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História Chanyeol Pra Quê Te Quero - Carinha de filhotinho


Escrita por: baabiction

Notas do Autor


volteeeeeeeeeeeeeeeei

Capítulo 2 - Carinha de filhotinho


Olha, como diz o meu avô, tem males que vem pra ferrar com a vida da pessoa, parece. Levando em conta toda a minha carga negativa de má sorte, eu já deveria estar acostumado a receber essas coisas inesperadas. Acontece que elas eram geralmente… Ruins. E o que era aquilo que eu tinha acabado de escutar? Fazer dupla com o Chanyeol? Ah, tá.

Oi?

Eu petrifiquei de um jeito que eu nunca tinha petrificado antes. Eu só sentia o meu coração bater que nem um louco, fiquei com medo de ele sair pela minha boca e bater nas paredes que nem bola de ping pong. Eu ainda olhei pra cara da professora pra me certificar se era só uma brincadeirinha, que ela ia dar um pulinho dizendo ''Rá!'', mas outras duplas já estavam sendo formadas pela mente daquela mulher sádica. Mais sádicos ainda eram os meus colegas, que ao ouvirem que eu seria a dupla do Chanyeol, soltaram risadas baixinhas. Tinha vida mais pública que a minha? Acho que não. Achava incrível que o Chanyeol não tivesse descoberto o meu abismo por ele até hoje, porque, bom, o mundo inteiro sabia.

— Kyungsoo, meu De—

— Se fodeu. — Soou com a mesma voz fina que eu havia usado.

Parece que o jogo virou, não é mesmo?

Terminei de arrumar minhas coisas na velocidade da luz, porque eu queria logo chegar em casa e me enfiar debaixo dos lençóis, de preferência com um pacote de lencinhos pra enxugar minhas lágrimas. Quer dizer, gente, eu sou a dupla do Chanyeol! Isso nunca tinha acontecido comigo, era coisa de filme, onde que eu me imaginar fazendo um trabalho com ele? Que loucura, que loucura. Eu devo parecer um dramático assim, o que eu sou, mas agora eu tenho um motivo justificável. Eu nunca, nunquinha, troquei mais de quatro palavras com o Chanyeol, e mesmo assim eu mantinha sentimentos por ele há mais de cinco anos! Eu achava que a minha sorte já tinha extrapolado a cota quando ele se transferiu pra mesma sala que eu ano passado, agora vou apresentar um trabalho com ele num evento grande da escola. Era motivo pra eu comemorar sim, acho que vou fazer até um bolo, socorro.

Kyungsoo só ria da minha euforia mal disfarçada, o meu rilakkuma amassado contra as minhas mãos era uma forma de impedir que eu soltasse um gritinho ali mesmo. Nossa, então era assim que as pessoas bem de vida se sentiam?

— Kyungsoo, é sério, eu acho que vou morrer. Eu não consigo nem olhar pra cara dele direito, como é que a gente vai fazer esse trabalho? Me salva, pelo amor de Deus. — Falei meio desesperado, enquanto descíamos as escadas.

— E eu com isso? Você deveria era virar gente e aprender a falar com ele direito. Eu só sinto pena do Chanyeol por ter que se aproximar de você, porque... Coitado.

— Você não está ajudando. Eu sou uma pessoa bem interessante, tá bom?

— Baekhyun, você pode enganar os outros, mas não a si mesmo.

— Você é o enviado do capeta pra acabar comigo, fala a verdade.

— Sou mesmo. Eu fico imaginando a surpresa que o Chanyeol vai ter contigo. - Franzi o cenho, parando na frente dele, já nos portões.

— O que quer dizer com isso?

— Nada, é só olhar pra você. — Ele falou, me encarando, sorrindo debochado. — Parece aquelas bananas de supermercado, são lindas por fora, mas quando vamos descascar, estão podres por dentro.

Acho que fiz uma careta muito ofendida, porque Kyungsoo desatou a rir desesperadamente. Só assim pra ele mostrar aquele adorável sorriso em forma de coração, não tinha jeito mesmo.

— Como ousa me chamar de banana podre? — Falei um pouco alto, com toda a minha indignação. — Vou te jogar no meio dessa rua e eu quero ver quem vai ficar podre.

— Se me jogar, você vai junto. — Kyungsoo parou de rir, ficando sério enquanto olhava por cima dos meus ombros — Baekhyun, sem vexame, por favor. Olha quem tá vindo.

— Como assim sem vexame? Quero ver ficar calmo quando alguém te chama de banana podr—

— Oi, pessoal.

