História Change your author - Yoonjin - Capítulo 7 - Double Cap

De corpo e alma ( Parte 1)

 …

 Foi uma decisão tomada de coração.

 Ele sorriu para mim, seu sorriso era tão lindo e único. Suas mãos passaram pelos meus braços e acariciaram-me a nuca. Voltamos a nos beijar lentamente.

 Eu gostei tanto de suas mãos apertando minhas coxas e minha bunda, ele fazia com jeito, não doía. Minhas mãos faziam carinho nos seus cabelos e nucas.

 -Jin…Na sala não…-Pedi baixinho, no meio de resmungos.

 Ele assentiu com a cabeça e me ergueu, fomos juntos assim até o quarto, que teve a porta trancada. Fui deitado na cama, ele apagou a luz e acendeu o abajur que ficava em sua cabeceira. Jin subiu aos poucos em cima de mim, beijou meu pescoço e mordeu meu lóbulo.

 -Eu vou fazer com carinho, eu prometo - Disse em meu ouvido. - O que você não gostar, você fala, ok?

 -Ok…-Respondi.

 Selamos nossos lábios, deixei que ele me comandasse, chupou minha língua de maneira carinhosa e me deu uma mordida no lábio. Uma de suas mãos começou a passar por baixo da camisa grande que eu vestia, seu toque me arrepiou; senti meu rosto esquentar, assim como meu corpo todo. O ar parecia quente.

  Separamos o beijo e com cuidado ele retirou minha camisa, me deixando apenas com a roupa de baixo. Em sempre fui pálido, porque nunca gostei de tomar sol ou de ir à praia; e também sempre fui magro, porque não comia tanto e tinha um metabolismo rápido.

 Jin estava de joelhos entre as minhas pernas, ele me levantou e me fez sentar em seu colo. Apertou-me a cintura e deu-me um chupão no ombro. Arfei com a ação e investi um pouco o quadril para frente. O contato só não foi maior porque ele vestia uma bermuda branca e ainda sua cueca, mas foi bom.

  -Jin…-Chamei baixinho - Tira… - Coloquei um dedo no cós de sua bermuda e puxei para frente. - Tira…

  -Calma - Ele me respondeu, falando em meu ouvido. Enquanto ele retirava a bermuda, puxei sua camisa para cima. Foi uma confusão de roupas, mas conseguirmos. Joguei as peças na beirada da cama e o puxei para mim, fazendo com que eu me deitasse com ele por cima.

 Seok não tinha peitoral definido, não era gordo e nem magro demais, ele era perfeito. A pele dele tinha um tom bronzeado fraco. Os ombros eram largos.

 Passei as mãos por seus cabelos e nuca e o trouxe para um beijo. Sua língua acariciava a minha, os lábios se moviam. Arranhei suas costas de leve, pois não tinha unhas para marcá-lo. Ele começou a mover devagar seu quadril, chocando seu membro no meu, os dois estavam quase despertos. A ação me fez soltar um gemido arrastado durante o beijo, fazendo com que nos separássemos. O castanho aproveitou para seguir para meu maxilar, onde deixou lambidas e beijos.

   Seu corpo se movimentava com meu com força e lentidão, eu queria mais daquele toque, estava ficando maluco.

 O quarto estava abafado, as respirações ofegantes. Havia um ar erótico.

 A boca de Jin se cansou do meu pescoço e começou a descer, beijou e chupou meus ombros e clavícula e continuou seguindo para baixo. Ao chegar em meus mamilos, deu um chupão curto em cada; soltei um gemido abafado por minha mão e puxei de leve os cabelos de meu hyung. Ele desceu até chegar ao cós da minha boxer. Encostou os lábios por cima do tecido em meu membro e deu uma mordiscada.

 -Aah…não faça isso…céus, Jin… - Falei o mais baixo possível, tentava controlar os gemidos com a mão.

 -Você é tão lindo Yoongi… - Ele disse, a frase mexeu comigo e com a minha temperatura, senti minhas bochechas esquentarem.

 Seok deixou selares na parte de dentro das minhas coxas, foi aos poucos tirando minha boxer, e assim que conseguiu, a jogou -literalmente - para longe. Sequer vi meu estado, eu estava com tanta vergonha e tão excitado que não me dei o trabalho de olhar para baixo. Apenas fechei os olhos e senti algo quente e molhado passar pelo meu pênis inteiro, provavelmente a língua de Seok.

