1. Spirit Fanfics >
  2. Chanyeol Pra Quê Te Quero >
  3. Cada vez mais vesgo

História Chanyeol Pra Quê Te Quero - Cada vez mais vesgo


Escrita por: baabiction

Notas do Autor


volteeeeeeeeeeeeeeeeeeeei
eu demorei? acho que não, foi até rápido, porque eu tem vezes que eu demoro anos pra postar outro capítulo q
uma dúvida, vocês preferem capítulos curtos ou grandes? eu achei esse um pouco grande, mas eu não consegui encurtá-lo, apesar de ser um capítulo de passagem, entende? espero que não tenha ficado muito chato de ler
tomara que vocês deem força pro baek porque ele tá precisando lskajdljaskh
boa leitura!

Capítulo 3 - Cada vez mais vesgo


Eu estava correndo porque estava atrasado, nenhuma novidade. Eu caí na armadilha do ''só mais cinco minutinhos'' e esses minutinhos se transformaram em minutões. E o pior é que estava tendo um sonho tão bom, onde eu comia um hambúrguer tão maravilhoso que eu me babava todo. Só que antes de eu dar a primeira mordida, eu dei foi de cara no chão, porque a minha mãe puxou o meu corpo pra fora da cama, e lá vai o pobre Byun Baekhyun, o ilustríssimo, ir escovar os dentes com a boca toda estourada.

E olha que eu tinha dormido cedo na noite anterior, mesmo que eu tenha passado um bom tempo olhando as fotos da minha pasta secreta, que agora não era tão secreta assim, graças aos dedinhos curiosos da minha mãe. Mas teve uma hora que eu fiquei com raiva, sabe? Depois de ver uma foto tão linda dele, a minha favorita, eu surtei um pouquinho por dentro, então eu bloqueei a tela do celular e taquei pro outro lado da cama, falando: ''ah, sai daqui!'' e fui dormir porque ganhava mais. Não me julguem, eu sei que não estou sozinho nesse barco.

Consegui passar pelo portão no último segundo, recebendo um olhar raivoso do porteiro, mas eu não sabia se ele estava realmente olhando para mim, já que era vesgo. Só empinei o nariz e segui em frente, passando a alça da mochila para o outro ombro, porque com a pressa, eu acabei colocando todos os meus livros dentro e ela ficou pesada demais, parecia um casco de tartaruga nas minhas costas. Estava quase desistindo e arrastando ela pelo chão, a mesma coisa que gostaria de fazer com o meu corpinho cansado, mas a vida é assim e a gente tem que aguentar.

Com a minha costumeira despencada na cadeira, chamei a atenção de Kyungsoo, que ficou me olhando com aqueles olhões de gente do submundo. Apoiei meu queixo na mão, devolvendo o olhar com a minha melhor cara de tédio. Era a nossa comunicação às sete da manhã.

— Cara, acho que é melhor você parar de comer tanto.

A minha cara de tédio se transformou numa cara de demônio, só me faltando nascer chifres e dentes pontiagudos.

— Do Kyungsoo, você quer me derrubar, não é mesmo? Desista, pois já estou no chão.

— Não, você não está entendendo, olha o tamanho dessas bochechas! — Falou, apertando-as até eu fazer um biquinho exagerado com uma força que estava longe de ser carinhosa. — Você apoiou a mão ainda agora e a bochecha quase cobriu a cara inteira.

— Pode cobrir até o mundo, eu não vou parar de comer não, tá doido? Quer me privar do meu único momento de felicidade e onde eu afogo as minhas mágoas?

Kyungsoo soltou o meu rosto, suspirando enquanto negava com a cabeça. Ele tá pensando que eu sou o que? Só porque ele tem corpo de barbiezinha, quer que todo mundo tenha também? Valha, Kyungsoo. Até parece que eu vou deixar de comer as minhas pizzas de terça e quarta pra entrar naquela calça cara que ele me deu no Natal. Tem outras calças, não é assim que fala?