Meu cu trancou. Ficou trancadíssimo. Aquela bendita voz soou bem atrás de mim, perto demais, grave demais. Virei meio travado, e lá estava ele. Meu olhos bateram de primeira um pouco acima do seu peito, que era onde eu alcançava, então tive que levantar o meu rosto. Chanyeol sorria simpático, ainda que tímido. Eu precisava urgentemente me livrar dessa vontade de apertá-lo toda vez, porque não daria certo. Não mesmo.

Alerta vermelho, alvo muito perto.

— Olá. — Soo falou primeiro, vendo que a minha voz estava travada e levada a um lugar muito longe daqui.

— Desculpa atrapalhar a conversa de vocês, parecia importante. — Ai meu Deus, o jeito que ele falava, todo educadinho… Acho que vou…

— Banana podre.

O quê? Ah, não, Byun Baekhyun.

Ouvi o estalo que a mão de Kyungsoo fez contra sua testa. I feel you, bro.

Por que eu não fazia uma parada na minha micão tour?

— … O que? - Chanyeol perguntou, sorrindo confuso.

— E-estávamos falando sobre banana podre, não era importante, eu acho. — Expliquei, me sentindo um completo idiota, só pra variar um pouquinho.

E o troféu de trouxão vai para…

— Ah, entendi… — Riu um pouquinho. Coitado, aposto que estava doido pra pegar o beco dali. Me desculpa por não ser bom o suficiente pra você, Chanyeol — Eu vim pra falar com você sobre o trabalho, Baekhyun.

Claro, o trabalho. Por que mais ele viria falar comigo? Bom, se a vida nos der limões, fazemos uma batida com muita vodka, não era assim o ditado?

Era só eu me concentrar em falar normalmente, talvez não encará-lo muito, nem prestar atenção naquela covinha maravilhosa que era tão mais linda ao vivo. Vamos, Baekhyun, você consegue.

— Oh, sim, sim, o que você quer fazer? — Falei, olhando pros meus pés. Era melhor manter o foco em outra coisa do que nos seus olhinhos tão bonitinhos atrás das lentes redond—

Baek!

Calma, Baekhyun, eu to fazendo o meu melhor! Não me pressiona, cacete.

— Eu tenho tantas ideias! Eu adoro o evento de arte e poesia, é o meu favorito, sabe. — Falou, sua voz saindo mais animada — Apesar da maioria das pessoas achar um pouco chato, eu acho muito legal, porque dá pra explorar várias áreas; teatro, música, dança… São muitas opções, mas vamos arranjar algo que combine com nós dois e…

Ai, chega mais perto e fala ''nós dois'' no meu ouvido.

Opa.

Ele parou de falar! Ele parou de falar? Está esperando por uma resposta minha, o que eu digo? Droga, Baekhyun, levanta a cabeça e fala com ele!

Respirei fundo e já ia falar alguma coisa, mas ele foi mais rápido.

— Desculpa, você deve estar querendo ir pra casa, não é? E eu aqui te atrapalhando. — Falou, sem graça, passando a mão pela nuca — Desculpa mesmo.

Oh, merda, Baekhyun! Como é que você vacila assim, cara? Isso acontece porque você é bicho do mato, não sabe agir como um ser humano normal perto do crush. Vamos, rápido, ele está indo embora!

Soo me encarava como se eu fosse a criatura mais estúpida da terra.

— Espera! — Era pra ter limpado a garganta antes, merda, minha voz saiu que nem a de um pato. – Espera, hm, Chanyeol. Vamos ver isso sim, também estou animado pra fazer esse trabalho.

Principalmente com você. Adoro.

Seu sorriso cresceu ainda mais, pegou a mochila e começou a procurar algo dentro dela enquanto murmurava ''cadê, cadê'', até que puxou seu celular de dentro. Será que…?

— Me passa seu número, Baekhyun? — Senhor, é hoje, eu sinto que é hoje.

Chanyeol, eu passo tudo que quiser.

— Claro. — Falei com um sorriso gigante, o que ele correspondeu.

Olá, meninas, o vídeo de hoje será como ter sorte com o senpai pela primeira vez na vida.

Nem preciso dizer que passei o dia todo soltando risadinhas, rolando no chão e revivendo todo o momento em que eu tive uma conversa – mais ou menos, decente com o Chanyeol. Ele era todo meigo, percebi isso pelas poucas palavras que trocamos, e também senti a animação que ele tinha ao falar do trabalho. Eu, sinceramente, não estava tão animado assim antes, mas depois de ver ele falar daquele jeito, também fiquei um pouquinho ansioso.