 Sua boca chupou minha glande e depois lambeu minhas bolas. Eu gemia de forma manhosa e estava adorando o prazer que estava conhecendo. Afinal, eu era um adulto sem experiência sexual nenhuma, sequer uma punheta.

 -Jin…- O chamei de volta e levantei um pouco, sentando de frente para ele.

 Timidamente beijei seu pescoço e fiz menção de retirar sua única peça com as mãos. Ele me ajudou a tirá-la. O beijei no canto da boca e depois beijei a própria, chupando seu lábio inferior e depois coloquei minha língua dentro de sua boca. Voltamos a nos deitar com ele por cima de mim, agora nossos membros estavam em contato sem nenhuma camada de tecido.

 Enquanto nos beijamos, fui aos poucos nos virando, até ficar por cima. Suas mãos seguraram em minha cintura; eu usava as minhas de apoio, uma de cada lado de sua cabeça. Movi timidamente meu quadril, movimentando meu membro sobre o dele. Arfamos juntos e paramos o beijo por um instante, mas logo sua língua voltou a acariciar a minha. Não parei de mover meu quadril, a sensação era deliciosa, estava um pouco molhado, provavelmente de pré-gozo.

 -Jin…eu não aguento mais - Falei, nossos lábios estavam próximos. -Eu quero…uh…você…dentro de mim. - Comecei a mover o quadril com mais velocidade, eu queria mais.

 Suas mãos agarraram minha cintura e me viraram de modo bruto. Ele ficou por cima novamente e entre minhas pernas.

 -Vou pegar uma coisa rápido - Disse em meu ouvido antes de se levantar e ir ao seu armário.

 Ele procurava algo em uma gaveta, eu estava quente e excitado. Movi a minha mão devagar até meu pênis e o apertei, soltei um gemido manhoso e comecei a mover a mão.

 -Jin…rápido…-Falei entre gemidos.

 -Calma bebê, encontrei - Ele respondeu com um sorriso, mostrando em sua mão um vidrinho com um líquido transparente.

 Seokjin voltou até a mim, mas não retirou minha mão de meu membro. Ele abriu o vidro e colocou o líquido gosmento em dois dedos seus. Fechou e deixou ao meu lado, depois retirou minha mão de meu membro.

 -Vai doer um pouco, mas você precisa relaxar - O Hyung falou, assenti com a cabeça.

 Senti um de seus dedos penetrando-me. A dor me fez arquear as costas e soltar um gemido de dor alto. Seu digito começou a fazer um vai e vem lento, no começo foi mais dor do que prazer, mas quando seu segundo dedo entrou, começou a ficar prazeroso.

 Eu gemia um pouco mais livre agora. Uma de minhas mãos apertava o cobertor e a outra o travesseiro embaixo de minha cabeça.

 -Vá logo com isso…- Pedi manhoso, eu queria senti-lo logo.

 Seus dígitos saíram de mim. Seok deitou-se sobre meu corpo e beijou meus lábios de forma carinhosa. Sentia sua mão em minha entrada ainda, ele a usava para direcionar seu pênis. Sua glande foi entrando aos poucos, a dor foi grande, apertei com força seu ombro e mordi meu lábio inferior. Sua boca estava colada na minha, mas não nos beijávamos. Eu sentia sua respiração quente em minha boca. Ao invés de gemer, eu descontei a dor de sentir sua extensão entrando em mim nos meus próprios lábios.

 Quando ele estava todo dentro, não se moveu. Ficou beijando meu pescoço, perto da nuca, até eu dar um tapa fraco em seu ombro. Seus movimentos começaram lentos, sentia seu corpo roçando em meu pênis.

 Gemia seu nome baixinho, eu apenas sentia uma respiração no meu pescoço, mas sabia que ele também estava gemendo baixo.

 -Jin…mais - Pedi, ele não me respondeu, apenas começou a se mover um pouco mais rápido.

 Arranhei suas costas, agradeço até hoje pelas unhas curtas, pois não teria marcas lá depois. Era um arranhar com os dedos, eu puxava sua pele e arqueava um pouco as costas. Sentia seus lábios fartos em meu pescoço em uma região sensível. Ele me penetrava com força, e eu gemia pedindo mais.

 -Yoongi…eu vou… - Me alertou e eu apenas assenti.

 Não demorou muito para ele gozar dentro de mim, e logo em seguida, me desfiz, sujando nós dois. Nos beijamos mais uma vez antes de seu corpo cansado se jogar para meu lado na cama.

 -Tem…lenços…na cabeceira - Ele disse com a respiração ofegante.

