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História Céus e Mares - Deuses e Heróis


Escrita por: dfcrosas

Capítulo 29 - Deuses e Heróis


Fanfic / Fanfiction Céus e Mares - Deuses e Heróis


Arco I - Para o Mundo dos Céus
Parte XVI - Ancestrais, escutem a minha prece, me ajudem a não parecer uma completa idiota e a não envergonhar minha família. 

 

A vista da montanha era bem incrível. 

"Isso é Concord," Lena disse, apontando para o norte. "Walnut Creek está abaixo de nós. Ao sul, Danville, atrás daqueles vales. E naquele caminho..." Ela apontou para o oeste, onde um cume de vales dourados eram cobertos por uma camada de neblina. "Aquela é Berkeley Hills. A baía do leste. Atrás dela, São Francisco."

"Lena?" Piper tocou seu braço. "Você está lembrando? Já esteve aqui antes?"

"Sim... não." Lena deu a ela um olhar angustiado. "Sooa importante na minha mente. Não sei porquê."

"Essa é a terra dos titãs." O Treinador Hedge assentiu para o oeste. "Lugar ruim, Grace. Confie em mim, isso é tão perto de São Francisco quanto queremos chegar."

Leo tentou mover o pé, mas agora suas solas estavam completamente afundadas na lama. "Ei, galera," ele disse. "Vamos continuar andando."

Os outros perceberam o problema.

"Gaia é mais forte aqui," Hedge resmungou. Ele tirou seus cascos dos sapatos, e então entregou seus sapatos para Leo. "Guarde eles para mim, Valdez. Eles são bons."

Leo bufou. "Sim, senhor, treinador. Quer que eu engraxe também?"

"Esse é o espírito, Valdez," Hedge assentiu, aprovando. "Mas primeiro, é melhor subirmos essa montanha enquanto ainda podemos."

"Como sabemos onde está o gigante?" Piper perguntou.

Lena apontou para o pico. Havia fumaça em volta do cume. De longe, Leo tinha pensado que era uma nuvem, mas não. Era algo queimando. "Onde tem fumaça, tem fogo," ela disse. "É melhor nos apressarmos."

Escalar uma montanha quando a terra estava tentando engolir seus pés era realmente complicado. Em tempo nenhum, Leo já tinha enrolado as mangas de sua camisa, mesmo com o vento frio e afiado. Eles se aproximaram do cume do monte e, finalmente, Lena se abaixou atrás de uma parede de pedras. Ela gesticulou para os outros fazerem o mesmo. Leo ajoelhou ao seu lado. Piper teve que puxar o Treinador Hedge para baixo.

"Eu não quero sujar minhas roupas!" ele reclamou.

"Shhhh!" Piper fez.

Relutante, o sátiro ajoelhou-se.

Um pouco afrente do lugar onde eles estavam escondidos, na sombra da última parte da montanha, estava uma depressão cheia de árvores do tamanho aproximado de um campo de futebol, onde o gigante Encélado havia armado acampamento. O gigante Encélado era tão grande, tão feio, que Leo não queria nem olhar para ele. Ele tinha uns nove metros de altura, sua pele era bronzeada, mas coberta de cinzas. Sua face era grosseiramente afinada, como uma escultura de barro pela metade, mas seus olhos brilhavam brancos, e seus dreadlocks iam até os ombros, presos com ossos. Suas pernas eram escamosas e verdes, com garras ao invés de pés, como pernas traseiras de um dragão. Na mão, Encélado segurava uma lança do tamanho de uma haste de bandeira.

"Tá," o Treinador Hedge sussurrou. "O plano é o seguinte..."

Leo lhe deu uma cotovelada. "Você não vai até ele sozinho."

"Ahh, qual é!"

Piper engasgou-se. "Olhem." Visivelmente do outro lado da fogueira estava um homem amarrado a um poste. Sua cabeça estava caída como se estivesse inconsciente. "Pai," ela disse.

"Há quatro de nós," Hedge sussurrou urgentemente. "É apenas um dele."

"Você deixou escapar o fato de que ele tem nove metros de altura," Leo falou.

"Certo," Hedge disse. "Então você, eu e Lena o distraímos. Piper vai de mansinho e liberta seu pai."

Todos olharam para Lena. "O quê?" ela deu pra trás. "Não posso tomar essa decisão. Eu não sou a líder."

"Sim," Piper disse. "Você é."

Eles nunca haviam falado nisso, mas ninguém discordou, nem mesmo Hedge.

Lena pareceu completamente infeliz com aquele arranjo. "Uh... Acho que... Treinador Hedge está certo. Uma distração é a melhor chance de Piper."

