- Eu não passei. - Sussurrei para mim mesma e deixei minha mão cair.
Meus olhos se encheram d'água e eu não sabia o que fazer. Bom, essa era a pergunta que eu estava me fazendo agora.
O que eu vou fazer?
Primeiro, eu não posso, em hipótese alguma, sair da equipe de líderes de torcida, faltando dois meses para a competição internacional.
Entrei na sala, dando de cara com o sr. Thompson escrevendo algo no quadro.
- Você só pode estar de sacanagem comigo. - Aumentei meu tom de voz, fazendo ele me olhar.
- Esta falando comigo, Lewis? - Perguntou colocando a caneta de quadro, em cima da mesa.
- Tem mais alguém aqui? - Revirei os olhos e fechei a porta, na cara de Lia. - Você não sabe, o quanto eu estudei para essa prova. Você não tem noção do meu esforço para poder passar nesse trabalho. Eu tenho certeza que eu me dei bem naquela prova, mas a sua implicância comigo é tão grande, que faz o senhor ser um homem sem caráter. - Soltei tudo que eu tinha guardado dentro de mim a meses.
- Você não é nenhuma autoridade, para entrar na sala de aula, tirando suas próprias conclusões em relação a sua prova. - Se aproximou de mim, apontando o dedo em minha cara. - Se você não passou, é porque você não tem capacidade. Não culpe os outros, por uma coisa que você não foi capaz de cumprir. - Soltou uma lufada de ar e se afastou de mim.
- Eu tenho certeza que eu tenho capacidade. - Comecei a andar de um lado para o outro. - Eu me dediquei, eu passei noites em claro estudando para essa prova. Eu tive que faltar treinos para a competição internacional para poder estudar para essa merda de prova, para no final - apontei para a cara dele. -, você me reprovar. - Joguei minhas mãos para o ar, inconformada. - E não ache, que você vai sair dessa. Eu vou ir na diretora falar tudo isso. - Me virei para abrir a porta, mas sua voz me interrompeu de continuar.
- É a sua palavra contra a minha. Eu sou um professor formado, tenho um diploma, tenho anos de trabalho nessa escola. Você tem certeza que vai conseguir fazer com que a diretora me demita? Por uma prova, que você foi incapaz de passar? - Perguntou, cruzando os braços.
- Ela me conhece, sabe o como eu sou esforçada e quando eu quero algo, eu consigo. Eu corro atrás. - Abri um sorriso irônico. - Não ache que, só porque você possui um diploma e anos de trabalho nesse colégio, não será despedido. Quando você menos esperar, você vai vacilar. - Botei minhas mãos na cintura.
- Srta. Lewis, eu não sou o tipo de professor que gosta de prejudicar meus alunos, você é como todo mundo. Você não é ninguém importante para mim e eu não gasto meu tempo pensando "Quando eu chegar no colégio, eu vou fazer de tudo para destruir o histórico escolar da aluna Kate Lewis". Eu não sou tão baixo a esse ponto. - Cruzou os braços novamente. - Eu não perco meu tempo, pensando em alunos incapazes. Você não conseguiu passar na prova e agora terá que dar adeus para o seu sonho. - Se aproximou de mim. - E sabe de quem é a culpa, Kate? - Perguntou e eu abri a boca para falar que era dele, mas ele me interrompeu. - Não é minha, é apenas sua. A culpa é toda sua. - Me lançou uma piscadela.
- Você não serve para ser professor. - Sentia já as lágrimas descendo pela minha bochecha, me fazendo limpá-las urgentemente para que ele não visse.
- Se eu não sirvo, por que estou aqui? - Perguntou, abrindo os braços na intenção de mostrar o lugar onde ele está.
- Você é rico, tem dinheiro, sabe muito bem como usá-lo. - Abri um sorriso irônico e me virei. - Se você não consertar a minha nota, eu vou reclamar com a Sra. Gough. - Botei minhas mãos na maçaneta para poder abri-la.
- Irá perder seu tempo, Srta. Lewis. - Ele sentou em sua cadeira. - Se você quiser ver a sua prova, pode até ver e conferir o gabarito. - Colocou as mãos em cima da mesa. - Eu não tenho nada a esconder de você. - Me lançou um meio sorriso irônico.
- Me dê um outro trabalho para fazer, eu não vou perder a competição internacional de líderes de torcida. - Apoiei minhas mãos em sua mesa e olhei dentro dos seus olhos.
- Você tem uma semana para me entregar esse trabalho pronto. - Me deu uma folha, que nem me dei o trabalho de ler o que estava nela. - Se você não me entregar, estará reprovada. - Assenti mas depois me lembrei dos meus ensaios.
- Mas eu tenho ensaios. - Minha voz deu uma leve afinada.
- Você não me disse que tinha faltado até os ensaios para poder estudar para minha prova? Você pode fazer um esforcinho. - Me lançou uma piscadela e depois apontou para a porta. Bufei e logo em seguida revirei os olhos saindo da sala.
Eu realmente odeio ele. Mas não nego que estou agradecida por ele ter me dado outra chance.
- Eu estava ouvindo os seus gritos. - Lia veio para cima de mim me assustando e dei uma olhada no local. Encontrando, Chaz e Justin. Revirei os olhos.
- Eu não pedi plateia. - Sai andando, ignorando eles.
- O que foi que aconteceu? Vimos que você não passou na prova dele. - Ouvi Chaz dizer. Apenas o ignorei.
