1. Spirit Fanfics >
  2. Chainsaw >
  3. Chapter Two

História Chainsaw - Chapter Two


Escrita por: prinjns

Capítulo 2 - Chapter Two


Terminamos nosso banho quente após o despertar matinal maravilhoso. Ri sozinha e Nicholas me encarou pelo grande espelho fixado na parede em sua parte da bancada do banheiro rindo comigo também, mesmo sem saber o motivo – talvez imaginasse qual era.

Peguei nossas roupas jogadas pelo chão do banheiro formando um bolo emaranhado e joguei no cesto de roupas que lavaria mais tarde.

- Quantas mil vezes você troca de roupa, Nick? – Falei espantada com a quantidade de roupas masculinas dispostas em dois cestos.

- Preciso estar muito bem apresentável Mand... Minhas fãs esperam isso. – Disse o moreno se gabando, contraindo os músculos dos braços, me arrancando um sorriso.

- Você vai começar a lavar as próprias roupas, Jonas... – Falei apontando para o cesto e deixando o banheiro com uma toalha branca enrolando meu tronco até pouco acima do joelho e com outra toalha enrolada nos cabelos para que a umidade saísse.

Caminhei até o closet e coloquei uma lingerie um pouco mais comportada, antes que Nick aparecesse para querer tirá-la, e logo após me vesti com um shorts jeans surrado onde deixavam minhas coxas à mostra pelo fato de ser curto, e uma camisa de manga longa. Nicholas saiu do banheiro vestindo uma boxer branca, e tive que me conter em apenas olhar de relance e não morder o lábio com a visão do paraíso.

- Coloque uma calça logo, Nick. – Suspirei e joguei outra calça de moletom em sua direção, que foi pega no ar. Recebi uma piscadela delicada dele em agradecimento.

Voltei ao banheiro e sequei brevemente meus cabelos, passando uma pomada protetora e hidratante por toda extensão de meus fios negros.

Ao sair do cômodo vi Nicholas já acomodado na cama, indicando o lugar que eu deveria deitar. Caminhei até ele com sorriso nos lábios e me aconcheguei em seus braços ainda desnudos.

Ele me deitou em seu peito, passando seus braços por trás de meu pescoço e deixando em meus ombros um carinho gostoso com a ponta de seus dedos.

- O que você quer assistir, amor?

- Qualquer coisa, Nick. Estou cansada. – Suspirei me aconchegando em seu abraço e fechei os olhos. – Por que não assiste àquele canal de noticias que você gosta? Deve estar no meio.

Não recebi resposta, porém escutei o barulho dos canais serem trocados. Logo a voz do jornalista preferido de Nick ecoava pelo quarto quente com a meia luz do sol entrando, me fazendo relaxar e sentir meu corpo pesar cada vez mais, e logo, o barulho da TV já não era tão alto assim.

***

Mais uma vez me revirei na cama e a encontrei vazia. Passei os braços pelo lugar onde pouco antes o corpo de Nick repousava e senti meus dedos encontrarem algo de textura áspera, que conclui ser papel quando escutei o barulho de minhas mãos o apertando.

“Tive que sair para uma reunião e não quis te acordar. Não sei quanto tempo vai levar, mas ligo assim que possível.

- Nick.”

Deixei o papel na cabeceira do meu lado da cama, me colocando em pé e arrumando de imediato toda bagunça do quarto. Logo estava tudo em seu devido lugar e agora a luz do sol invadia o quarto por completo, fazendo reluzir em todos os móveis, deixando o cômodo maior – como se fosse possível.

Desci as escadas analisando se algo mais precisaria ser feito até chegar à cozinha onde havia deixado um trabalho inacabado. Coloquei toda a louça na pequena máquina de lavar e organizei o restante, colocando as torradas que sobraram no indicado pote, guardando na geladeira geleias, caldas e açúcar. Nick tinha uma grande mania de exagerar no café, sempre colocando muito a mais do que comeríamos.