Revirei meus olhos, procurando algo mais interessante pra prestar atenção do que os tiros que Soo me lançava, só por causa do seu mau humor quase patológico. Ah, e eu achei algo mais interessante, sim.

Adivinha o que? Ou melhor, quem? Sim, isso mesmo, Park-sou-tão-lindo-Chanyeol.

E ele estava mesmo tão lindo, como o tempo estava meio frio, ele usava um moletom preto com detalhes vermelhos que parecia tão quentinho. Chanyeol estava sentando em sua cadeira, e claro, rodeado de seus amigos. Jongin era o único que eu conhecia e que já tinha trocado algumas palavras, até simpatizava um pouco com ele, por ser simpático e tratar todo mundo bem. Tinha Sehun também, mas não sabia quase nada sobre ele, mas tinha uma magia que puxava nossos olhos para ele inconscientemente, coisa de gente bonita e modelo, sabe?

Fiquei imaginando se Chanyeol sentaria na cadeira em frente a minha de novo, como vinha fazendo nos últimos dois dias. Ele passava um tempo com seus amigos, e depois vinha falar comigo como se fosse normal, e pra mim aquilo não era normal não! Era estranho, e não sabia o que fazia ele querer puxar assunto comigo, e com Kyungsoo, porque não éramos exatamente as melhores pessoas para manter uma conversa. Meu melhor amigo só dizia ''oi'' e olhava para outro lado, e eu morria por dentro a cada vez que ele dirigia a voz pra mim. Na maioria das vezes, ele só soltava uns comentários aleatórios e eu tentava não parecer tão afetado, porque, gente, eu tava sim afetadíssimo, mas isso a gente esconde bem escondido.

Não trocamos mais mensagens pelo celular, e eu queria tanto ter coragem pra iniciar uma conversa, porque pareceu que ela fluía mais se ele não estivesse na minha frente, em carne, osso e óculos. Mas resolvi esperar outra oportunidade, já pensou se eu mando mensagem e ele desconfia do meu súbito interesse, e descobre que eu gosto dele há mais de mil anos? Deus me livre.

Eu estava quase vesgo que nem o porteiro da escola de tanto encarar o perfil bonitinho do Chanyeol, porém aí, queridos, eu peguei um susto tão grande que o meu coraçãozinho fofinho virou uma pedra de gelo, que nem a do meu amigo Kyungsoo. Sehun percebeu o meu olhar pro Chanyeol. E me encarava com um meio sorriso discreto. Ai, socorro, meu Deus.

Na minha pressa de desviar o olhar atônito e fingir que não era comigo, acho que acabei ficando ainda mais vesgo. Com o nervosismo tomando conta de mim, enfiei o meu dedão na boca e mordisquei, um hábito que me custava largar e rendia comentários maldosos vindo de Kyungsoo me chamando de bebezão que chupava o dedo. Eu não chupava o dedo, não mais, apesar de que a minha vontade era de realmente correr pra minha caminha e chupar o dedo fora até eu aprender a ser mais discreto na vida. O que eu faria se Oh Sehun resolvesse fofocar pro Chanyeol que eu estava o encarando, que nem um garotinho apaixonado que eu era só um pouquinho?

— Amigo, acho que eu fiz uma besteira…

Kyungsoo apenas levantou uma das sobrancelhas, ainda com cara de peixe morto.

— O que foi dessa vez?

— O Sehun me pegou encarando o Chanyeol.

Kyungsoo deu um risinho e eu quase enfiei meu lápis super apontado na jugular dele. Mas eu sabia que era uma péssima ideia, porque antes mesmo de eu levantar o braço, ele já teria me dado um golpe de jiu jitsu e o Baekhyun aqui ia levar o farelo.

— Bom, não foi por falta de aviso, eu já tinha falado pra você parar de ser um bicho encarador, mas parece que entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

— E agora? Será que ele vai contar? Kyungsoo, se ele fizer isso, você vai perder um amigo, porque eu vou, sinceramente, morrer. - Um pouquinho de drama nunca era demais pra mim, mas a ameaça chegava a ser real com o meu estado beirando ao desespero.

