História Chase vs Jackson - Legado

Narradora

Dubai… Uma cidade do futuro que habita o presente, com geografia modificada para aumentar seus luxos, com o maior arranha-céu do mundo e com muita gente rica que fez com que Percy sentisse que não tinha nada quando na verdade ele tinha muito e aqueles que dominavam Dubai que tinham demais da conta. Homens ricos ostentam carros, ternos, aparência e tudo que podem, mulheres reservadas da cultura muçulmana que andam com a clara certeza de que são donas de muito daquela rica cultura.

Se em grandes metrópoles as pessoas ostentam roupas de grife, ali elas ostentavam suas embarcações acima de tudo e com todo direito. Era difícil escolher qual era a mais luxuosa e era com um tremendo orgulho que Poseidon mostrava para o filho quais foram projetados pela companhia. A maioria dos projetos era dele em parceria com Atena, porque os dois podiam não se bicar, no entanto sabiam como fazer um bom trabalho quando juntos.

Percy se encantava com cada embarcação que inspecionavam e alguns dos donos de tais embarcações, que faziam questão de acompanhá-los em seus preciosos bens, ficavam impressionados com o fato de ele ser tão jovem e ter um conhecimento e um amor tão grande de tudo que via. Poseidon se enchia de orgulho do filho enquanto Atena revirava os olhos a cada elogio que ele recebia, queria sua filha ali com ela, mas Fred jamais autorizaria ela a sair do país com a menina, não confiava nela o suficiente.

E, graças a Frederick, Annabeth se encontrava do outro lado do mundo no shopping com Píper e Reyna fazendo compras para o cruzeiro que embarcariam ainda naquela semana e para voltar apenas poucos dias antes do natal.

Píper só conseguia pensar em quanto tinha que agradecer por aquele ano, de dois amigos e um namorado ela passou a ter um grupo cheio de amigos que não a achavam uma estranha e nem estavam com ela só por causa de seus pais.

Reyna encontrava-se mais do que feliz ao ter continuado com os velhos amigos, ter feito novos e de bônus ganhar irmãos, Arthur e Percy, porque ele agia como um.

Annabeth pensava na reviravolta que sua vida teve, no começo do ano era solteira, com pais casados, com um irmão de consideração e uma mulher que era namorada de seu pai e estava terminando o ano com pais divorciados, com um meio-irmão, com uma madrasta e um namorado que também é filho do arqui-inimigo de sua mãe.

-Meninas vamos logo comprar biquinis, estou louca por um que vi semana passada. Preciso que ele seja meu logo. -Annabeth que apressou as amigas que estavam comprando malas, ela já havia escolhido a sua.

-Annabeth o biquíni não vai sair andando relaxa. -Píper falou revirando os olhos para a amiga.

-Não, uma pessoa pode sair andando com ele. -Retrucou a loira.

-Mas estamos em um shopping, seria meio estranho. -Reyna falou se fazendo de idiota e fazendo a loira bufar.

-Ora, ora, vejam se não é minha morena favorita torrando o dinheiro do papai. -Um rapaz falou brotando atrás de Annabeth que levou um tremendo susto, ela e Reyna não o conhecia.

-Quem é? -Píper perguntou olhando ao redor. -Não estou vendo seja lá quem arranjou para por em meu lugar, Jake.

-Ai. Não seja dura comigo BeautyQueen. -Jake falou e apesar da carranca Píper levantou-se para lhe dar um abraço. Os dois não eram exatamente amigos, mas ele a achava extremamente linda e por isso preferia ela, mesmo entre suas amigas, e ela se divertia com o fato. -Passou-se apenas alguns dias desde o último elogio que te fiz.

-Passaram-se meses, Jake, tu não tem vergonha nessa sua cara.

-Sabe como é né, Pípes… -Ele mexeu no cabelo envergonhado, Annabeth e Reyna continuavam a olhá-lo sem entender muita coisa.

-Medo porque tinha voltado com o Nico mesmo sabendo que eu não iria gostar? Sim, eu fiquei sabendo disso. -Jake abaixou o olhar e diminuiu um pouco o sorriso.

-Isso mesmo… E depois vergonha por ele ter terminado comigo. -Píper mexeu a cabeça em negação inconformada.

-Desculpa interromper, mas você namorava o Nico? -Annabeth não conseguiu se controlar.