 Inclinei um pouco a cabeça e vi um pacote de lenços umedecidos que normalmente eram utilizados para limpar as capas dos livros de Seok. Peguei o pacote e entreguei a ele. O mesmo pegou alguns lenços e limpou o próprio peitoral, e depois o meu, antes que ficasse duro e difícil de tirar. O castanho me puxou com cuidado, fazendo com que eu deitasse a cabeça em seu peito. Com alguns lenços, limpou superficialmente minha entrada.

 Os lenços sujos foram jogados na lixeira ao lado da cama.

 -E então? - Perguntou, ele havia nos coberto e seus braços me abraçavam. Ainda estávamos nus.

 -Foi incrível - Respondi sorrindo e escondi meu rosto em seu peito.

 -Eu te amo Yoongi.

 -Eu também te amo, Seokjin - Falei e dei um selar breve nele.

 Logo caímos no sono.

 …

 Eu acordei com uma luz em meu rosto, parecia que alguém tinha acendido uma lanterna bem no meu rosto. Abri os olhos devagar, acostumando-me com a claridade. Era apenas à luz do Sol.

 Ao meu lado Jin dormia, virado para mim. Ele parecia em um sono profundo. Fui me virar para olhá-lo e uma dor me veio da bunda e subiu pela minha espinha.

 -Porra - Falei num tom descontrolado, sendo mais alto do que eu desejava. Acabei por acordar Seokjin.

 -Bom dia para você também - Ele disse, depois esticou os braços para se espreguiçar.

 -Bom dia o caramba, eu estou sentindo uma dor horrível do caralho, Kim Seokjin o que você fez com a minha bunda?! - Meu tom continuava alto - É bom você cuidar muito bem de mim hoje!

 -Eu vou, pode deixar - Seus braços pegaram em minha cintura e me puxaram com cuidado, ainda senti umas pontadas doloridas, mas suportáveis. Ele selou seus lábios nos meus lentamente. - Bom dia…

 -Bom dia… - Respondi educadamente. Jin se apertou mais a mim - Não ouse dormir!

 -Ok ok ok…

 Eu pedi - na verdade estava mais para mandei - a Seokjin que me ajudasse com o banho, depois tomamos um café da manhã e ficamos deitados no sofá.

 -Que horas teu irmão chega? - Perguntei curioso.

 -Eu acho que lá pelas três da tarde, por que? - Uma de suas mãos começou a acariciar meus cabelos.

 -Por nada…

 Ficamos em silêncio por um tempo, mas não um silêncio constrangedor, um silêncio agradável. Fomos interrompidos quando meu celular começou a tocar, ele estava no quarto de Seok, que foi correndo buscar para mim.

 -Quem é Loiro oxigenado? - Perguntou, olhando o identificador de chamada.

 -É o Namjoon - Falei, pegando o celular na mão e atendendo antes que desligasse - Diga.

 -Então, eu sei que é domingo e tudo mais…mas então…- Ele começou a enrolar, como se estivesse com medo de algo.

 -Vá ao ponto Namjoon - Falei, massageando as têmporas. Senti Seok me apertar por trás num abraço, me aconchegando em seu peito.

 -A diretora ficou louca com o sucesso de Lost Wings e quer saber quando você vai lançar algo novo.

 -Eles acham que inspiração é igual merda? Que a gente caga? - Falei, não estava nos meus planos me estressar com trabalho. - Eu estou trabalhando em algo, só não comecei ainda. - Respondi - Manda aquela diretora enfiar o dedo no…

  -Eu não vou mandar ela fazer isso! Ela é minha tia! - Disse de maneira nervosa, provavelmente estavam cobrando muito Namjoon.

 A tia de Namjoon era simplesmente a pior pessoa do mundo, ela gostava que as coisas fossem na hora que ela quisesse e quando quisesse, aproveitava do cargo alto para mandar e desmandar. O Tio de Namjoon - o marido dela - Não ligava, ele cuidava de uma coisa aqui ou ali, mas gostava mesmo de ler os livros e cuidar da parte administrativa, deixando o resto do trabalho para a esposa.

 -Hyung, vamos fazer o seguinte: eu vou falar que você está se planejando, que quando chegar a algo vai me avisar, tudo bem? - Falou, chegando em uma resposta agradável.

 -Pode sim - Respondi.

