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História Champagne Problems - In Perpetuum


Escrita por: thereddiamond

Notas do Autor


Surprise!! Vocês acharam mesmo que iria deixá-los sem um final decente? HAUSDHASUDHSUADHSAUDHSAUDHSDUH
Então gente, agora sim acabou e desculpa se não postei antes!! XD
Sendo assim, espero que divirtam-se e para quem vai voltar as aulas, desejo um ótimo início de ano letivo!! Perdão caso tenha erros de ortografia, mas vou deixar esse capítulo bônus da maneira como está >.<.
Boa leitura e bjus ;)

Capítulo 17 - In Perpetuum


Hyuna - POV

 

O sono estava maravilhoso, não posso negar e foi meio que um sacrilégio ter de acordar para jantar, porém não posso reclamar. Não estava apenas cansada. Estava enfada depois de uma longa viagem, tinha fome e não era pouca. Sendo assim, após ser gentilmente despertada por beijos de Jiyoon, segui para a mesa onde a Sra. Jeon havia preparado nossa refeição. E, como sempre, desde que a conheci, deparava-me com um farto banquete a minha disposição. Meu olhar caiu diretamente sobre a carne de porco frita, me deixando ansiosa e faminta, alucinada para experimentá-la.

Vendo meu desespero sobre a comida, minha sogra simplesmente me serviu um prato, ignorando a própria filha. Envergonhada com sua atenção carinhosa, agradeci e logo comecei a comer. Em pouco tempo elas me acompanharam, servindo-se, tratando de manter a conversa na mesa, impedindo que o clima entre nós esfriasse.

Eu não estava prestando muita atenção na conversa, deixando que as duas interagissem, pois era interessante observá-las, mas um assunto em questão acabou por atrair minha curiosidade. A Sra. Jeon tentava convencer a filha para ir à ceia de natal que organizava em sua casa, aproveitando assim um momento em família, coisa que não fazia há muito tempo. Não eram em todos os natais que a doutora tinha a permissão de ficar em casa, pois sempre estava de plantão nesses dias. Vendo que havia ficado relutante e o quanto isso magoava sua mãe, tentei convencê-la a aceitar a proposta.

- Só vou se você for também... – Murmurou infantilmente, extremamente teimosa e fofa ao fazer aquele biquinho com os lábios, inflando as bochechas. Estava jogando seu charme sobre mim e era injusto, baita de um golpe sujo.

- Vou ver com minha mãe, se ela não tem preparado nada pra gente nesse dia. – Não recusei, mas também não dei uma resposta positiva.

- Por que não a convida para vir também? Adoraria que convidasse sua família! – A Sra. Jeon propôs depois de muito nos observar, sorrindo largamente, os olhos escuros brilhando em animação com a ideia.

Seu convite não foi o único a me deixar surpresa, Jiyoon devolveu a mãe um olhar estonteado, ao mesmo tempo alegre.

- É uma ótima ideia, mãe. – A congratulou com um meio sorriso e se virou para mim. – O que me diz?

- Verei com minha mãe... – Devolvi seu sorriso com doçura, fazendo aqueles adoráveis orbes negros cintilarem de felicidade. Parecia ter se empolgado com minha resposta.

Então, após todo esse papo, a Sra. Jeon retornou a conversa do que poderia fazer para a noite de natal, enquanto voltávamos a nossa refeição.

*

 - Não façam e nem falem besteiras, estão ouvindo? – Ralhei para meus dois irmãos mais novos, que revidaram ao revirar os olhos na direção do céu escuro e nublado, suspirando resignadamente.

- A noona ainda nos trata como uma criança! – Hyunho reclamou debochadamente para Hyunsuk, que começou a rir. Em troca da sua brincadeira, dei-lhe um soco no braço como modo de retaliação. – Ai!

