1. Spirit Fanfics >
  2. Céus e Mares >
  3. Guerra de Amazonas

História Céus e Mares - Guerra de Amazonas


Escrita por: dfcrosas

Capítulo 24 - Guerra de Amazonas


Fanfic / Fanfiction Céus e Mares - Guerra de Amazonas


Arco II - Do Mar Nos Elevamos 
Parte XI - Todos sabem que este é um estado temporário, curado rapidamente quando encontramos nosso destino. 

 

Eles ancoraram no cais. Mal tiveram tempo para descarregar suas coisas antes do Pax estremecer e quebrar em pedaços. A maior parte dele afundou. "Acho que não vamos concertá-lo," Hazel disse. "E agora?"

Andy olhou para as colinas do centro de Seattle. "Torcemos para que as Amazonas nos ajudem."

Eles exploraram por horas mas não encontraram as Amazonas. Finalmente, foram para o sul do centro da cidade, em uma praça cercada de pequenos prédios de vidro e tijolos. Os nervos de Hazel começaram a formigar. Ela olhou ao redor, certa de que estava sendo observada.

"Ali," disse. O prédio na sua esquerda tinha uma única palavra gravada nas portas de vidro: AMAZON.

"Ah," Frank disse. "Uh, não, Hazel. Isso é uma coisa moderna. É uma empresa, certo? Eles vendem coisas na Internet. Não são Amazonas de verdade."

"A não ser..." Andy andou através das portas. Hazel tinha um sentimento ruim sobre esse lugar, mas ela e Frank a seguiram.

No saguão estava uma jovem em um terninho preto, com longos cabelos ruivos e um fone de ouvido de segurança. Seu crachá dizia Kinzie. "Posso ajudá-los?" ela perguntou. 

"Hum... Espero que sim," disse Hazel. "Nós estamos procurando por Amazonas."

"Essa é a base principal do Amazon," ela disse, cuidadosamente. "Vocês tem um compromisso com alguém, ou-"

"Hylla," Andy interrompeu. "Nós estamos procurando por uma garota chamada-"

Kinzie se mexeu tão rápido, que os olhos de Hazel quase não conseguiram acompanhar. Ela chutou Frank no peito e o mandou voando pelo saguão. Puxou uma espada e derrubou Andy com a parte chata da lâmina, e pressionou o ponto em baixo do seu queixo. Mais uma dúzia de meninas de preto inundaram a escadaria, espadas na mão e cercaram eles.

Kinzie olhou para Andy. "Invadir o nosso território é punível com a morte. Vocês vão encontrar a Rainha Hylla certamente. Ela será a que decidirá o teu destino."

As Amazonas confiscaram as armas deles e os marcharam para baixo tantos lances de escada que Hazel perdeu a conta. Andaram tanto que os pés de Hazel começaram a doer. Ela pensou que eles deviam estar chegando ao final do armazém quando Kinzie abriu um grande conjunto de portas duplas e os deixou entrar em uma caverna.

"O Mundo Inferior não é tão grande assim," Hazel se queixou, o que provavelmente não era verdade, mas parecia para os seus pés.

Kinzie sorriu, pretensiosa. "Nosso sistema de distribuição é mundial. Levou muitos anos e boa parte de nossa fortuna para construir. Agora, finalmente, estamos tendo algum lucro. Os mortais não percebem que estão financiando o reino das Amazonas. Logo, nós seremos mais ricas que qualquer nação mortal. Então quando os fracos mortais dependerem de nós em tudo. A revolução começará."

"O que vocês vão fazer?" Frank disse. "Cancelar o frete grátis?"

Uma das guardas bateu o punho da espada no seu intestino. Andy tentou ajudar, mas duas outras guardas a empurraram de volta.

"Homens não falam sem permissão. Você vai aprender a ter respeito," Kinzie disse. "São homens como você que arruinaram o mundo mortal. A única sociedade harmoniosa é uma governada pelas mulheres. Nós somos mais fortes, mais espertas-"

"Não esqueça como somos humildes," disse Andy. As mulheres tentaram atingi-la, mas ela se esquivou. "Ha! Errou!"

Eles entraram em uma caverna menor que parecia uma combinação de sala do trono com zoológico. Na base estavam várias Amazonas tendo uma discussão enquanto uma jovem assistia e escutava do trono. Hazel soube que era Hylla imediatamente; ela era muito parecida com Reyna. Tinha por volta dos vinte anos, magra e rápida como um tigre, e usava um estranho cinto feito juntando vários elos de ouro, como um labirinto.