 Ele logo desligou, dizendo que tinha algumas coisas para fazer. A vida pessoal de Namjoon era uma coisa um tanto quanto misteriosa. Ele não contava muitas coisas, fala uma vez outra sobre alguém com quem ele ficou, quando aconteceu algo em alguma situação semelhante à que comentaram. Mas em geral, ele guarda para si.

 -Preciso ir para casa, mas não quero ir - Falei

 -Então porque precisa ir? - Ele perguntou, com uma sobrancelha levantada.

 -Porque eu preciso trabalhar - Respondi, deitando a cabeça no peito de Jin - Vou ligar para Kook - Levantei e comecei a discar seu número, coloquei no ouvido e esperei ele atender.

 -Alô? - A voz sonolenta do outro do lado da linha disse, provavelmente atendeu sem ao menos ver quem era.

 -É o Hyung, que horas você vai para casa? - Perguntei. Senti as mãos de Jin apertarem meus ombros e começar a me massagear.

 -Ah, espera - Ele disse, escutei de fundo ele chamando Seulgi e perguntando algo para ele - O Seulgi vai para casa do Tae depois do almoço encontrar com ele, então eu vou junto, já que eu sei que você deve estar por aí - Falou e bocejou depois - Mais alguma coisa?

 -Eu quero marshmallows - Pedi, não era o que eu tinha na cabeça quando liguei para ele, mas era o que eu queria - Traz para o Hyung, sim?

 -Você é uma gravida com desejos?  - Perguntou bravo - Pede para o teu namorado.

 -Ele está cuidando de mim, não pode.

 -Por que?

 -Estou com alguns…problemas.

 -Problemas…? AÍ MEU DEUS! - Ele exclamou - SEULGI ACORDA DESGRAÇA! O YOONGI HYUNG DEU PARA O JIN HYUNG! - Gritou, esquecendo que eu estava na linha.

 -Ya! Não se espalha essas coisas por aí!

 "COMO ASSIM? ACORDEI COM INTERAÇÃO DO OTP?" Escutei Seulgi falar do outro lado da linha, sua voz saia mais baixa.

 Atrás de mim Jin tentava não rir.

 -Ya! Vai se foder Jungkook! - Exclamei bravo.

 -O Jimin já me fode, não preciso fazer isso sozinho - Ele respondeu, no fundo dava para ouvir o outro adolescente rindo.

 -Jura? Eu pensei que você era o ativo - Sai do assunto inconscientemente, um tanto incrédulo - Ele tem carinha de bebê.

 -E corpo de Daddy - Completou o Jeon.

 -Aish, você é um pervertido mesmo! - Comecei a rir junto - Que seja, venha logo! - Desliguei o telefone. - Não me pergunte o que eles estavam falando…apesar de você ter ouvido a pior parte. - Alertei Jin, que apenas riu baixo e afagou meus cabelos.

 -Eu fiquei pensando sobre ontem de manhã, os pais de Jimin são muito…rigorosos - Ele comentou, me fazendo lembrar sobre a ligação da mãe de Jimin e a conversa com Jin-Ah.

 -A Noona vai ficar bem, ela é forte - Disse - Qualquer coisa, ela sabe que pode contar com a gente, certo?

 -Certo!

[…]. Você é minha solução (Parte 2) [ Jin-ah]

 Eu tive uma discussão imensa com a minha mãe. Novamente sobre aquele assunto de "você não deveria fazer as coisas sem consultar seus pais!". Parece que, eles não entendem que eu sou maior de idade faz tempo já.

 Depois do café da manhã com os meninos, eu e Baek fomos para casa caminhando, os dois em silêncio. Eu estava estressada e isso significava que no momento eu era uma bomba relógio, e ele não queria que eu explodisse.

 Ao chegar em casa fui direto para o meu quarto e me joguei na cama, olhando para o teto e tentando pensar em algo. Não havia falado para minha mãe aonde morava ou quem era o tal garoto andando na rua comigo. Ela sempre foi muito controladora e mandona, achava que minha vida e a de Jimin tinham que correr nos trilhos que ela construía. Meu pai sempre foi um frouxo, só botava mais pressão naquilo em que mamãe mandava. Pelo menos eles largaram o pé de Jimin. Por enquanto.

 -Hey, Jinnie - Baekhyun apareceu na porta, que estava aberta. - Quer conversar? - Perguntou, sentei na cama para olhá-lo melhor.

 -Ah, não… - Respondi - Quero um carinho - Fiz um bico e estendi meus braços em sua direção. O menino veio sorridente, passei as mãos pelos seus cabelos recém pintados de preto antes de receber um abraço apertado.