-Não exatamente. -Jake respondeu ainda mais envergonhado, afinal tinha uma desconhecida na conversa que ele achava íntima, tudo em relação a Nico era íntimo demais para ele.

-Não, porque ele não soube aproveitar oportunidades. -Píper respondeu a verdade por ele. -Reyna por que você não vai lá pagar nossas malas? Vou ficar com essa mesmo.

As meninas sentiram que ela na verdade queria mesmo era ficar sozinha com ele e, por isso, Annabeth acompanhou Reyna até o caixa. Depois que as duas saíram Píper olhou séria para Jake, mas ainda assim carregava um sorriso confortante.

-Jake, se recomponha ou corra atrás do prejuízo que arranjou para si. Não se deve ficar por aí desperdiçando sua beleza ficando triste.

-Píper, não somos muito íntimos, só que você sabe que eu gostava muito do Nico, de verdade. Não posso correr atrás do prejuízo, não dá mais tempo.

-Acho que você tem toda razão. -O menino a olhou doído, sabia que era verdade. -Nico parece estar se virando muito bem sem você, afinal ele tem o Will.

-Então realmente ele achou outro melhor?

-Se recomponha, Jake, você que é o culpado disso e eu nem deveria estar falando com você, afinal já magoou um dos meus melhores amigos.

-Sua sinceridade mata qualquer um morena, mas eu sei que mereço. -Ele chacoalhou a cabeça espantando o baixo astral e recolocou o sorriso no rosto, e que senhor sorriso aquele. -Enfim, eu vim aqui por outro motivo. Eu te vi por aí andando com as meninas e resolvi lhe comprar um presente de natal adiantado quando estava passando por uma loja e vi esse batom que vai ficar maravilhoso em você.

Píper abriu a caixinha de presente e se deparou com uma embalagem de batom dourada, dentro encontrou um batom de cor azul vibrante

-Azul sim, porque você pode. Ênfase no você, porque não é qualquer uma que passa esse batom e consegue fazer ele ficar bonito, mas sei que você vai ficar maravilhosa. -Píper deu risada diante da puxação de saco do moreno. -E eu fiquei sabendo por uns mosquitinhos aí que você vai para o Brasil e como lá está verão você vai arrasar com essa cor vibrante.

-Que tipo de mosquito te contou isso em? -Ela perguntou desconfiada, já que apenas os amigos sabiam de sua viagem.

-Uma amiga minha ouviu você conversando com as meninas no vestiário, aí jogou na rádio corredor e “boom” a escola toda já sabe. -Píper revirou os olhos para o poder da fofoca. -Agora tenho que ir, Pípes, arrase vários corações dos gatos daquele país por mim, sim?

-Vou quebrar vários deles em seu nome, pode deixar.

Jake saiu da loja no mesmo momento em que as outras duas meninas voltaram para junto de Píper. E é claro que elas vieram com comentários prontos.

-Como assim o Nico abriu mão de um gato desse? Mamãe, que moreno, eu pegava. -Reyna comentou se abanando enquanto as amigas riam.

-Se fosse solteira eu também pegaria facinho. -Annabeth que comentou acompanhando com o olhar o menino que andava tranquilamente pelo corredor.

-E eles não pegaria nenhuma das duas, aceitem. -A duas fizeram biquinhos decepcionadas. -E o Nico não abriu mão dele, Jake pode ser uma pessoa maravilhosa e com extremo bom gosto, mas é um péssimo parceiro. Ele tem sérios problemas com relacionamentos, o Nico apenas se cansou e com razão, afinal tem gente melhor por aí.

A morena deixou essa última frase pairar no ar, não podia trair a confiança de Nico contando para as meninas que ele estava afim de Will, principalmente por elas serem as melhores amigas do loiro. Ela, por sinal, achava que o amigo estava enrolando demais para ficar com o loiro, era desperdício da química que rolava entre eles.

Enquanto elas voltavam para as compras esquecendo-se dos morenos, Percy estava em seu quarto no hotel arrumando-se para um jantar que teria logo mais às dez da noite, ainda era manhã nos Estados Unidos, as meninas começaram a maratona de compras bem cedo, ainda tinham que ir no salão fazer as unhas e dar um trato nos cabelos.

-Percy, venha aqui.  -O menino ouviu o pai chamando da sala do apartamento em que estavam hospedados.

-Fala pai.

