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História Champagne Problems - Tantum


Escrita por: thereddiamond

Notas do Autor


Hello! E aí, como vão?? Rs.
Então, seguinte, esse é o penúltimo capítulo. O que é um pouco triste pra mim, porque ainda não estou preparada para encerrar a fic, entretanto é o que vou fazer. Ainda assim, não me canso de me surpreender com a respostas de vocês no capítulo passado e espero amenizar, quem sabe me redimir, do capítulo passado com o de hoje. ASDUSUADSHAUDSHUDSHDUH
Sendo assim, me perdoem se houver erros ou qualquer outra coisa! Boa leitura!
Bjus XD

Capítulo 15 - Tantum


Finalmente o verão estava terminando e o clima, ás vésperas do outono, começava a esfriar consideravelmente, permitindo que eu pudesse trocar as camisetas e shorts por suéter e meias calça. Embora o frio fosse agradável, nada invasivo e enregelante como o do inverno, não me sentia exatamente bem, principalmente agora que estava focada no trabalho. Tinha pouco tempo para aproveitar a mudança climática, assim como minha vida, e isso era um pouco depressivo.

Entre idas e vindas a programas e apresentações em clubes noturnos, entrevistas em rádio e coisas do gênero, pude sentir que meu corpo estava ficando fatigado. Nessa noite mesmo notei que estava meio febril, entretanto não pude desmarcar o compromisso que tinha, sendo assim, tive que me manter mais acordada e elétrica, somente tomando um remédio para fadiga e dor de cabeça.

Song-ah me escoltou para dentro do carro depois que saí da empresa, prontamente arrumada, de cabelo feito e maquiagem especialmente produzida para aquela noite. Aproveitei o tempo que tinha para ele contornar o carro, para tirar o celular do bolso e olhar as notificações. Nenhuma mensagem ou ligação de Jiyoon. Suspirei frustrada e deitei a cabeça no encosto do banco, sentindo o tecido suave e felpudo do meu casaco pinicar o nariz, me fazendo espirrar várias vezes incontrolavelmente. Sinceramente, apenas não esperava que estivesse pegando uma gripe, por que olha... Se mal tenho tempo para dormir, imagine para curar uma doença.

Meus olhos escaparam para a janela, em busca de conforto e distração, quando o carro se pôs em movimento. Notei que o centro da cidade para uma noite de sexta-feira, estava até que um pouco tranquila. Mas não levei muita fé. Ainda não havia dado nem dez horas da noite e a verdadeira diversão estava muito longe de começar. Findei me questionando no que a doutora estaria fazendo neste exato momento. Provavelmente deveria estar na mesma situação que eu. Atolada em trabalho, só que dentro de um hospital. Não havia tempo para distração e muito menos diversão. No meu caso, como estava tendo que repor o tempo perdido em minha agenda, não poderia me permitir a tomar uma folga, coisa que ela conseguiria, bastava ter uma conversa com o Diretor Chefe que tudo se resolvia.

Ah, que boa hora eu fui resolver pensar naquele cara. Meu rosto imediatamente ardeu em irritação. Não tinha como mais segurar, mas para minha sorte, Jiyoon nunca saberia o tamanho da fonte de ciúme que tinha dela, ainda mais toda vez quando o mencionava em nossas conversas. Tudo bem que ela não tinha culpa de ser maravilhosa e ele acabar ter se interessado nela... Mas será que não custava afasta-lo, nem que por um instante?

Suspirei derrotada e passei a mão no rosto, procurando afastar aqueles pensamentos antes que fosse tarde demais, achando desnecessário permanecer daquela maneira. Precisava me concentrar naquele instante, focar no trabalho e também no fato de que em breve poderia encontrar minha médica. Sim, apenas ao pensar que em dois dias ela estaria embarcando num avião, para passar férias em seu país natal, já me deixava gravemente ansiosa. Foram absurdos meses de espera, mas tenho certeza de que valerão muito a pena.

A voz de Song-ah me chamando no banco da frente, foi o suficiente para me acordar e ter noção de que estávamos estacionados na parte dos fundos do clube noturno, onde deveria fazer uma rápida apresentação. Cantaria somente umas sete músicas do meu repertório e após isso poderia encerrar minha noite, cair na cama durante o final de semana. Sorrindo simpaticamente para meu empresário, pulei fora do carro e quase me arrependi de tê-lo feito, principalmente ao sentir uma breve tontura.

Droga, eu deveria ter tomado uma aspirina ao invés de analgésicos...

Parei um rápido instante para me recompor e segui meu segurança que me ajudou, inconscientemente, a seguir em frente, mantendo a minha guarda segura. Sorri para alguns fã e fotógrafos que tentavam burlar o condão de segurança, deixando-os mais excitados com minha atenção e pronto, cá estávamos isolados num corredor com minha equipe de preparação. Acabei sendo levada para o camarim atrás do palco. Não precisava de muitas coisas, mas meus dançarinos ainda estavam terminando de se arrumar, então pude me sentar num único sofá disponível naquele cômodo apertado para o número de pessoas dentro dele.

- Está se sentindo bem, Hyuna? – Song-ah se aproximou com o semblante gravemente preocupado, tocando em meu ombro. Finalmente havia percebido meu desânimo, o que me fez sorrir.

- Tem como arranjar uma aspirina? – Questionei e vi suas sobrancelhas se juntarem.

- Posso ver o que consigo fazer... Dá para segurar?

- Apenas vá! – Insisti com impaciência, fazendo-o contorcer os lábios em desagrado.

Entretanto, sabendo que minha situação não era a das melhores para receber suas reclamações, correu para fora da sala, provavelmente indo à procura dos meus tão desejados remédios. O mal estar não era tão desconfortável e dava para suportar até sua volta, mas o que verdadeiramente me preocupava seria durante a apresentação. Será que eu iria conseguir me manter durante meia hora?

