andy. "Uma aposta... que interessante. Uma informação em troca da harpia? O vencedor leva tudo?"

"Não," Andy disse. "A harpia não faz parte do acordo."

Fineu riu. "Sério? Talvez você não entenda o valor que ela tem."

Hazel colocou o braço em volta das asas de Ella. Ela parecia ser a única que podia tocar a harpia sem causar um monte de gritos e contorções. Frank ficou do lado de Andy. Ele tinha sua lança pronta, como se o velho pudesse atacá-los. Andy mostrou os frascos de cerâmica.

"Tenho uma aposta diferente. Conseguimos duas garrafas de sangue de górgona, uma cura e a outra mata. Elas parecem exatamente iguais, e nem mesmo nós sabemos qual é qual. Se você escolher a certa, poderá curar tua cegueira."

Fineu ergueu a mão ansioso. "Deixe-me senti-las, deixe-me cheirá-las!"

"Não tão rápido," Andy disse. "Primeiro tem que concordar com nossos termos."

"Termos," Fineu respirava superficialmente; estava morrendo de vontade de aceitar a oferta. "Profecia e visão, eu seria invencível! Poderia ser dono dessa cidade. Construiria meu palácio aqui, com caminhões de comida por todos os lugares. Eu mesmo poderia capturar essa harpia!"

"Nã-nããão," Ella disse nervosa. "Não, não, não!"

"Muito bem, filha de terra e mar, quais são teus termos?"

"Pode escolher o frasco," Andy disse. "Sem tirar a rolha, sem dar uma cheirada antes de decidir."

"Isso é injusto, sou cego!" Fineu disse.

"E eu não tenho tua sensibilidade olfativa," Andy disse. "Pode segurar os frascos, e juro pelo Rio Estige que são idênticos. São exatamente como te disse: sangue de górgona, um frasco do lado esquerdo do monstro, um do direito. E juro que nenhum de nós sabe qual é qual."

Fineu coçou sua barba. "Então devo escolher qual frasco tomar e você deve beber o outro. Juramos beber ao mesmo tempo?"

"Sim," disse Andy.

"O perdedor obviamente morre," Fineu disse. "Esse tipo de veneno me impediria de voltar à vida, por um bom tempo, pelo menos. Minha essência seria dispersada e degradada. Então estou me arriscando muito."

"Mas se vencer, pode ter tudo," Andy disse. "Se eu morrer, meus amigos juram te deixar em paz e não se vingarem. A visão é algo que nem mesmo Gaia te dará."

A expressão do velho azedou. Ele obviamente se ressentia por ainda ser cego. "Se eu perder, estarei morto," disse o velho, "incapaz de te dar informações. Como isso vai ajudá-la?"

"Que tal você escrever a localização do esconderijo de Alcioneu antes de bebermos," Andy sugeriu. "Fique com ela, mas jure pelo Rio Estige que será específico e preciso. Também tem que jurar que, se morrer, as harpias vão estar livres da maldição."

"Esses são riscos altos," Fineu grunhiu. "Estás diante da morte, Andy Jackson. Não seria mais fácil você simplesmente me passar a harpia?"

"Mais fácil, sim."

Fineu sorriu lentamente. "Então está começando a entender seu valor. Assim que tiver minha visão, vou capturá-la eu mesmo, sabe. Seja lá quem controla essa harpia... bem, já fui um rei. Esse acordo pode me fazer rei novamente."

"Está sendo confiante demais," Andy disse. "Temos um acordo?"

Fineu tocou seu nariz pensativo. "Não posso prever o desfecho, é irritante como isso funciona. Um risco completamente inesperado. Faz o futuro ficar nebuloso. Mas posso te dizer isso, Andy Jackson: se sobreviver hoje, não vai gostar do teu futuro. Um grande sacrifício está por vir e você não terá coragem para enfrentá-lo. Isso vai te custar caro, vai custar caro ao mundo todo. Será bem mais fácil se você escolher o veneno."

Andy sentiu-se mal. Um grande sacrifício. O que ela tinha que não teria coragem de sacrificar? Certamente, considerando o que estava fazendo, não era a própria vida. Frank e Hazel estudaram seu rosto com preocupação. Andy assegurou-os que a probabilidade não era pior que 50 em 50. E ela tinha um plano. 

