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História Checkmate - Capítulo 1


Escrita por: SuzumeSan

Notas do Autor


Eae galera
Eu provavelmente to sendo um pouco (muito) precipitada em postar essa fanfic, uma vez que eu só tenho esse capítulo pronto, mas gostei tanto de escrevê-la que to acreditando que não vou demorar pra finalizar.
A ideia dessa fanfic surgiu depois de uma longa tarde pesquisando fotos do maravilhoso Chittaphon no google e me deparar com algumas imagens dele e do Jaehyun no Hope Basketball All Star 2015. Foi a primeira vez que me senti abalada, Taeten shipper e Jaehyun biased que sou, e ligeiramente perdida também.
Essa fanfic tá aqui pra vocês, assim como eu, questionarem o sentido da vida e deixarem os ship em aberto - porque entre Taeten, Jaeten e Jaeyong, a gente apoia msm é uma suruba ( ͡° ͜ʖ ͡°)
Espero que gostemmm <3

Capítulo 1 - Capítulo 1


 O novo uniforme do time de basquete tinha uma textura engraçada contra a pele do meu torso. Talvez isso se devesse ao fato de eu estar acostumado com o antigo, que não tinha uma qualidade lá muito boa, mas também poderia ser porque me sentia particularmente estranho naquela manhã.

 Inspirei fundo, olhando fixamente para a tabela alguns metros acima de mim, girando a bola entre os meus dedos, então expirei. Instintivamente, meus pés se alinharam com os meus ombros, meus joelhos flexionaram, os músculos dos meus braços enrijeceram e suor começou a brotar de cada poro puramente por ansiedade. Levei a mão acima da minha cabeça e manejei a bola de forma que ela encaixasse corretamente nos meus dedos e eu pudesse impulsioná-la. No último segundo, arremessei.

 Encarei esperançoso a trajetória que ela fez, esperando que passasse de uma vez pelo aro e fizesse aquele familiar ruído contra as cordas, mas nada daquilo veio. Ao invés disso, a bola bateu na tabela, pausou um minuto no ponto em que tabela e aro se encontravam, então caiu para o chão, pingando para longe.

 Baixei a cabeça e levei minha mão até a nuca, enroscando os dedos na base do meu cabelo. É claro que eu estava frustrado; contabilizando aquele arremesso, já era a décima sétima vez que eu errava um lance livre só naquela manhã. As chances do assistente de time estar me vigiando naquele momento, preparando-se para denunciar meu mau desempenho para o treinador, eram de quase 100%.

 A parte mais alarmante, porém, era que eu não estava nem um pouco preocupado com aquilo. Que ele me denunciasse. A única coisa com a qual eu me importava naquele momento era Jaehyun, o garoto mais novo que cresceu muito no último ano e foi forçado a entrar como titular no time do colegial, o mesmo que se encontrava a alguns passos de mim naquele exato momento. O que eu faria se não conseguisse provar para ele que era bom o bastante?

 Por mais envergonhado que eu estivesse, não consegui conter aquela onda fria que lavou meu estômago e precisei olhá-lo novamente, precisei confirmar o que tinha me atraído tanto naquele garoto.

 Talvez fosse algo sobre seus olhos, tão escuros que refletiam minha imagem toda vez que arrisquei uma espiada. Ou talvez fosse algo naquele sorriso com covinhas que não apagava nem quando algo ruim lhe acontecia. Fosse o que fosse, eu tinha caído feio por ele em menos tempo que me orgulharia admitir. Em toda sua altura, Jaehyun cruzou os braços e sorriu para mim antes de cobrir a pouca distância entre nós, colocando-se logo ao meu lado.

 - Você é muito talentoso, sunbae – sua voz era tão suave quanto a expressão no seu rosto –, mas só erra na hora de arremessar. Você usa a palma da mão quando, na verdade, seus dedos que deviam fazer o trabalho. Fico feliz que tenha me chamado para treinar hoje.

 Quando Jaehyun voltou a sorrir, senti algo dentro de mim deslocar sutilmente. O que é que estava acontecendo comigo? Contendo minha vontade de levar a mão ao peito e massagear meu coração, sorri de volta e pigarreei antes de dizer:

 - Desculpe por não estar ensinando nada de útil para você, não sei o que tem de errado comigo hoje...