Choramingou ao me lançar um olhar mortal, fazendo com que nosso irmão mais novo caísse nas gargalhadas e mamãe soltasse resmungos sobre o fôlego, provavelmente insatisfeita com nossas atitudes. Tentei a todo custo ignorar os dois idiotas e procurei respirar fundo para acalmar os nervos a flor da pele. Estava extremamente nervosa, pois faltavam poucos passos para entrarmos na entrada da casa da família Jeon. Essa seria a primeira vez que juntaríamos nossas famílias e por esse motivo desejava que tudo saísse perfeito e arrojado. Não poderia acontecer nenhum vacilo que pudesse causar atritos, mas era difícil confiar nos dois patetas que tinha como irmãos. De qualquer maneira, aquela seria uma noite de natal muito especial, não apenas porque estava nevando antes do tempo, e sim pela confraternização entre as pessoas que faziam parte das nossas vidas.

- Tenha calma, Hyuna... – Mamãe se aproximou de mim ao ver que estava muito pilhada, tocando em meus ombros para que a olhasse diretamente nos olhos. Seus dedos trataram de consertar a gola do meu suéter, que estava por baixo do meu grosso casaco de neve. Por mais que sua calma fosse evidente, isso simplesmente gerava o efeito oposto, deixando-me ansiosa. – Você sabe que tudo vai acabar bem e que seus irmãos vão se comportar.

- Espero mesmo que sim. – Rosnei ameaçadoramente para os dois, vendo-os dar de ombros, para então respirar fundo mais uma vez e organizar os pensamentos. – Vamos andando ou a gente vai acabar se atrasando.

Incentivei a todos nós para seguirmos em frente. Mamãe andou tranquilamente ao meu lado, enquanto que os dois patetas ficavam as nossas costas, cochichando e conversando besteiras que ignorei, rindo do meu excesso de nervosismo. Como eu já sabia aquele caminho, tendo-o feito previamente, havia conhecido a família da doutora na primeira vez que voltou a Coréia, guiei minha família pela entrada do jardim, seguindo pelo caminho de pedras que levavam diretamente a porta. A casa em si não era muito grande, ficava num bairro tranquilo praticamente fora da cidade, longe do agitado centro. Ela era feita de madeira e tijolos vermelhos, dando um tom rústico e antiquado, enquanto que as vidraças do primeiro andar davam o toque modernizado. Atravessando as persianas brancas da sala, encontramos uma luminosidade quente e amarelada, provavelmente vinda do abajur ou da lareira. Tinham sombras se movendo por trás delas, provocando meu coração que se agitou aceleradamente no peito. Assim que paramos em frente à porta de madeira branca, mamãe pediu para que desse um passo a frente e tocasse a campainha. Fiz o seu pedido com um átimo de coragem e aguardamos no frio que alguém viesse nos atender.

Não demorou muito tempo para que a porta fosse aberta. Jiyoon nos recebeu com um de seus largos e calorosos sorrisos, parecendo feliz por nos ver ali, o que me acalmou aos poucos.

- Sra. Kim, seja bem-vinda! – Educadamente cumprimentou minha mãe, recepcionando-a com intimidade. Seus olhos caíram atrás da gente, encontrando meus irmãos e logo acenou com a cabeça, para então vir até mim. Comigo sua recepção foi diferente ao plantar um suave beijo em minha testa. – Está nervosa?

Soou como uma pergunta, mas assim que encontrei com seus olhos pude ver que na verdade estava confirmando. Ela conseguia me ler em poucos segundos, nem precisava abrir a boca para respondê-la. Eu apenas soltei um longo suspiro, admitindo silenciosamente a tensão que me cobria naquela noite e tomei coragem para seguir casa adentro ao seu lado. Assim que pusemos os pés dentro da sala de estar, que estava agradavelmente iluminada e aquecida, tanto pela árvore de natal, como também pela lareira, fomos imediatamente recebidos por sorrisos e abraços confortáveis.