-Percy, presta atenção no que vou te falar e leve a sério. -O menino sabia que era sério pelo tom de voz do pai. -Se te oferecerem bebida alcóolica hoje não aceite, pelo amor de Deus. Aqui em Dubai, bebidas alcóolicas são proibidas por lei, só alguns lugares são exceções e o que vamos hoje não é um.

-Desnecessário isso em. -O menino reclamou, Poseidon poderia brigar por ele querer beber, mas preferiu ignorar para manter a paz. -Eu estou pronto para irmos.

-Só estou esperando Atena, aí podemos ir. -Zeus como ama ver o circo pegar fogo, ou simplesmente fazê-lo, deixou Atena no mesmo apartamento que os dois Jacksons, o que deixou bem feliz, na maior ironia possível.

-Estou pronta, Poseidon, não tem mais que me esperar. -Atena apareceu atrás do mais velho deixando o mais novo de boca aberta com visão, ela estava deslumbrante.

-Vamos logo então. -Poseidon a olhou, mas nem deu muita importância para sua beleza, fora rigidamente treinado para ignorar os belos dotes da loira.

Percy sentia-se adulto cercado de tantos adultos importantes, principalmente quando eram os parceiros da companhia. Teve certeza de que poderia facilmente se acostumar com aquela vida, estava gostando de tudo aquilo e ainda se saia melhor ainda por reconhecer quem merecia bajulação e quem merecia superioridade, isso era a alma do negócio e até mesmo Atena teve que admitir que o menino tinha essa alma, igual ao pai. Não que os dois Jacksons não fossem bonito, mas eles não dependiam tanto da beleza para conquistar as pessoas quanto ela, isso a deixava um pouco chateada, só que não tinha o que fazer, simplesmente não conseguia ser simpática como eles.

-Sabe… A maioria dos adolescentes quase morrem de tédio nesses tipos de reuniões. -Uma mulher falou aproximando-se de Percy que estava descansando em um sofá, após algumas horas de conversa.

-A maioria dos adolescentes não têm certeza do que gostam ou do que querem. -O menino respondeu direto, mas sem ser grosso. A mulher sorriu e sentou-se a seu lado.

-E você tem essa certeza, devo imaginar.

-Sim, eu tenho. Eu quero essa vida, quero ser como meu pai. -Ele sorriu um sorriso que misturava orgulho com determinação.

-E ele seria aquele senhor elegante conversando com aquele outro de terno branco, acertei?

-Me viu chegando com ele? -O menino perguntou incomodado com a abordagem.

-Não, vocês são praticamente a cópia um do outro, principalmente os olhos. E a mulher que chegou com vocês, quem seria?

-Minha futura sogra. -O menino falou com tom brincalhão. -Só não conta isso para ela.

-Tão jovem e comprometido? Que desperdício. -Apesar da fala ela tinha um sorriso fácil no rosto.

-Não sou noivo, nem nada. -Percy explicou rindo da mulher. -Apenas namoro a filha dela, e ela não sabe e nem pode saber.

-Veja só, ele não é ao todo tão certinho. É sempre bom ter uma parte corrompida.

-Quem é a senhora afinal? Como se chama? -Perguntou cansado de falar com alguém que nem ao menos sabia o nome.

-Sou Anfitrite, prazer conhecê-lo pequeno Jackson. -Ela ofereceu a mão e ele apertou delicadamente.

-Pode me chamar de Percy, eu nem mesmo sou o Jackson mais novo da família.

-Não? -A mulher perguntou surpresa. -Não sabia que Poseidon tinha tido outro filho.

-Então você já conhecia meu pai… -A mulher deu um sorriso constrangido de quem é pego aprontando. -Digamos que o nascimento do meu irmão não foi colocado nos holofotes.

-Então ele não é filho de sua mãe né? Porque eu conheço seu pai desde antes de nascer e ele expôs a meio mundo que iria ter outro menino, todo orgulhoso.

-A senhora sabe de muita coisa, não é mesmo?

-Seu pai é do meu interesse, Percy. -A mulher falou encarando Poseidon.

-Posso saber o porquê disso? -O olhar do menino para ela não era muito agradável, ele esperava fielmente que ela nunca tivesse sido amante de seu pai, não precisava disso para sua vida.

-A companhia de Poseidon é minha concorrente mais acirrada, tenho que conhecer quem disputa o trono comigo.