Respirei fundo e tentei melhorar minha disposição, escutando o alvoroço ao me redor, sabendo que logo entraria no palco e precisaria de muita concentração. Meu olhar caiu para as minhas roupas e mal dizia a estilista por colocar para que vestisse uma meia sete oitavos e saia extremamente justa ao quadril. Estava me sentindo um pouco exposta e fazia frio ali dentro, contudo decidi colocar tudo aquilo de lado e aguardar o veredito do meu empresário. Minutos depois após ter saído, ele apareceu com uma cartela de remédio em mão e uma garrafa de água. Agradeci sua ajuda eficiente e tomei o medicamento.

Antes mesmo que o medicamente fizesse efeito, alguns responsáveis pelo palco vieram até mim, alertando que em poucos minutos deveria subir no palco. Uma simpática garota, que não deveria ser muito mais nova que eu, me ajudou a colocar o ponto e me entregou um microfone. Sorri em agradecimento e deixei que ditasse o caminho a minha frente, cumprimentando as outras pessoas que passava pelo caminho. Senti-me levemente nervosa ao passo que escutava o som da festa ecoando no corredor, que acontecia atrás de uma porta, com as batidas se tornando cada vez mais fortes... Ela abriu a porta e me incentivou a entrar num canto escuro e barulhento, escondido entre as cortinas na lateral do palco, alertando que aquele seria o meu ponto de entrada. Atrás de mim escutei meus dançarinos, então me virei e fiz meu gesto de animação, desejando sorte a todos. Eles vibraram de volta, o que me arrancou um sorriso. Eu tinha muita gente boa ao meu redor.

E então, deixando um pouco meus problemas de lado, depois de ser anunciada pelo MC da noite, sentindo o coração dar uma meia volta em pura ansiedade e o estômago gelando, sendo tomada pela adrenalina, entrei no palco ao som de gritos e palmas.

Uma legião de fãs estava a minha espera.

*

Por mais que houvesse momentos em que meu trabalho se tornava puxado demais, consumindo tudo que meu corpo tinha para dar, somente por saber que minha apresentação foi um sucesso e levou meus espectadores ao delírio, era algo de admirar. Sempre saio do palco com um enorme sorriso no rosto e hoje não foi diferente, mesmo querendo ficar um pouco mais e cantar algo fora da programação. Entretanto não pude exagerar da descarga de adrenalina que me fez esquecer de que estava doente e cansada. O certo seria não exagerar.

Assim que voltei para o camarim, pude respirar aliviada, sentindo o suor escorrer pelo meu pescoço. Agora sim poderia terminar aquela noite. Virei-me para meus dançarinos e logo fui puxada para uma rápida comemoração que eles sempre faziam no backstage, mostrando-me eternamente grata por tê-los ao meu lado. Recebi seu carinho em forma de abraços e tapinhas nas costas, até que me deixaram tomar um descanso no sofá. Observei minha equipe começar a recolher tudo que haviam trazido, carregando para fora maletas de maquiagem, caixas com roupas e acessórios. Alguns deles pararam no caminho para se despedir de mim, tendo a permissão para ir embora. Sorri para os que iam saindo, notando que estavam deixando a sala vazia para mim. Só assim retirei o ponto que aquela garota tinha me entregue, colocando-a em cima do balcão para que pudesse pegar mais tarde, quando viesse a sua procura.

Na verdade, comecei a ficar um pouco confusa por Song-ah não ter aparecido e muito menos aquela garota. Meu segurança estava do lado de fora, então o questionei sobre a ausência dos dois, entretanto, ele me respondeu com um dar de ombros. Suspirando consternada, não querendo pensar que o repentino sumiço dos dois tinha a ver com outra coisa, me larguei sobre o sofá, sentindo a mente ficar em branco.

As mãos coçaram para mexer no celular, entretanto tinha o entregue ao meu empresário antes de ir para minha apresentação...

Sons de conversa vindas de fora da porta me alertaram, fazendo com que mudasse a postura relaxada, para uma correta e receptiva. Consegui distinguir a voz de Song-ah e, não me dando oportunidade para ir atrás dele, a porta é aberta. Mantive uma expressão enraivecida sobre ele, tentando intimidá-lo por desaparecer com meu celular, contudo minha raiva desapareceu ao ver quem o acompanhava.

- Olha quem eu encontrei na plateia! – Ele anunciou totalmente animado, saindo do caminho.

Meus olhos imediatamente caíram incrédulos sobre Jiyoon, como se não tivesse a reconhecido, repentinamente perdendo a capacidade de falar. Meu coração se antes estava calmo, agora tinha perdido a linha.

- Ji-Jiyoon? – Questionei atônita, pulando fora do sofá, não importando se tinha começado a sentir novamente o efeito da febre.

- Oi... – Ela respondeu meio sem graça, abrindo um sorriso desconfortável.

Até que poderia questioná-la sobre o motivo de estar aqui e do porque de parecer tão estranha, contudo, meu empresário simplesmente me mostrou o motivo.

- Hyuna, eu também trouxe as amigas dela para que te conhecessem... Elas são suas fãs! – Sorriu animado como sempre quando se tratava do trabalho e incentivou para que quatro garotas entrassem no camarim, todas bastante agitadas com a ideia de conhecer seu ídolo.

Porém, tudo em mim fechou assim como o clima, que se antes estava desconfortável e agitado, ficou negro e turbulento, como o prenuncio de uma tempestade que se aproxima, ao ver uma figura em questão. Literalmente era uma pessoa que não esperava, em nenhuma hipótese, vir acompanhada da morena.

Meus dentes rangeram em irritação e ciúme, ao encontrar o sorriso bonito e polido de Jisoo.

