História Change me - Come back

- Tem certeza que vocês vão ficar bem? - Juno perguntou com certa preocupação de deixá-las sozinhas aquela hora da noite.
- Estamos sim, Juno. Já estamos instaladas, não precisa se preocupar. 
- Tudo bem então, já vou indo. Qualquer coisa a minha casa é aqui ao lado, não hesitem em me gritar. - Ele disse dando um sorriso tímido sem mostrar os dentes.

Juno saiu da pequena casa onde dona Lúcia e sua neta haviam acabado de chegar. As duas tinham voltado ao reino de Antunes após muitos anos vivendo em outra vila.

- Ele é um garoto muito prestativo, de muito bom coração. - Dona Lúcia disse pegando suas pequenas malas e colocando em uma pequena poltrona.

- Não me lembrava de nada daqui vovó, absolutamente nada. Mas eu gostei da ideia de voltarmos ao nosso reino de origem mesmo não sendo por nossa livre e espontânea vontade. E por favor deixe essas malas aí e vá descansar, foi uma longa viagem.- A avó apenas assentiu com a cabeça e se direcionou ao único quarto na pequena casa.

Luna e sua avó haviam saído de Medel por causa de uma guerra interna que acontecia no reino, a população daquele local estava apavorada, o numero de mortos aumentava a cada dia e elas não queriam acabar como a maioria das pessoas: mortas. 

Luna .:POV.:

Já havia amanhecido e eu estava terminando de retirar as poeiras. Aquela casa estava muito suja, completamente desorganizada, mas tenho que admitir que foi uma sorte e tanta te- la encontrado, ainda mais em Antunes, um dos maiores reinos na região, muito povoado, creio que um dos mais bonitos também. Mesmo tendo chegado a noite, pude perceber como a paisagem era exuberante.
Decidi sair para fora de minha nova casa e observar como realmente era Antunes à luz do sol. A vila se localizava ao redor do castelo, mas com certa distancia. Várias casas de pequena estatura à formava, pontos de comércio também podiam ser vistos. Era um lugar bastante grande, devo admitir. O castelo, aaa esse sim pode ser colocado na escala das "coisas" mais perfeitas que ja presenciei, mesmo tendo olhado somente pela parte exterior. Estava bastante longe, o povoado era localizado a quilômetros de distância da cidadela (castelo), presumi que seria por segurança, ou até para separar a família real, dos plebeus.

- Lindo, não é?! -uma voz feminina me despertou de meu transe.
- É maravilhoso! - disse timidamente olhando ao meu lado e me avistando uma garota loira, baixinha.
- Prazer, Melinda. Você deve ser a garota nova que chegou aqui no povoado com a avó, não é mesmo? - ela disse esticando a mão num ato de cumprimento. 
- Sim, sou eu! Prazer meu nome é..
- Luna, sim eu sei. - ela disse me interrompendo e dando um sorriso. - meu irmão me contou, foi ele quem as ajudou ontem a noite.
- Juno é seu irmão? - perguntei surpresa.
- Até onde eu sei, sim! - nós duas rimos e passamos um tempo conversando.

Henry .:POV:. 

- Bom Dia, vossa alteza. - mentira, mentira que essa mulher esta a essa hora no meu quarto me acordando.
- O que acha que esta fazendo?
- O senhor me pediu para acorda-lo, pois fez o compromisso de cavalgar com sua irmã agora cedo.
- Esqueça, eu preciso dormir mais, meu sono esta atrasado e eu não vou me levantar daqui. - eu disse cobrindo minha cabeça na tentativa de cessar os raios de sol que me incomodavam ja que a criada tinha aberto todas as janelas do meu quarto, que admito, não sou poucas.
- Arrogante, como sempre. - a mulher disse baixo, mas é claro que eu escutei.
- O que você disse? - descobri minha cabeça e a fitei de uma forma um tanto irritado.
- Nada, senhor, nada.
- Escute aqui, o meu bem estar é mais importante do que os caprichos da pirralha mimada da minha irmã. - disse me descontrolando e quase gritando.
- A pirralha mimada da sua irmã só gostaria de cavalgar com você. Promessa que você me fez ontem. - Anne entrou furiosa no meu quarto quase arrancando a porta.
- Promessa desfeita. - entrei no banheiro e fiz questão de bater a porta com toda a força.
         
                        (...)

  Luna .:POV:.

- Então você nasceu aqui?
- Sim, mas não me recordo de nada. Meus pais sofreram um acidente meses depois que eu nasci e minha avó se mudou comigo para onde meu tio morava que era em Medel. - eu e Melinda continuávamos a conversar, mais agora estávamos sentadas no banco de uma pequena praça perto de nossas casas.
- Seus pais deveriam ser muito bonitos. 
- Porque? 
- Aah porque você é muito bonita, fiquei até com inveja quando te vi. - a fitei surpresa. Como assim eu bonita? Nunca me importei muito com minha aparência.
- Como assim, claro que não! Imagina, eu bonita. - sorri pra ela revirando meus olhos.
- Que isso menina, você acha que ter esses olhos verdes que quase desaparecem à distancia, esse cabelo maravilhoso, esse nariz perfeitinho, é pra qualquer pessoa? - ela deu um suspiro - quem me dera ter tudo isso. - disse abaixando a cabeça e fitando o chão.

Coloquei minha mão em seu ombro e ela olhou em meus olhos.

- Você não pode deixar essas coisas superficiais serem o seu propósito de vida, o que tem aqui - coloquei minha mão sobre seu coração - é muito, mas muito mais importante do que aparência, e pare de se martirizar porque você é linda! - ela então olhou em meus olhos e me abraçou.

Eu era uma pessoa tímida e surpreendi a mim mesma por ter feito uma amiga no primeiro dia em um novo lar. 
Conversamos mais um pouco e me dei conta de que até aquela hora eu não havia descansado e não havia comido também, quando disse isso á Melinda ela logo me levou a sua casa, me fez comer alguns biscoitos feitos pela mãe dela que tive o prazer de conhecer e se chamava Nara, ela fez questão de embrulhar alguns biscoitos para que eu levasse para minha avó. Realmente eu estava gostando dessa minha nova casa. Nunca eu imaginaria que sair de um lugar movido por guerras internas, chegar à um lugar em que eu ja havia estado mais não conhecido, me faria tão bem. Sinceramente, eu adorei a mudança.