"Temos um acordo?" ela disse novamente.

Fineu sorriu. "Juro pelo Rio Estige que concordo com os teus termos. Bem como os descreveu. Frank Zhang, você é descendente de um Argonauta. Acredito na tua palavra. Se eu vencer, você e Hazel Levesque juram me deixar em paz, e não tentar vingança?"

As mãos de Frank estavam tão cerradas que Andy achou que ele quebraria sua lança de ouro. "Juro pelo Rio Estige."

"Também juro," disse Hazel.

"Juro," Ella murmurou. "Jure não pela lua, a inconstante lua."

Fineu riu. "Nesse caso, encontre algo no qual eu possa escrever. Vamos começar." Ele escreveu algo em um guardanapo e o colocou no bolso do roupão. "Juro que essa é a localização da toca de Alcioneu. Não que vá viver o bastante para ler isso."

Andy puxou sua espada e tirou toda a comida de cima da mesa. Fineu sentou de um lado e ela do outro. Ele levantou as mãos. 

"Deixe-me sentir os frascos."

Andy olhou para as colinas distantes. Jogou os pensamentos para a terra e esperou que a deusa estivesse ouvindo. Certo, Gaia, estou provando teu blefe. Você disse que sou um peão valioso. Disse que vai me poupar até chegar ao norte. Quem é mais valioso para você, eu ou esse velho? Porque um de nós está prestes a morrer.

Fineu ergueu as mãos em um movimento apreensivo. "Perdendo a coragem, Andy Jackson? Dê-me os frascos." Andy lhe passou os frascos. O velho comparou o peso. Correu os dedos pela superfície de cerâmica. Então as colocou gentilmente na mesa com uma mão em cada. Um terremoto suave sacudiu o chão. Uma sacudida suficiente para fazer os dentes de Andy baterem. O frasco da esquerda pareceu tremer mais levemente que o da direita. Fineu sorriu maliciosamente e passou a mão ao redor do frasco da esquerda. "Você é uma tola, Andrômeda, já lhe foi dito. Eu escolho este aqui. Agora vamos beber."

Andy pegou o frasco da direita, seus dentes batendo. O velho levantou seu frasco.

"Um brinde aos filhos de Netuno."

Anthony, Andy pensou. Os dois destamparam e esvaziaram os frascos. Imediatamente, Andy se dobrou pra frente, sua garganta queimando. Um gosto horrível de gasolina tomava conta de tudo. 

"Ah, deuses!" Hazel disse atrás dela.

"Não!" Ella disse. "Não, não, não!"

A visão de Andy ficou turva. Ela pôde ver Fineu sorrindo em triunfo, sentando-se reto piscando os olhos na expectativa. "Sim!" ele gritou. "A qualquer segundo minha visão voltará."

Andy sentiu como se cacos de vidro tivessem ido parar no seu estômago e estavam passando pelo intestino. Anthony. Ela tentou mais uma vez ver seu rosto mas a imagem lhe fugia, lhe escapava. Quase não existia mais. 

"Uh, Andy!" Frank segurou seus ombros. "Andy, você não pode morrer!"

"Anthony..." Ela arfou e, de repente, recuperou o fôlego. Sua visão clareou. 

Na mesma hora Fineu se curvou como se tivesse levado um soco. "Você... você não pode!" o velho gemeu. "Gaia, você... você..." Ele cambaleou e tropeçou para longe da mesa segurando o estômago. "Sou muito valioso!" Vapor saiu de sua boca. "Injustiça!" ele gritou. "Você trapaceou!" 

Andy se levantou cambaleando. Não se sentia curada ou algo do tipo. Sua memória não tinha voltado, mas a dor tinha parado. "Ninguém trapaceou," Andy disse. "Você fez a escolha por si mesmo. E mantive meu juramento." O rei cego gemeu de agonia. Ele lentamente se desfez em um círculo, até que tudo o que havia sobrado era seu roupão de banho manchado e um par de pantufas de coelho.

"Esses," Frank disse, "são os despojos de guerra mais nojentos que já vi."

Uma voz de mulher falou na mente de Andy. Uma troca. Era um sussurro sonolento, com uma pitada de admiração. Você me forçou a escolher. Mas não pressione a sorte. 