Indubitavelmente ela era linda, ainda mais linda do que a foto no celular da doutora realmente transparecia. Sua aparência jovial era verdadeiramente risonha e o leve rubor em suas pronunciadas maçãs do rosto dava um ar de inocência, que mesclado a seus olhos castanho-escuros a deixavam com um tom de mistério e doçura, completamente irresistível. Era irônico tomar consciência que a fonte de toda sua preocupação era praticamente perfeita. Eu até que quis encontrar um motivo para torna-la menos atrativa, mas somente achava fundamentos dos quais fez Jiyoon perder o controle de si e trair o irmão.

- Anda meninas, não tenham vergonha, podem se aproximar dela! – Song-ah, totalmente a parte da tempestade que varreu meu interior, as empurrou em minha direção, me passando cinco CD’s para que autografasse. – Hoje vocês vão ter cortesia, porque eu e a Hyuna devemos uma para a doutora Jeon, não é mesmo? – Se virou para a médica, que parada em seu canto, com as mãos nos bolsos, não largava os olhos de mim.

- Não é para tanto, Sr. Song. Aquele era o meu trabalho. – Ela negou sem muito humor, extremamente séria, tentando não desviar o olhar. Contudo se obrigou a fazê-lo, principalmente ao perceber que não poderia chamar a atenção de Song-ah.

Entretanto, não ligando para o que disse, meu empresário começou a rir e a puxou pelo braço, trazendo-a para mais perto de mim. Por mais que a surpresa e o ciúme ainda estivessem me consumindo, senti-la tão perto, seu perfume e calor acessível, quase me fez perder a compostura. Respirei fundo para me concentrar e peguei uma caneta para dar meus autógrafos. Meu olhar caiu sobre as quatro meninas e fiquei curiosa com as quatro belezas que acompanhavam minha médica. A mais nova delas, a de cabelos loiros, se chamava Lisa. Pelo seu sotaque parecia ter aprendendo o coreano recentemente. Sua outra amiga, a que tinha as feições semelhantes à de um gato e voz levemente arrogante, Jennie, explicou que ela era tailandesa e que estava a intercambio. Abri um sorriso compreensivo e passei para as duas seus álbuns autografados e me virei para a ruiva, que se chamava Rosé. Ela mesma se apresentou com sua voz suave e doce, dizendo que também era estrangeira e que tinha vindo para a Coréia completar seus estudos desde a adolescência.

Por fim, momento previamente protelado por mim, me encontrei com Jisoo e seu sorriso desafiador. Era difícil ganhar uma competição com ela quando se tratava de abrir um belo e simpático sorriso. Fiz algumas perguntas relacionadas aos estudos e idade. Ela era a mais velha entre as três e praticamente servia de mãe. Mas não foi isso que me surpreendeu e sim o que me disse a seguir:

- Será que poderia autografar mais um CD para o meu noivo? Ele também é muito seu fã! – Sorriu um pouco constrangida em fazer aquele pedido.

Meus olhos caíram sobre sua mão esquerda e por lá encontrei um genuíno anel de diamante, que brilhou fracamente sob a luz das lâmpadas. Automaticamente desviei minha atenção até a morena e a encontrei novamente me observando. Assim que nossos olhares se chocaram, pude ver que acabou suspirando. Novamente estava notando que a situação lhe era mais que desagradável e a todo custo evitava se intrometer.

- Pode assinar o que é para mim, Hyuna... Oppa iria querer muito um autógrafo seu. – Me incentivou ao abrir um sorriso estranho e enfraquecido, antes de desviar o olhar para o lado, parecendo mais interessada em observar o nada.

Voltei a olhar a garota parada a minha frente e sorri de maneira forçada, ainda desgostosa. Rapidamente fiz o que havia pedido e lhe entreguei o álbum, me deparando com seu semblante brilhante e animado.

Para mim, assim que fiz o pedido de Song-ah, decido que estava na hora de tomar conta da situação. Tinha alguns assuntos para resolver.

- Song-ah, porque não leva as meninas para tomar algo no bar? É por minha conta! – Fingi animação, fazendo as outras três meninas vibrar felicitadas com minha ideia, podendo prolongar sua noite de diversão. Para mim tanto faz se iria acabar com o estoque do bar, desde que as levasse para longe e me desse um pouco de privacidade para resolver um assunto espinhento...

- Tudo bem, então... Sigam-me. – Ele, demonstrando que nunca falharia comigo mesmo que soltasse pedidos estranhos e inesperados, começou a arrastar as meninas para o lado de fora. Entretanto segurei o braço de Jiyoon, antes que o visse leva-la junto.

Seus olhos curiosos saltaram até mim, profundamente intrigados com a minha atitude certamente possessiva.

 - Eu quero conversar com a Dra. Jiyoon um instante... Ainda não me sinto bem... – Sussurrei só para que ele escutasse, dando uma pequena explicação para saciar sua curiosidade, mesmo sabendo que a morena tinha ouvido tudo.

Compreendendo minha atitude, o vi balançar a cabeça em concordância e se afastando para alcançar a porta aberta pela Lisa, que saltitava agitada entre Jennie e Rosé. Ao menos uma delas não se importava com o que estava acontecendo aqui dentro, totalmente focada com a ideia de diversão.

- Unnie? – Jisoo chamou a doutora, com os pés engessados no lugar, fazendo com que automaticamente minha mandíbula trincasse e o aperto que imprimia em seu braço ficar desconfortável.

- Pode ir na frente, Chichyu. Já, já alcanço vocês... – Suspirou aquelas palavras, mantendo a expressão limpa na tentativa de esconder o desconforto que minhas unhas provocaram em sua carne, e ergueu os lábios, sorrindo, tentando incentivar a garota.

Jisoo deixou com que seu olhar caísse sobre mim, mostrando-se duvidosa com o fato de ter agarrado o braço da médica, notando que minha reação era extremamente grudenta. Mas acabou dando de ombros, conformada, voltando a sorrir. Educadamente se despediu e agradeceu pela minha atenção.

Assim que a porta se fechou e somente sobrando nós duas dentro do camarim, imediatamente soltei o braço da médica e o estapeei com força.