A partir do momento em que você tem a oportunidade de conhecer os pais de Jiyoon, se é capaz de rapidamente ligar o motivo dela, ser tão carismática e divertida. Eles formavam o tipo de casal unido, engraçado e apaixonante de se observar. Tornava-se claro o amor que sentiam pelo outro, mesmo depois de tantos anos casados e ficava ainda mais óbvio o carinho e cuidado que tinham com os filhos. O casal usava da filosofia que o respeito e fraternidade eram o suficiente para o bem estar de uma família, que dever e honra deve ser atrelada a liberdade de escolhas, ligando-os daquela maneira tão intensa. O que aparentemente significava muito ao estilo de vida tranquilo e livre que tinham. O irmão gêmeo da morena veio nos cumprimentar em seguida, trazendo junto de si sua, então, esposa. Faziam apenas um ano que havia trocado alianças, mas consegui ver a paixão que existia entre eles, por mais que o passado ainda tocasse em nossas memórias. Ah, por falar naqueles dois, devo admitir que existia uma coincidência bizarra, que era o fato de que tinham o mesmo nome. Era exatamente por isso que a família chamava Jisoo pelo seu apelido fofo, do qual eu não gostava em nenhum ponto.

- Espero que se sintam a vontade e se divirtam muito hoje! – Sr. Jeon nos desejou simpaticamente, abrindo um sorriso largo e polido, enquanto nos guiava para dentro da sala de estar.

- Chichyu e Jiyoon – minha sogra aparece no portal da sala, chamando as duas antes que pudessem se acomodar. – venham me ajudar na cozinha, enquanto os homens recebem as nossas visitas. – Pediu gentilmente ao desaparecer, provavelmente voltando para a cozinha.

A morena, que estava me acomodando no sofá, largou o meu braço e logo foi fazer o que sua mãe havia ordenado. Automaticamente tentei segui-la, porém de imediato me fez parar no lugar dizendo que deveria ficar na sala de estar com minha família para acomodá-los. Sem outra opção, tive que voltar a me sentar e observar minha namorada ir ao encontro da mãe e cunhada, dentro da cozinha. Procurei não parecer uma namorada cismada e nem muito grudenta, mas ficava difícil toda vez que escutada os ecos de risadas vindas da cozinha.

Embirrada, decidi voltar a atenção para a conversa que acontecia na sala, aceitando a taça de vinho que o Sr. Jeon passou para mim. Por mais que não gostasse de bebidas e não bebesse muito, acabei percebendo que estava bebendo mais do que minha cota anual de álcool.

Isso poderia ser o pronuncio de uma tempestade, mas não liguei e continuei a beber.

*

O jantar, o que não era nenhuma surpresa, estava farto e delicioso. A Sra. Jeon tinha um toque maravilhoso para comida, além de que seu marido era um ótimo anfitrião, não permitindo que nenhuma taça estivesse vazia, exceto para quem dirigia, animando a reunião com histórias do passado e infância dos gêmeos. Meu peito se inflava de felicidade toda vez que via nossos pais interagindo, se divertindo com o outro e compartilhando de experiências parecidas. Contudo essa sensação agradável era eclipsada pelo ciúme. Bem que eu adoraria me intrometer na conversa entre Jiyoon e Jisoo, mas nas vezes que tentava alguém chamava minha atenção, me fazendo perguntas e introduzindo na conversa da mesa. Vê-las lançando palavras e olhares amigáveis para a outra apenas reforçava o ardor que borbulhava meu sangue, obrigando-me a tomar mais do vinho para ignora-las.

Com o término da ceia, ainda interessados em manter a conversa, fomos direcionados para a sala de estar e por lá se iniciou a troca de presentes. Eu havia trazido algumas coisas em nome da minha família. Para os pais de Jiyoon o presente se tratava de uma cortesia de três noites numa das melhores hospedarias em Jeonju, indicação que tirei da internet, além de uma dica dada pela doutora. Para Jisoo e a esposa, um par de ingressos e credenciais para um festival de música, do qual eu estaria apresentando, dando acesso aos camarins e área V.I.P. Foi o máximo que a morena conseguiu pensar de bom para dar a eles. E mesmo que minha família tivesse ficado envergonhada, pois havíamos sidos convidados e esse foi o melhor presente que puderam nos oferecer, acabamos recebendo presentes dos Jeon. Eu ganhei da minha sogra um par de brincos de ouro e cristais, aparentemente caro demais para ser considerado um simples presente como quis dizer, o que me fez pensar se não havia uma mão da morena por trás de sua escolha. Agradeci constrangida por isso.