Hazel cutucou o roupão com sua espada. Não havia nada lá, nenhum sinal de que Fineu estivesse tentando se regenerar. Ela olhou para Andy com admiração. "Essa foi a coisa mais corajosa que já vi, ou a mais estúpida."

"Já me disseram algo parecido," Andy murmurou.

Frank balançou a cabeça em descrença. "Como você soube? Tinha quase certeza que você tinha bebido o veneno."

"E eu bebi," Andy disse. "Mas Gaia reverteu os efeitos. Ela me quer viva. Quer que eu chegue até o Alasca. Ela acha... não tenho certeza. Acha que pode me usar como parte de seu plano."

Frank encarou com horror os restos do velho. "Gaia preferiu matar seu próprio criado a você? É isso o que está dizendo?"

"Planos," Ella murmurou. 'Planos e tramas. A dama no chão. Grandes planos."

Andy se agachou sobre o roupão e puxou a anotação do bolso. Lia-se: GELEIRA HUBBARD. Andy passou a anotação para Hazel.

"Sei onde é," ela disse. "É bem famoso. Mas temos um longo caminho pela frente."

"Então é melhor voltarmos para o barco," Andy disse. "Estamos correndo contra o tempo."

Antes mesmo de entrar no barco, Hazel já se sentiu enjoada. 

Conforme o barco acelerava para descer o Rio Columbia, Hazel ajudou Ella a fazer um ninho com os velhos livros e revistas que haviam pego da caixa de reciclagem na biblioteca. Eles não tinham realmente planejado levar a harpia com eles, mas foi Ella quem decidiu.

"Friends," ela murmurou. “Dez temporadas. 1994 à 2004. Amigos que derreteram Fineu e deram comida para Ella. Ella irá com seus amigos." Agora ela estava empoleirada confortavelmente na proa, mordiscando pedaços de carne seca e recitando linhas aleatórias de Charles Dickens.

Andy ajoelhou-se sobre a proa, orientando-os em direção ao oceano com seus esquisitos poderes da mente sobre a água. Hazel se sentou ao lado de Frank no banco central, com seus ombros se tocando. Desde que deixaram o acampamento, ela o via de uma forma diferente. Ele tinha mais coragem do que ela havia percebido. Era o único que a protegia. Teve que admitir que a mudança fora bem legal.

"Está tudo bem, Hazel," ele disse calmamente. "Minha mãe costumava dizer que você não deve tentar cuidar de um problema sozinho. Mas se não quiser falar sobre isso, tudo bem."

Hazel respirou instavelmente. Ela sabia ao que ele se referia e tinha medo de entrar no assunto. O rio estendeu-se para o oceano. O Pax virou-se para o norte. O céu começou a escurecer, e o mar ficou de uma cor enferrujada.

"Você estava certo," ela revelou em fim. "Quando supôs que vim do Mundo Inferior. Eu sou... eu sou uma fugitiva. Não deveria estar viva."

A história fluiu como se uma represa tivesse se rompido. Hazel explicou como sua mãe havia convocado Plutão e se apaixonado pelo deus. Explicou o desejo de sua mãe por todas as riquezas da terra, e como isso havia se tornado a maldição de Hazel. Descreveu sua vida em Nova Orleans. Descreveu a Voz, e como Gaia tinha assumido lentamente a mente de sua mãe. Falou sobre a mudança para o Alasca, como Hazel havia ajudado a levantar o gigante Alcioneu e como tinha morrido, afundando a ilha na Baía da Ressurreição.

Sabia que Andy e Ella estavam ouvindo também, mas falou principalmente para Frank. Quando tinha terminado, estava com medo de olhar para ele. Esperou que ele se afastasse, talvez dizendo que ela era um monstro. Em vez disso, ele pegou em sua mão. "Você se sacrificou para impedir o gigante de acordar. Eu nunca seria tão corajoso assim."

"Não foi coragem. Eu deixei minha mãe morrer. Cooperei com Gaia por um tempo muito longo. Quase a deixei ganhar."

"Hazel," disse Andy. "Você se levantou contra uma deusa sozinha. Você fez o certo..." Sua voz sumiu, como se tivesse tido um pensamento desagradável. "O que aconteceu no Mundo Inferior... Quero dizer, depois que você morreu? Você deveria ter ido para o Elísio. Mas se Nico trouxe você de volta..."