- Ai! O que você está fazendo? – Ela questionou abismada com a repentina agressão, tocando na parte dolorida, mas eu não quis saber. A fúria tinha dominado minha cabeça, principalmente depois de tê-la guardado por todo esse tempo, e por mais que não fosse uma pessoa violenta, não encontrei outra maneira de expressar minha raiva a não ser batendo-a novamente. – Hyuna, para!

Exigiu quando estapeei mais uma vez em seu braço, contudo isso somente me incentivou a continuar e quando menos percebi, estava realmente avançando em sua direção para agredi-la, até que segurou meus braços e me impediu de continuar.

- Me solta! – Rosnei e comecei a mover bruscamente os braços, tentando me libertar do aperto de suas mãos. Porém ela tinha o aperto firme e estável.

Minha movimentação agitada somente fez com que meu corpo se aproximasse do seu. Ela acabou perdendo o equilíbrio por causa daquela agitação e a passos desengonçados andou para trás, puxando-nos para o balcão do camarim, onde seu quadril bateu. Escutei-a resmungar de dor, ainda assim não me senti impulsionada a parar o que fazia.

- Será que dá para... – Ela tentou me manter quieta. – Que merda!

Praguejou estressada e sem outra escolha para parar as minhas tentativas, me circundou em seus braços, findando de vez com o espaço em nós, juntando firmemente nossos peitos. Sua respiração acelerada e pesada bateu contra meu rosto. E mesmo querendo manter a raiva, aos poucos senti que estava cedendo por notar que a morena estava tão perto, podendo me perder em seus orbes escuros e intensos, que naquele momento estavam inflamados, completamente provocados pela minha atitude agressiva. Um delicioso tremor desceu pela minha espinha, traindo minha ira que queria se manter acesa no peito, mas a saudade aos poucos foi me consumindo.

- Se acalmou? – Perguntou com cautela ao ver minha imobilidade.

- Não! – Grunhi irritada, sentindo os olhos ardendo sem motivo. Tinha ficado emotiva e isso era um saco. – Por que você está aqui... E com ela?

- Eu a encontrei aqui, Hyuna! Foi algo que não previ! – Se explicou, entretanto eu não aceitei isso.

Não previu uma ova!

- Sua mentirosa do caralho! – Voltei a me agitar em seus braços, entretanto isso foi motivação para que seu aperto ficasse mais forte, fazendo com que uma onde de calor atravessasse meu corpo, tirando-me o fôlego durante rápidos segundos.

Um grunhido de reclamação quis escapar dos meus lábios, contudo consegui fazer com que morresse na garganta, tendo que morder lábio para não demonstrar que seu aperto tinha causado.

- Não estou mentindo, Hyuna. – Seu tom foi sério e duro, talvez superficialmente resignada com o fato de não ter acreditado em sua explicação, mostrando que não estava para brincadeira. Seus olhos pareciam brasas, hipnotizando-me. – Minha intensão era fazer uma surpresa para você... Consegui até mesmo tirar férias dois dias antes do combinado. Eu apenas joguei minhas coisas no hotel, tomei um banho e vim direto para cá depois que cheguei do aeroporto! – Rosnou com impaciência, evidenciando que não poderia estar mais indignada. – Quando cheguei aqui, logo na entrada me encontrei com Jisoo e suas amigas. Não pude fingir que ela não existia principalmente depois que veio falar comigo. Mas eu juro que minha intensão nunca foi trazê-la para te conhecer...

- Então por que diabos ela apareceu aqui junto com meu empresário? – Soletrei cada letra e palavra, os dentes trincados e o maxilar duro, a postura impenetrável. Inconsolada demais para acreditar que foram apenas coincidências.

- Por que eu liguei para o seu celular e foi ele quem atendeu! – Suspirou revoltada comigo e minha teimosia. – Não tinha como mentir para ele que estava em outro lugar... Aliás, não tinha como fingir que não liguei para você... E eu queria muito te ver. Ele apareceu justo num momento em que as garotas vieram falar comigo e acabou no que deu nisso! – Exalou com força, parecendo cansada em tentar me convencer, vendo que tinha se saído mais incompreendida e frustrada. Sendo assim, não encontrando outra saída, usou de sua cartada final. – Você poderia deixar de ser inflexível por um minuto e ver que fiz tudo isso por você... Porque queria dizer que te amo?

Droga! Sério... Como posso me manter irritada e furiosa depois de uma declaração dessas, mesclado a seu olhar intenso e ardente, de extinguir minhas palavras e deixar-me sem reação?

Senti seu aperto afrouxando ao passo que percebia o ardor do ciúme desaparecendo em meu rosto, sendo substituído pela relutância e incapacidade de esconder o rubor nas bochechas, pois meu coração se aquecendo com tão pouco. Sinceramente, não sei o que faço com ela.

- Você... Ah, desisto Jiyoon! – Relaxei meu corpo inteiro sobre ela, expirando fortemente. – Como você pode ser tão idiota? – Aproveitei que seus braços estavam mais frouxos ao meu redor e ergui os braços, sentindo-a ficar tensa com receio de que voltasse a agredi-la, porém o sorriso que cresceu espontaneamente em meu rosto a tranquilizou um pouco, indo apoiá-las em seu peito.

- Posso te beijar? – Perguntou com semblante meio dengoso.

- Precisa perguntar? – Retruquei com o humor mudando drasticamente, não conseguindo me manter séria, a risada borbulhando no peito, ainda mais ao ver o vinco entre suas sobrancelhas se aprofundar.

- Sei lá, você estava toda brava segundos atrás e agora tá assim... Não estou te entendendo hoje. – Mesmo que fosse palpável sua confusão, um sorriso provocante tomou conta de seus lábios, esticando-os. – Você possivelmente é louca?

- Apenas fica calada e me beija! – Rosnei humorada, arrancando uma de suas risadas divertidas.