— … Seria meu sonho? — Ele falou sorrindo, quem o olhasse agora pensaria ''Oh, que meigo o Kyungsoo!''.

Me recolhi na minha insignificância, de repente não querendo mais tanto assim que Chanyeol viesse falar comigo. Não confiava em Sehun, preferia mil vezes que fosse Jongin quem descobrisse, pois eu sabia que ele nunca faria nada pra me prejudicar, e preferia ainda mais que eu não fosse um louco e parasse de tentar bater raio x da figura de Chanyeol com o olhar.

Dei graças a Deus quando a aula começou e Chanyeol não se levantou da cadeira.

Quando o sinal do intervalo soou, levantei que nem um cavalo e corri à fila do lanche. Porque ali era assim, meus amigos, ou você vai pra guerra, ou perde a sagrada pizza que a moça da cantina fazia em poucas unidades, porque gostava de ver sangue rolando entre os alunos. Pra mim foi fácil chegar sendo um dos primeiros, por causa dos meus anos de prática em driblar os mais altos, me esgueirando nas brechas, uma vantagem de ser baixinho.

Quando recebi a fatia quentinha e a latinha de refrigerante, parecia que tinha ganhado um prêmio nas olimpíadas e segurava o prato como se fosse o meu próprio filho. Sentei na mesa que ficava bem no cantinho do refeitório, e comecei a comer finalmente. Era incrível como o queijo fazia milagres na minha vida, nossa, tinha esquecido de todos os meus problemas. Kyungsoo não gostava de descer, então sempre ficava na sala e eu lanchava sozinho, porém isso nunca me incomodou. Eu tinha comida, quem é que fica triste tendo comida? Eu que não.

À minha frente passava vários grupos distintos, e era engraçado que eu não me encaixava em nenhum deles. A maioria era formada por amigos de infância, ou gente que tinha gostos musicais semelhantes. No meu caso, meu único amigo era Kyungsoo, que diga-se de passagem, era tão estranho quanto eu. Meus gostos musicais eram os mais variados possíveis, Byun Baekhyun era a verdadeira definição de pessoa eclética, porque se olhassem as músicas no meu celular, fariam uma viagem muito louca entre pop, indie, rock e até uns trots estranhos. Tudo que ouvia e gostava, eu socava nas playlists.

Enquanto eu mastigava um grande pedaço de calabresa, Chanyeol passou bem na frente da minha mesa, e me peguei pensando em quais músicas ele gostava, porque eu sabia que ele tocava um monte de instrumentos. É, gente, quando a pessoa nasce pra acabar com a outra, faz o trabalho completo.

Fiz um biquinho, descansando o queixo na mão, que se movimentava pra cima e pra baixo conforme eu terminava o último pedaço de pizza, brincando com o canudinho.

— Oi, Baekhyun.

Me assustei, acabando por engolir a comida de mal jeito e, claro, me engasgar. Comecei a tossir desesperadamente, e só vi a lata de refrigerante que a mão grande de Chanyeol me oferecia. Tomei tudo em grandes goles pra tentar descer aquele bolo de comida que estava engatado na minha goelazinha, coitada.

Quando terminei todo o líquido, me acalmei e percebi que ele estava meio próximo de mim, com a feição preocupada enquanto dava tapinhas nas minhas costas. Socorro, acho que vou engasgar de novo, e dessa vez com o meu coração.

— Você tá bem? Desculpa te assustar assim, juro que não foi minha intenção.

— Tudo bem, Chanyeol, não foi culpa sua, eu que estava distraído. — Respondi com um sorriso simpático pra tranquilizá-lo, mas acho que não funcionou muito, já que continuou com aquela carinha triste por causa dos meus olhos avermelhados. Eu continuava engolindo saliva pra passar a sensação incômoda, até que veio um negocinho.

É, pessoal, eu arrotei.

Não foi um escandaloso, porque eu segurei no último segundo, mas, ainda assim, foi um arroto. Na frente do Chanyeol.