 Ficamos deitados na cama, conversando sobre um mangá que estava em alta no momento. Depois ele acabou adormecendo na cama. O fiquei encarando por um tempo, passei a mão pela maçã de seu rosto e retirei alguns frios de cabelo que caiam em sua testa.

 Levei um susto quando meu celular começou a tocar no bolso, o atendi rápido e sai do quarto, indo falar na cozinha para não acordar o moreno.

 -Noona? - Era a voz de Jimin, estava um tanto manhosa, como se tivesse chorado.

 -Oi meu amor, eu estou aqui - Falei, me encostei na bancada da cozinha. - O que houve?

 -Mamãe disse que eu não posso ficar te escondendo, ela ficou me perguntando seu endereço, eu disse que não sabia - Contou, ouvi ele dar uma fungada - Vai ficar tudo bem?

 -Vai sim amor, não precisa se preocupar, ok? - Respondi, tentando acalmar meu irmão - Por que você não chama o Tae para uma noite de vídeo games? Só vocês dois - Dei como ideia, para distrair o menino.

 -É uma boa, vou ligar para ele - Falou, senti uma alegrada em sua voz - Eu amo você Noona…

 -Também te amo Jiminnie - Disse - Agora vá ligar para o TaeTae - Falei por fim e ouvi um "sim" do outro lado da linha, então desliguei o celular.

 Soltei um suspiro e fui pegar água na geladeira, depois de tomar um copo cheio, fiquei de frente para o balcão, apenas vendo uma foto no celular em que estavam Jimin, Seulgi e eu. Foi a última foto que tiramos antes de eu ir para o Brasil.

 -Vocês dois… - Falei baixinho - Eu vou proteger vocês a todo custo…

 Senti duas mãos em minha cintura, logo ela foi enlaçada para um abraço.

 -Falando com quem? - Baek perguntou. O moreno encostou o queixo em meu ombro e ficou vendo a foto em meu celular - É uma foto bonita - Elogiou.

 -É sim…- Respondi, logo a foto foi coberta pela tela de notificação, era uma ligação de um número que eu conhecia muito bem. Atendi o telefone e o coloquei no ouvido - Oi mãe…

 -Venha agora até aquele café na esquina de casa, entendeu Park Jin-ah? - Ela disse autoritária, pelo som de fundo dos carros, ela já estava a caminho.

 -Ok… - A mulher desligou o telefone. - Vou dar uma saída - Virei para Baek, que ainda me abraçava, e olhei para seu rosto.

 -Aonde vai? - Perguntou curioso.

 -Encontrar com o Diabo - Brinquei e dei um selar na ponta de seu nariz antes de sair de seus braços.

 Peguei uma pequena mochila para colocar carteira dentro e sai de casa, com o celular no bolso e chaves nas mãos. Tive que pegar um táxi até o café, por que era longe e eu não queria andar até lá. Chegando no local, logo reconheci uma mulher sentada em uma mesa de canto; os cabelos pretos com alguns fios brancos presos em um coque alto, a expressão de irritação no rosto e as roupas simples. Me aproximei da mesa, ela tomava um café preto.

 -Mãe - A chamei, ela me olhou e suspirou.

 -Sente-se - Disse, sua voz tentava ao máximo esconder sua raiva. Fiz o que ela mandou. - Quer alguma coisa para tomar? - Neguei com a cabeça.

 -Vamos direto ao ponto, sim? - Pedi, um tanto nervosa. Afinal, eles me mandaram para um país com o intuito de que eu voltasse de lá bem-sucedida, é uma pena que tenham me mandado para o país errado.

 -Como você pode fazer isso Jin-ah? Você volta desse jeito?! - Ela começou, com a voz ainda controlada, respirei fundo e me preparei para ouvir mais - Você é realmente uma vergonha, eu e seu pai investimos dinheiro para você voltar e não seguir a faculdade que fez?

 -Vocês me mandaram para um país sem oportunidades para isso, a economia quase aos pedaços, o desemprego nas alturas, você queria que eu fizesse um milagre? - Defendi-me, da mesma maneira que ela, tentava controlar meu tom de voz.

 -Não importa! Além de tudo isso você faz Jimin mentir? Dizendo que não tem notícias suas, dizendo que não sabe o que tem feito. É assim que você dá um bom exemplo para o seu irmão? - Ela me olha com raiva, eu sentia a mesma coisa.eu rosto começou a ficar quente e eu estava descontando toda a raiva pressionando as unhas nas costas da mão.

