História Chapeuzinho Vermelho - Imagine Min Yoongi (Suga) - Livro

Capítulo I - A sala dos segredos 

As árvores passando pelo vidro do carro antes eram mais rápidas, hoje tudo parece se mover em câmera lenta diante de meus olhos.

Eu nunca achei que eu diria não a um convite para ir até a casa da vovó. Até por que aquela não é mais sua casa, agora tudo me pertence.

Minha mãe sempre me dizia que vir pra cá é algo perigoso. Tenho que admitir que esse lugar passa um pouco de medo, minha vó morava na entrada da floresta, nos fundos do casarão, um gigantesco muro, que não nos permitia ver a mata, se olhar do portão principal, pode se ver a cidade, e a vida corrida das pessoas. O belíssimo contraste da floresta, com as casas.

Sem que eu percebesse, o táxi havia parado em frente a floresta, para chegar na casa, havia uma trilha de meio quilômetro.

- Olha senhor...pode seguir essa trilha até a casa..- Falei vendo que o velho senhor não iria adentrar na mata.

- Desculpe senhorita, ali eu não entro!- ele diz balançando a cabeça de um lado, para o outro.

- Certo..- entreguei o dinheiro a ele, e saí do veículo em seguida. Eu não levei nenhuma roupa, na casa já tem viárias.

Enquanto caminhava pela trilha, uma onda de nostalgia me atingiu, lembrar dos velhos tempos aqui com a Vovó, brincávamos na casinha de madeira, íamos no lago atrás da casa. Sempre que eu trazia meus amigos aqui, eles ficavam com medo, não passavam do portão pra dentro, e chegando agora no mesmo eu entendo o porque.

A casa esta diferente, ela esta morta, por algum motivo, sua coloração avermelhada de antes, agora é cinza, alguns matos vindos da floresta invadiram a casa, fazendo ela parecer um jardim natural. Eu gosto desse tom sombrio, mas nada se compara a como era antes.

Quando empurrei o portão para ser aberto, as correntes que o trancavam caíram no chão. Meu olhar foi diretamente para a porta principal da casa que estava aberta. Já era quase noite, isso só deixava tudo mais tenebroso. Fui andando lentamente até a porta, quando observei o lado de dentro, era tudo ainda mais escuro. Eu comecei a ouvir cochichos vindos do meio do salão principal, procurei na parede pelo interruptor, achando, e o acendo em seguida, o grande lustre que havia no meio do salão se acendeu, revelando dois meninos grudados um no outro

- AAAHHHHHH!- os dois não paravam de gritar, o som ecoava por toda a casa, meus ouvidos doíam, eu tentei os tapar sem sucesso.

- SILÊNCIO! - gritei o mais alto que consegui. Os meninos antes congelados, se viraram para mim.

- Quem... é você?- parei para observar o garoto, ele devia ter uns 19 anos, minha idade, cabelos castanhos, o outro aparentava ser mais velho, ele tinha um cabelo vermelho puxado pro rosa

- Quem são vocês? O que pensam que estão fazendo na minha casa?- perguntei me aproximando deles. A cada passo que eu dava, eles se afastavam dois, revirei os olhos com tal ato infantil.

- Não machuca a gente! - o ruivo elevou a voz, o olhei um pouco confusa.- Por favor!- ele sussurrou 

- Não são ladrões?- perguntei 

- Não..- o de cabelos castanhos disse.- Você não é uma assombração? 

- AISH! Saíam da minha casa!- apontei para a saída. Num piscar de olhos, os dois passaram pelos portões. - Era só o que me faltava! Assombração? Eu acho que preciso tomar um sol..- observei meus braços.

A casa da vovó é bem antiga, não tem televisão, ou aparelhos eletrônicos, a única coisa moderna por aqui é um modem de internet, que eu pedi que fosse instalado algumas semanas antes do acidente.

Como já falei, depois que entramos pela porta principal existe um "wall" de entrada, um grande lustre no teto, e duas escadas, uma de cada lado, elas formam um lindo coração, no meio delas, a um piano de cauda preto, do lado direito, tem a cozinha, e uma porta que da acesso a uma pequena horta. Do lado esquerdo tem a sala, e lá uma porta de vidro que da acesso a um gigantesco jardim, no segundo andar nada de mais, dois quartos, três suítes, e um escritório/biblioteca.

Subi as escadas, e fui ate a última porta do corredor onde era o escritório, tentei abrir, mas a mesma estava fechada. Eu me lembro, que eu e minha vó brincávamos de caça ao tesouro, descobrir charadas, pistas, etc. 

Naquela porta sempre esteve gravado a frase 

"A resposta esta no coração "

Coração? A escada? O piano?

Desci as escadas correndo, e fui ate o piano, comecei a mexer nele mas nada. 

- Onde esta?- escutei um barulho vindo da porta, olhei pra mesma e ela estava aberta, fui até lá e a fechei 

Vovó, o quadro da Vovó! Fui até a sala, onde na parede havia uma lareira enorme, em cima dela havia um quadro, onde estava pintado eu, a mamãe, e a mais velha. 

- Estranho!- encarei o quadro a minha frente.- Onde está a vovó e minha mãe?

Na pintura havia apenas eu, e um colar que antes era pintado no pescoço da minha Vó, agora estava no meu. Peguei um banquinho ali perto, e alcancei a pintura com as mãos, meus dedos tocaram o colar, e eu pude perceber que não era apenas uma pintura, ele realmente estava lá. O peguei nas mãos e analisei melhor a jóia, era um delicado coração dourado. Voltei para o andar de cima, e percebi que o coração encaixava perfeitamente no buraco da fechadura. Girei a maçaneta, e agora a porta estava aberta.

Entrei no local, e deslumbrei a sua beleza, eu nunca havia entrado ali, nem eu, nem minha mãe, vovó sempre dizia que um dia eu poderia.

Me aproximei da mesa que ficava na frente de uma janela muito grande, em cima da mesma, havia um livro, na capa estava escrito 

"Chapeuzinho Vermelho"

Abri o livro, e me deparei com um recado na contra capa

"Olá minha neta, se você estiver lendo isso, eu provavelmente estarei morta. Nem se sinta triste, isso vai acontecer com todos um dia... Bem, nesse livro você ira conhecer a verdadeira história da Chapeuzinho Vermelho, eu espero que você consiga suportar a verdade, procure o Jin, ele ira ajudar você no que precisar. Não se preocupe Chapeuzinho, tudo vai dar certo no final"