 - Pare, sunbae – ele me interrompeu, levando uma das mãos ao ar; era inevitável olhar para seus bíceps quando seus braços estavam cruzados assim, tão firmes contra o peito – Estou muito grato por sua consideração em me recepcionar, e como somos um time, estamos aqui para aprender e compartilhar. Não peça desculpas assim.

 Acho que minha pressão sanguínea nunca tinha ficado tão acelerada quanto estava naquele momento, e aquilo tornava as coisas ainda mais esquisitas. Desde pequeno, tudo o que ouvia era que eu era o melhor, logo, minha confiança construiu-se forte e inabalável e eu sempre desempenhava meu papel perfeitamente. Acabava conseguindo tudo o que queria de uma forma ou de outra. Nada me assustava. Por isso aqueles sentimentos por Jaehyun eram tão estranhos para mim – eles me deixavam fragilizado, afrontado. Como é que eu poderia lidar com algo que nunca tinha sentido antes?

 Enquanto um lado suplicava que eu abrisse meu peito e deixasse todas aquelas borboletas estúpidas saírem, deixasse que Jaehyun me visse por inteiro, o outro gritava com uma firmeza impressionante e reprimia o primeiro. Afinal, podia ser que ele gostasse de garotas e acabasse por se distanciar de mim, sem saber como lidar com minha declaração.

 - Você pode me mostrar meu armário, sunbae? – A voz de Jaehyun me arrastou de volta para a realidade. Atordoado, pisquei algumas vezes, encarando seu rosto, depois olhei em volta, para a quadra vazia.

 - Claro, claro – Respondi. Onde raios estava o restante do time? O treino começaria dentro de meia hora e eles nem tinham chegado para se aquecer. – Seu uniforme chegou hoje, junto com o lote do restante do time, mas não sei se ele vai te servir, o treinador tem essa tendência de misturar o tamanho de nossas camisetas.

 - Sério?

 - Sim – soltei uma risada involuntária – Quando a diretora liberou verba para o novo uniforme, ele fez questão de nos medir com a própria fita métrica e de alguma forma, nas suas anotações, as medidas do Doyoung estavam menores que as do Mark. Descobrimos mais tarde que ele tinha confundido com as medidas do time júnior e o uniforme do Doyoung veio com o tamanho do Jisung. Foi bem engraçado. Ah, e outra coisa.

 - Uhum? – tínhamos parado debaixo de uma arquibancada, de frente para a porta do vestiário, e quando Jaehyun se virou para mim, suas sobrancelhas estavam arqueadas e seus olhos estavam atentos. Como é que alguém poderia ser tão bonito sem nem tentar?

 - Não me chame de sunbae. Você disse antes que éramos um time, mas não é verdade; nós somos uma família, irmãos, então chame todos pelo nome, sem honoríficos. A partir de agora, você só me chamará de Ten, assim como eu só chamarei você de Jaehyun.

 - Ah – seus olhos brilharam em compreensão e ele balançou a cabeça, olhando para baixo, para mim – está certo, Ten. Me desculpe.

 Sorri largamente e o encarei por alguns segundos.

 - Não peça desculpas assim – retruquei usando as mesmas palavras que Jaehyun usara instantes atrás e, sem parar para observá-lo uma segunda vez, empurrei as portas do vestiário, sumindo através delas.

+++

 Meu desempenho no treino tinha ficado vezes maior depois de ter entrado naquele vestiário com o Jaehyun. Estávamos completamente sozinhos, então nossos passos ecoavam pelas paredes azulejadas e minha voz distorcida serpentava entre as fileiras de armários, comentando com ele fatos que considerei serem importantes para um novato.

 Seu armário ficava na última fileira, a mais próxima dos chuveiros. Ensinei-lhe a combinação – deixando de fora o fato de que aquela era a combinação padrão de todos os armários – e entreguei seu uniforme, que felizmente tinha o tamanho correto. Conversamos mais um pouco sobre técnicas e formas de jogo que auxiliariam a conquista do troféu no final daquele mês e só interrompemos a conversa quando o restante do time começou a chegar.

 A questão era que eu, só eu, tinha visto Jaehyun puxar a camiseta para cima para substituí-la pelo uniforme do time. Mais ninguém sabia como era observar os músculos das costas dele se movimentarem debaixo da pele, nem como seu abdômen era incrivelmente definido para alguém do primeiro ano do colegial. Bem, considerando que sua altura já era bastante impressionante, o fato dele ter tantos músculos era compreensível, mas não deixava de ser surpreendente e agradável aos olhos.