Então, depois da troca de presentes, me sentei no braço do sofá para ficar ao lado da minha médica, enquanto terminava de beber o vinho restante na taça, observando silenciosa a conversa que ela tinha com a cunhada.

- Unnie, você sabia que não precisava me presentear! – Jisoo a repreendeu docemente, sem conter o sorriso, tirando timidamente seu presente da sacola.

- Ah, mas são só meias...

- De unicórnio! – Exclamou animada, ignorando o fato que Jiyoon tentou diminuir seu presente. – Você sabe que adoro unicórnios!

Seus olhos brilhavam com sinceridade e agradecimento, o sorriso beirando a inocência e felicidade, deixando a morena mais incomodada que nunca sentada ao seu lado. Entretanto, isso não melhorou meu humor.

- Com certeza ela sabe. – Resmunguei para mim em voz alta de maneira amarga e sarcástica. Eu não havia sido discreta o suficiente, tanto que minha atitude acabou chamando a atenção do olhar curioso de Jisoo.

Obriguei-me a sorrir para as duas que me encaravam duvidosamente, tomando mais do vinho, zerando a taça. Indignada demais para permanecer naquele lugar, praticamente servindo de vela, me levantei e fui atrás do vinho. Lembrei-me que a ultima garrafa aberta tinha ficado dentro da sala de estar, então fui até lá. A encontrei esperando-me intocável na mesa e logo minha mão alcançou-a. Porém, antes que pudesse encher meu copo, uma mão quente e macia me impediu de fazê-lo.

- Chega Hyuna... Você já bebeu demais por hoje. – Senti o hálito quente de Jiyoon contra meu ouvido, assim como seu corpo moldando-se minhas costas.

A vi afastar a garrafa das minhas mãos e irritada me virei para ela, pensando contraria-la, mas acabei engolindo as reclamações quando me deparei com seu olhar escuro inflamado. Aproveitando-se que somente havia nós duas dentro do cômodo, me imprensou na mesa, não dando escapatória.

- Me devolve isso, Jiyoon. – Trinquei a mandíbula e mantive minha expressão raivosa, porém tudo dentro de mim começava a derreter por tê-la tão próximo. Minha mão avançou contra a sua na tentativa de roubar a garrafa.

Percebendo de imediato minha intensão, afastou sua mão, colocando-a nas minhas costas, frustrando-me de recuperá-la. Escutei seu suspiro e me questionei o motivo de parecer tão irrequieta hoje, um pouco distante de mim, contudo seus olhos caíram sobre minha boca para afastar tais pensamentos. Por mais que uma parte quisesse resistir, assim que seus lábios tocaram os meus, permiti que me roubasse aquele beijo. A ânsia em retruca-la me roubou o fôlego, me domando por completo. Porém a desgraçada se utilizou disso como uma distração, rapidamente apartando-se de mim antes que me empolgasse. Acabou indo para a cozinha com a garrafa, não sem antes lançar um olhar vitorioso e sagaz.

Mordi meu lábio inferior sem saber se me sentia frustrada por ter acabado o beijo ou se irritada por ter sido ludibriada. No fim de tudo tive que retornar a sala de estar sem a taça. Percebi que estava ficando um pouco tarde e que lentamente a confraternização ia perdendo forças, com o cansaço abatendo a todos.

- Está cansada? – Indaguei minha mãe que estava sentada num canto da sala, apenas observando a conversa dos homens que versaram para esportes. Olhei ao redor a procura da Sra. Jeon e notei que Jisoo também havia saído da sala.