-A senhora não é da América e claramente não é daqui, então onde vocês disputam mercado?

-Sou americana sim senhor, e nós dois buscamos reconhecimento aqui no Oriente, os clientes daqui são de uma grande importância, principalmente financeira, e nós dois queremos alcançar as grandes companhias daqui.

-E por acaso só tem uma vaga? -O menino fazia tantas caras e bocas durante a conversa que estava difícil para Poseidon, que observava de longe, saber se deveria intervir.

-Sim, só tem uma vaga. -Ela deu um sorriso maníaco para o menino que lhe devolveu um sorriso convencido.

-Então boa sorte esperando a próxima vaga abrir, porque essa será nossa. -Percy falou fazendo-a rir com desdém.

-Muita autoconfiança pode te cegar pequeno Jackson. -Ele revirou os olhos perante o “pequeno Jackson” que a mulher insistiu em usar.

-Não estou confiando em mim, estou confiando em meu pai, em Atena e em Zeus, conheço o trabalho deles e eles sabem muito bem o que fazem.

-Eu também sei o que faço, criança. -O sorriso dela passou de maníaco para misterioso.

-Eu não conheço seu serviço, senhora, e como eu cresci em meio a clubes de iates e esses tipos de coisa acho que isso quer dizer algo.

-Não tem nada por aí escrito Anfitrite, mas você vai me dizer que nunca ouvir falar na companhia Salácia? -Ele já tinha ouvido falar daquele nome sim, não era uma companhia grande como a Olimpus, mas era digna de atenção.

-Acho que já vi uma vez ou duas. -O menino falou menosprezando a fama da companhia fazendo a mulher rir.

-Anfitrite, vejo que está se divertindo com meu filho. -Poseidon brotando perto dos dois que já tinham esquecido que estavam em uma reunião.

-Sabe que adoro um espírito jovem, Poseidon, e seu filho tem um espírito e tanto. Anfitrite falou lançando um sorriso sedutor.

-Tem a quem puxar. -Poseidon retrucou se gabando um pouco.

-Com toda certeza desse mundo. Agora se me dão licença, essa reunião já deu para mim, tenho que descansar afinal amanhã volto para a América. -A mulher se levantou fazendo o vestido fluir com o tecido leve. -Foi um prazer conhecê-lo, Percy, sinto que ainda vamos nos encontrar muito.

-Com certeza, senhora, não pretendo sair desse ramo. -Percy levantou e ofereceu um aperto de mãos a mulher que aceitou de bom grado.

-Adeus, Poseidon, sempre é um prazer revê-lo. -A mulher depositou um beijo na bochecha do mais velho antes de se afastar deixando um Poseidon estático.

-Pai, me diz que o senhor nunca teve nada com essa mulher. -Percy perguntou pondo-se ao lado do pai que ainda encarava o lugar em que a mulher estava.

-Bem que Zeus queria, mas eu me livrei dessa roubada bonito. Pode ser linda como uma sereia, mas é perigosa como um pirata, cuidado com o que fala perto dela. Até Atena é melhor que essa daí, meu filho. -Poseidon explicou inconformado, com a atitude da mulher e com o fato de ter que assumir que Atena era melhor que ela.

-Ainda bem que reconhece isso, Poseidon, significa que tem salvação. -Atena falou, ouviu a fala do homem enquanto aproximava-se para saber o que a outra queria com o menino, afinal ela era uma concorrente e tudo era importante quando se tratava de concorrência, até as conversas banais.

-Eu te aguento praticamente todos os dias, Atena, eu não tenho só uma casinha no céu por isso, eu tenho uma mansão inteira. -A loira revirou os olhos, mas não retrucou, estava cansada demais para isso. -Vamos embora daqui, minha cota de bajulação estourou.

-Está aí algo que temos em comum, vamos logo. -Atena falou e logo começou a caminhar para fora do salão despedindo-se de quem importava e sendo seguida por Percy e Poseidon.

Enquanto o dia dos três estava acabando, a tarde dos outros que estavam nos Estados Unidos estava apenas começando. Ainda tinha muita água para correr do outro lado do mundo e muito dinheiro para se gastar, afinal o capital não pode parar de rodar nunca, a elite fazia questão de ajudar nesse equilíbrio gastando o máximo possível para compensar o tanto que ganhavam.