Hazel parou abruptamente e as guardas atrás dela tropeçaram. Alguns passos do trono, duas Amazonas guardavam uma gaiola. Dentro estava um cavalo, um majestoso e poderoso alazão com um casaco cor de mel e uma crina preta. Kinzie fez uma careta de aborrecimento, então ela viu o que Hazel estava olhando, sua expressão suavizou. "Ah, sim. Bonito, não?"

Hazel piscou para ter certeza de que não estava alucinando. Ela tinha visto esse cavalo no Alasca. Ela tinha certeza disso. Mas era impossível. Nenhum cavalo poderia viver tanto. "Quem..." Hazel mal podia controlar sua voz. "Da onde...?"

As guardas todas riram.

"Aquele é Arion," Kinzie disse pacientemente, como se ela entendesse a fascinação de Hazel. "Ele é um tesouro real das Amazonas, a ser herdado pela nossa mais corajosa guerreira, se acredita na profecia."

"Profecia?" Hazel repetiu.

A expressão de Kinzie mudou, quase embaraçada. "Deixa para lá."

"Por que ele está em uma gaiola?"

Kinzie fez uma careta. "Porque... ele é difícil de lidar." Bem na hora, o cavalo bateu com a cabeça contra a porta da gaiola. O metal estremeceu e as guardas recuaram nervosas.

Hazel queria libertar o cavalo. Ela queria isso mais que qualquer coisa que ela já quis antes. Mas Andy, Frank e uma dúzia de Amazonas estavam encarando-a, então ela tentou mascarar as suas emoções. A discussão na sala foi ficando mais barulhenta. Finalmente a rainha notou o grupo de Hazel se aproximando e falou: "Já chega!"

As Amazonas ficaram quietas imediatamente. A rainha as deixou de lado e chamou Kinzie. Kinzie levou Hazel e seus amigos até o trono. "Minha rainha, estes semideuses..."

A rainha se pôs de pé num salto. "Você!" Ela encarou Andy com raiva.

Andy amaldiçoou em Grego Antigo. "Prancheta," ela murmurou. "Spa. Piratas."

Isso não fez sentido para Hazel, mas a rainha assentiu. Ela sacou uma adaga. "Você foi incrivelmente tola ao vir aqui," disse. "Você destruiu minha casa. Fez com que minha irmã e eu fossemos presas e exiladas."

"Andy," Frank disse. "O que a mulher assustadora com a adaga está dizendo?"

"Ilha da Circe," Andy disse. "Acabei de lembrar! O mar de monstros. Hylla... ela nos recebeu nas docas, nos levou até sua mestra. Você trabalhava para as feiticeiras!" Andy parecia tão feliz que Hazel temeu que ela tentasse abraçar a rainha das Amazonas. 

Hylla arreganhou seus perfeitos dentes brancos. "Você está me dizendo que teve amnésia? Sabe, eu poderia acreditar. Por que mais seria tão estúpida a ponto de vir aqui?"

"Nós viemos em paz," Hazel insistiu. "O que Andy fez?"

"Paz?" A rainha levantou suas sobrancelhas. "O que ela fez? Arruinou a vida de muita gente por causa de um rapaz!"

"Bem, Circe o transformou em um porquinho da índia!" Andy protestou. "Acho que eu tinha um pouco de razão quando-"

"Razão!" Hylla exclamou. "Não há razão nenhuma no que você chama de amor. Você é patética. Circe era generosa. Nós tínhamos tudo. E você, Andy Jackson, libertou os prisioneiros, Barba Negra e seus piratas. Você já foi sequestrada por piratas? Não é legal. Eles queimaram o spa. Minha irmã e eu fomos prisioneiras por meses. Felizmente nós éramos filhas de Bellona. Aprendemos a lutar rapidamente. Se não tivéssemos..." ela estremeceu. "Bem, os piratas aprenderam a nos respeitar. Eventualmente nós achamos nosso caminho até Califórnia, onde nós..." Ela hesitou como se a memória fosse dolorosa. "Onde minha irmã e eu nos separamos." Ela andou até Andy até que estivesse nariz com nariz. Ela apontou sua adaga para seu queixo. "Claro, eu sobrevivi e prosperei. Consegui me tornar a rainha das Amazonas. Então talvez devesse agradecer você."