Mamãe me lançou um olhar de quem pedia desculpas, mas estava tão enfadada e sonolenta, tanto pelo vinho como pelo conforto agradável que habitava aquela casa, que simplesmente não resistiu ao bocejar. Acabei rindo de sua reação, compreendendo a resistência, dando um beijo em sua cabeça. Sendo assim, decidindo que era a hora exata para irmos, saí à procura de Jiyoon e sua mãe para alertá-las de nossa saída. Encontrei as três mulheres desaparecidas dentro da cozinha. Enquanto Jisoo e a Sra. Jeon lavavam a louça, a morena se esbaldava na torta de maça que minha mãe havia trazido como agradecimento pelo convite. Revirei os olhos para aquilo, claro que ela havia desaparecido para comer, indo avisá-la.

- Nós já vamos... – Alertei enquanto tirava o garfo de sua mão e roubava o pedaço que iria levar a boca. A torta estava maravilhosa.

- Mas já? – Ela franziu as sobrancelhas, colocando a mão em frente a boca por estar falando de boca cheia tentando ser educada, mesmo que não se importasse com isso, apenas o fazia por estar na presença da mãe.

- Você sabe que horas são? Está super tarde e mamãe está cansada.

- Oh, você está certa. – Olhou o relógio que havia na cozinha, constatando que estava verdadeiramente tarde, levantando-se da mesa pequena que tinha por ali. – Mãe, nós vamos embora.

Falou para a minha sogra que virou para olhá-la. Eu fiz o mesmo, só que de maneira confusa, pois não havia incluído a ela na equação. Meu olhar pareceu diverti-la bastante, pois veio sussurrar para mim dizendo que não deixaria que ninguém saísse daquela casa, para conduzir um carro na pista congelada, sendo que tínhamos bebido. Embora tenha ficado indignada, tirei as chaves do meu carro do bolso e entreguei a ela. Fui me despedir de seus pais, depois do irmão e da cunhada, para então arrastar meus irmãos para fora da casa.

Jiyoon eficientemente deixou a todos em suas respectivas casas, parecendo alegre por fazer tal atividade. Quando acreditei que iria pegar o caminho para meu apartamento, após largamos Hyunho, o último passageiro, notei tardiamente que na verdade fazia o trajeto oposto, levando-me para o seu prédio. Eu bem que poderia ter insistido para que me deixasse em casa, porém estava exausta, com os nervos abalados e sensibilizados pela bebida, aconchegada demais dentro do calor da cabine do carro. Em poucos minutos estávamos entrando no seu apartamento, sendo recebidas por Tteokibokki e seus saltos de alegria por nos ter de volta.

Eu ainda me sentia profundamente irritada com a morena, tanto que a deixei conversando com o filhotinho e segui pra seu quarto, sentando-me na cama, pensando se tomava meu lado e ia dormir ou se mostrava a revolta que ainda existia dentro de mim. De qualquer maneira, a médica tomou a decisão por mim ao entrar.

- Me diz o que está acontecendo. Por que você está furiosa comigo? – Respirei fundo e desviei o olhar para o nada, evitando encontrar sua figura e piorar o sentimento profundo que crescia em mim. Ignorava-a e sua pergunta estúpida. Ao meu lado senti o peso do seu corpo afundando o colchão quando se sentou. – Hyuna... – Alertou com paciência e esse foi meu limite.

- Você é uma idiota, sabia? – Me virei inteiramente para ela, socando seu ombro com força. Seus olhos se arregalaram em surpresa, mas isso me provocou ainda mais. – Por que presenteou a ela e não a mim? Você esqueceu que sou sua namorada? – Estourei a verdade que borbulhava no peito, esperando para ser jogado fora, fazendo com que meus olhos ardessem de acordo em que recebia o silencio em troca. – Responde!

