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História Chase - Wake


Escrita por: Happy-End

Notas do Autor


Oieeeeee. Brotei.
A história oficialmente começa aqui.
Vou cumprir minha promessa de Stalker + não confie em ninguém + tretas.

Obrigada a todo mundo que me apoiou no capítulo passado, vocês são muito 💚💚💚💚

Espero que gostem ^^

Capítulo 4 - Wake


- Eu gosto de você, sabe Hanbin? Você deveria ser meu...

Minha cabeça está pessada e mal consigo abrir os olhos direito. Escuto uma voz baixa e harmoniosa perto de mim mas não sei onde o dono dela está.

Pisco os olhos tentando focar em algo, qualquer coisa. Tudo ao meu redor parece girar. A única coisa que consigo processar é a voz fica cada vez mais distante e fraca.

Tento levantar meus braços que agora parecem pesados de mais e sinto dedos frios passando pela minha bochecha com certeza delicadeza.

- Sinto sua falta - Diz depois de um tempo acariciando meu rosto.

Ele está tão perto. .  perto o suficiente para que o dono dessa voz passe o nariz pelo meu queixo e pescoço -  Eu sou completamente viciado no seu cheiro, me dá vontade de te morder em todos os lugares.

Acordo em um sobressalto meio tonto, pingando a suor e apavorado. Fecho com força os olhos e abraço meus joelhos enquanto respiro fundo várias vezes tentando normalizar minha respiração, tentando fazer com que o medo passe mais rápido.

O que foi isso?

Eu estou acostumado a pesadelos, mas com a Hanbyul e com o Jinhwan. E eles não são assim, são só lembranças.

Me esforço a abrir os olhos focando nos raios do sol que escapam pela fresta das cortinas e batem em meu rosto. Solto um grunido de insatisfação.

Não durmo mais de 4 horas à duas semanas e quando consigo dormir eu tenho um pesadelo pior que o normal e o sol batendo na minha cara.

Volto a deitar e sob a cama rolando de um lado para outro, como aqueles gatos gordos, e suspiro aliviado ao abrir novamente os olhos. Estou no meu próprio quarto, na minha própria cama, sem ressaca e sem o trabalho da parte da manhã. Os finais de semana são os melhores.

Agarro meu travesseiro apertado bufando para a claridade presente no quarto. Eu não vou levar da minha cama quentinha e macia para fechar essa droga, posso muito bem dormir mais um pouco com esse sol torrando minha cara. Mentira, não posso. Eu gosto de dormir com o quarto totalmente escuro.

Então vem aquela decisão importante. Ignorar e tentar dormir, ou levantar e correr o risco de não conseguir mais pegar no sono.

Não vou conseguir dormir de qualquer jeito… não depois desse sonho.

Passo os dedos pelo cabelo bagunçando os fios resmungando irritado. A vida gosta de me foder.

Coloco meus pés no chão frio e olho para minhas roupas. Eu não sei como consegui dormir com essa calça que aperta até a alma, mas ok, pelo menos eu não acordei pelado na casa de alguém. Olhando pelo lado bom, esse sonho e o sol que me fizeram acordar e não alguém me expulsando da casa dele ou querendo transar.

Isso Hanbin, faz piada da sua desgraça.

Arranco minhas roupas fedendo a álcool, as trocando por um calças de moletom e uma blusa velha e confortável. Me jogo na cama com meus headphones e leio minhas letras pregadas na parede. Isso normalmente me acalma depois de pesadelos.

Eu gosto de compôr desde novo e comecei a escrever bem mais depois do ano passado. Essas letras são como eu me sinto e cada palavra faz com que eu sinta que ainda tenho sentimentos e que eu posso demonstrar fraqueza.

Sobre as letras estarem na parede, foi o que ajudou a parar de perde-las, o que acontece muito.

Estico meu braço para pegar o quadro meu e da minha irmã na cômoda e sinto sob meus dedos algo áspero. Eu nunca ponho nada fora o quadro.

Me viro meio curioso para o lado da cômoda olhando confuso para o envelope sobre a mesma.

Que merda é essa?