 -Jimin já é grande para saber das coisas, ele sabe muito bem que eu fui pressionada por vocês dois para ir para fora - Voltei a falar, apertando mais as unhas em minha pele - Eu não posso ficar seguindo para sempre os seus trilhos, e nem Jimin! Você precisa nos deixar livre! Eu estou trabalhando em um lugar bom, Jimin é esforçado nos estudos e já está aos poucos planejando o que estudar depois. Você não pode ter um pouco de confiança em nós? - Perguntei.

 -Nele talvez, em você não - Respondeu - Você é uma decepção Jin-Ah, ficou o tempo todo o Brasil fazendo o que? Trabalhado em restaurantes meia boca e dando para aquele brasileiro vagabundo nas horas vagas? Não criamos você para ser essa…vadia - Ela disse, o que foi como pedradas, cada palavra era uma pedra.

 -Então é isso que eu sou para você? Uma vadia? - Falei, dessa vez, não segurando só raiva, como lágrimas. - Uma vadia que dava para o namorado? É isso? Você sequer sabe o inferno que eu passei lá? Como é estudar em um lugar onde todo mundo acha que suas notas boas vêm da sua genética? Por acaso a senhora sabe como era saber que o meu irmão precisava de mim e eu não podia estar com ele? - Eu já não aguentava mais, comecei a sentir as gotas descendo de meu rosto - A senhora sabe como era tentar e tentar arranjar emprego e não conseguir? A situação lá não era fácil, não foi fácil me acostumar com o idioma, com as gírias e costumes, mas eu fiz. - Limpei o rosto e me levantei - Desculpe se eu ainda continuo sendo uma vadia para você. Mas eu não sou, eu tenho um emprego fixo no qual eu sou muito bem paga, eu tenho amigos com quem posso contar e tenho meu irmão ao meu lado. Eu não preciso mais de você e do papai.

 -Então siga sua vida sem nós! - Exclamou - Eu tenho vergonha de ser sua mãe.

 -E eu tenho raiva de ser sua filha - Falei por fim, antes de sair do estabelecimento.

 Comecei a andar sem ver onde estava indo. Eu secava as lágrimas que persistiam em escorrer.

 Cheguei em um parque e avistei um banco vazio, sentei-me ali e comecei a soltar as lágrimas, sem ter vergonha alguma de chorar com outras pessoas ao redor.

 Senti então uma mão pequena em meu ombro. Quando levantei minha cabeça vi que era um menino, uma criança. Ele tinha cabelos pretos totalmente desarrumados, o rosto estava um pouco sujo de terra, assim como suas roupas, que denunciavam que ele brincara no chão. Em uma de suas mãos havia uma pequena Flor, a qual deve ter sido arrancada de algum arbusto do parque.

 -Por que está chorando moça? - Ele me Perguntou. Sequei meus olhos e sorri para ele.

 -Eu estou um pouco magoada. - Respondi, vendo ele me encarar.

 -A moça não deveria deixar ninguém te deixar triste, meu irmão sempre diz que devemos sorrir, porque todo mundo fica mais bonito quando sorri - Ele disse, então sequei meus olhos mais uma vez e abri um sorriso para ele - Assim mesmo moça! Você tem um sorriso lindo. - O garoto sorriu para mim de volta e me entregou a Flor em suas mãos - Toma, eu peguei para você.

 -Oh, muito obrigada, ela é linda - Aceitei a Flor e a peguei na mão. - Muito obrigado garotinho.

 -De nada moça - Ele sorriu.

 -Sehun! Vamos para casa - Uma voz mais grossa ecoou, o menino virou para trás e fez um positivo com o polegar.

 -Aquele é meu irmão - Apontou para um rapaz um tanto longe. - Vou indo moça! Não chore mais, você promete?

 -Prometo - Falei e ele me estendeu o mindinho, então fiz com ele uma promessa de dedinho.

 -Sehun! - O rapaz voltou a chamá-lo. Logo o menino foi correndo até o irmão. Quando chegou até a ele começou a falar algo e apontou para mim, fazendo com que o rapaz me olhasse, acenei para ele e o mesmo sorriu. Então os dois saíram de mãos dadas.

 Fui caminhando devagar com a pequena Flor nas mãos. Tentando relaxar no longo caminho até em casa. Até chegar na metade e acabar pedindo um táxi pelo cansaço. O sol estava se pondo quando cheguei em casa, Baek estava sentado no sofá com uma expressão preocupada.