Tampei a boca logo em seguida, sentindo o meu rosto ficar vermelho a níveis espaciais, o que quer dizer que era muito. Se alguém depositasse moedinhas no bolso do meu moletom a cada micão que eu fazia, olha, dava pra comprar vários potes litrão de sorvete nas noites de solidão e vergonha.

Chanyeol apenas falou ''Oh.'' e ficou me olhando, enquanto eu queria muito entrar num estado de meditação profunda, canonizar minhas energias e calor no chão, abrir um buraco e me jogar lá dentro.

— Me desculpa. — Falei baixinho, morrendo de vergonha, enquanto escondia meu rosto nas mãos e olhava pra ele entre os dedos.

Chanyeol deu uma risadinha.

— Isso foi fofo.

Aí eu levantei, inexpressivo, pegando minhas malas e me deixando ser abduzido até a minha terra natal, minha missão na Terra estava concluída.

Mentira, eu só pressionei ainda mais as minhas mãos na cara, esperando acontecer uma fusão maravilhosa, assim eu nunca teria que olhar pra ele novamente.

Ele acabou de falar que o meu arroto é fofo. Será que ele é normal? Deve estar é tirando uma com a minha cara, isso sim. Ninguém acha arroto fofo, porque é nojento, assim como peido. E se alguém peidar do lado dele, vai achar fofo também?

Cruzes.

Acho que ele notou o meu embaraço, porque deu um pigarro e prosseguiu:

— Você não me respondeu, por que está sozinho aqui?

— O Soo não gosta de descer, daí eu como sozinho. — Respondi como uma pessoa normal, ou quase isso. Ainda sentia as minhas bochechas em brasa, mas isso já era tão característico que acho que ninguém mais estranhava.

— Ainda faltam alguns minutos até o término do intervalo, por que não vem sentar comigo e com pessoal?

Me surpreendi com o convite, eu não esperava isso dele. Mas que mal tem, não é? É aquele lance dos limões que eu já falei pra vocês.

— Tá bom.

Ele deu um sorrisinho e disse pra acompanhá-lo, me levantei meio acanhado, andando até o lado dele. Nossa diferença de altura chegava a ser engraçada, e ele andava meio rápido, o passo combinado com suas pernas longas me fazia quase correr, andando que nem um pinguim, dando alguns pulinhos.

Chegamos a uma mesa agitada, a conversa alta atraía a atenção de todos no refeitório, e chamava ainda mais atenção as pessoas que estavam sentadas lá. Porque, nossa senhora, era tanta gente bonita que eu tive que colocar a mão na frente dos olhos de tanta luz que emanava.

Quando perceberam nossa presença, pararam de falar e eu subitamente fiquei um pouco nervoso.

— Gente, o Baekhyun vai sentar com a gente hoje.

Acenei tímido e sentei rapidamente ao lado de Chanyeol. Minha cabeça estava meio baixa, mas resolvi tomar vergonha na cara e cumprimentar a todos decentemente. Quando a coragem veio pra falar alguma coisa, estanquei quando percebi que todos à minha frente sorriam de um jeito meio estranho pra mim. Eu fiquei com medo, sabe-se lá o que passa na cabeça deles?

Na mesa estavam Jongin, Sehun, Jongdae e dois garotos que eu já tinha visto pelos corredores, mas não conhecia, pois não eram da minha sala.

— Baekhyun, esses são Zitao e Yifan, eles são do 3-B. Zitao, Yifan, este é o Baekhyun, nosso colega de sala. — Jongin nos apresentou, depois de dar um leve empurrão, quase imperceptível (mas eu vi) em Sehun, que desmanchou o sorriso assustador que sustentava desde que me viu. Foi aí que eu lembrei que ele havia me pego no flagra, bem na curva, encarando Chanyeol. Como que tu esqueces disto, criatura? Era pra eu estar o mais alerta de todos pra não cometer mais vacilos e estudar friamente Oh Sehun, me certificar que ele não contaria nada de estranho pro Chanyeol. Mas e se ele já contou? Não necessariamente pro Chanyeol, mas pra algum de seus amigos?