Ergui meus olhos para o relógio que pendia na parede da cozinha que indicava que estava perto das 12h00, e que talvez Nick viesse passar a hora do almoço comigo.

Subi correndo as escadas e fui em direção ao banheiro, pegando o primeiro cesto de roupas, mas antes de carrega-lo precisei fazer um pouco de força pra que todas as roupas ali permanecessem em seu devido lugar.

Logo todo o chão da lavanderia tinha roupas espalhadas, separadas por cores. Eu não fazia a mínima ideia do por quê eu fazia àquilo, se no final, todas iam juntas para a máquina. Balancei a cabeça negativamente. Minuciosa, meticulosa... Com TOC, talvez. Suspirei e joguei todas as roupas na máquina e programei um tempo de 50min para que terminasse o ciclo, enquanto eu fazia uma rápida salada e grelhava um franco que havia temperado.

12h20 e Nick não havia chego ou ligado. Decidi almoçar sozinha e continuar meus afazeres. Deixaria algo separado para Nick, caso chegasse atrasado.

Substitui as louças do café da manhã pelas louças que eu havia usado no almoço na pequena máquina lava-louças na parte de baixo da ilha da cozinha, e logo o ambiente ali também estava organizado.

Sai da cozinha e caminhei até o escritório de Nick, onde a parta grossa e alta de madeira estavam encostadas, então não foi preciso muita força para abri-la.

Caminhei em linha reta até sua mesa, onde pendiam documentos, canetas e seu notebook. Não iria bisbilhotar, só precisava de um lugar para trabalhar um pouco.

Afastei a cadeira de couro almofadada da mesa e tomei meu lugar. Abri o notebook colocando a senha do nosso aniversário de namoro e observei a tela ser desbloqueada e logo uma foto minha ser exibida como plano de fundo. Suspirei e sorri sincera.

Abri primeiro meus e-mails e chequei que precisava responder à um relatório da filial do Brasil da empresa na qual eu era CEO – Volvo Cars, mas precisaria do auxilio das estatísticas da filial. Comecei espalmando e separando os documentos em cima da mesa de Nick, que na maioria eram prováveis contratos de marcas e aparições. Não estava ali. Abri a primeira gaveta e revirei todo seu conteúdo, me frustrando por não encontrar nada. Comecei a me desesperar. Logo eu, tão organizada e meticulosa havia perdido um documento tão importante. Suspirei aliviada colocando a mão em meu coração quando vi o pequeno papel reluzente com os gráficos em verde e amarelo, o puxando de uma vez da gaveta e foleando calmamente analisando seus resultados na produção das peças e no novo seguimento que a filial brasileira pretendia seguir. Franzi o cenho ao perceber folhas a mais no relatório e apenas li a primeira palavra da folha, onde dizia: Novo álbum – Nick Jonas.

Ele não havia dito nada a respeito disso, muito menos sobre a possibilidade, mesmo que remota, de começar um novo álbum. Balancei a cabeça para espantar qualquer pensamento – ou lembrança- que pudesse me atrapalhar. Separei os documentos de Nick dos meus e o voltei para a gaveta, terminando meu trabalho, respondendo meus e-mails de trabalho e alguns pessoais. Aproveitei para falar com Juliana, minha melhor amiga, confidente e talvez alma gêmea feminina. Ela era assessora de imagem e cupido nas horas vagas.

- Amor? – Escutei a porta da frente do apartamento ser batida.

- No escritório! – Exclamei juntando meus papéis e encerrando todas as atividades do notebook.

Nicholas adentrou ao cômodo e beijou minha testa, olhando atentamente os papéis em minha mão. Não seja paranoica, Amanda. Dê um voto de confiança... Ele lhe conta tudo, por que não contaria sobre um álbum novo?

Saímos do escritório e Nicholas me contou por cima o assunto da reunião, e me disse que havia comido algo pela rua, mas sentia muito por ter me deixado passar àquela refeição sozinha.