 De fora do garrafão, pude ver Yuta do outro lado da quadra, a mão alta no ar indicando que estava livre. Seria fácil para ele fazer o ponto, mas Mark estava entre nós, e se tinha uma coisa em que o pequeno era bom, era em recuperar a bola para o time. Tão talentoso que o treinador fazia questão de tirá-lo do time júnior quando achava que precisávamos dele.

 Arremessei de onde eu estava e encestei de uma vez, tão calculadamente que a bola mal fez barulho ao passar pelas cordas. Ali estava algo em que eu era bom demais para errar: cestas de três pontos.

 Olhei para o lado, para onde Jaehyun tinha corrido, provavelmente para que eu tivesse para quem passar a bola, e deixei a sensação gratificante me consumir enquanto ele encarava impressionado a tabela e voltava-se para mim com um sorriso estampando suas feições.

 Johnny passou correndo por mim, deixando um tapinha amigável no meu ombro, e não perdi tempo em acompanha-lo, uma vez que Hansol já tinha resposto a bola na quadra e seu time avançava para a outra cesta. Com o canto do olho, vi Doyoung afastado, pronto para executar um bloqueio caso precisasse, e vi Mark posicionando-se silenciosamente ás suas costas, deixando-o em desvantagem.

 Encontrando o olhar de Jaehyun, sinalizei silenciosamente para que ele marcasse Mark enquanto eu cuidava do Hansol, e não foi preciso muito para que o moreno me entendesse. Acenando com a cabeça, ele retrocedeu alguns passos.

 Hansol estava com a bola outra vez e pisou forte com o pé direito, parecendo ter dificuldades em decidir se arremessava direto ou se passava para Mark. Sua distração foi minha deixa; tirei a bola de suas mãos com um tapa e corri para o lado contrário da quadra, pingando a bola com as duas mãos. Fiz um passe para o lado sem conferir previamente se alguém do meu time estava lá, e já estava prestes a me interromper para pedir desculpas quando vi que Jaehyun tinha conseguido acompanhar minha velocidade sem dificuldade – claro, com pernas daquele tamanho, surpreendente seria ele não conseguir acompanhar – e naquele instante, manejando a bola habilmente, ele saltou.

 Seu corpo pareceu voar pelo garrafão antes de alcançar o aro e pendurar-se nele depois de enterrar a bola. Não precisei olhar para trás para saber que, como eu, os outros tinham congelado no lugar, encarando Jaehyun de boca aberta. Como podia ser que alguém que tinha sido forçado a entrar no time fosse tão bom?

 Jaehyun aterrissou agressivamente, cambaleando um pouco para trás enquanto tentava se estabilizar, e meu coração errou uma batida. Antes ele até podia estar acelerado por conta da adrenalina do treino, mas de alguma forma eu sabia que ele passou a bater daquele jeito por causa de Jung Jaehyun.

 - Não é justo! – Mark gritou do garrafão, do outro lado da quadra, e desabou no chão. Sua respiração estava tão pesada que seu peito parecia subir e descer com dificuldade, e quando ele voltou a falar, engasgou ligeiramente – Vocês ficaram com os mais altos, e ainda nem falaram nada sobre o novato ser profissional!

 - Para de falar bosta, Mark – Yuta o repreendeu, curvando as costas ao se sentar ao lado do menor, apoiando os cotovelos sobre os joelhos dobrados – Dividir o time desse jeito nunca te afetou antes, e a gente também não sabia que o Jaehyun jogava assim. Você só tá chateadinho porque perdeu.

 - Errado, eu tô chateado porque vou ter que pagar o almoço de vocês.

 - Ei ei, quem quis apostar foi você – retruquei, levantando a barra da camiseta para enxugar o suor que pingava do meu cabelo – Além do mais, Taeil não vai deixar você fazer isso.

 - Não vou mesmo – Taeil concordou, sentando-se do outro lado do Mark; logo, estávamos formando um círculo no chão do ginásio – O garoto nem está no ensino médio ainda e vocês querem extorquir ele desse jeito?

 - Ele fazer parte do time de basquete do colegial não anula isso, não? – Hansol protestou.

 - Ya! Você tava no meu time! – Mark sentou-se com as costas eretas e as pernas cruzadas, apontando o dedo indicador na cara de Hansol com uma expressão extremamente injustiçada.