Socorro, o Jongin! Será que ele sabia de alguma coisa?

Meu cérebro trabalhava que nem uma máquina de fábrica, fumaça já saindo dos meus ouvidos, todas essas teorias foram pensadas em segundos. Comecei a ficar nervoso, cheguei até colocar o dedão na boca, mas tirei rapidamente, me advertindo que eu estava em público. Calma, Baek, isso não é motivo de pânico, pare de ser histérico!

Desculpa.

Me concentrei então em cumprimentar os dois.

Zitao tinha os cabelos pretos que me pareceram hidratadíssimos, a julgar pelo brilho deles. Ele tinha uma feição meio séria, que logo se quebrou como vidro quando abriu um sorriso adorável pra mim, que correspondi instantaneamente, acenando. Yifan era loiro, tinha as sobrancelhas grossas e era muito bonito. Sorri para ele, que por sua vez, estendeu a mão pra mim. Estranhei um pouco, mas apertei-a mesmo assim. Ele segurou a minha mão por alguns segundos, olhando para ela e sorrindo, bem, bem discreto.

Eles todos tinham algum tipo de problema, certeza.

— O Yifan veio do Canadá, Baekhyun, por isso ele é todo estranho assim. — Jongdae disse; sorrindo zombeteiro.

Canadá, uau, que chique!

— Estranho é você, sua mula. — Yifan respondeu. Sua voz era grave, combinava com a sua aparência. — Cadê sua comida? — Se referiu a mim.

— Eu já comi. — Sim, Baekhyun, cadê tua voz? Se continuar falando baixinho assim, vão ter que colocar um microfone pra poder te escutar. Incrível que quando você está com o Kyungsoo, é uma metralhadora, fala, fala que só Jesus na causa.

Desculpa mais uma vez.

— Acho que ele está meio traumatizado, eu fiz ele se engasgar de susto ainda agora. — Foi a vez de Chanyeol falar. E de novo parece que botaram a minha cabeça num forno, ele tinha que lembrar?

Jongdae riu escandalosamente e Sehun me encarou com aqueles olhos sérios, que ostentavam um ar brincalhão. Eu fiquei sem ar, sabe, pelo medo de ser sua diversão pessoal, e porque Oh Sehun era muito lindo. Eu podia ser apaixonadíssimo pelo Chanyeol, mas eu não era cego. Acho que até um cego acharia Sehun lindo, porque ele conseguia emanar uma aura maravilhosa.

Assim como eu fiz na sala de aula, olhei pra baixo, acuado. Eu queria ser desses que levanta a sobrancelha e fala ''perdeu algo na minha cara, irmão?''. Na verdade, eu era assim por dentro, mas é aquele ditado.

— Mas também, Chanyeol, com essa sua voz de monstrão, quem é que não se assusta? — Jongin falou, com a boca cheia de sanduíche.

— Ah, não fala assim.

Eu, que até o momento me mantive caladinho brincando com os meus dedos, franzi o cenho com o aegyo do Chanyeol, ele havia falado tão manhoso, de um jeito que nunca ouvi. Deve ser pela presença dos seus amigos, as brincadeiras e o clima confortável que eles tinham. E devo dizer que adorei demais conhecer um lado novo seu, mesmo que seja coisa boba, significava muito pra mim. Até que a voz de Sehun quebrou o meu encanto. Poxa, não dava mais nem pra ser feliz nas ilusões.

– Hm, olha lá a patroa chegando.

Olhei para onde Sehun tinha apontado, e, ah, se eu tivesse poder de teletransporte, eu já teria pegado o beco dali. Era Soyeon vindo junto com a sua melhor amiga.