 -Você está bem? - Ele perguntou assim que me viu - Seus olhos estão vermelhos? Ela disse algo? - Suas mãos me seguraram pelos ombros.

 -Baek, eu não sumi, apenas fui falar com a…minha mãe - Respondi e tirei suas mãos de mim, para poder trancar a porta.

 -Se fosse simplesmente assim eu não ficaria preocupado! Sua mãe é louca! - O moreno argumentou, me prendendo a parede - Como vou saber se ela machucou você ou não?

 -Ela não me bateria, não em público, eu acho - Respondi, tentando novamente sair do aperto - Sente no sofá, eu vou lhe contar tudo. - Suspirei.

 Contei a ele sobre nossa conversa, sobre tudo o que ela havia me dito, incluindo sobre a parte de dar para meu namorado vagabundo - o qual na verdade trabalhava e estudava, vagabundo ao olhar dela. Baekhyun ficou chocado, sua primeira ação foi me puxar para um abraço apertado, diferente dos que ele costumava a me dar. Normalmente ou haviam malícia ou apenas algum carinho, porém, esse abraço tinha preocupação e consolo; o qual aproveitei muito bem quando retribui ao aperto.

 -Você não é nada disso do que ela disse - Falou, uma de suas mãos acariciava meus cabelos - Seu emprego é digno sim, você trabalha para o presidente da empresa, tem mais confiança que muitos empregados ali e tudo mais, e ainda recebe bem!

 -Eu sei disso, mas ela, não - disse, apertando-o mais contra mim. - Eu não quero ser uma vergonha para ela sabe, ser uma "vadia" - Bufei, irritada.

 -Vá tomar banho, eu vou fazer o melhor macarrão instantâneo que você já comeu na vida - Deu um selar em minha testa, sorri em resposta e me levantei, antes de sair ele me deu um tapa na bunda e recebeu um xingamento em troca.

 Após tomar um banho e esperar Baek arrumar a cama, jantamos juntos e depois ficamos sentados no sofá, ele enviando alguns projetos prontos para algum cliente e eu mexendo em meu celular. Não havia muito o que fazer; Seulgi e Jungkook tinham saído juntos, Jimin e Tae estavam fazendo a noite do vídeo game e Jin e Yoongi deveriam estar fazendo algo no momento.

 -Podíamos ligar para Hoseok e mandar ele trazer umas bebidas - Comentei, olhando para o rosto concentrado de Baek para o computador em seu colo.

 -E poderíamos mandar Namjoon trazer algo para comer - Completou sorrindo, sem desviar a atenção do computador.

 -Aah…desse jeito eu vou é engordar - Falei, voltando a mexer no celular e indo atrás do contato de Hoseok.

 -É só mais carne para apertar - Dei um tapa em seu braço e ele acabou rindo.

 Mandei uma mensagem para Hoseok e ele disse que estava com Namjoon em uma festa chata, então viriam os dois para o nosso apartamento.

 Não demorou muito para os dois chegarem, carregados de bebidas e sem comida alguma. Eles entraram e começamos a beber, não deu dez minutos e Hoseok estava completamente bêbado. O castanho acabou dormindo sentado no sofá.

  -Então ela me deu um tapa no rosto - Namjoon terminou de contar, ele estava falando sobre uma ficada recente que ele havia tido. - Eu acho que nunca vou encontrar minha alma gêmea - Suspirou e secou mais uma garrafa de bebida.

 Baek havia caído no sono com a cabeça em meu colo, eu e Namjoon ficamos conversando sobre relacionamentos que não davam certo conosco.

 -Você vai encontrar sim - Falei, tomando mais um gole da bebida - Você não pode ficar esperando essa pessoa bater na sua porta ou ficar procurando ela em uma boate de Streep - Comecei a acariciar os cabelos do moreno enquanto conversava. Namjoon abriu outra garrafa e já começou a beber.

 -E você e o Hyung? - Ele perguntou, apontando para o Byun que dormia em meu colo.

 -O que tem a gente? - Perguntei, me fazendo de desentendida.

 -Vocês se amam.

 -Olha, eu amo ele mesmo, ele sempre está comigo quando eu preciso e é carinhoso e atencioso. - Falei, esquecendo que havia probabilidade de o moreno estar me ouvindo - Mas eu acho que é um amor de amigo.

 -Para de se enganar - O loiro falou rindo - Vocês não enganam ninguém, estão apaixonadinhos - Começou a rir e fez um coração desajeitado com as mãos.

