História Cheerleader - Chemestry test

Two months before the international competition 

5:50 a.m.

Se eu pudesse, ficaria dias, meses, anos deitada nessa cama e embaixo do meu cobertor. Em Nova York, estava na época em que o tempo ficava nublado e frio. Me virei para o outro lado da cama dando de cara com Mark deitado na mesma. Levantei da cama assustada, sentindo uma pontada na minha cabeça e percebi que estava apenas de lingerie. 

Eu não acredito que eu transei mais uma vez com Mark Elliott 

Eu só faço merda. 

Minha cabeça estava latejando, revirei os olhos e joguei um travesseiro em cima dele o fazendo acordar assustado. 

- Bom dia, baby! - Me puxou para me dar um selinho porém desviei do mesmo. 

- Por favor, me diz que você só dormiu aqui porque brigou com seus pais novamente. - Disse fechando os olhos para que ele dissesse que sim. 

- Não! - Arregalei os olhos - Eu dormi aqui, porque tivemos uma noite maravilhosa. - Sorriu malicioso e eu o olhei com nojo. 

- Levanta, pega suas roupas e vai embora. - Apontei para suas roupas e depois para a porta. 

- Que isso, Kate. - Olhou para mim se levantando. 

- Que isso? Eu estou te botando para fora da minha casa. - Abri um sorriso irônico e fui em direção ao banheiro. 

Me despi e entrei no box, ligando a ducha logo em seguida, sentindo meu corpo se arrepiar quando a água morna entrou em contato com minha pele. 

Flashs da noite de ontem viam em minha cabeça. 

Ontem foi a comemoração do aniversário da Lia e ela decidiu comemorar na boate que abriu aqui na cidade. Eu extrapolei nas doses de bebida. Eu só podia estar muito bêbada para ter tido algo novamente com Mark. 

Acabei meu banho, sai de dentro do box e me enrolei na toalha. Fui em direção a pia do banheiro e passei pasta em minha escova de dentes, escovando os mesmo logo em seguida. Apoiei meu braço na pia e olhei meu reflexo no espelho. Eu estava pálida, estava com olheiras horríveis. Isso é apenas o resultado de passar noites em claro criando coreografias para a competição internacional de lideres de torcida e ter ficado horas lendo a mesma coisa do livro de Química. 

Joguei água em minha boca e a sequei. Voltei para meu quarto vendo Mark se arrumando com o cabelo molhado. 

- Eu mandei você ir embora. - Andei em direção ao closet, ouvindo seus passos atrás de mim. 

- Problema é seu. - Deu de ombros e eu olhei para a cara dele com uma sobrancelha erguida. 

- Sério? Você quer ter mais moral que eu dentro da minha própria casa? - Perguntei botando minha mão direita em minha cintura. 

- Você não lembra de nada? - Perguntou mudando de assunto. 

- Preferia não lembrar, mas infelizmente eu lembro. - Disse revirando os olhos e pegando um vestido listrado, uma blusa de manga cumprida de gola alta preta e um sapato alto preto. 

- Do que exatamente você lembra? - Perguntou cruzando os braços. 

- Para de me fazer perguntas. - Cantarolei e tirei a toalha do meu corpo, vendo seu olhar queimar em mim. Olhei para ele com uma sobrancelha erguida e depois fiz gestos para que ele saísse do closet. - Preciso me trocar.

- Já te vi sem lingerie. - Sentou em uma cadeira. 

- Cadê meus pais? - Perguntei olhando para ele enquanto colocava uma lingerie preta com renda. 

- Já saíram para trabalhar. - Deu de ombros. 

- Onde você tomou banho? - Pus a blusa e logo em seguida o vestido. 

- No quarto do seu irmão. - Se levantou. - É sério que você vai simplesmente ignorar o que aconteceu ontem? - Perguntou elevando a voz. 

- Eu vou sim, porque eu não queria que tivesse acontecido. - Disse firme, calçando meu salto alto. 

- Que droga, Kate! Por que você não pode parar de se vestir e pensar no que esta acontecendo entre a gente? - Revirou os olhos e bufou. 