Me sento meio desajeitado na cama e pego o envelope pardo com meu nome impresso em uma daquelas letras caprichadas de convites importantes.

Não faz sentido. Minha mãe também não atende a porta e o correio deixa tudo na frente de casa. Ninguém entra na nossa casa a mais de um ano.

Então como isso veio parar aqui?

Abro o envelope jogando seu conteúdo na cama.

Minha respiração fica presa na garganta e o pânico começa a sumir fazendo com que todo meu corpo trema. O ar não chega ao meu cérebro e por isso minha visão fica embaçada com os pontos pretos.

Eu tento respirar, tento tanto, mas eu não tenho força nenhuma para fazer nada. Eu quero gritar, eu quero muito, mas minha voz não sai. Eu quero chorar algo por tudo o que aconteceu esse ano, quero chorar pelo o que estou vendo. Sinto que vou explodir em mil pedaços.

Todos os sinais de um ataque de pânico.

Onde está a droga do remédio?

Minhas mãos tremem tanto que várias das pílulas caem no chão antes que eu consiga levar uma delas a boca.

Fecho os olhos e forço com a ajuda do remédio minha respiração se acalmar.

Olho mais uma vez para o conteúdo daquele envelope que não deveria estar ali.

Uma foto... uma foto minha. Uma foto minha sorrindo olhando para as flores. Uma foto de ontem.

Não tem como. Não tem como isso ter vindo parar aqui.

Tem alguém me seguindo?

Porque comigo? Porque agora?

O remédio me deixa mais calmo, na verdade me força a isso, mas minha cabeça volta doer mais e mais a cada segundo.

A janela?

Eu não deixo a janela aberta. Nunca. Minha mãe não entra aqui. Então porque a janela está aberta?

Pego meu celular desajeitadamente discando o número de emergência.

A um ano atrás só houve um policial que não desistiu do caso e a declarou morta. Policial Kim nos ajudou desdo primeiro momento, com a Hanbyul, com minha mãe, com meu distúrbio de  ansiedade. O senhor Kim não nos abandonou. Ele sabe o que fazer não sabe?

O número pisca várias vezes por longos segundos até a ligação ser atendida.

- Hanbin? Eu precisava falar com você mesmo. - Diz do outro lado da linha.

- Minha casa foi invadida. - digo rápido, nervoso.

- Hanbin? - ouço meu nome apreensivo. E se ele não acreditar em mim? O que eu faço? O que eu devo fazer?

- Por favor acredita em mim. - Suplico forçando minha voz a sair -  Minha casa foi invadida.

Ouço um suspiro do outro lado da linha - Não sei o que está acontecendo mas eu não posso ir hoje.

- Policial Kim! Você PRECISA vir hoje. Acho que o senhor ainda não entendeu. A PORRA DA MINHA CASA FOI INVADIDA.

Logo depois de gritar me arrependo.

- Me desculpa, me desculpa, me desculpa, eu só… estou com medo. Eu estou apavorado Kim. Por favor vem.

Nada. Nenhuma palavra por vários segundos. Ele desligou? Ele não acredita em mim?

- Chego em meia hora.

Depois de minutos que apareceram horas à  campainha toca. Corro até a porta suspirando ver o policial à minha frente.

Nunca me senti tão aliviado em ver o rosto mal humorado daquele homem.

- Você veio mesmo - sussurro

Vejo seu rosto gorducho se contorcer em uma careta. - Eu disse que vinha.

Abaixo a cabeça envergonhado. Ele nunca descumpriu uma promessa, então porque eu me sinto tão inseguro?

Kim caminha lentamente até o sofá olhando para todos os cantos como geralmente faz. Basicamente ele vem de tempos em tempos para conferir se está tudo bem e me dar notícias do caso da Hanbyul,  por isso ele conhece bem a situação minha e da minha mãe.

No começo eu fiquei completamente perdido, sozinho, desesperado. Quando minha omma ficou doente as crises de ansiedade começaram e foi o Senhor Kim quem me ajudou a dar direção a minha vida. Eu não estou vivendo bem, mas por causa dele eu não trabalho mais em um Host ou torro meu dinheiro em bebida. Foi ele quem me apresentou a tia da Hyeri, dona do café, e isso mudou minha vida naquele momento.