Falando em ansiosidade, será que ele vai me mandar uma mensagem? Ou será que eu deveria mandar primeiro? Eu tentei enviar um simples oi, mas fiquei muito hipnotizado pela foto de perfil dele. Não me julguem.

Já estava anoitecendo, então desci para jantar. Meus pais estavam na mesa, conversando alto como sempre. Meu pai trabalhava bastante, mas sempre reservava com tempo com a gente, ele falava que as refeições eram sagradas e tínhamos que fazer, pelo menos, uma todos juntos.

Me servi do macarrão com queijo que estava me chamando, coloquei um monte no prato, junto com as almondegas ao lado e mais um pedacinho de queijo.

— Filho, você come muito. — Meu pai falou rindo.

— Estou com fome, ué.

— Eu não sei pra onde vai toda essa comida, porque eu não vejo você crescer. — Voltou a falar, tomando um gole de suco. Era muito difícil essa situação, sabe, a minha altura, ou falta dela, sendo jogada na minha cara. Ah, vai, eu nem era tão baixinho assim... — Se bem que eu desconfiava que você não ia crescer muito, aos quatro anos parecia que você tinha acabado de completar dois! E olha que sempre comeu que nem um boi, acho que é falta de sorte mesmo, meus pêsames.

Minha mãe só concordava ao lado, nem pra me defender, ainda se diz ser a mulher que me deu a luz. Estava mais pra mulher que meu a escuridão.

Nem me abalei, eu só comi mais pra afogar as mágoas.

— Ah, Baekhyun, soube que o evento de arte e poesia da sua escola será mês que vem. — Minha mãe disse, se levantando e pegando as louças sujas.

Se eu tivesse orelhinhas de cachorro, elas provavelmente estariam alertas agora.

— Sim.

— E você vai fazer o quê? Não vai se vestir de mulher de novo, não é?

Ah, aquilo. O ápice dos meus micos, deveria estar até no Guiness Book como a coisa mais ridícula feita por Byun Baekhyun.

Quando eu estava sétima série, um grupo de garotas teve a brilhante ideia de fazer uma palestra sobre a moda de Harajuku, e como a Yeri, que estava no grupo, era muito minha amiga, me pediu ajuda com os preparativos. Mas o que eu não sabia era que os preparativos também incluíam me vestir de lolita. Eu, como um ser de incrível bondade, aceitei pensando que não seria tão ruim. Como fui ingênuo. Até hoje me lembro do vestido cheio de babados me pinicando e das expressões dos meninos quando subi ao palco. Sinto arrepios só de lembrar.

— Não, mãe, Deus me livre. Eu ainda vou ver o que fazer com a minha dupla.

— O Kyungsoo?

— Não, é outro menino da nossa turma. — Tentei esconder um sorriso ao me lembrar dele.

— Outro amigo seu? Eu conheço? Ele já veio aqui? Qual o nome dele? — Ih, lá vem o interrogatório. Mamãe e seu hábito de querer saber tudo que acontece na minha vida.

— Conhecido. Não, não e o nome dele é Chanyeol.

Minha mãe me olhou por alguns segundos, antes de abrir um sorriso meio estranho.

— Hmm, e por acaso esse Chanyeol é o mesmo daquela pasta que você tem no celular?

Cuspi tudo que estava mastigando.

— O quê? Como você sabe dessa pasta ultrassecreta, mãe?!

— Ah, filho, ninguém mandou você não colocar senha nesse celular.

Meu pai concordou e ainda completou:

— Ele é bonito, filho. Vai que é tua.

Jesus, estou cercado de gente doida.

Cheguei no quarto suspirando com a barriga cheia, e já fui vivendo a melhor parte do dia, que era a hora de eu me jogar na cama.

Olhei para o teto, pensando em como o dia havia sido estranho, aquela minha impressão de manhã se tornara concreta. Lembrei do rosto do Chanyeol, em como a boca dele se movimentava enquanto pedia o meu número.

Suspirei mais uma vez.

Aí, eu lembrei do meu celular.

Me levantei rapidinho, tateando todo o colchão, achando o celular debaixo do travesseiro. Ele piscava a luzinha de notificação.

Desbloqueei a tela rapidinho, e tinha uma mensagem de Chanyeol!

Abri a janela de conversa com a mão tremendo mais que terremoto.

Chanyeol: Oi, Baekhyun, sou eu, Chanyeol!