"Então vamos logo," Leo disse. "Antes que eu recupere meu juízo."

Piper rastejou pelo alto da montanha, tentando manter a cabeça baixa, enquanto Lena, Leo e o Treinador Hedge caminhavam em direção à clareira. Lena evocou sua lança de ouro, a brandiu sobre a cabeça e gritou: “Gigante!” Soou bastante bom, muito mais confiante que Leo tinha esperado.

Encélado parou de cantar para as chamas. Virou-se para eles e sorriu, revelando presas como as de um tigre-dentes-de-sabre. "Bem," disse, "você estão atrasados para o jantar."

Leo não gostou do tom dele. O Treinador Hedge gritou: "Deixe a estrela de cinema ir, seu cupcake grande e horroroso! Ou vou enfiar meus cascos bem na sua..."

"Treinador," Lena disse. "Mais educação." 

Encélado rugiu e deu uma risada. "Tinha me esquecido de como os sátiros são engraçados. Quando nós dominarmos o mundo, acho que vou deixar sua espécie viva por aí. Vocês poderão me entreter enquanto eu como todos os outros mortais."

"Isso é um elogio?" Hedge franziu a testa para Leo. "Eu não acho que foi um elogio."

Encélado abriu sua boca larga e seus dentes começaram a brilhar.

"Espalhem-se!" Leo gritou.

Lena e Hedge mergulharam para a esquerda quanto o gigante soltou fogo; uma rajada tão quente que até Festus ficaria com ciúmes. Leo correu para a direita, com a intenção de chegar até um cortador de árvores que tinha acabado de notar. Com o canto do olho, ele viu Lena avançar contra o gigante. O Treinador Hedge tirou sua jaqueta amarela, que agora estava em chamas, e gritou com raiva: "Eu gostava dessa roupa!" Então ele levantou sua clava e atacou também. No entanto, antes que ele pudessem ir longe, Encélado bateu com força sua lança no chão. O monte inteiro vibrou. 

A onda do impacto fez Leo se estatelar no chão. Ele piscou, momentaneamente desnorteado. Ele viu Lena se levantando do outro lado da clareira. Treinador Hedge havia sido nocauteado. 

O gigante berrou: "Estou te vendo, Piper McLean!" Ele virou e cuspiu fogo em uma linha de arbustos à direita de Leo. Piper correu para a clareira enquanto o arbusto atrás dela queimava. Encélado riu. "Fico feliz que você tenha chegado. E trouxe os meus prêmios!"

O intestino de Leo contorceu-se. O gigante dever ter lido a expressão de Leo, porque riu ainda mais alto.

"É isso mesmo, filho de Hefesto. Eu não esperava que todos vocês estivessem vivos até agora, mas não importa. Trazendo vocês aqui, Piper McLean selou seu acordo. Se ela trair vocês, vou cumprir minha parte do acordo. Ela pode pegar seu pai e ir embora. Por que me importaria com uma estrela de cinema? Jure lealdade a mim e não teremos nenhum problema. Apenas esses outros irão morrer."

Piper sacou sua faca. Ela olhou pra frente e pra trás, entre Leo e seu pai.

"Ele vai te matar," Leo avisou. "Não acredite nele!"

"Ah, vamos," Encélado berrou. "Você sabia que nasci para combater a própria Atena? A mãe Gaia fez cada um de nós com um propósito específico, destinados a lutar e destruir um deus em particular. Eu era o carrasco de Atena, o anti-Atena, você pode dizer. Comparado com alguns de meus irmãos, eu sou pequeno! Mas sou inteligente. E vou manter meu acordo com você, Piper McLean. É parte do meu plano!"

Lena preparou a lança. 

"Veja Piper, você tem uma escolha," o gigante continuou. "Salve teu pai, ou hmm, tente salvar teus amigos e encare a morte certa."

Piper deu um passo a frente. Seus olhos queimaram de fúria. Ela irradiava poder e beleza, mas isso não tinha nada a ver com suas roupas ou maquiagem. "Você não vai levar as pessoas que eu amo," ela disse. "Nenhum deles." Suas palavras atravessaram a clareira com tanta força que algumas flores se abriram nas árvores. 

Lena avançou contra Encélado, enquanto Piper e Leo foram na direção do pai dela. A batalha até que estava indo bem. Os instintos de Lena estavam em alerta, e ela rolou para longe da primeira lançada do gigante e espetou o tornozelo de Encélado. Sua lança conseguiu furar a pele grossa de dragão e icor dourado, o sangue dos imortais, escorreu pelos pés do gigante. Encélado gritou de dor e soprou-lhe fogo. Lena afastou-se, rolando por trás do gigante, e atacando novamente atrás de seu joelho.