- Você está brincando? - Soltei uma risada, mas parei assim que vi ele me olhar sério. - Não está acontecendo nada entre a gente, Mark. - Cheguei perto dele, olhando dentro de seus olhos. - E nem deveria ter acontecido. - Lhe lancei uma piscadela e voltei para meu quarto, me olhando no espelho. 

- Todos os nossos momentos juntos foram em vão? - Bufei alto e passei as mãos na cabeça. 

- Você não é dramático e não é o tipo de garoto que se humilha por uma garota. - Olhei para o reflexo dele no espelho enquanto penteava meus cabelos. 

- Você é o tipo de garota que vale a pena se humilhar. - Me abraçou por trás e me deu um beijo no pescoço. 

- Para! - Me afastei dele. - Estamos ficando atrasados. - Peguei minha bolsa em cima da mesa de computador e sai do quarto o mais rápido possível. 

Pelo amor de deus, Mark se humilhando por mim? Sendo que tem outras garotas querendo ele? O que tivemos no passado, fica no passado. Eu agora o vejo apenas como um amigo, não sinto mais nada por ele que não seja carinho e admiração. 

Eu não deveria nem ter me relacionado com ele novamente, eu precisava me afastar dele, mas eu não consigo. Não é que eu sinta algo por ele, é que ele é um garoto legal de se conversar e desabafar, porém ele  esta ficando muito possessivo e irritante, e eu não suporto isso. 

Peguei uma maçã qualquer e fui andando em direção a garagem. Esperando Mark para me dar carona. 

Senti meu celular vibrando, peguei o mesmo e vi que era uma mensagem de Lia perguntando onde eu estava. Respondi que já estava indo e guardei o celular assim que Mark entrou na garagem com a cabeça abaixada. 

- Você vai ficar hoje para o ensaio? - Perguntei entrando no carro e pondo o cinto de segurança.

- Vou. - Respondeu e eu apenas assenti, ficando em silêncio. 

Ele não parava de batucar o dedo no volante do carro e aquilo estava me irritando. 

- Dá para parar de batucar? - Perguntei olhando para ele e batendo as mãos nas coxas. 

- Você quer ter mais moral que eu dentro do meu próprio carro? - Repetiu a mesma pergunta que eu tinha feito para ele alguns minutos atrás e eu apenas revirei os olhos. 

- Larga de ser criança. - Olhei para o lado, vendo os borrões passando em alta velocidade a nossa volta por causa da velocidade em que ele estava. 

Ele não disse mais nada e eu agradeci mentalmente por isso. Encostei minha cabeça no banco e fechei os olhos querendo que chegássemos na escola o mais rápido possível. 

Senti o carro parando aos poucos. Sai do mesmo indo em direção a entrada do colégio, porém fui interrompida por Mark, que segurou meu braço e me puxou para perto dele. 

- Isso não vai ficar assim. - Apertou mais o meu braço me machucando. 

- Esta me machucando. - Olhei para meu braço depois para ele. 

- Eu não ligo, só quero que saiba que não sou eu quem vai sair com o coração quebrado. 

- Esta me machucando, Mark. - Aumentei meu tom de voz, tentando puxar meu braço. - Me solta! - Pedi mas ele não me largava. - Me solta, que merda! - Puxei meu braço mais uma vez, só que ele apertou mais ainda. 

- Solta ela, não esta ouvindo? - Uma voz rouca entrou pelos meus ouvidos e olhei para o dono da mesma. Ninguém mais, ninguém menos que Justin Bieber entrou na minha frente fazendo com que Mark soltasse meu braço e olhasse para ele com os olhos semicerrados. 

- Você acha que é quem? - Perguntou com ódio transbordando na voz. 

- Alguém muito melhor que você, Elliott - Prendi o riso, fazendo ele me olhar com raiva e apenas sair andando com os punhos fechados. Olhei em volta vendo que todo mundo estava olhando aquela cena patética. 

- Perderam algo aqui? - Gritei alto fazendo eles me olharem com os olhos arregalados, como se tivessem sido despertados e saírem andando como se nada tivesse acontecido. 

Bieber virou para mim, me encarando com aqueles olhos caramelados e com um sorriso convencido estampado no rosto. 