Exigi sua resposta de maneira grosseira e queria que fosse mais sincera possível, mesmo que isso findasse por me magoar. O fato que Jisoo tinha recebido sua atenção e presente durante aquela noite, em que eu deveria ser a única sob seu olhar, simplesmente me entristecia ao ponto de querer chorar feito uma criança contrariada, birrenta e mimada. Se dizia supostamente me amar, deveria ao menos ter ignorado a cunhada.

Parecendo ter se cansado de manter-se sentada, ergueu-se da cama após suspirar forte, ainda com a boca selada, seguindo para o casaco de inverno que estava pendurado há dias num cabide da porta. Meu cenho franziu com a ideia de que sairia sem me responder, contudo tive que engolir os resmungos ao ver que caçava algo em seus bolsos. Assim que encontrou o que queria, veio até mim novamente, agachando-se para ficar da mesma altura. Tranquilamente, como se não tivesse sido afetada pelo meu choro, pousou sobre o meu colo uma caixinha de veludo preta. As lágrimas imediatamente cessaram, pois estava confusa demais para continuar chorando.

- Esperei a noite toda para que me questionasse sobre seu presente, para poder fazer uma surpresa romântica. Mas você não colaborou nem um pouco. – Suspirou derrotada, abrindo a caixinha para que eu pudesse ver seu conteúdo. Um pequeno sorriso cresceu em seu rosto. – Feliz Natal, Hyuna.

Desejou como quem nada queria, agindo da maneira brincalhona e travessa de sempre. Meu olhar caiu pesadamente sobre meu presente, fixando nas alianças douradas que embora fossem simples e extremamente lindas, me provocou muita confusão e dúvida.

- O que isso significa Jiyoon? – Questionei sem fôlego, erguendo os olhos, encontrando os seus calorosos e brilhosos.

- Significa que quero te pedir em casamento. – Unicamente disse isso como se fosse à coisa mais simples, natural e tranquila nesse mundo, sem perder o tom sério na voz e o sorriso da boca.

A ficha foi lentamente caindo em minha cabeça, notando que não era nenhum tipo de brincadeira. Demorei alguns segundos para processar corretamente sua frase, mas assim que aconteceu, tudo dentro de mim entrou em abalo profundo, agitando minha respiração e coração, arrancando-me as palavras. Apenas conseguia chorar em choque, abismada com o pedido e a forma imediata como aconteceu. Certamente teria sido diferente se eu houvesse agido de acordo com seus planos, entretanto aquela maneira abrupta e sincera combinava mais com ela. Uma perfeita tsundere. Definitivamente não poderia esperar que a noite tomasse um rumo tão inesperado com esse.

- Não sei o que fazer... – Admiti ainda sem reação, soluçando incontrolavelmente, tentando limpar os rios de lágrimas que caiam dos meus olhos.

- Apenas diga se aceita ou não. – Procurou me ajudar tanto nas lágrimas, carinhosamente limpando-as com seus dedos, ao mesmo tempo em que me incentivava a dar uma resposta.

- Claro que aceito, sua idiota! – Exclamei meio chorosa e risonha.

Ela abriu uma expressão indignada, repreendendo-me com o olhar por tê-la tratado de uma maneira tão agressiva, mas logo voltou a sorrir, mostrando que não se importava com isso. Tirou uma das alianças e pôs no meu dedo anelar, suspirando aliviada por ver que encaixou perfeitamente. Em troca fiz o mesmo nela, enquanto observava seus olhos que estavam caídos sobre a ação que executava, notando o brilho em seu olhar. Parecia tão feliz, que não poderia me sentir de maneira diferente. Com certa pressa, assim que coloquei o anel, joguei a caixinha sobre a cama, indo diretamente agradecê-la pelo presente com um abraço e em seguida um beijo.

Aquele pequeno gesto, o de trocar alianças poderia ser considerado muitas coisas, mas, para nós, eram trocas de promessas de que seriamos para sempre da outra. E eu não me importaria de fazê-la um pouco mais minha, principalmente na cama.


Notas Finais


Deixem bastante comentários e até mais!! ^^


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