Menino, eu sabia quem era você mais que todas.

Ele tinha mandado a mensagem há alguns minutos e ainda estava online.

Ok, era melhor conversar com ele por aqui, sem o risco de gaguejar e estragar tudo.

Baekhyun: Oi, Vhanyeol, tudo vem?

Eita, bosta.

Eu tinha que ter desligado essa merda de corretor, ainda piorou porque eu estou nervoso!

Queria estar morto.

Baekhyun: Opa, Chanyeol* Bem*. Não sei nem mais escrever direito. Haha

''Haha'' é o que a gente manda pra descontrair um pouco, vou fingir que tá tudo tranquilo e que eu não estou morrendo de vergonha de ter errado assim logo na primeira frase.

Vhanyeol, Baekhyun? Olha, desiste, seu caso não tem solução.

Chanyeol: KKKKKKKKKKK VHANYEOL

Corretor, certo? Eu também passo umas dificuldades com ele, e quando a gente quer escrever rápido, piora!

Eu não estava querendo escrever rápido não, era nervosismo mesmo, Chanyeol.

Espera, ele riu do seu nome zoado?

Bom, acho que vou pegar essa onda e vamos ver no que vai dar.

Baekhyun: Desculpa, mas acho que vou te chamar de Vhanyeol daqui pra frente. 

Chanyeol: Eu gostei de Vhanyeol, é diferente.

Baekhyun: Sim, bem urban conceitual.

Ri um pouco, mordendo forte o lábio inferior. Eu ainda estava meio nervoso por falar com Chanyeol, mas por algum motivo, me sentia mais confortável. Ele fazia as pessoas quererem se aproximar mesmo que ele estivesse longe, era incrível.

Chanyeol: Você é diferente do que eu pensava.

Socorro, será que era aquele lance da banana podre?

Baekhyun: Como assim?

A mensagem foi visualizada na hora, mas estranhamente a resposta não veio imediatamente. Me deitei, ainda segurando o celular, vendo que seu status indicava que Chanyeol não havia fechado a janela.

Passaram-se dois, cinco minutos.

Até que ele respondeu.

Chanyeol: Não sei ao certo, você é tão quietinho, apesar de eu ter visto várias vezes você falando alto e rindo com seus amigos.

Socorro? Quer dizer que ele me notava?

Chanyeol: E não sei se estava errado, mas eu pensava que você não gostava de mim.

PERA AÍ.

É muita informação a essa hora da noite, meu cérebro não aguenta, e muito menos o meu coração.

Como assim Chanyeol pensava que eu não gostava dele, sendo que eu praticamente me jogava na frente do carrinho de pipoca por ele?

Baekhyun: Claro que não! Por que você achava isso?

Chanyeol: Porque você fala com praticamente todos da sala, e parecia me evitar, sei lá. Mas que bom que eu estava errado, é que às vezes eu penso demais e acabo tirando conclusões precipitadas.

Baekhyun: Eu não te evito não, por que evitaria?

Mentira, evitava sim. Mas era pro meu próprio bem pro bem dele, e das suas bochechas, e da sua namorada, e de todo mundo!

Baekhyun: E sobre ser quieto, eu posso ser tudo, menos isso. É que de manhã eu não funciono muito bem, meu espírito está estudando bastante, falando bastante, mas infelizmente meu corpo está morto até as 10 da manhã, no mínimo.

Ó, pelo menos fui sincero.

Chanyeol: Ai, Baekhyun, você é uma figura.

Baekhyun: Falei apenas verdades.

Chanyeol: Imagino você falando assim. Você só tem essa carinha de filhotinho, mas tem uma personalidade forte.

Meu sorriso morreu. Eu tinha lido certo? Franzi o cenho enquanto piscava rapidamente.

Carinha

de

filhotinho

Eu não sei nem o que eu estou sentindo agora, acho que estou sem cérebro.

Ele me chamou de cara de cachorro?

Baekhyun: Você me chamou de cara de cachorro, Vhanyeol?

Chanyeol: Ah, não é pra se ofendeeer~ Você tem carinha de filhotinho maltês, depois eu faço uma comparação e te mostro, é igualzinho!

Chanyeol: E o Vhanyeol foi proposital?

Baekhyun: Olha, escuta aqui, eu não tenho cara de cachorro nenhum, eu tenho um rosto lindo de moço jovem.

E foi proposital.

Mandei as duas mensagens com o emoji do jacaré.

Chanyeol: Morto.

Esse é dos meus.