- Obrigada, Bieber! - Exclamei. - Mas eu sei me defender sozinha. - Lhe lancei uma piscadela e me virei na intenção de sair andando, mas sua voz me interrompeu. 

- Não parecia. - Me virei para ele e vi que ele estava com as mãos dentro dos bolsos de sua calça jeans. 

Ele estava tão lindo, que ódio! 

Sua calça jeans preta de couro caída, um moletom preto grande com as mangas puxadas até a metade de seu antebraço, com um boné com a aba virada para trás, um supra preto e seus inseparáveis cordões de ouro pendurados no pescoço. 

- Se quiser, tira uma foto. Dura mais. - Disse tocando seu dedo indicador em meu nariz, me despertando. 

- Você se acha né? - Perguntei cruzando meus braços. - Não precisa responder, eu tenho que ir. - Me virei o mais rápido possível para poder sair, mas ele me interrompeu novamente. 

- Esta nervosa, Lewis? - Perguntou se aproximando e eu tirei o sorriso irônico do rosto. 

- Por que eu estaria nervosa? - Senti minha voz falhar quando eu perguntei e olhei para cima me martirizando por estar nervosa.

- Você ainda tem dúvida? - Se aproximando mais de mim. Quando abri a boca para falar algo, ouvi o sinal tocar e agradeci a Deus por isso. 

- É, então. Eu tenho que ir, beijos. - Mandei um beijo no ar para ele e sai correndo para dentro do colégio, procurando por Lia. 

Justin Bieber me defendeu, depois meio que flertou comigo.

Ok! 

Agora tenho que apenas pensar na prova de química que tenho que fazer hoje e me certificar que irei passar, se eu não passar vou ter que dar adeus para as lideres de torcida. 

Peguei meu celular olhando as horas, já tinha dado sete horas e eu estava atrasada para a aula. Apressei meus passos sem tirar os olhos do celular. Depois de um tempo apenas senti meu corpo indo de encontro com o chão, xinguei a pessoa, que esbarrou em mim, mentalmente e me levantei, dando de cara com Lia. 

- Já estava na hora! - Me olhou e se abaixou para pegar minha bolsa. 

- Mark me atrasou. - Disse revirando os olhos e começando a andar indo em direção a aula. 

- Oi amiga, bom dia. Ta tudo bem comigo também ok? - Parou de andar esperando que eu a cumprimentasse. Ri e lhe abracei. 

- Satisfeita? - Perguntei assim que o abraço se desfez. 

- Muito. - Riu e enroscou seu braço no meu e continuamos a andar. - Mas agora me conta, o que foi que aconteceu? - Perguntou. 

- Eu me relacionei com Mark novamente depois da sua festa. - Bufei assim que terminei de falar. 

- Relacionou? 

- Relações sexuais, Lia. Pelo amor de deus. - A ouvi rir e eu apenas ignorei. - Ele veio me perguntar o porquê de eu querer esquecer o que tivemos no passado e o que tivemos ontem. - Balancei a cabeça como se aquilo fosse a coisa mais tonta do mundo, e era. 

- Ele ainda gosta de você. - Ela riu e me deu um tapinha no ombro. - E você? Ainda gosta dele? - Perguntou dando pulinhos. 

- Claro que não! - Olhei para ela com os olhos arregalados. - Por que você acha isso? - Perguntei e ela apenas abriu os braços como se estivesse se rendendo. 

- Sei lá! Apenas acho.- Riu. - Agora continua. - Me incentivou. 

- Eu disse para ele que ele não era o tipo de garoto que se humilhava por causa de uma garota, então ele simplesmente disse que eu era o tipo de garota que valia a pena se humilhar. - Ela abriu a boca em um formato de "O" - Sim, ele simplesmente disse isso. Eu achei bem meloso e bem ridículo, então eu apenas cortei o assunto e desci para virmos ao colégio. - Parei para tomar fôlego. - Quando chegamos, eu sai rápido para poder te encontrar, mas ele pegou no meu braço e disse que isso não ia ficar assim e logo em seguida apertou o local que ele estava segurando com força. - Ela me olhou com os olhos arregalados, abrindo a porta da sala de aula e percebendo a bagunça que estava a mesma. 