Pelo canto do olho, ela podia ver Leo e Piper libertando Tristan. Hedge ainda estava heroicamente desmaiado com seu traseiro de bode pra cima.

A lança de Encélado não a acertou por um milímetro. Lena continuou esquivando-se, mas seus pés estavam começando a grudar no chão. Gaia estava ficando mais forte, e o gigante mais rápido. Encélado podia ser lento, mas não era burro. "Eu não sou um monstro inferior," berrou Encélado. "Sou um gigante, nascido para destruir os deuses! Teu palito de ouro não pode me matar, menina."

Lena não desperdiçou energia respondendo. Já estava cansada. O chão agarrava seus pés, fazendo-a sentir como se pesasse cinquenta quilos a mais. Leo libertou Tristan McLean e Piper o pegou em seus braços tentando arrastá-lo para longe. Lena levantou a lança para bloquear o próximo ataque do gigante; um grande erro. Ela conseguiu desviar a lança, mas foi atingida no ombro e seu braço ficou dormente. Ela recuou, tentando levar o gigante até a beira da clareira. 

Encélado podia sentir seu cansaço. "A formidável Lena Grace," ele zombou. "Sim, nós conhecemos você, filha de céus e tempestade. Aquela que liderou o ataque do Monte Otris. Aquela que, sozinha, matou o titã Krios e derrubou o trono negro."

A mente de Lena zuniu. Houve uma explosão de lembranças tão fortes que ela achou que fosse desmaiar. Lena tentou acalmar-se e atacou. Encélado deixou-a se aproximar, sorrindo com antecipação. No último segundo, Lena fingiu um ataque e rolou entre as pernas do gigante. Ela subiu rapidamente, empurrando com toda sua força, pronto para apunhalar o gigante na parte de baixo das costas, mas Encélado antecipou o truque. Afastou-se com uma velocidade e agilidade grandes demais para um gigante, como se a Terra o ajudasse a se mover. Ele riscou o ar com seu arpão, batendo na lança de Lena, e com um estalo como um tiro de espingarda, a arma de ouro se quebrou.

A explosão fez ela tombar e deixou-lhe sem ar. 

Quando sua visão voltou ao foco, Lena estava na borda de uma cratera. Encélado estava do outro lado, com o andar cambaleante e confuso. A destruição da lança liberara tanta energia que tinha feito um buraco no chão. Lena não tinha certeza de como sobrevivera aquilo. Ela estava sem energia. Não tinha arma. E Encélado ainda estava muito vivo. 

Lena tentou se levantar, mas suas pernas pareciam chumbo. Encélado olhou para a destruição, então riu. "Impressionante! Infelizmente, esse foi teu último truque, semideusa." Encélado saltou a cratera com um único salto, pousando cada pé de um lado de Lena. O gigante levantou sua lança, a ponta pairando a dois metros do peito dela. "E agora," disse, "meu primeiro sacrifício à Gaia!"

Então a voz de Leo disse: "Cuidado!"

Uma cunha de metal preto bateu em Encélado com um baque enorme. O gigante tombou e caiu no buraco.

"Lena, levante-se!" Piper chamou. Sua voz a energizou, tirando Lena de seu entorpecimento. Ela se sentou, sua cabeça girando enquanto Piper agarrava seus braços e a puxava para cima. "Não morra agora!" ela ordenou. 

"Sim, senhora." Lena sentia-se tonta, mas Piper era a coisa mais linda que ela já tinha visto. Seu cabelo estava queimado. Seu rosto estava manchado com fuligem. Ela tinha um corte no braço, o vestido fora rasgado e estava sem uma bota. Linda. Naquele momento, Lena teria se contentado em apenas assisti-la e morrer. Aquela noção estranha lhe acertou o peito e então ela teve certeza absoluta: estava apaixonada. 

Cerca de cem metros atrás dela, Leo estava em pé sobre um equipamento de construção, uma coisa como um canhão com um único pistão maciço, a ponta quebrada. Encélado estava lutando para subir, uma lâmina de machado do tamanho de uma máquina de lavar roupa presa em seu peitoral. Surpreendentemente, o gigante conseguiu puxar o machado. Ele gritou de dor e as montanhas tremeram. "Boa tentativa." O gigante estremeceu. "Mas não posso ser derrotado."

Leo correu até as meninas. "O que há com esse cara? Morra!"

"Meu destino está predeterminado," disse Encélado. "Gigantes não podem ser mortos por deuses ou heróis."