"De nada," Andy disse.

A rainha enfiou a adaga um pouco mais fundo. "Deixa para lá. Acho que vou te matar."

"Espere!" Hazel disse. "Reyna nos mandou! Tua irmã! Mostre o anel pra ela, Andy!"

Hylla franziu a testa. Ela baixou o olhar até as mãos de Andy e viu o anel. A cor deixou seu rosto. "Explique-se," ela olhou para Hazel. "Rápido."

Hazel tentou contar tudo em poucas palavras. "Então nós precisamos de tua ajuda," ela terminou. "Mais importante, Reyna precisa de tua ajuda."

Hylla arrancou o anel da mão de Andy. "Reyna..."

"Bem!" A mulher mais velha interrompeu. "Romanos precisam de nossa ajuda?" Ela riu, e as Amazonas a sua volta se juntaram a ela. "Quantas vezes lutamos com os Romanos em meu tempo? Quantas vezes eles mataram nossas irmãs em batalhas? Quando eu era uma rainha-"

"Otrera," Hylla interrompeu, "você não é mais rainha."

A mulher mais velha fez um gesto de zombaria. "Como quiser. Pelo menos, até hoje à noite. Mas eu disse a verdade. Eu fui trazida de volta pela Mãe Terra! Trouxe notícias de uma nova guerra. Porque as Amazonas deveriam seguir Júpiter, aquele tolo rei do Olimpo, quando nós podemos seguir uma rainha? Quando eu assumir o controle-"

"Se você assumir o controle," Hylla disse. "Mas, por enquanto, eu sou a rainha. Minha palavra é lei."

"Entendo." Otrera olhou para as Amazonas, que estavam muito paradas, como se elas se encontrassem entre dois tigres selvagens. "Você vai poupar a vida da filha de Netuno, mesmo quando ela destruiu tua casa? Talvez você a deixe destruir tua nova casa também!"

"Eu julgarei," Hylla disse em um tom frio, "quando eu tiver todos os fatos. É assim que eu governo: por razão, não medo. Primeiro, vou falar com essa aqui." Ela apontou para Hazel. "É nosso dever escutar as mulheres." Hylla virou para Kinzie. "Leve esses dois para as celas. O resto de vocês, saiam."

"Você não vai falar comigo?" Andy perguntou. 

"Depois do que você fez?"

"Eu sinto muito," Andy disse genuinamente. "Nunca foi a minha intenção-"

"Você escolheu o rapaz acima de tudo, Andy Jackson," Hylla interrompeu. "Você é fraca e indigna da minha presença." 

Kinzie suspirou com desgosto, então levou Andy e Frank embora. Logo Hylla e Hazel estavam sozinhas. A rainha virou para Hazel. Sua raiva dissolvida e Hazel viu desespero em seus olhos. 

"Nós devemos conversar," Hylla disse. "Nós não temos muito tempo. À meia noite, eu provavelmente estarei morta. Acredito que veio em paz. E que Reyna lhe enviou."

"Mas você não vai ajudar?"

A rainha estudou o anel de prata. "É complicado. As Amazonas sempre tiveram uma relação complicada com outros semideuses. Bem antes, no início da nação Amazona, um herói chamado Belerofonte matou a nossa primeira rainha, Otrera."

"Aquela senhora-"

"-que acabou de sair, sim. Otrera, nossa primeira rainha, filha de Ares. Entenda, somos uma mistura Greco-Romana. Suponho que eles não ensinem sobre isso no Acampamento Júpiter, mas os deuses possuem muitos aspectos. Eles tendem a acumular personalidades, uma combinação de todas as culturas que os influenciaram durante a eternidade."

Kinzie voltou e fez uma curvatura. "Os prisioneiros estão em segurança. Mas... Otrera certificou-se que suas seguidoras vigiassem as celas."

"Então Gaia trouxe Otrera dos mortos para lançar as Amazonas em uma guerra civil?" Hazel perguntou.

A rainha expirou. "Se esse era o plano dela, está funcionando. Otrera planeja conduzir-nos a uma guerra contra os romanos. Muitas de minhas irmãs irão segui-la." Ela estudou Hazel. "Eu trabalhei com a feiticeira Circe durante muito tempo. Conheço uma alma devolvida quando vejo uma. Quando você morreu?"