Eu esqueci de mencionar a dita cuja. Olha, eu não tinha nada contra Soyeon. Se eu tivesse oportunidade, gostaria de me aproximar dela. Poderia sim. Mas aquela melhor amiga dela… É a bruxa do 71. Eu nem sei como Soyeon andava com ela, sendo toda certinha daquele jeito. Eunjung era uma coisa que eu não aguentava não, e eu não era de ficar de birra com as pessoas, porque desgastava muito nutrir sentimentos negativos e eu estou aqui pra fazer o jogo do amor. Mas aquela menina era ruim, hein. Ela praticava cyberbullying com algumas meninas de outras séries, junto com o grupo que ela andava quando não estava com Soyeon. Eu já tinha entrado no seu perfil do Facebook, e eu quase saí de lá intoxicado de tanto chorume, porque além de praticar bullying, ela era homofóbica e escrevia textão em defesa da família tradicional coreana.

Agora eu pergunto a vocês, como que esse estrupício conseguiu ser amiga da namorada de Park Chanyeol, a pessoa mais defensora de minorias, e que se torna um escudo humano contra injustiças?

Eu não entendi um pouco direito.

Bom, eu podia pensar sobre isso depois, pois agora é o meu momento, colegas!

O meu momento de ficar muito na merda porque o Chanyeol deu um beijo na testa de Soyeon quando ela sentou na cadeira ao seu lado.

Hoje eu to só o meme do Sr. Sirigueijo, vocês já devem ter notado.

Eu queria desviar o olhar da cena e acabar tendo mais material pros meus pesadelos nas madrugadas, mas eu não conseguia, parecia feitiço! Eu quase fiquei estrábico de novo – ô, senhor porteiro, deve estar espirrando bastante hoje—, tipo ''um olho no peixe e outro no gato'', sabe? Eu era lamentável.

De repente, como mágica, surgiu um pudim de chocolate na minha frente.

— Toma, Baekhyun, você parece estar com fome. — Era Sehun.

Mulher, você acertou em cheio, era disso que eu precisava.

Antes de pegar o pratinho com o doce, ele piscou pra mim rapidamente e voltou a falar com Jongin que assistia a cena cerrando os lábios.

Dei de ombros, desistindo de entender alguma coisa, colando uma colherada de pudim na boca.

Viado, aquilo era bom! Um dos melhores pudins que eu já tinha comido, e olha que não foram poucos. Isso que chamam de comida de rico?

— Sehun, isso é muito bom! — Exclamei, meio sem querer.

Acontece que chamei a atenção de Soyeon e Eunjung, que ainda não tinham me visto por eu estar querendo me fundir na parede.

— Oh, Baekhyun, certo? — Soyeon falou, espichando o pescoço para me enxergar além do corpo grande de Chanyeol.

Segundo o manual da vida, agora era a hora da passagem ''Sorrir pra alguém que na verdade você não quer sorrir de jeito nenhum''. Tomara que o meu sorriso não saia falso que nem aqueles que eu mostro pro Kyungsoo só pra provocar.

— Sim, e você é a Soyeon...? — Falei em tom de dúvida. Como se eu não soubesse, né, gente. Dissimulado só eu quero ser.

Minhas habilidades sociais se mostram cada vez mais decadentes, será mesmo que eu tenho que fazer um curso online ou talvez comprar livros de auto-ajuda: ''Como ser rico e bem sucedido socialmente''?

— Sim. — Sorriu, seus olhos se espremendo em meia lua. — Você conhece a Eunjung?

Eu conhecia, mas queria desconhecer.

— Oi, Baekhyun. — Eunjung falou, acenando pra mim. 

Bom, pelo menos até agora ela aparentava ser simpática comigo, então ela ainda não sabia que a cor da minha bankai era rosa. Jogava no outro time, sacaram? Haha.

Que horror.

Tomara que ela não descubra e queira me queimar na fogueira.

— Oi. — Falei simplesmente, torcendo para que relevassem as minhas palavras diretas pelo meu jeito tímido.

Tratei de terminar aquele pudim maravilhoso, pensando se Kyungsoo imaginava as grandes aventuras que eu estava enfrentando naquele intervalo. Não que ele se importe, massss.