- Mentira que ele fez isso. Ele não é esse tipo de garoto. - Olhei para ela estranho por ela estar defendendo ele. 

- Não, Lia. Esse é exatamente o tipo de garoto que ele é. - Balancei a cabeça e voltei a me sentar. - Mas enfim, eu pedi para que ele me soltasse, ele não me soltou. Disse que não era ele quem iria sair de coração quebrado. - Bati na mesa com raiva. - Eu ignorei tudo que ele disse e pedi para que ele soltasse meu braço novamente, mas ele não o fez. Então o que se acha herói da escola, entrou na minha frente, fazendo ele soltar meu braço. - Olhei para minhas unhas, vendo que elas precisavam de uma manicure urgentemente. 

- Ah não me diga que foi o... - A interrompi.

- Justin Bieber. - Falamos juntas e depois começamos a rir. 

- Então me fala, o que ele disse ou fez? - Bateu palminhas e se ajeitou na cadeira. 

- Mark perguntou quem ele achava que era, ele disse que era alguém muito melhor que ele. Eu fiquei boba com o que ele disse e prendi o riso na hora. - Lia começou a rir. - Pois é. Depois o Mark saiu bufando. - Dei de ombros e me virei. - Foi tecnicamente isso. - Exclui o momento em que tive com Justin. 

- Ah ta bom. Vai me dizer que você nem agradeceu o Justin? - Perguntou olhando para mim com uma sobrancelha erguida. 

- Eu agradeci a ele e disse que sabia me cuidar. Ele disse que não parecia, e eu perguntei se ele se achava mas depois eu disse que não queria saber qual era a resposta. - Puxei um pouco de ar. - Eu já estava para entrar, quando ele me chamou novamente perguntando se eu estava nervosa e se aproximou de mim, eu perguntei "Por que eu estaria nervosa?" - Afinei um pouco a voz, fazendo Lia rir. - E ele veio e perguntou "Você ainda tem dúvida?" - Engrossei a voz tentando imitá-lo, o que foi um pouco impossível. - Ele se aproximou mais e mais de mim, fazendo seu rosto ficar à centímetros do meu, eu ia responder, porém o sinal me aliviou. - Dei de ombros e me virei novamente assim que vi o professor entrando dentro da sala de aula. 

- Depois você vai me explicar melhor esse lance do rosto dele estar à centímetros do seu. - Deu um tapinha nas minhas costas e se levantou, indo para sua aula. Ri sozinha e balancei a cabeça me virando para o quadro, prestando atenção no professor. 

Senti que tinha um olhar queimando em mim, encostei minha cabeça na mão e a virei lentamente para a penúltima cadeira da última fileira da sala. Encontrando aqueles olhos caramelados me encarando. Abri um sorrisinho tímido e voltei a prestar atenção na aula. 

Meu celular vibrou entre minhas pernas, me assustando. Peguei o mesmo disfarçadamente para que o professor não visse. 

Se você não parar de olhar para ele, ele vai desconfiar. - Xoxo, Lia. 

Revirei os olhos, ela não esta nem nessa sala e já esta falando essas coisas, não que seja verdade, mas. 

- Bom, turma. Hoje teremos nossa prova de Química, isso é mais importante para aqueles que participam de algo no colégio. Equipe de líderes de torcida - Apontou para mim. - , time de futebol. - Apontou para os garotos no fundo da sala. - Se vocês não passarem nessa prova, podem começar a darem adeus para o sonho de vocês. Creio que se vocês não passarem, alguns vão ficar decepcionados. Estou certo, Lewis? - Perguntou Sr. Thompson me olhando. 

- Sim! - Abaixei o olhar e prestei atenção em minhas unhas. 

- Espero que tenha estudado. - Qual o problema dele? Ele me odeia ou ele acha que eu não sou boa o suficiente para passar em uma prova dele? Eu passei duas semanas inteiras estudando para essa prova, preciso muito passar. 

Eu não posso perder a competição internacional de líderes de torcida. 

- Acho que a equipe de líderes de torcida não seria a mesma sem os gritos estéricos da Lewis, Sr. Thompson. - Eu não acredito!  Isso só podia ser um pesadelo