"Mil novecentos e quarenta e dois," disse Hazel. "Mas... mas eu não fui mandada por Gaia. Voltei para detê-la. Esta é minha segunda chance."

"Tua segunda chance... Eu sei algo sobre segundas chances. Aquela garota, Andy Jackson, ela destruiu minha antiga vida. Se você me visse naquela época, não me reconheceria. A ilha de Circe era um lugar seguro para Reyna e para mim, as filhas da deusa da guerra, Belona. Eu queria proteger Reyna de toda essa violência. Então Andy Jackson soltou os piratas. Eles nos sequestraram, e Reyna e eu aprendemos a ser duras. Descobrimos que éramos boas com armas. Nos últimos dois anos eu quis matar Andy Jackson pelo que ela nos fez passar."

"Mas Reyna tornou-se pretora do Acampamento Júpiter," Hazel disse. "Você se tornou a rainha das Amazonas. Talvez fosse destino."

"Eu posso não ser rainha por muito mais tempo. Você vê, Hazel, Otrera desafiou-me para um duelo. Cada Amazona tem esse direito. Hoje à meia-noite, iremos batalhar pelo trono."

"Mesmo que você a mate," adivinhou Hazel, "ela voltará. Enquanto Tânatos estiver acorrentado, ela não morrerá."

"Exatamente," Hylla disse. "Otrera já nos falou que não pode morrer. Assim, mesmo que eu consiga derrotá-la hoje à noite, amanhã simplesmente ela irá voltar e me desafiará novamente. Ela pode insistir em lutar comigo todas as noites, até que finalmente me derrote. Eu não posso vencer. Nós podemos morrer, como qualquer mortal. Há um grupo de arqueiras que seguem a deusa Ártemis. Elas são confundidas muitas vezes conosco, mas as caçadoras abandonaram a companhia dos homens em troca de uma vida quase eterna. Nós, Amazonas... preferimos viver a vida ao máximo. Amamos, lutamos, morremos."

"Achei que odiassem os homens."

"Sim," a rainha deu um sorriso maroto. "Eles são ridículos e tornam as mulheres patéticas, com o coração mole. Mas temos casos de vez em quando. Não nos apaixonamos como Andy Jackson. Não sacrificaríamos nada para salvar um homem. Deixamos claro quem está no comando. Mas isso não vem ao caso. Quando eu morrer em combate, e isso é apenas uma questão de tempo, Otrera será a rainha. Ela irá marchar para o Acampamento Júpiter com nossas forças, mas não para ajudar minha irmã. Ela irá se juntar ao gigantesco exército."

"Temos que impedi-la," disse Hazel. "Talvez possamos ajudar."

A rainha sacudiu a cabeça. "Você não pode interferir. Como rainha, devo lutar minhas próprias batalhas. Além disso, teus amigos estão presos. Se eu deixá-los ir, parecerei fraca. Ou executo os três como invasores, ou Otrera o fará, quando se tornar rainha."

O coração de Hazel gelou. "Então acho que ambas estamos mortas. Eu, pela segunda vez."

Na jaula de canto, o garanhão Arion relinchou furiosamente. Ele empinou e bateu seus cascos de encontro às grades. "O cavalo parece sentir teu desespero," disse a rainha. "Interessante. Ele é imortal, sabe... filho de Netuno e de Ceres. O cavalo mais rápido do mundo. O pégaso é mais famoso por suas asas, mas Arion corre como o vento, sobre a terra ou sobre o mar. Nenhuma criatura é mais rápida. Levamos anos para capturá-lo... Mas ele não nos fez nenhum bem. O cavalo não permite que ninguém o monte. E é caro para mantê-lo. Come qualquer coisa, mas prefere ouro."

A parte de trás do pescoço de Hazel formigava. "Ele come ouro?" Ela lembrou-se do cavalo que a seguiu há muito tempo atrás no Alasca: ela tinha pensado que ele estava comendo as pepitas de ouro que ficavam por onde ela passava. Hazel ajoelhou-se e apertou sua mão de encontro ao chão. Imediatamente a pedra rachou. Um pedaço de ouro do tamanho de uma ameixa brotou da terra. Hazel ficou de pé, examinando seu prêmio.

Hylla e Kinzie a encararam. "Como você...?"