Deixo o homem na sala e sigo até a porta do quarto da omma para conferir se ela ainda está dormindo.
Após conferir seu estado e dar seus remédios vejo seus olhos se fecharem de novo e seu rosto ficar sereno, só assim vou até meu quarto e pego o envelope.

Olho para aquele pedaço de papel em minhas mãos, agora novamente um pouco trêmulas, e sigo de volta pra a a sala onde sinto o olhar duro do senhor Kim sobre mim.

Olho diretamente nos seus olhos enquanto o dou o envelope.

Seu rosto se torna um misto de surpresa e curiosidade mas não diz nada enquanto o abre.

Seus olhos ficam com o dobro do tamanho e seu rosto fica tenso como o meu. Não dizemos nada por alguns minutos, não tiramos os olhos da foto em suas mãos, nenhum de nós dois sai do lugar.

- Onde isso estava? - Diz por fim

Sento à sua frente e abaixo a cabeça evitando olhar para ele. Brinco inquieto com os dedos por mais alguns segundos tomando coragem para responde-lo.

- Em cima da minha cômoda. Você sabe…

- Que ninguém entra aqui - completa por mim.

Confirmo em um aceno.

Senhor Kim vira a foto. Meu coração para de bater por um segundo quando meus olhos se fixam naquela frase.

"Você é mais bonito sorrindo de verdade"

Kim gela por um segundo.

- Você sabe o que isso quer dizer?

Nego

Senhor Kim tira sua atenção da foto a pondo sobre mim.

Ele me olha tão duro. Tão decepcionado. Aquele olhar julgador que machuca quando vindo de alguém importante.

- Quando foi a última vez que você bebeu? 

- Você não está insinuando que isso é culpa minha está?

- Eu não disse isso.

- Você quis dizer isso! Acha que eu fiquei bêbado e deixei qualquer um entrar aqui? VOCÊ ACHA QUE UM LOUCO FODEU COMIGO E FEZ ISSO?

- O que quer que eu pense? Hanbin, VOCÊ ESTÁ TODO MARCADO! Não tem um pedaço visível que não esteja.  - Seu olhar frio machuca - Você foi ao psicólogo? Tomou seus remédios?

Olho para aquele rosto que antes era confortável e nesse momento é mais frio e imparcial do que qualquer outra pessoa.

- O que você está dizendo? O QUE ISSO TEM HAVER? - Grito - Você não está me culpando.. está?

- Eu não disse isso - Diz o mais velho depois de um suspiro.

- A porcaria da minha casa foi invadida. ESSA FOTO FOI TIRADA ONTEM!  Você perguntou isso? Não. VOCÊ ME PERGUNTOU SOBRE A PORCARIA DO PSICOLOGO! - levanto frustrado enquanto aperto os punhos - Eu bebi ok? Quinta. Não tem como isso ter vindo parar aqui quinta! Você sabe como eu me senti sujo quando eu vi meu corpo? SABE? NÃO VOCÊ NÃO SABE! - Grito cada vez mais perto daquele homem - Eu tomo meus remédios, eu não sou burro! EU TOMO ESSAS PORCARIAS.

Olho para as minhas mãos machucadas, olho para o rosto atônito do policial a minha frente,  olho para minha mãe agora em pé meio meio da sala.

- Omma? - Sussurro olhando para seu rosto extremamente branco.

Ela está com medo de mim.

- Omma… eu fiz muito barulho não fiz? - digo tentando passar uma sensação de conforto completamente falha.

Eu quero sorrir para mostrar que esta tudo bem, mas não vai ajudar em nada. Não quando minha mãe tem os olhos marejados e apavorados.

Vou em sua direção e ponho os braços em sua volta, em uma espécie de abraço desajeitado. Ela não rejeita meu toque mas eu sinto ela encolher e tremer.

- Está tudo bem - sussurro perto de seu ouvido a apertando mais -  Está tudo bem, ok? Me desculpa por gritar. Vamos voltar para o quarto tá bom?