- Sem problemas, as roupas na secadora são todas suas! – Ri enquanto sentava no sofá, recebendo uma careta em resposta de Nick, que antes de sair da sala à caminho da lavanderia, me deu um selinho.

Passamos a tarde revezando nos afazeres domésticos que sabia que Nicholas odiava fazer, como dobrar e guardar as roupas, mas sem outra alternativa já que ele teria que ficar com a tarefa pra que eu fizesse nosso jantar.

Na cozinha comecei a fazer uma comida típica do Brasil – já que sou brasileira. Arroz, strogonoff e batatas.  Estava terminando com o acompanhamento, quando o celular de Nick tocava na ilha da cozinha, onde mais cedo ele estava ali me enrolando para não dobrar as roupas.

- Nick, seu celular. – Gritei. – Posso atender?

Ia caminhando em direção ao aparelho quando ele entrou correndo na cozinha colocando a mão em cima do celular me dando um sorriso amarelo em resposta.

- Pode deixar amor. – Retirou o aparelho da bancada e olhou no visou. Andrew. – Vou atender no escritório.

Andrew era seu diretor de áudio e quase nunca ligava, a não ser quando estavam gravando, quando as ligações aconteciam quase a cada minuto. Suspirei ao lembrar dos papéis em sua mesa, tendo que segurar meu corpo para não o seguir e escutar a conversa pela porta. Foi em vão, porque quando percebi, lá estava eu colocando o ouvido na porta de madeira encostada, e escutando de maneira abafada a voz rouca de Nick.

- Não, Andrew... Ainda não falei. – Escutei seu suspiro e um breve silêncio. – Não sei se vou fazer, quer dizer... – Foi interrompido em sua fala. – Não posso deixa-la aqui. Não vou deixa-la. Eu... – Interrompido novamente. – Ela tem um trabalho, Andrew! – Nick se exaltou, mas logo controlou a voz, talvez com medo que ouvisse sua conversa. – Me dê mais tempo, ok? – Suspirou e escutou mais alguma coisa do outro lado da linha. – Preciso ir, Andrew... Antes de ligar me mande mensagem. Não quero que Mand suspeite de nada. – Ficou em silencio por instantes. – Não gosto de esconder algo dela. Logo dela que... – Foi interrompido mais uma vez e permaneceu em silencio por um longo tempo. Decidi que era hora de sair dali e voltar para a cozinha.

Nick não demorou muito a sair do escritório, e também não voltou para a cozinha para me falar quem havia ligado e o que haviam conversado, como ele sempre fazia. Ele não poderia deixar de fazer algo por mim. Não de novo. Quando senti que as lágrimas logo brotariam em meu rosto, chamei por Nick para jantarmos.

Nosso jantar foi um dos mais estranhos possíveis. Quase não trocamos palavra alguma, e quando o fazíamos era de forma monossilábica.

- Você pode terminar aqui? Estou com dor de cabeça, quero tomar banho e deitar. – Perguntei a ele enquanto levávamos nossos pratos para a cozinha.

- Fica tranquila. – Ele se aproximou me abraçando pela cintura e colando nossos corpos, me aninhando em seus braços.

Aspirei seu perfume amadeirado que se misturava perfeitamente com o cheiro suave de sua pele, e passando meus braços por sua cintura o apertei em mim, tendo que segurar a vontade idiota de chorar.

- Eu te amo. – Sussurrei a ele, que me respondeu com um beijo no topo da cabeça.

Me desvencilhei de seus braços e fui para o quarto, onde separei um pijama qualquer e procurei minha bolsa, tirando de lá uma caixinha transparente laranja cheia de comprimidos. Derramei dois sobre minha mão e os engoli. Precisava acabar com essa dor de cabeça e dormir.