 -Eu tenho medo de me apaixonar - Confessei, o loiro ficou me encarando com as sobrancelhas arqueadas. - Por que você não dorme no quarto do Baek hoje? Hum? Eu vou ajeitar Hoseok aqui na sala e nós dois dormimos em meu quarto - Falei me referindo a Baekhyun.

 -Ok - Namjoon assentiu - Posso tomar um banho?

 -Pode sim, você sabe onde é o banheiro? - Ele assentiu novamente e foi para o local.

 Deixei Baek sentado num canto do sofá e arrumei Hoseok deitado da melhor forma possível. Peguei um travesseiro e um cobertor para o castanho, depois de o cobrir, fui acordar Baekhyun.

 -Hey, durma na cama - O sacudi um pouco e ele despertou - Você vai ter que dormir na minha cama hoje, Namjoon vai ficar no seu quarto, tome banho antes! - Falei e o empurrei para seu quarto, onde tinha um banheiro.

 O loiro apareceu só de toalha no corredor, perguntado se Baekhyun havia acordado para lhe pedir umas roupas, disse que ele havia ido ao banheiro. Aproveitando que o Kim saiu do banheiro, fui tomar um banho também. Prendi os cabelos curtos - que estavam crescendo - para não molhar e tomei um banho rápido.

 Vesti uma camisa de manga longa folgada e uma bermuda um pouco acima do joelho. Dei uma última checada em Hoseok no sofá e em Namjoon, que já dormia na cama do Byun. Fui para meu quarto, onde o moreno já estava deitado mexendo no celular, apenas o abajur estava ligado.

 Fechei a porta e me deitei ao seu lado, ele me olhou um pouco e largou o celular.

 -É verdade? - Perguntou.

 -O que? - Levantei uma sobrancelha, tentando entender do que ele estava falando.

 -Você tem medo de se apaixonar - Explicou, soltei um suspiro, ele estava fingindo dormir no meu colo o tempo todo.

 -Tenho, e não é recente - Suspirei novamente e virei de lado, para encara-lo - Foi por isso que eu terminei com meu namorado do Brasil, eu o amava, mas não era apaixonada por ele. Era uma coisa mais…não sei explicar - Bufei irritada.

 -Não fique com medo, é uma coisa normal da vida - Disse, em seguida me puxou para deitar em seu braço. Baekhyun tinha uma mania estranha de me abraçar toda vez que dormíamos juntos - Boa noite.

 -Boa.

 …

 Acordamos de manhã com Namjoon falando no telefone, pelo que deu para ouvir, conversava com Yoongi.

 Depois de desligar, saímos da cama e fomos para sala. Hoseok saiu em disparada para ir ao banheiro, onde com certeza liberou toda a bebida na noite anterior. Namjoon parecia com dor de cabeça, mas mandava mensagens no celular, provavelmente coisa da empresa.

 Após tomarmos café da manhã, Hoseok deu a ideia de irmos para o apartamento de Jin, porque Jungkook havia postado em nosso grupo que algo "inovador" havia acontecido. Fomos perto da hora do almoço, no carro de Namjoon. Ao chegarmos lá encontramos Seulgi e Jungkook na entrada, quase entrando no apartamento.

 -E aí? - Hoseok falou, não tão animado como sempre, por causa da ressaca.

 -Boa tarde! - Jungkook e Seulgi falaram, respondemos de volta e todos subiram.

 Entramos no elevador e logo ouvimos duas vozes gritando para segura-lo, eram Jimin e Taehyung, correndo.

[…] [Yoongi]

 A campainha soou, fazendo com que Jin se levantasse do sofá. Assim que ele atendeu a porta, todos entraram, parecia até festa.

 -O que aconteceu de inovador? - Taehyung perguntou, curioso e inocente - Você comprou algum vídeo game? - Perguntou sorrindo para Jin.

 -Yoongi você não vai vir nos cumprimentar? - Noona perguntou sorrindo, como se soubesse de algo.

 -E-Eu estou bem-Disse, com medo - Oi pessoal - Falei sentado, acenando com a mão. Kookie então sentou em um pulo no sofá, me fazendo pular um pouco, uma pontada me atingiu perto da bunda. - PUTA QUE PARIU - Gritei, totalmente instintivo.

 -EU NÃO ACREDITO! - Hoseok exclamou rindo.

 -MEU OTP FEZ LIMONADA! - A garota disse.

 -AÍ MEU DEUS! - Seulgi disse alto, entrando na onda.

 Foi a primeira vez que me senti tão exposto.