Sua gargalhada foi morrendo lentamente de acordo com a aproximação dos nossos rostos. Meus braços automaticamente se enroscaram em seu pescoço, trazendo-a para perto. Sinceramente, beijá-la apenas me fazia ter noção de como eu havia sentido falta daquela conexão. Por mais que tenha sentido ciúmes, nada poderia sobrepor à necessidade que tinha por sua boca contra minha, tanto que bastou um simples toque para me derreter em seus braços. Minha cabeça pendeu para o lado, assim que meus lábios tomaram os seus, um a um, saboreando-os. Não importava a quantidade de tempo que havia desde o nosso último beijo, a sensação de conforto, como se estivesse em casa era a mesma. Esse sentimento me abordava e consumia tudo de ruim que havia sentido antes, levando as preocupações para longe. Éramos apenas nós duas naquele fragmento de instante e não demorou muito para que me encontrasse fixada em seus movimentos, a língua provocando a sua. Ela repentinamente suspirou de uma maneira tão doce, que não pude controlar o tremor que atravessou minha pele, eletrizando-a, chegando ao caso de cravar suavemente as unhas em seu pescoço.

Contudo, a saudade tomou um rumo inesperado. A vontade falou mais alto naquele momento, obrigando-nos a aprofundar o beijo que ficou sufocante e ardente. Sua boca se moveu avidamente, a língua chocando-se com a minha, batalhando em busca de atenção. Suas mãos agarraram a cintura, juntando nossos corpos mais ainda, como se pudesse fundi-los. Eu simplesmente estava começando a arfar, mas encontrei-me desesperada para sugar mais de seus lábios. O calor de seu corpo atravessou nossas roupas, fazendo-me arrepiar quando senti uma pressão a mais em suas mãos.

Por muito pouco ela quase que perdeu o controle e se não fosse à necessidade de ar, com certeza teríamos continuado aquele beijo. Nossos olhos se encontraram ao mesmo instante e pude ver que não estava tão diferente de mim. Havia um toque de malícia e excitação, que acedeu uma chama da qual somente a morena era capaz de fazê-lo brilhar.

Sua atitude foi rápida, enquanto eu me perdia em mais outro de seus beijos, ela inverteu a posição e acabei imprensada entre o balcão. Imediatamente compreendi o que quis com aquilo, sendo assim respondi a altura e sentei-me sobre o tampo. Seu quadril abriu caminho entre minhas pernas, eu cedendo sem nenhum pudor, encaixando-a com perfeição. Suas mãos espertas começaram a subir pelas minhas coxas com tanta lentidão, que ofeguei impaciente, largando sua boca para soltar um resmungo em retaliação aquela tortura. Afastei um pedaço do seu cabelo, tendo mais acesso ao pescoço, onde plantei suavemente os lábios, subindo ao ouvido.

- Sentiu falta disso não foi? – Indaguei em provocação, sussurrando bem ao pé da orelha.

Lambi o lóbulo, perdendo de vez vergonha ou qualquer tipo de restrição. Escutei sua respiração falhar por causa daquilo, aumentando o meu sorriso. Afastei levemente a cabeça e olhei com orgulho a trilha avermelhada de batom que deixei em sua jugular.

- E pelo visto não fui à única... – Soltou aquele comentário num tom debochado, enquanto arrastava dos dedos pela parte interna das minhas coxas, erguendo a saia.

Meu corpo tencionou ao sentir aquela carícia, minha intimidade latejando em ansiedade e precipitação. Inclinei mais a cabeça ao sentir seus lábios marcando meu pescoço com sucções e beijos molhados, dando-lhe mais espaço e permissão. Quanto mais sua mão subia para dentro da saia, mais a minha respiração ficava superficial e rápida. Minhas mãos agarram seu suéter, estava sendo impossível de mantê-las paradas num canto, incentivando-a a continuar. Faltava muito pouco, meu corpo começou a queimar quando senti seus dedos brincando com a borda da minha calcinha, pregando peças com meu corpo tenso, quando batidas na porta a impedem de prosseguir.

A realidade caiu com se tivessem jogado um balde de gelo sobre minha cabeça. Entrei em quase desespero, soltando um soluço em desagrado, não porque por muito pouco fui quase pega no flagra transando num lugar público, mas sim pelo fato que isso obrigou Jiyoon a se afastar apressadamente de mim. Seus olhos pareciam tão assustados, que por muito pouco não comecei a gargalhar de nervoso.

- Srta. Hyuna? A assistente de palco veio pegar o equipamento que deixou com você... – Escutei a voz grossa e imponente do segurança atravessar a porta. – Posso deixa-la entrar?

Sua questão veio em boa hora. Olhei minha médica e seu semblante chocado, a boca avermelhada por causa do meu batom, os lábios inchados, a roupa amarrotada e o cabelo levemente desgrenhado, quase me fazendo rir orgulhosa.

- Vire para lá e esconda sua boca com o celular, como se tivesse atendendo uma ligação. – Apontei para o ponto contraria a porta, deixando-a de costas a ela, enquanto tranquilamente remontava minha postura, baixando a saia que tinha levantado. Cruzei as pernas e tive que engolir um gemido ao sentir minha intimidade sensível. – Pode manda-la entrar! – Gritei para o segurança e assim que vi a porta sendo aberta, cobri a boca com a mão. – Oi, desculpa a demora, mas minha médica estava me examinando... – Forcei a barra ao tossir e sorri com os olhos. – Tente não se aproximar. Não quero te passar minha gripe.

A garota passou o olhar entre nós, parecendo um pouco desconfiada, mas de qualquer maneira pareceu se convencer e deu de ombros, não se aproximando, indo pegar o equipamento que havia me emprestado. Curvando-se respeitosamente, saiu da sala com certa pressa.

Essa foi por muito pouco. Agradeci mentalmente ao fato de ter um segurança tão eficiente e preocupado, sendo capaz de me livrar de situações incômodas.