Entrei no banheiro e liguei o chuveiro com água morna. Meu corpo estava quente, quase febril, e ao contrário da manhã, não era por tesão. Senti meu corpo estremecer enquanto me despia e me ordenava mentalmente para afastar os malditos flashbacks da cabeça.

Porra Amanda, não chora! Não chora! Não chora! Me ordenava enquanto me olhava no espelho prendendo meus cabelos num coque alto, para depois escovar os dentes e entrar para o box.

Assim que a água morna entrou em contato com minha pele, quase dando um choque no mesmo pela água estar muito mais fria do que imaginei, assim também as lembranças invadiram minha mente.

 

Flashback

 

- Você não pode fazer isso! – Dizia entre soluços nos braços de Nick.

- Eu já fiz. – Ele me apertava para que eu  parasse de tentar me desvencilhar de seus braços e correr para mais longe.

Estávamos no meio de uma rua escura no meu antigo endereço, quase um ano e meio atrás.

- Nick... é a sua carreira. E eu sou só... só... – As palavras morreram ali em meus lábios.

- Você é o amor da minha vida, Mand. Não vou desistir de você. Ou de nós.

E depois daquele dia, Nick Jonas anunciou que não faria a nova tour, ou que lançaria o próximo álbum.

Lançou apenas uma música. Um único single que agora ele cantava pra mim.

Oh damn, oh damn, oh damn
I'm so perplexed
With just one breath, I'm locked in

(Oh caramba, oh caramba, oh caramba
Estou tão perplexo
Com apenas um suspiro, estou trancado)

 

Oh damn, oh damn, oh damn
I'm so perplexed on that
It's almost shocking

(Oh caramba, oh caramba, oh caramba
Estou tão perplexo
É quase chocante)

 

I know, I know you know you're scared
Your heart, your mind, your soul, your body
They won't, they won't, they won't be careful
But I guess that you don't know me

(Eu sei, eu sei, que você sabe que está com medo
Seu coração, sua mente, sua alma, seu corpo
Eles não serão, não serão, não serão cuidadosos
Mas acho que você não me conhece)

 

Cause if I want you, then I want you, babe
Ain't going backwards, won't ask for space
Cause space was just a word made up by someone who's afraid to get too

(Porque se eu te quero, eu te quero, amor
Não vou andar para trás, não vou pedir espaço
Porque espaço é apenas uma palavra inventada por alguém que tinha medo de ficar muito)

 

Close, ooh
Oh, so close, ooh
I want you close, ooh
Cause space was just a word made up by someone who's afraid to get close, ooh

(Perto, ooh
Oh, muito perto, ooh
Eu quero você perto, ooh
Porque espaço é apenas uma palavra inventada por alguém que tinha medo de ficar muito perto, ooh)

 

Oh, so close, ooh
I want you close, ooh
Oh, I want you close, and close ain't close enough, no

(Oh, muito perto, ooh
Oh, eu quero você perto, ooh
Oh, eu quero você perto, e perto não é perto suficiente, não)

 

- Essa música é pra você, Mand. – Ele passou a mão por meus cabelos. Eu já não tinha mais força pra permanecer em pé.

- Por favor... – Dizia ainda soluçando. – Não desiste disso por mim. Eu me viro. Eu me acostumo. – Falei tentando convencer mais a mim mesma de que eu ficaria bem, mas até pra mim, eu não soava convincente o suficiente.

- Já está decidido, Mand. Não vou a lugar algum.

***

Minhas lágrimas quentes destoavam do restante da água do chuveiro, que parecia extremamente gelada em minha pele. Eu chorava de ódio. Como ele poderia ter feito àquilo sem que eu ao menos pedisse, sem meu consentimento – que obvio, ele não teria.

Não era justo comigo. Não era justo principalmente com ele. Eu não deixaria que ele desistisse de tudo mais uma vez, ainda mais por mim.


Notas Finais


Lembrando que: alguns fatos serão reais, outros serão inventados e/ou introduzidos por mim na estória de maneira a ficar como imaginei.
Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...