Hazel aproximou-se da jaula do garanhão. Ela colocou a mão entre as barras e Arion comeu vagarosamente o grosso pedaço de ouro na palma de sua mão.

"A última garota que tentou isso..." disse Kinzie. 

"Agora tem um braço de metal," terminou a rainha. "Hazel... Foi predito que a guerreira mais corajosa domaria Arion algum dia e o montaria para a vitória." Hazel passou sua mão através das barras outra vez, e afagou o nariz de Arion. A rainha Hylla olhou de Hazel para o cavalo, e para Hazel novamente. "Você tem coragem, Hazel Levesque. E parece que Arion te escolheu."

Hylla olhou para Kinzie, seus olhos brilhando loucamente. 

"Está bem, meninas. Aqui está o plano. Seria constrangedor para Otrera, se suas seguidoras falhassem em seus deveres sendo superadas por uma estrangeira como Hazel e uma fuga ocorresse. Naturalmente, nenhuma das minhas guardas saberiam nada sobre isso. Kinzie nunca permitiria uma fuga."

"Certamente não," concordou Kinzie.

"Nós não podemos te ajudar," Hylla falou para Hazel. "Mas se conseguir dominar as guardas e tomar um dos cartões de proteção das Amazonas poderá abrir as celas e libertar teus amigos. Encontrará as armas deles no posto de guarda. Depois volte pra cá, Hazel, eu não vou estar aqui e talvez você consiga... bem, como mencionei, Arion é um cavalo muito rápido. Leve-o contigo. Se tiver sucesso em tua procura para libertar Tânatos-"

"-Otrera não voltará quando morrer," disse Hazel. "Você só terá que derrotá-la... hum, todas as noites até que tenhamos sucesso."

A rainha assentiu com seriedade. "Parece que ambas temos tarefas impossíveis à nossa frente."

"Mas você está confiando em mim," disse Hazel. "E eu confio em você." Hazel apertou a mão dela.

"Essa conversa nunca aconteceu," disse Hylla para Kinzie. "Leve nossa prisioneira para as celas e entregue-a às guardas de Otrera. E, Kinzie, certifique-se que você saia antes que qualquer coisa aconteça. Agora, adeus, Hazel Levesque."

Andy e Frank estavam em duas das gaiolas, conversando um com o outro em tons silenciosos. Perto deles, na passarela, três guardas Amazonas inclinavam-se contra as suas lanças.

"Mexa-se," Kinzie ordenou, alto o bastante para as guardas ouvirem. Ela cutucou Hazel nas costas com a sua espada. 

Hazel caiu de joelhos e tentou fazer cara de doente. "Eu estou me sentindo nauseada! Não consigo... andar."

A guarda mais próxima rolou os olhos e marchou até elas e agarrou o braço de Hazel. Kinzie virou-se para sair. Hazel esperou até seus passos desaparecerem. A guarda Dóris puxou o braço de Hazel. "Venha."

Hazel concentrou-se no chão e nas paredes da caverna que explodiram em pedras preciosas. Uma onda foi derramada pela passarela, jogando as Amazonas no chão. Hazel pegou uma lança das guardas que tinham caído, mas não havia necessidade para armas: as pedras haviam machucado as Amazonas e elas nem tentarem se levantar do chão. Hazel foi até uma delas e pegou o cartão que Hylla havia mencionado. Ela foi até as celas e abriu as portas. 

Frank a olhava com admiração. "Hazel, aquilo foi... incrível."

Andy concordou.

"Nossas armas e suprimentos estão no final da passarela," Hazel disse. "Nós deveríamos nos apressar. Daqui a pouco-" Alarmes começaram a soar pela caverna. "Sim, isso vai acontecer. Vamos!"

A primeira parte da saída foi fácil. Eles recuperaram as suas coisas sem problemas, então começaram a descer escada a baixo. Sempre que um enxame de Amazonas aparecia abaixo deles, demandando a sua rendição, Hazel fazia com que pedras explodissem das paredes, enterrando seus inimigos em ouro e prata. 

"Você, Hazel Levesque," Frank disse, "é completamente inacreditável."

Ela queria beijá-lo lá mesmo, mas eles não tinham tempo. Correram de volta até a sala do trono. Eles encontraram uma Amazona que de Hylla que, assim que os viu, virou-se como se eles fossem invisíveis.