 - E daí? – Hansol deu de ombros, olhando desinteressado para o lado contrário – Eu gostaria que alguém pagasse meu almoço.

 - Então arranje uma namorada – Winwin o cortou mal humorado; estivera tão quieto durante o treino que nem tinha notado sua presença até agora – Mas só pra que ela pague seu almoço, não suma como o Haechan fez.

 - Você o condena demais – Yuta comentou, empurrando o mais novo com o punho fechado.

 - Haechan? – Jaehyun se pronunciou pela primeira vez com as sobrancelhas franzidas, sorrindo fracamente.

 - Oh, sim, ele é do time júnior – expliquei rapidamente –, mas Winwin parece não se conformar que o treinador não o tenha convocado uma segunda vez para o nosso time.

 - Temos um nome pra essa falta de conformismo por aqui, Jaehyun – Johnny se pronunciou, inclinando-se para Winwin, piscando excessivamente – É amor.

 - Cale a boca! – Winwin gritou e, no instante seguinte, já tinha se jogado em cima de Johnny. Ambos começaram a rolar no chão em meio a tapas e chutes desordenados, gritando ofensas um para o outro, e Taeil era o único que parecia se importar de verdade em separar aqueles dois.

 De soslaio, pude ver o sorriso de Jaehyun aumentar e as covinhas aprofundarem ainda mais nas suas bochechas. Senti o canto dos meus lábios curvarem sutilmente para cima e minhas sobrancelhas baixarem serenamente enquanto o encarava, os gritos do time no plano de fundo, ecoando pelas paredes altas do ginásio. Como se meu olhar pesasse, Jaehyun desviou-se do bolinho que se formava em volta da briga e voltou sua atenção para mim, piscando vagarosamente.

 Merda.

+++

 Ajeitei o fone de ouvido no lugar, passando as músicas do aleatório até encontrar uma que considerasse aceitável para usar como trilha sonora na minha volta para casa, então deixei o vestiário, acenando para Johnny e Mark no caminho.

 De primeiro, quando cheguei da Tailândia, ia a pé para casa porque o motorista da família estava sempre sendo requisitado ou pelo meu pai ou pela minha mãe. Pensei que isso seria um problema, mas acabei descobrindo que, mais do que basquete, caminhar me trazia uma serenidade incrível, ainda mais quando combinada com música. Por esse motivo, mesmo tendo permissão legal para dirigir a moto que ganhei no meu aniversário, eu continuava voltando a pé para casa.

 Escondendo minhas mãos nos bolsos frontais do meu jeans, dei passos mais lentos que os de costume, admirando a paisagem familiar da escola minunciosamente. Por alguma razão, o céu azul parecia mais brilhante naquela tarde, assim como o canto dos pássaros parecia mais alto que o do trânsito, o verde das plantas parecia mais vívido que o normal e até mesmo a brisa soprava na direção contrária, empurrando minha franja para fora da testa.

 Ou isso, ou era eu quem tinha mudado.

 Soube que a segunda suposição era a correta quando me peguei imaginando como seria caminhar com Jaehyun ao meu lado debaixo de um clima tão agradável. Céus, eu conhecia o garoto fazia o que, três dias? Como raios ele tinha conseguido me mudar tanto?

 Distraidamente, mexi num dos três piercings da minha orelha, cortando caminho pelo beco que ficava entre o prédio da escola e o do auditório, onde o pessoal do clube de dança costumava se reunir. Pensando na nossa última troca de olhares antes do final do treino, as chances do Jaehyun ser hetero, na minha concepção, tinham baixado para 50%, enquanto 40% delas eram de que ele era bi e 10% de que ele era gay.

 Mas se ele tivesse atração por garotos, teria visto algo mais nas minhas ações, não teria? Bem, àquele ponto, duvido que alguém não tenha enxergado nada, o que me levava a crer que Jaehyun era, no mínimo, muito lerdo.

 Não, eu estava sendo muito duro. Afinal, eram apenas três dias; como é que ele poderia adivinhar meus sentimentos? Minha nossa, ter a paciência de gostar de alguém é mais complexo do que eu pensava.