"Só pelos dois juntos," Lena completou forçando-se a tirar os olhos de Piper. O sorriso do gigante vacilou e Lena viu em seus olhos algo como o medo. "É verdade, não é? Deuses e semideuses tem que trabalhar juntos para matá-lo."

"Você não vai viver tempo suficiente para tentar!" O gigante começou a tropeçar na encosta da cratera, escorregando nas laterais.

"Alguém tem um deus nas chamadas de emergência?" Leo perguntou.

O coração de Lena estava cheio de temor. Ela olhou para o gigante abaixo deles, lutando para sair da cova, e sabia o que tinha que fazer. "Leo, se você tem uma corda no teu cinto de ferramentas, deixe-a pronta." E ela pulou no gigante sem nenhuma arma, apenas suas mãos.

"Encélado!" Piper gritou. "Olhe atrás de você!" Foi um truque óbvio, mas a voz dela era tão convincente que até mesmo Lena olhou. 

O gigante falou: "O quê?" E virou-se como se houvesse uma enorme aranha em suas costas. Lena atacou suas pernas no momento certo. O gigante perdeu o equilíbrio. Encélado bateu na cratera e deslizou para o fundo. Quando Encélado tentou levantar, Lena já tinha montado em seus ombros. "Saia!" Encélado gritou. Ele tentou agarrar as pernas de Lena, mas ela não parou de se mexer, se contorcendo e escalando os cabelos do gigante.

Pai, Lena pensou. Se eu já fiz algo de bom nessa vida, ajude-me agora. Ofereço minha própria vida... basta salvar os meus amigos.

De repente, ela pôde sentir o cheiro metálico de uma tempestade. A escuridão engoliu o sol. Lena gritou para seus amigos: "Se abaixem!" 

Um raio percorreu o corpo de Lena, indo direto para Encélado e em seguida para a terra. O gigante endureceu novamente, e Lena foi arremessada. Quando recuperou sua visão, estava escorregando cratera abaixo, e ela estava rachando. O raio dividiu a própria montanha em duas. A terra tremeu, e as pernas de Encélado deslizaram para o abismo. Ele se agarrou desesperadamente nas paredes do poço, e apenas por um momento conseguiu segurar-se à margem, suas mãos trêmulas.

A terra tremeu mais um pouco e Lena caiu na direção da rachadura.

"Segure firme!" Leo gritou.

Os pés de Lena estavam na beira do abismo quando ela pegou a corda, e Leo e Piper puxaram-na para cima. Eles estavam juntos, exaustos e aterrorizados, e o abismo se fechando como uma boca com raiva. A terra parou de puxar seus pés. A montanha estava em chamas. Mas a única coisa que eles podiam fazer era trocar olhares chocados. 

O Treinador Hedge se sentou, gemeu, massageou a cabeça. Ele piscou e olhou para a cena em volta. "Eu fiz isso?" Antes de Lena pudesse responder, Hedge pegou seu bastão e chacoalhou seus pés. "Sim, vocês queriam um casco? Eu lhes darei alguns cascos, cupcakes! Quem é o bode, hein?"

Leo esboçou um sorriso, e Lena não pode deixar de acompanhá-lo; eles começaram a rir. 

ϟ

Pegar emprestado o helicóptero foi fácil. Piper precisou de apenas algumas palavras através do megafone improvisado de Leo para convencer a piloto a pousar no monte. O helicóptero do parque era grande o suficiente para evacuações médicas ou busca e salvamento, e quando Piper disse para simpática senhora guarda-florestal que seria uma ótima ideia voarem até o Aeroporto de Oakland, ela rapidamente concordou. O controle de tráfego aéreo não queria deixar que um helicóptero não programado pousasse no Aeroporto de Oakland, até que Piper pegou o rádio. Em seguida, pareceu não haver problema algum. Eles desembarcaram no asfalto, e todos olharam para Piper.

"E agora?" Lena perguntou para ela.

Piper sentiu-se desconfortável. Ela não tinha nenhum plano. Eles não tinham ideia para onde ir ou se chegariam tarde demais. "Primeiro..." ela disse. "Eu... eu tenho que levar meu pai para casa. Me desculpem."

A expressão deles foi de desânimo.

"Ah," Leo disse olhando para o ator inconsciente. "Quer dizer, claro. Ele precisa de você agora. Nós podemos seguir sozinhos a partir daqui."

"Eu posso cuidar dele," o Treinador Hedge se ofereceu.

Piper olhou para ele. "Você?" ela perguntou.