Baixei a mão e suspirei, guiando meu olhar para a doutora, que soltou a respiração, parecendo tê-la segurando durante esse tempo, passando a mão pelo cabelo. Minha boca se contorceu para cima, a vontade de rir aumentando, porém mantive a seriedade e a chamei para perto.

- É melhor eu ir atrás das meninas antes que isso dê merda... – Ela murmurou evidentemente frustrada, ainda que tenha me lançando um olhar semicerrado, como se me acusando. – Viu as coisas que me faz fazer? Nunca fui tão ousada assim.

Dessa vez o meu sorriso só encontrou motivos para crescer, querendo partir meu rosto em dois. Findei puxando-a para perto de mim novamente. Ela não me rechaçou, contudo pude ver em seu olhar que me alertava, pois estávamos abusando da sorte. Não poderia concordar tanto com uma pessoa. Respirei um pouco consternada e estiquei o braço até uma caixa de lenços abandonada pela equipe e peguei um lenço.

- Me deixa apagar as marcas de batom e assim você pode sair. – Pedi sem perder a graça, vendo-a desviar o olhar para cima, remexendo-se inquieta, permitindo que limpasse a bagunça que fiz em sua pele. Lentamente fui tirando as marcas de seus lábios e depois no pescoço. – Você vai dormir na minha casa não é?

- Hoje? – Perguntou me fazendo erguer o olhar e pude encontrar uma das sobrancelhas erguidas.

- Mas é claro! – Confirmei bufando.

- Sr. Song pode desconfiar...

- Ele não vai desconfiar em nada! Deixa tudo comigo, ok? – Falei nem um pouco preocupada, pois enganar meu empresário é algo que estou acostumada a fazer. Ás vezes sinto pena dele quando jogo minha conversa sobre ele, que somente dá de ombros e me deixa fazer o que quero.

- Se você diz. – Deu de ombros e esperou que eu terminasse de limpar seu maxilar. – Obrigado.

Agradeceu quando terminei e retruquei com um piscar de olho, liberando-a. Pulei fora do balcão e me virei ao espelho para ver como estava minha situação. Bom, eu ainda conseguiria salvar o que sobrou do batom em meus lábios, mas não seria muita coisa. Limpei o que tinha de limpar e pronto. Estava preparada para sair.

- Vá encontrar todo mundo antes que estourem meu cartão de crédito! – Jiyoon gargalhou de mim e da minha piada meia boca, mesmo que a situação não fosse tão agradável para se brincar. Quis pegar sua mão, ela até mesmo a estendeu como um gesto automático, contudo balancei a cabeça, negando, pois poderia chamar a atenção por mais que duas garotas segurando mãos não fosse tão estranho e intimo, comparado ao que fazíamos antes. – Caso Song-ah pergunte meu estado de saúde, diz que foi apenas uma febre passageira, está certo?

- Você estava doente? – Questionou meio espantada e preocupada. Sua mão automaticamente foi até minha testa, medindo a temperatura. Seu cenho franziu. – Pelo visto não foi nada demais... Você está se alimentando bem ou só come porcarias? – Tomou meu rosto nas mãos e começou a analisa-lo de todos os ângulos. – Parece cansada. Está dormindo bem...?

- Jiyoon – toquei em suas mãos pra chamar a atenção e assim que os orbes escuros estavam sobre os meus, abri um sorriso reconfortante. – não precisa me examinar. Senti uma leve febre antes de vir para cá, mas me mediquei e durante esse meio tempo passou... – Meus lábios se esticaram de maneira maliciosa. – Na verdade só foi beijar que me sinto bem mais revigorada!

Graças ao meu gracejo e brincadeira, arranquei altas gargalhadas de sua parte, fazendo-a perder o fôlego.

- Literalmente você me deixa louca. – Resmungou humoradamente e me deu um rápido beijo antes de me puxar para fora, sem se importar se as pessoas achassem estranho o fato de estarmos de mãos dadas. – Vou atrás deles no bar... Vá seguindo para o carro.

- Te espero lá, então... Não fuja de mim, entendeu? – Ameacei ao soltar sua mão antes que saíssemos, vendo-a rir de mim.

No corredor pedi para que meu segurança me levasse até o carro e enquanto seguia pela direção oposta, dei uma rápida olhada para trás e encontrei a morena também virada, piscando um dos olhos de maneira tão fofa, que não me controlei e acabei rindo. Retruquei com o mesmo, porém de maneira mais sexy, para somente então me virar.

Segui para o carro rindo, recebendo o olhar do segurança, que tentava esconder o sorriso.

*

No final das contas, por causa da minha ideia em levar Jiyoon para casa, meu empresário retrucou com uma ideia em levar as meninas também, como um tipo de pacote incluso numa compra indesejada. O que me deixou meio frustrada. Contudo, fiz com que a morena se sentasse ao meu lado e não de sua cunhada mesmo que a própria tivesse deixado espaço para ela no banco de trás.

A primeira parada foi no dormitório da amigas de Jisoo, que estavam um pouco alteradas por causa da bebida, extremamente barulhentas e perdendo o equilíbrio, enquanto seguiam agarradas para dentro do pequeno prédio ao pé de uma íngreme colina, que levava a universidade da qual estudavam. Torci para que nenhumas delas tivessem problemas por causa do que fiz e muito menos que tenham se machucado durante o caminho. Morando ao leste da cidade, num condomínio bastante valorizado e seguro, cercado por um simpático muro de tijolos baixo, ficava a casa do irmão da morena que dividia espaço com sua noiva. Para minha surpresa, encontrei um rapaz alto, de expressões um pouco semelhante aos de Jiyoon, esperando a noiva do lado de fora do carro depois que a própria fez uma ligação, pedindo que viesse cumprimentar a irmã.

