História Cheerleader - Desire useless

Ouvi a risada histérica de Lia assim que eu comecei a beijar Justin. Nesse exato momento eu não estava ligando para as regras das líderes de torcida e amanhã mesmo eu vou ir à diretora pedindo para retirar as mesmas. Justin posicionou sua mão em minha cintura, pressionando meu corpo mais contra o dele, me fazendo soltar um gemido baixo.

Chaz pigarreou – Olha, não precisou nem de desafio para isso finalmente acontecer. – Soltei uma risada fraca e me levantei do colo de Justin, ouvindo um murmuro de reprovação do mesmo. – Porém, eu não quero ver vocês dois transando no sofá da minha casa, então, vamos continuar com o jogo. – Se sentou em seu lugar anterior. – Alice, você precisa tirar uma peça de roupa, já que não atingiu seu objetivo. – Soltei um riso fraco, me sentando ao lado de Lia.

– Mas quem me interrompeu foi a Kate, quem deveria tirar uma peça de roupa era ela. – Eu levantei uma sobrancelha para ela.

– Você é uma vadia, não sei por que está com tanto medo de tirar uma peça de roupa se você já está acostumada com isso. – Disse dando de ombros, vendo os garotos segurarem o riso.

Ela abriu a boca para rebater, porém nada foi pronunciado. Abri um sorriso convencido e girei a garrafa.

[...]

Minha cabeça estava explodindo, mas eu tinha marcado com as meninas do time para ensaiarmos a nova coreografia que eu tinha feito. Revirei os olhos, apalpando a cama, tentando achar meu celular, porém acabei apalpando outro lugar. Arregalei os olhos e me levantei da cama, dando de cara com Justin dormindo.

Analisei seu rosto, vendo o quão bonito ele era. Comecei a pensar na possibilidade de eu estar gostando dele, mas eu sabia que era apenas um desejo mútuo. Era mesmo apenas um desejo ou eu queria que fosse apenas um desejo? Balancei minha cabeça tentando afastar esses pensamentos insanos que surgiram em minha mente, mas estava um tanto quanto difícil por estar vendo aquele ser maravilhoso deitado em minha cama.

Bufei e fui em direção ao banheiro, analisando o lugar e percebendo que não era o meu quarto e sim o de Justin. Flashes da noite passada começaram a surgir em minha cabeça e eu acabei me lembrando da nossa pequena briga na cozinha e depois o beijo que eu dei nele. Olhei-me no espelho, colocando as mãos no rosto e soltando um mísero grito – O qual foi abafado pela minha mão –.

Senti mãos rodeando minha cintura e tirei as minhas de meu rosto, olhando aquela escultura atrás de mim, me dando um leve beijo no pescoço. Desviei-me dele e peguei minha escova de dente, começando a escovar os mesmos e tentando não pensar no fato em que ele estava apenas de cueca. Respirei fundo, focando apenas em minha escovação, porém estava difícil com ele me olhando daquele jeito.

– Você pode, por favor, parar de me olhar assim? – Perguntei, assim que tinha terminado de lavar minha boca e me virei para ele, o vendo soltar um riso fraco.

Ele se aproximou de mim, pondo as mãos em minha cintura. – Seu ponto fraco é que as pessoas te olhem com desejo? – Perguntou, e meu pequeno sorriso se desformou e eu levantei uma sobrancelha.

Suspirei forte e me encostei-me a pia do banheiro. – Então, o que você sente por mim, é apenas um desejo? – Perguntei e ele soltou uma risada fraca, se afastando de mim.

– Você realmente acha que eu sou capaz de ter algum sentimento, Kate? – Perguntou, cruzando os braços e me olhando.

Assenti minimamente. – Uhum! – Apenas murmurei, ouvindo ele me olhar com uma sobrancelha erguida.

– Vai me dizer que a garota que tem o coração em forma de pedra de gelo está nutrindo sentimentos pelo capitão do time de basquete? – Perguntei e eu arregalei meus olhos, negando.

– Que?! – Soltei uma tosse, por ter me engasgado com minha própria saliva. – Claro que não, eu nunca me apaixonaria por você, Bieber. – Minha respiração acelerou e eu comecei a suar e fui em direção ao quarto, catando minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão.

– Graças a Deus! – O ouvi murmurar. – Não estou preparado para entrar em um relacionamento, ainda mais com você. – Deu de ombros e eu acho que um tiro doeria menos. Balancei a cabeça, pondo minhas roupas e pegando meu celular, que também estava no chão.

– Você quem está perdendo. – Falei tão baixo que parece que ele nem ouviu. Revirei os olhos e fui em direção à porta, mas fui interrompida por ele.

– Cadê meu beijo? – Perguntou, e eu notei que ele já estava com uma calça e uma blusa qualquer.

– Não sei, vai procurar ele na boca da Alice, quem sabe lá você ache. – Minha voz afinou um pouco e eu saí de perto dele, deixando-o para trás. Assim que cheguei no andar a baixo, dei de cara com Chaz e Lia se agarrando.

– Parece que alguém está um pouco irritada – Deu uma pausa ao ver meu olhar. – e triste. – Se levantou rápido e parou em minha frente, me abraçando. Ela não precisava perguntar o que tinha acontecido para saber que eu estava triste.

E era isso que eu mais odiava, eu estava triste por saber que Justin era incapaz de nutrir sentimentos por mim do mesmo jeito que eu acabei nutrindo por ele. A olhei e depois para Chaz, que estava com o cenho franzido, fiz um movimento de que contaria para ele depois o que tinha acontecido e ele apenas assentiu, se despedindo de Lia e subindo as escadas.

Saí da casa de Justin e procurei por meu carro, entrando no mesmo e sendo acompanhada por Lia.

– Desembucha logo. – Pus a chave na ignição e liguei o carro, saindo daquele condomínio o mais rápido possível.

– Eu pensei que depois de ontem, ele ia admitir o que estava sentindo por mim, mas o que ele fez foi o contrário. – Disse, soltando um suspiro alto e triste. – Ele me perguntou se eu realmente achava que ele era possível de ter sentimentos por alguém e ainda mais por alguém como eu, que tenho uma pedra de gelo no lugar do coração.

- Essa parte da pedra de gelo no lugar do coração ele está certo. – A olhei com raiva, e ela apenas levantou as mãos em forma de rendição.

– Voltando... - Ela assentiu. – Ele me perguntou se eu estava nutrindo sentimentos por ele e eu menti. – Abaixei minha cabeça, assim que parei no semáforo.

– Me deixa ver se eu entendi. – Ela virou um pouco o seu corpo em minha direção. – Você começou a nutrir sentimentos por ele e você simplesmente não me disse? – Perguntou e eu abri a boca em forma de indignação.

– Eu te conto uma história e é só isso que você pega? – Perguntei e ela assentiu, abrindo um sorriso malicioso. – Enfim, ele disse que tudo que ele sente não passa de um desejo inútil. – Ela arregalou os olhos e colocou as mãos na cabeça.

Estacionei em frente a minha casa, abrindo a porta da mesma e indo em direção ao meu quarto, nem ligando se meus pais iam me chamar para conversar ou não. Entrei no meu quarto, me jogando em cima da cama, vendo Lia andando de um lado para o outro.

– Você precisa se afastar dele então. – Disse, mas deu uma pausa. – Ou... – Abriu um sorriso malicioso.

– Ou o que, Lia? – Perguntei me sentando na cama e olhando para ela.

– Você tem que fazer ciúmes nele. – Deu outra pausa. – Com o Mark. – Arregalei os olhos.