"Eu não fui para o Elísio," sua boca estava seca como areia. "Por favor, não pergunte..." Mas era tarde demais. Ela se lembrou e sua consciência começou a escorregar.

"Hazel?" Frank perguntou.

“Escorregando para longe,” Ella murmurou. "Número cinco EUA Paul Simon. Frank, vá com ela. Paul Simon disse: Frank, vá com ela."

Hazel não fazia ideia do que Ella estava falando, mas sua visão escurecia enquanto se agarrava na mão de Frank. Ela se viu de volta ao Mundo Inferior, diante das três figuras de túnica preta com máscaras de ouro. Assim como da outra vez, os juízes não lhe fizeram perguntas. Eles simplesmente olharam dentro de sua mente. 

"A mãe a influenciou," disse o primeiro juiz. "A criança pode ir para o Elísio. Punição eterna para Marie Levesque."

"Não!" Hazel gritou. "Não, por favor! Isso não é justo!"

Os juízes inclinaram a cabeça em uníssono. "Tenha cuidado, Hazel Levesque," o primeiro juiz advertiu. "Você pode assumir a total responsabilidade? Você pode colocar essa culpa na alma de tua mãe. O que seria razoável. Você foi destinada a grandes coisas. Tua mãe lhe desviou do caminho. Elísio para você. Punição para tua mãe."

"Não," disse Hazel. "Não, não foi tudo culpa dela. Ela foi enganada. Ela me amava, e no final, tentou me proteger."

Finalmente, o segundo juiz suspirou. "Sem resolução. Nada suficientemente bom. Nada suficientemente mau."

"A culpa deve ser dividida," o primeiro juiz concordou. "Ambas as almas serão mandadas para o Campo de Asfódelos. Sinto muito, Hazel Levesque. Você poderia ter sido uma heroína."

Então a visão mudou. Nico di Angelo estava sobre ela com o seu sobretudo preto, sua espada de aço Estígio, ao seu lado. "Você é diferente," disse ele. "Uma filha de Plutão. Você se lembra do teu passado."

"Sim," disse Hazel. "E você está vivo."

Nico estudou-a. "Eu sou Nico di Angelo," disse ele. "Eu vim à procura de minha irmã. Está morta, tenho sentido sua falta, então pensei... pensei que poderia trazê-la de volta e ninguém notaria."

"De volta à vida?" Hazel perguntou. "Isso é possível?"

"Por enquanto." Nico suspirou. "Mas ela se foi. Escolheu renascer para uma nova vida. Estou muito atrasado."

"Sinto muito."

Ele estendeu a mão. "Você é minha irmã também. Merece outra chance. Venha comigo."

♞ 

Andy lhes balançava os ombros. Hazel sentou-se tonta, com os olhos semicerrados. "Frank?"

Frank gemeu, esfregando os olhos. "Nós acabamos de... eu acabei de...?"

"Vocês dois desmaiaram," Andy disse. "Eu não sei por quê, mas Ella me disse para não me preocupar. Ela disse que vocês estavam... compartilhando?"

"Compartilhando," Ella concordou. "Compartilhar é bom. Sem mais apagões. Maior apagão americano, 14 de agosto de 2003. Hazel compartilhou. Sem mais apagões."

Andy coçou a cabeça. "É... nós estamos tendo conversas assim à noite toda. Eu ainda não sei sobre o que ela está falando."

Hazel olhava por cima da água. Eles estavam navegando através de uma grande baia, fazendo o seu caminho em direção a um aglomerado de edifícios no centro da cidade. Ela respirou fundo e decidiu que Andy merecia uma boa explicação. Ela contou tudo. 

"Ela desistiu do Elísio," Frank disse espantado. "Para que sua mãe não sofresse."

"Ela não merecia a Punição," Hazel afirmou.

Andy a olhou com respeito. "Alguma vez viu a tua mãe novamente?"

Hazel balançou a cabeça. "Ela não me reconheceria, mesmo se eu pudesse encontrá-la. Os espíritos... é como um sonho eterno para eles, um transe sem fim."

"Você não merecia o Asfódelos," Frank protestou. "Você deveria estar com os heróis. Tua vida foi tirada de ti. Você ia crescer e ser uma mulher linda. Você..." Seu rosto ficou em um tom mais escuro de roxo. "Você iria se casar com alguém," ele disse calmamente. "Poderia ter tido uma boa vida. Você perdeu tudo isso."