Senti a doutora ficar tensa ao meu lado, mesmo sabendo que não poderia ser vista por ele, mas, para minha surpresa, a vi sair do carro acompanhando a cunhada. Meu coração saltou em alerta, preocupando-me com o que poderia acontecer, previamente sabendo dos problemas que ela tinha com a família... Porém fiquei surpresa e estática ao vê-los se abraçando. Mesmo observando de longe, sem poder escutar o que sussurravam para o outro, consegui notar um brilho caloroso no olhar dele, que demonstrava saudade e perdão.

Quando a morena estava de volta, questionei-a se estava bem, pois seu rosto transmitia espanto. Contudo, o sorriso que abriu em seu rosto tranquilizou-me. Ela parecia mais livre e tranquila. Mesmo curiosa com o acontecimento, decidi colocar isso de lado por um instante e me focar no que deveria fazer agora.

Song-ah até que tentou levar a doutora para o hotel, entretanto, com um pouco de astúcia consegui convencê-lo a prosseguir caminho até minha casa. Claro que minha insistência será questionada por ele no dia seguinte, mas eu não poderia me importar menos. Descemos dentro do estacionamento do meu prédio, que estava desértico àquela hora da madrugada, o que me fez ser cautelosa ao entrar no elevador, pois o meu sindico havia reclamado de mim, alegando que minhas chegadas eram muito barulhentas e isso perturbava o sono dos meus vizinhos. Um pouco chato saber disso, mas não poderia discordar. Sendo assim segui meu caminho, sendo acompanhada de perto por Jiyoon, que parecia meio tensa e incomodada por entrar num lugar desconhecido. Agia da mesma maneira como na cabana, nas vezes em que vinha me visitar, temerosa em invadir meu espaço.

Minha vontade era de segurar sua mão e abraça-la, mas sabia que tinha vigilância dentro do elevador e não quero atiçar a curiosidade do segurança durante a madrugada... O que me fez pensar o tipo de coisa que poderiam ver aqui dentro. Deve ser interessante. Embora houvesse esse pequeno empecilho, tomei a pausa que tínhamos até chegar a meu andar para observá-la. Foram quase quatro meses de distância e pude notar sutis diferenças em seu visual.

- Seu cabelo cresceu... – Comentei com um sorriso, encostando-me na parede, observando-a fixamente.

- Nem notei. – Ela resmungou meio distraída, passando a mão pelo cabelo escuro, balançando-se sobre as penas parecendo inquieta por estar sendo observada. Seus olhos caíram sobre mim e a vi suspirar. – Você emagreceu muito desde a última vez... Não é a toa que se sentiu doente hoje.

- É o meu trabalho. Já me acostumei com isso. – Dei de ombros.

Seu cenho franziu em irritação ao meu comentário, porém logo abriu um meio sorriso compreensivo. Minha impaciência começou a incomodar-me, tanto que por muito pouco não importou se poderia ter gente assistindo a nós duas, contudo preferi não alertar ninguém sobre o nosso encontro, automaticamente sabendo que seria irritante ter de desmentir fofocas.

Para minha sorte, o elevador alcançou o andar selecionado e permitiu que entrássemos no corredor. Fiz um gesto de mão, lembrando-a que não deveria fazer qualquer tipo de barulho, mesmo não sendo necessário já que ela manteve a boca fechada o caminho inteiro. Abri a porta do meu apartamento e deixei que entrasse primeiro. Tranquei-nos dentro dele e liguei o interruptor que ficava no vestíbulo, vendo-a retirar os sapatos. Só então, tendo sua visão distraída de costas a mim, percebi a verdade. Estávamos sozinhas em minha casa. Eu a amo e ela me ama. Então... Por que estou aqui parada?

Com pressa em estar perdendo tempo, tirei meus saltos da maneira mais desajeitada e rápida possível. Isso atraiu sua atenção, entretanto, antes mesmo que pudesse cogitar a me questionar, eu já estava a puxando para mim. Sua boca foi à primeira coisa que tomei. O sangue ferveu quando a vi retribuir minha língua, me deixando sem ar, as mãos tomando meu rosto. Por mais que tenha sentido um toque de doçura em seu hálito e lábios, havia provocando-a ao ponto de se tornar mais agressiva, empresando-me na parede. Sua perna tomou espaço entre minhas pernas e dessa vez acabei me desconcentrando ao soltar um gemido alto e rouco, verdadeiramente necessitado.

- Você está fazendo muito barulho Hyuna... Isso pode chamar a atenção dos seus vizinhos, lembra? – Falou implicante, querendo me irritar, mesmo sabendo que foi algo incontrolável da minha parte. Seu sorriso era mais que provocante. Era malicioso.

- Eu não ligo. – Sussurrei meio ofegante, entretanto não estava irritada como ela esperou que estivesse. Devolvi seu sorriso e com dois dedos dentro do cós da calça, puxei seu quadril, colando mais nossos corpos. – Que aqueles velhos escutem algo de interessante.

Jiyoon abriu uma expressão chocada, mas logo começou a rir impressionada com minha atitude, seus orbes voltando a acender de desejo e excitação.

- Ah, como senti sua falta... – Murmurou perto do meu ouvido, afastando o cabelo para que seus lábios tivessem acesso a minha mandíbula, distribuindo vagarosamente beijos molhados.

Eu também senti falta dela, mas ao invés de proferir palavras, preferi trazer seu rosto para o meu e beijá-la mais uma vez, com muito mais força. Seu corpo estremeceu inteiramente, entregando-se a mim sem nenhuma relutância, permitindo que minhas mãos trabalhassem dentro de suas roupas, arrastando-se por sua pele suave e macia. Tudo em mim ardia e logo o calor se tornou insuportável em minha intimidade. Suas mãos que antes agarrava o meu cabelo, deslizaram para meus ombros, fazendo o casaco felpudo deslizar em meus braços. Ajudei a jogar aquela peça no chão e apanhei a barra de seu suéter de cashmere, que embora fosse lindo e ficasse perfeito em seu corpo, preferi que repousasse junto a minha roupa.