"Sou um protetor," Gleeson disse. "O meu trabalho é esse, e não lutar." Ele pareceu um tanto cabisbaixo, mas logo se endireitou e contraiu o maxilar. "Claro, eu sou bom em uma luta, também." E ele olhou para todos, desafiando-os a discordar.

"É mesmo," Lena confirmou.

"Aterrorizante," Leo concordou.

O treinador grunhiu. "Mas eu sou um protetor, e posso fazer isso. Você precisa continuar com a missão, McLean."

"Mas..." Os olhos de Piper ardiam. Ela se ajoelhou ao lado do pai e o abraçou. Então tirou do bolso o vidrinho que Afrodite lhe tinha dado. "Isso é pra ele," disse para o Treinador. "Faça-o beber. E aí vai ser como se nada disso aconteceu." Ela olhou para o rosto frágil do pai e agradeceu por ele não estar acordado; faria tudo cem vezes mais doloroso. "Talvez um dia você esteja pronto para falar sobre isso. Até lá... Saiba que eu te amo." 

O sátiro era forte o suficiente para carregar Tristan McLean. Piper vasculhou o bolso do pai, e o BlackBerry dele ainda estava lá. Piper ligou para o número do chofer que chegou absurdamente rápido. Hedge colocou o pai dela pra dentro do lustroso Gulfstream branco, e olhou para eles pela última vez para dizer adeus. 

Quando eles se foram, Piper começou a chorar. Estivera se segurando fazia muito tempo e não aguentou mais. Antes que percebesse, Lena a estava abraçando, e Leo estava ao seu lado, puxando lençinhos de seu cinto de ferramentas.

"Ele vai ficar bem," Lena disse. "E você foi incrível."

Piper chorou mais. Permitiu-se ser abraçada enquanto respirava fundo seis vezes.  Sete. Então teve que se recompor. Eles precisavam dela. A pilota do helicóptero parecia desconfortável, como se estivesse começando a se perguntar por que tinha voado até ali. "Obrigada," Piper disse aos seus amigos. "Eu..." Ela queria dizer o quanto eles significavam para ela e como jamais poderia pagá-los por-

Ao lado de Lena, o ar começou a brilhar. Era uma mensagem de Íris. Uma imagem apareceu no ar com uma menina de cabelos escuros usando uma jaqueta camuflada e segurando um arco. Lena cambaleou para trás, surpresa. "Thalia!"

"GG, graças aos deuses," disse a Caçadora. "Nós a encontramos. Onde você está?"

"Oakland. E você?"

"Na Casa do Lobo! Oakland... vocês não estão muito longe. Estamos impedindo os comparsas do gigante, mas não podemos aguentar por muito tempo. Cheguem aqui antes do pôr do sol ou estará tudo acabado."

"Ainda dará tempo?" Piper perguntou. 

"Raspando," disse Thalia. "Mas GG... é pior do que pensei. Porfírio está se erguendo. Venha rápido."

"Mas onde fica a Casa do Lobo?"

"Nossa última viagem," disse Thalia, sua imagem começando a desaparecer. "O parque. Jack London. Lembra?"

Aquilo não fazia sentido para Piper, mas Lena parecia ter sido estapeada. Ela cambaleou, seu rosto pálido, e a mensagem-de-íris desapareceu.

"Cara, você está bem?" Leo perguntou. "Você sabe onde ela está?"

"Sim," Lena disse. "Sonoma Valley. Não é muito longe. Não pelo ar."

Piper voltou-se para a guarda-florestal, que vinha assistido tudo com a expressão cada vez mais intrigada.

"Não podemos levar um mortal para a batalha," Lena lembrou. "É muito perigoso." Ela virou-se para Leo. "Você acha que poderia pilotar essa coisa?"

"Hã..." A expressão de Leo não estava exatamente tranquilizando Piper. Mas então ele colocou sua mão ao lado do helicóptero, muito concentrado, como se estivesse ouvindo a máquina. "Helicóptero utilitário Bell 412HP," ele disse. "Composto por 4 hélices no centro do rotor, na velocidade de um cruzeiro de vinte e dois nós, teto de voo de vinte mil pés. O tanque está quase cheio. Quer saber? Sim, eu posso pilotar isso."

Piper sorriu para a pilota. "Algum problema se um menor de idade não licenciado pegar emprestado o teu helicóptero? Nós vamos devolvê-lo, claro."

"Eu..." a pilota quase se engasgou com as palavras, mas concordou. "Eu não tenho problema com isso."

Leo sorriu. "Pulem para dentro, crianças. Tio Leo vai levá-los para um passeio." 



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