Andy começou a perguntar: "Que diab-"

"Eu explicarei depois," Hazel falou. 

A segunda Amazona que eles encontraram não era tão amigável. Ela girou a sua lança na velocidade da luz, mas desta vez Andy estava preparada. Ela puxou Contracorrente e entrou na batalha. Assim que a Amazona a golpeou, ela foi para o lado, cortou a haste da lança ao meio e bateu o punho da sua espada contra o seu capacete. A guarda ficou amarrotada.

"Santo Marte," Frank disse. "Como você... aquilo não foi nenhuma técnica romana!"

Andy sorriu. "A grega também luta, romano."

Eles correram para dentro da sala do trono que estava vazia. Hazel correu até a jaula de Arion e passou o cartão das Amazonas na fechadura. Instantaneamente o garanhão irrompeu para fora, relinchando em triunfo. Andy e Frank cambalearam para trás.

"Hum... essa coisa é mansa ?" Frank disse.

O cavalo relinchou com raiva.

"Acho que não," Andy presumiu. "Ele acabou de dizer, 'Eu vou pisar em você até a morte, bebezinho chinês canadense.'"

"Você fala cavalês?" Hazel perguntou.

"Bebezinho?" Frank balbuciou.

"Poseidon," Andy deu de ombros. "Ou Netuno. Sei lá."

"Bem, ele é rápido. Pode nos tirar daqui," Hazel disse.

Frank não pareceu feliz. "Três de nós não podem caber em um cavalo, podemos? Iremos atrasá-lo, ou-"

Arion relinchou de novo.

"Rude!" Andy disse. "Frank, o cavalo disse que você é um... sabe, eu não vou traduzir. Mas ele disse que há uma biga no depósito, e está disposto a puxá-la."

"Ali!" alguém gritou dos fundos da sala do trono. Uma dúzia de Amazonas entraram. Quando viram Arion, elas recuaram rapidamente.

Hazel pulou nas costas de Arion e sorriu para os seus amigos. "Venham!" Ela galopou para dentro da longa caverna e espalhou uma multidão de Amazonas. Andy bateu em uma outra. Frank varreu mais duas com a sua espada. Hazel foi até a patrulha das Amazonas, que dispersaram em terror ao sinal de um cavalo. Por um segundo, a spatha de Hazel parecia do comprimento certo. Ela acertou todos que vinham ao seu alcance. Nenhuma Amazona ousou desafiá-la.

Andy e Frank correram atrás dela. Finalmente eles alcançaram a biga. Arion parou para colocar o laço e Andy começou a trabalhar com as rédeas e arreios.

"Você já fez isso antes?" Frank perguntou.

Andy não precisou responder. As suas mãos voaram. Em pouco tempo a biga estava pronta. Andy pulou a bordo e gritou: "Frank, venha! Hazel!"

Hazel esporeou Arion. Eles correram através da caverna, ziguezagueando em volta de montes e montes de coisas. Uma flecha passou zunindo pela cabeça de Hazel. Alguma coisa explodiu atrás dela, mas ela não olhou para trás.

"As escadas!" Frank gritou. "Sem chance que esse cavalo possa puxar uma biga-AI MEUS DEUSES!"

Felizmente as escadas eram largas o bastante para a biga, por que Arion nem sequer diminuiu. Ele subiu os degraus com a biga batendo e gemendo. Hazel olhou para trás algumas vezes para ter certeza que Frank e Andy não tinham caído. Os nós dos dedos deles estavam brancos ao segurar a biga, seus dentes batiam violentamente. Finalmente alcançaram a portaria. Arion atravessou as portas principais para dentro do centro comercial e botou para correr um monte de caras de ternos.

"Ella!" Hazel gritou para o céu. "Onde está você? Nós precisamos partir!"

Em um flash de asas vermelhas, Ella pousou na biga. "Ella está aqui."

"Segurem-se!" Hazel gritou. Ela inclinou-se para frente e sorriu. O mundo parecia se arrastar. A luz do sol se curvava em volta deles. Arion disparou para longe das Amazonas e correu pelo centro de Seattle. Ele trovejou em direção o cais, saltando sobre carros, passando através de cruzamentos. Hazel gritou à plenos pulmões, mas foi um grito de prazer. Pela primeira vez na sua vida - nas suas duas vidas - ela se sentiu absolutamente incontrolável. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...