          Passei quase metade da madrugada trocando mensagens com o Chanyeol, por isso que eu estava só o bago da laranja subindo as escadas da escola. Mas eu me sentia restaurado, o sono perdido foi por uma ótima causa. A nossa conversa fluiu tão naturalmente que eu nem senti o tempo passar. Descobrimos que gostamos de várias coisas em comum, como jogos e filmes, mas, ao mesmo tempo, éramos um pouco diferentes. Adoraria conversar com ele sem ser por mensagens, pra traçar um outro perfil de sua personalidade, porém acho que não seria possível. Ele com certeza só conversou comigo pra não ter tanto estranhamento, já que vamos fazer um trabalho elaborado juntos, não era como se fôssemos amigos ou algo do tipo. Afinal, o que Park Chanyeol queria com Byun Baekhyun, entre tantas pessoas mais interessantes?

Ah, eu tinha que parar com esses pensamentos de inferioridade, Kyungsoo me batia toda vez que eu começava com isso.

Meu humor despencou depois de pensar tanto, e o sono veio com tudo. Soo já estava na sala quando cheguei, me sentei falando bom dia, recebendo um bom dia meio resmungado dele, e peguei meu rilakkuma pra tirar o famoso cochilo.

Hmm, tava tão confortável, macio… A inconsciência veio tão sorrateira que comecei a sonhar meio acordado, visualizando churros recheados com doce de leite, eu comendo todos, ah, que coisa boa… Tão boa que estava ouvindo até a voz do Chanyeol.

Por que ele estava rindo dos meus churros?

Abri os meus olhos assustado, me deparando com um sorriso enorme, cheio de dentes. Na cadeira da frente.

— Então você falava sério sobre o seu corpo não funcionar de manhã.

Aquilo era uma ilusão, um holograma? Fiquei um tempinho encarando-o, ainda meio zonzo, até me belisquei caso eu ainda esteja sonhando. Mas a imagem de Chanyeol estava tão nítida, e seu sorriso ainda permanecia bem aberto pra mim.

Eita, Byun, ele tá falando contigo.

Me levantei bruscamente, abraçando o rilakkuma. Nem queria imaginar o meu estado agora, com o cabelo bagunçado e o rosto amassado, será que eu tava babando? Passei a mão disfarçadamente pela boca.

— Oi, bom dia.

— Bom dia, Chanyeol. — Minha voz saiu baixinha, e eu só queria me esconder pra sempre.

— Pensei que você ia me chamar de Vhanyeol de novo. — Uma risada alta.

Senti o olhar interrogativo de Kyungsoo ao meu lado.

Depois eu te explico, Soo, agora só me salva. Eu devolvi o olhar.

Eu não. Ele respondeu despreocupadamente, olhando para o outro lado.

Sorri o mais natural que pude, sentindo as minhas bochechas queimarem como brasa.

— Ah, não, para com isso. — Falei, escondendo parcialmente meu rosto no travesseirinho, tentando me restabelecer e me recuperar do choque de ter Park Chanyeol sentado na mesa da frente, e ainda fazendo piadinha comigo. Ouvi mais uma risadinha sua.

Ele ficou me olhando, sorrindo minimamente dessa vez.

— Vocês se importam de eu sentar aqui? — Perguntou, hesitante,

Sentar, tipo, ficar aqui? Na minha frente? Ao meu alcance? Chanyeol, você está definitivamente fazendo um jogo comigo, daqueles bem complicados.

— Por mim... — Kyungsoo respondeu calmamente, sem tirar os olhos do livro que estava lendo.

Chanyeol acenou pra ele, e voltou o olhar pra mim, com as sobrancelhas arqueadas.

Não faz isso comigo…

— Pode sim, Chanyeol.

Ele comprimiu os lábios, fazendo aquela covinha abençoada aparecer em sua bochecha.

Primeira tentação.

— Então tá bom, pode voltar a dormir, Baekhyun. — Tocou minimamente em minha mão, que estava sobre a mesa — Você estava tão bonitinho falando ''churros''.

E voltou pra frente.

Então era isso, gente, acabou, fim, levei o farelo. Vejo vocês numa próxima vida.

Ainda fiquei na mesma posição, sentindo um formigamento onde ele havia tocado. Foi tão breve, mas senti o calor de sua mão cobrir totalmente a minha.

A visão de suas costas largas bem na minha frente não ajudavam em nada o meu estado, queria tanto enfiar meu rosto ali.

Ah, Chanyeol, Deus no céu e eu na sua.


 


Notas Finais


eita e agora askçdjklasdjlkasd


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