Hazel engoliu um soluço. "Me desculpe, Frank," ela disse. "Eu acho que a tua mãe estava errada. Compartilhar segredos não os torna mais fáceis de carregar."

"Torna sim." Frank enfiou a mão no bolso do casaco. "Na verdade... já que estamos no assunto, tem algo que eu queria dizer pra vocês duas." Ele trouxe à tona um objeto enrolado em um pano, do mesmo tamanho de um par de óculos. Quando desdobrou o pano, Hazel viu um pedaço de madeira meio queimado, brilhando com uma luz roxa.

Ela franziu o cenho. "O que é..." Então a verdade bateu, tão fria e áspera como uma rajada de vento de inverno. "Fineu disse que tua vida depende de um pedaço de madeira queimada..."

"É verdade," disse Frank. "Essa é a minha vida, literalmente." Ele contou como a deusa Juno tinha aparecido quando ele era um bebê, como sua avó tinha arrancado um pedaço de madeira da lareira. "Vovó disse que eu tinha talentos, alguns talentos que recebemos do nosso ancestral, o Argonauta. Isso, e meu pai sendo Marte..." Ele deu de ombros. "Tenho que ser muito forte. É por isso que minha vida pode queimar tão facilmente. Íris disse que eu iria morrer segurando isso, assistindo-o queimar." Frank virou o pedaço de madeira em seus dedos. 

"Frank, como você pode carregar isso com você?" perguntou Hazel. "Você não tem medo que alguma coisa aconteça com isso?"

"É por isso que estou te contando." Ele estendeu a madeira. "Eu sei que é pedir demais, mas você poderia guardar isso para mim?"

A cabeça de Hazel girava. "Frank," ela disse, "você sabe quem eu sou. Sou filha de Plutão. Tudo em que toco dá errado. Por que você confiaria em mim?"

"Você é a minha melhor amiga." Ele colocou a madeira nas mãos dela. "Eu confio em você mais do que em ninguém." Então olhou para Andy. "Sem ofensa."

Ela sorriu. "Nenhuma."

Hazel queria dizer-lhe que estava cometendo um erro. Queria devolver a madeira para ele. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Ella falou: "Sem mais apagões. Mais livros para Ella. Livros em Seattle."

♞ 

Andy dirigiu o barco para o cais do centro da cidade. Era um dia ensolarado, e Seattle parecia um lugar bonito.

"Hum... porque estamos parando aqui?" Hazel perguntou.

Andy lhes mostrou o anel de prata. "Reyna me deu antes de partirmos. Ela tem uma irmã aqui. Me pediu para encontrá-la e mostrar isso."

"Reyna tem uma irmã?" Frank perguntou, como se a ideia o assustasse.

Andy assentiu. "Aparentemente, Reyna pensa que a irmã dela pode mandar ajuda para o acampamento."

"Amazonas," Ella murmurou. "País das Amazonas. Hmm. Ella vai procurar bibliotecas ao invés. Não gosto de Amazonas. Cerca. Escudos. Espadas. Pontudo. Ai."

Frank pegou sua lança. "Amazonas? Como... mulheres guerreiras?"

"Isso faria sentido," disse Hazel. "Se a irmã de Reyna também é filha de Belona, posso entender porque se juntou às Amazonas. Mas... é seguro para nós estarmos aqui?"

"Não, não, não," Ella disse. "Sem Amazonas."

"Nós temos que tentar," Andy disse. "Eu prometi a Reyna. Além disso, Pax não está indo muito bem. Eu tenho forçado-o bastante."

Hazel olhou para seu pés. Água estava vazando entre o assoalho. "Ah."

"É," concordou Andy. "Nós vamos precisar concertar isso ou encontrar um barco novo. Estou praticamente mantendo o barco flutuando por poder mental agora. Ella, você faz ideia de onde podemos encontrar as Amazonas?"

"E, hum," Frank disse nervosamente, "elas não... tipo, matam os homens que aparecem, não é?"

Ella olhou para o cais, só algumas centenas de metros adiante. "Ella vai encontrar amigos mais tarde. Ella vai voar agora." E voou.

"Bem..." Frank pegou uma única pena vermelha no ar. "Isso não é encorajador."



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...