 Enquanto divagava e a música soava alta nos fones, uma das portas pequenas do prédio do auditório abriu de supetão e dela irrompeu um garoto pouco mais alto que eu, com cabelos brancos como folha de papel. De tão envolto na própria raiva, nem pareceu me notar; ao invés disso, pisou firme até algumas caçambas de lixo encostadas no prédio da escola e passou a descontar sua frustração por meio de chutes e socos. O ruído de seus punhos contra o material da caçamba soava mais ou menos como o de um trovão.

 Parei a alguns metros, encarando a cena atordoado, e baixei um dos meus fones, deixando-o pendurado sobre o meu ombro. Na medida que seus golpes diminuíam, o garoto se curvava. Subitamente, ele se jogou de joelhos contra o concreto, atirou a cabeça para trás e, inspirando fundo uma única vez, ele gritou.

 Em situações como aquela, o mais sensato a se fazer seria dar meia volta e deixar o desconhecido sozinho com a própria fúria, mas algo me segurava no lugar e me alimentava com a necessidade de permanecer ali, encarando.

 Algo no seu ódio era deslumbrante. Não como paisagens de flores ou de imagens que capturavam a nuance de cores de um pôr do sol. Não. Era deslumbrante como o tremular do fogo, como a parte afiada de uma faca, como um leão observando sua presa momentos antes de atacar. Curvando-se outra vez, seus ombros baixaram e ele apoiou as mãos no chão, parecendo derrotado. Sua respiração estava ofegante.

 - O show acabou, garotinho – quando sua voz cortou o silêncio, ecoou tão forte quanto o som de seus punhos contra a caçamba de lixo.

 Demorei um pouco para processar suas palavras, e só percebi que eram direcionadas a mim quando o garoto levantou a cabeça e a virou na minha direção, com as sobrancelhas arqueadas. Daquela distância, seus olhos eram escuros, mais ainda que os de Jaehyun, mas eu não saberia dizer se aquelas eram suas íris ou se suas pupilas estavam tão dilatadas a ponto de consumir a cor original. De qualquer forma, eles se destacavam como dois pontos pretos num rosto feito de mármore.

 - Tá tudo bem? – perguntei. Quanto mais o olhava, mais curioso ficava.

 - Tudo ótimo – inesperadamente, ele riu e começou a se levantar, deslizando a mão por entre os fios brancos do seu cabelo –, não deu pra notar?

 - Porque não tem coisa melhor do que esmurrar uma caçamba de lixo quando se está feliz – retruquei, olhando dele para a porta do prédio do auditório, que batia contra o batente – O que aconteceu lá dentro?

 Ele me analisou com aqueles olhos estranhamente escuros e penetrantes, mas não respondeu. Ao invés disso, inclinou a cabeça para o lado e perguntou:

 - Você é o Ten? Ten Chittaphon? – acenei afirmativamente com a cabeça e devolvi o olhar – Você dança, Ten?

 - O que?

 - Dançar – o menino repetiu, impaciente – Soube que é bom em muitas coisas, talvez também seja bom em dançar. Caso seja e tenha interesse, estou precisando de um novo grupo para competir no festival de talentos regional e você tá convidado.

 - Mas... – pisquei atordoado – Espera, quem é você?

 - Lee Taeyong ao seu dispor – anunciou cerimoniosamente, acenando com a mão num floreio – Líder... quer dizer, ex-líder do clube de dança da escola, pelo que parece, estudante do terceiro ano do ensino médio. Perfeccionista, maníaco por limpeza, tenho um ponto entre os dedos dos meus pés que dói bastante depois dos ensaios... Ah, e adoro sorvete.

 - Certo, Taeyong – Voltei a falar depois de alguns segundos em silêncio. Que garoto esquisito. – Agradeço pelo convite, mas não estou interessado. Sinto muito quanto ao lance de não ser mais o capitão do clube de dança. Tchau.

 - Não temos um capitão na dança, Ten – Taeyong caçoou enquanto eu continuava meu caminho, passando por ele; no final do beco, alguns curiosos espiavam nós dois, provavelmente perguntando-se de onde viera tanto barulho minutos atrás – A proposta ainda está valendo, ok?! Caso mude de ideia.

 Ignorando-o completamente, reposicionei meus fones e continuei com a minha caminhada.


Notas Finais


Tarããããããa
O que acharam? Considerando que escrevi isso tudo em uns dois dias, já já to de volta.
Deus, eu to parecendo uma mamãe orgulhosa com sua cria!!!!!!!!!!!!!
Deixando claro que tem muita coisa pra ser explicada ainda <3 <3 <3


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