Caminhamos juntos até seu quarto e a sento na cama. Ajoelho à sua frente limpando com as pontas dos dedos seu rosto marcado pelas lágrimas.

Olho no fundo dos seus olhos, agora um pouco vermelhos, mas ainda sim de um castanho profundo.

- Não é culpa sua. Não é culpa minha. Então omma porque favor pare de chorar. - imploro vendo as lágrimas silenciosas continuarem a cair em seu rosto delicado.

- Me desculpa por hoje - Sussurro depois de alguns segundos. - Volta a dormir ta bom?

A deito delicadamente, a cubro até o queixo e começo a cantarolar.

Eu não sei porque, mas desde novo minha mãe gosta da minha voz, gosta de me ouvir cantar. Apesar de gostar de fazer rap, algo que ela nunca gostou, ela sempre quis que eu virasse um cantor.

Quanto tempo faz que não canto para ela?

Seu rosto vai se tornando cada vez mais sereno até que cai novamente no sono o que me arranca um suspiro de puro alívio.

Ela não sentiu tanto medo.

Desligo a luz e saio do quarto tomando cuidado para não acorda-la.

- Você demorou - Ouço senhor Kim dizer.

- Não vou pedir desculpas.

Kim põe a mão no meu ombro - Eu não pedi isso. - Tira a mão e volta ao sofá.

- Perseguição não é meu departamento - diz o mais velho cansado.

- Eu não confio em outra pessoa. - Suspiro passando os dedos pelo cabelo com força - Você sabe que não.

- Eu disse mais cedo que precisava falar com você. Lembra?

Balanço a cabeça confirmando.

- Sua avó morreu. - Diz imparcial

Olho para seu rosto confuso.

- Idai?

- Ela deixou muito dinheiro pra você. E uma casa. - Responde um pouco inquieto.

Arregalo os olhos e buscando alguma resposta em seu rosto sério.

- Porque ela faria isso…?  Ela odeia a gente. - digo ainda mais confuso.

- Hanbin? - diz chamando minha atenção, e quando a tem continua - O advogado dela veio me procurar essa semana e disse que você precisa escolher se vai leiloar sua parte ou não até o final do mês.

- O… que?

- Tem alguém estranho te mandando coisas, e você trabalha em um bar. Não é seguro e você sabe disso. Sua mãe precisa de você. Você largou a faculdade. Eu não tenho direito de interferir na sua vida mas essa é uma oportunidade. Não deixe seu orgulho interferir nisso.

O mais velho levanta e me dirige um sorriso triste antes ir em direção a porta.

- Você pode se mudar para lá. Ou só vender tudo e se mudar. Essa casa não faz bem para nenhum dos dois. - diz dando de ombros - Quando decidir me ligue. -

Ouço o som da porta batendo antes que meu corpo desabe no sofá e meu cérebro tenta processar todas as informações recebidas.

Que diabos está acontecendo?

Ele tem razão. Essa casa não faz bem pra nenhum de nós. Nenhuma dessas lembranças ruins de Seul faz. Eu não tenho nada a perder.

Eu posso viver como todo mundo?

Talvez eu possa. Talvez essa seja a chance que eu sempre quis de começar de novo.

Me aproximo do quarto da omma e a toco delicadamente até acorda-la.

- Nós vamos nos mudar omma. - Digo com os olhos cheios de lágrimas.

Nós vamos começar de novo.


Notas Finais


Desculpem os erros ^^

Bom, para quem comentou antes que estava com dó do Hanbin, vocês ainda não viram nada ~ risada maléfica ~ o Hanbin só se fode nessa fic ~ risada maléfica 2 ~

Vou atualizar mais rápido. FINALMENTE chegou na parte que eu gosto gente 🌈💚🌟 vai ter treta de mais apartir de agora, preparem o coração.

Eu sou legal, entaaaao, foquem nos sonhos e flashbacks. Eu. Não. Escrevo. Nada. Sem. Motivo.

Outra coisa, a galera do ikon e o Winner começam a aparecer no próximo capítulo 🌟💚🌈🦄 Finalmente 2.

Vocês gostaram? Espero que sim.

Beijos no cora 💚


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