Chanyeol de vez em quando tentava puxar assunto comigo, pra eu entrar na conversa, mas pense num menino que se transformou num sabonete de tão escorregadio, foi Byun Baekhyun. Se estivéssemos a sós, eu até tentaria me abrir um pouco mais, mas com Soyeon ali esporadicamente tocando os seus braços e ele distribuindo aquelas covinhas pra ela? Eu sou uma pessoa até bem controlada, e vendo isso as pessoas pensam ''ele é controlado, vamos fazer o que quisermos!'', porém há limites, meus amigos.

Acabou que o sinal do fim do intervalo tocou, e todos se levantaram prontamente. Eu cheguei a pensar que estávamos no centro da cidade, porque, gente, eles eram prédios enormes! Yifan chegava a ser mais alto que Chanyeol, eu me senti uma criancinha perto deles, tendo consolo apenas em Jongdae, que era um tiquinho maior que eu, e as duas garotas, que eram da minha altura. Quando chegar em casa, vou pesquisar técnicas de como ficar mais alto, eu preciso.

O grupo se dispersou, recebi um ''Tchau, Baek'' de Jongin e uns toques no ombro do resto. 

Com a minha visão periférica, vi Soyeon e Chanyeol se afastando e nem me submeti mais, me fingi de kátia cega mesmo.

Porém, antes de eu subir as escadas, Chanyeol me parou. Nem preciso dizer que quase tropecei nos meus pés e quase adicionei mais um mico na minha lista, mas preciso lembrar que gata sempre cai em pé.

Pelo amor de Deus, tá difícil hoje, Baekhyun.

Perdão.

— Se você não se importar, poderíamos começar a organizar nosso projeto? Eu queria te mostrar algumas coisas.

— Podemos sim, acho melhor começarmos com antecedência. — Só de pensar naquela ajuda do destino de ficar mais próximo do Chanyeol, me dava umas tremedeiras.

Opa, opa, dedinho, não vai pra boquinha não, tá?

— Então, na minha casa ou na sua?

Agora que eu coloquei o dedão na boca mesmo, não tinha como segurar, não depois de ouvir aquela frase sugestiva.

Sugestiva só no teu mundo, né, Baek.

Eu pisquei algumas vezes, as ignições do meu cérebro rodando a toda força, vários pensamentos passaram por ele, inclusive algumas fórmulas de física.

— Oi? — Falei, a palavra saindo abafada por causa do dedo entre os dentes.

Tira isso, merda.

Tirei.

Chanyeol provavelmente me achava um palhacinho ambulante, porque lá estava aquele sorrisinho que toda vez, toda vez, ele me lançava.

— É melhor trabalharmos num local adequado. Sábado eu estou livre, pode ser lá em casa, se quiser.

Ai, eu quero. Como eu quero, eu quero tanto.

Entrar na casa do Chanyeol, no quarto dele, ver o que ele vê quando acorda, respirar o ar que ele respira na maior parte do dia.

Era quase ser um pedaço de sua alma!

Não?

— Eu estou livre sim. — Opa, será que abri um sorriso largo demais? Eu evitava, porque ele tinha um formato retangular meio estranho.

Com esse pensamento, tampei um pouco dele com a mão.

— Então, fechou. Vou te passar o endereço depois por mensagem, tá bom?— Ele começou a subir os degraus.

Eu já ia segui-lo, quando sua voz me parou novamente.

— E Baekhyun, sorria mais, seu sorriso é lindo. — Ele falou, me olhando de relance.

Foi embora.

E eu fiquei lá, plantado que nem um briolo de gente, porque sabia que se eu me aventurasse naquelas escadas, minhas pernas bambas iam me trair, eu ia dar de boca no chão e perder esse sorriso que ele achou lindo.

Mais um dia de provações concluído.

Ou não.

Ah, não sei, estou louco.

 


Notas Finais


sábado promete hein dafhadjlfhdlh
baekhyun manja dos meme do twitter, imaginem ele tendo aquelas acc tipo dank memes, porque acho que é esse o caso
e aí, gostaram? podem dizer, eu não vou atacalos
qualquer coisa, estou no @baabiction
até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...