Nós estávamos, relativamente, com muita pressa. A saudade voltou a bater em mim de uma maneira alucinante, me fazendo perder o controle das mãos, avidamente querendo tocar sua pele, cabelo, rosto e por fim, seu íntimo. Enquanto meus dedos deslizavam sobre seu sexo, invadindo a calça, sentindo a umidade abrasante que estava dentro da calcinha, escutei-a arfar contra meu pescoço, descendo mais de seus lábios na direção do decote da minha blusa, parando para mordiscar a clavícula, lançando pontadas que seguiram diretamente ao ventre. Toquei-a com mais profundidade lá embaixo, na tentativa de fazê-la perder a compostura, entretanto, mesmo que tivesse soltado um gemido rouco, de me enlouquecer, somente ergueu os olhos em minha direção. Vi que seus dedos brincaram com a borda do decote, puxando-o para expor meu sutiã. Minha respiração acelerou em expectativa, me encontrava hipnotizada por seus movimentos, que geravam o rebuliço em meu corpo. Sorrindo de maneira suja, sabendo que por brincar daquela maneira, uma hora ou outra, acabaria de vez com meu controle, afastou a taça do meu sutiã, liberando um dos seios. Sua boca novamente voltou para cima, me entregando um de seus beijos saborosos, sugando dos meus lábios. Aproveitando que perdia concentração da minha mão, tendo a tirado de onde estava para segurar-me em seus ombros, sentindo as pernas falhando, sua mão apertou meu seio com força, fazendo meu sexo latejar dolorosamente.

Praguejei algo sem sentido em seus lábios, que escaparam da prisão da minha boca e desceram imediatamente para meu colo. Seus dentes foram os primeiros a me provocar, ela realmente queria marcar meu corpo, tanto que ao sentir a mordida me contorci inteira, jogando a cabeça para trás a procura do ar que me faltou naquele momento. Meu quadril se agitou inconscientemente quando sua boca tomou o mamilo entumecido, seguindo o ritmo de suas sucções. Mordi meus lábios tentando controlar os gemidos, embora anteriormente tenha dito que não me importava com o barulho, mas eu realmente deveria evitar uma multa...

...Contudo isso não passou pela mente de Jiyoon, que simplesmente enfiou a mão por baixo da minha saia e afastou a barra da calcinha, finalmente tomando meu sexo latejante e desejoso, me fazendo revirar os olhos ao passo que a deliciosa dormência atravessou meu corpo. Fiquei tensa com aquele toque, mas lentamente fui me derretendo em suas mãos e boca quente, liberando os gemidos que tinha tentado esconder.

Agarrei seu cabelo, que àquela hora já estava revolto, puxando sua cabeça para cima. Não a beijei de imediato, senti-me provocada a lamber seus lábios avermelhados, movendo o quadril para incentivar mais os toques de sua mão.

- Te amo... – Ela murmurou ao segurar meus olhos nos seus. Dois dos seus dedos me penetraram lentamente, enquanto me perdia na escuridão excitante e elétrica daqueles lindos orbes negros.

 - Eu sou completamente sua... – Suspirei ao sentir meu coração repentinamente aliviado.

O largo sorriso que abriu naquele momento, como se tivesse achado engraçado quando na verdade estava terrivelmente feliz, me fez beijá-la mais uma vez.

Entretanto, aquela doçura de momento intenso durou poucos segundos, pois rapidamente voltamos a ficar atiçadas. Sua pele eriçou quando tirei seu sutiã, largando-o longe, passando os dedos pelos seios que pareciam atrativos ao meu toque. Em resposta, seus dedos moveram-se com mais profundidade e acabei me perdendo naquele ritmo, tendo que me ancorar em seu corpo. Rodeei sua cintura com minhas pernas, dando total acesso a minha intimidade, sem atrapalhar seus movimentos, cravando as unhas em seus ombros. Por mais que quisesse ter seus lábios, ela encostou sua testa na minha, para que não desviasse o olhar do seu, enquanto me penetrava. Mesmo que eu não quisesse, acabei fechando meus olhos com força, sentindo meu corpo ficando tenso e a mente estando prestes a levar minha consciência num orgasmo. Não durei muito tempo, não importando meus esforços para segura-lo, o gozo veio fácil e forte, me fazendo grunhir alto, completamente sem ar, agarrando-me a ela para não me perder naquele turbilhão de sensações e tremores, que varreu meu corpo.

Jiyoon retirou seus dedos de dentro de mim e abriu um pouco de distancia para que eu pudesse me recuperar, mantendo as mãos firmes em minhas pernas, para que não a soltasse e acabasse caindo no chão. Embora aquele momento tenha sido maravilhoso, algo que precisava há muito tempo, meu corpo parecia insaciável.

- Eu não acabei com você. – Alertei assim que voltei a abrir meus olhos, retornando a realidade, encontrando-a rindo de mim.

- Não? – Beijou minha bochecha. – Então vá me guiando até seu quarto...

Nos desgrudou da parede com facilidade, me fazendo agarrar seu pescoço para não arrastá-la comigo no chão.

- Podemos continuar aqui... – Resmunguei impaciente, porém fui ditando o caminho para dentro do corredor, atravessando a sala com pressa, escutando-a novamente rir de mim e do meu desespero. – O que foi?

Voltei a olhá-la e me deparei com seus olhos sorridentes, brilhantes como o sol e mais doces que o chocolate. Sua imagem alegre simplesmente aqueceu tudo dentro de mim, estremecendo-me dos pés a cabeça.

- Nada demais... Só estou percebendo o quanto amo seu lado impaciente e pervertido. – Disse sem nenhum receio ou vergonha, me fazendo corar.

- Cala a boca e anda. – Estufei as bochechas, querendo esconder a cara por saber que estava bem óbvio meu constrangimento.

Minha atitude apenas intensificou sua crise de risos, contudo já estávamos chegando a meu quarto e eu tinha uma ideia de me vingar disso.


Notas Finais


Comentários? Vejo vocês próxima semana com o último capítulo! ^^


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