- Eu não quero conversar agora - Parei de andar. -, eu só quero parar e pensar em como eu vou terminar um trabalho de química em uma semana. - Me virei para eles e passei as mãos no rosto, limpando os resquícios de lágrimas que tinham permanecido em meu rosto.
- Eu posso te ajudar. - Lia se ofereceu, mas eu apenas neguei.
- Não quero a ajuda de ninguém. E você tem que se dedicar o máximo a equipe. - Abri minha bolsa e peguei a "faixa" de capitã da equipe e lhe entreguei. - Eu não vou poder participar dos ensaios essa semana, tenho que me dedicar a esse trabalho, se eu não conseguir passar, vou ser reprovada e sairei da equipe. - Me sentei em um banquinho, sendo acompanhada por Lia. Fazendo Justin e Chaz ficarem em pé.
Até agora, Justin não tinha dito nada. Não sei nem para que ele estava aqui.
- Eu quero te ajudar, amiga. - Lia me olhou.
- Eu sei disso. - Abri um sorriso sincero. - E te agradeço, mas eu não posso tirar você da equipe apenas para me ajudar. - Disse e ela apenas assentiu. - Chaz! - O chamei e ele me olhou. - Vai ali no canto, quero falar com você. - Lia me deu um tapa no braço e revirou os olhos. Chaz apenas fez o que eu tinha mandado, recebendo um olhar estranho de Justin.
- Eu não fiz nada. - Disse já levantando os braços em forma de rendição.
- E eu por algum acaso disse que você fez? - Perguntei cruzando meus braços. - Você sabia da regra das líderes de torcida de não se relacionar com ninguém da equipe de futebol e você simplesmente fica com a Lia? - Perguntei olhando para ele.
- Eu gosto dela. - Olhou para algo atrás de mim, segui seu olhar, e vi que ele estava olhando para Lia, que estava conversando com Justin no momento.
- Isso é sério?! - Abri um sorriso enorme e comecei a dar pulinhos de alegria. - Já disse pra ela? - Perguntei.
- Não, e nem você vai fazer isso. Eu estou esperando a hora certa. - Soltou um suspiro.
- Eu não conto nada, se você me disser o que esta rolando entre o Justin e a Alice. - Eu realmente estava perguntando isso? - Não, pra falar a verdade, não precisa me responder. Eu não tenho nada a ver com isso. - Balancei a cabeça e acabei me embolando com as palavras.
- Eles não tem nada, Kate. - Soltou uma risada fraca, me fazendo parar e olhar para ele.
- Ta falando sério? - Perguntei e um meio sorriso queria nascer em minha boca, porém eu o segurei.
- Kate, ele é meu melhor amigo. Ele me conta tudo. - Revirou os olhos e pôs as mãos em meus ombros.
- Ele já falou de m..- Parei de falar na hora, que diabos estava acontecendo comigo? - Nada não! Olha, quer saber, eu tenho que ir embora para começar a fazer o trabalho. - Disse já começando a andar, mas ele me parou.
- Não está nem na hora da saída, Lewis. - Parei de andar e bati com a mão em minha testa.
- Verdade! Ah, qualquer coisa, diz que eu passei mal na educação física e tive que ir embora. - Ele assentiu e eu fui em direção a Lia.
- Você tem cert...- Não deixei ela terminar de falar.
- Eu vou embora, amiga. - Lhe dei um beijo no rosto e comecei a andar.
- Por quê? - Me perguntou.
- Eu tenho que começar esse trabalho o mais rápido possível. - Ela assentiu e retribuiu o beijo que eu tinha lhe dado. - Beijo no ar para vocês. - Sai correndo, indo em direção ao estacionamento.
Bati na minha testa novamente me lembrando que eu vim com Mark, eu não podia ir embora a pé, minha casa era muito longe daqui e eu não tinha dinheiro para ir de táxi.
Olhei ao redor para poder ver se tinha alguém mexendo no carro, mas para a minha má sorte, não tinha ninguém.
- Me procurando, Lewis? - Ouvi uma voz atrás de mim. Revirei os olhos.
- E quando foi que eu já te procurei, Mark? - Perguntei me virando para ele e percebi que ele estava a centímetros de mim. - Nem responda. - Gesticulei e sai de perto dele, indo em direção ao seu carro.
- Você está indo em direção do meu carro por quê? - Perguntou, chegando perto de mim, me fazendo andar mais para trás, e me encostar em um carro.
- Eu preciso ir embora. Tenho um...- Parei de falar. - Eu não te devo satisfações da minha vida. - Lhe dei um leve empurrão, que não adiantou de nada, porque Mark era forte.
- Se você quer que eu te leve, precisa me dizer para onde vai. - Cruzou os braços.
- Já te disse, preciso ir embora. - Olhei para cima.
- E você quer que eu adivinhe para onde você vai? - Insistiu, me fazendo bufar.
- Eu vou para casa, Mark. - Falei lentamente para que ele entendesse. - Entendeu agora? - Perguntei e ele assentiu, pegando em minha cintura, me fazendo revirar os olhos.
- Mas tudo tem um preço, Kate. - Disse tranquilamente, se aproximando ainda mais.
Coloquei minhas mãos em seu pescoço, para fingir que estou indo na sua onde.
- Ah é! Tem é? - Sussurrei perto de sua boca, fazendo o mesmo apertar ainda mais a minha cintura. - Pena que eu não ligo para isso. - Lhe dei um leve selinho e me afastei dele entrando no carro, vendo ele dar um leve soco no carro ao lado, me fazendo revirar os olhos e depois soltar um riso.
- Você sabe que eu ainda vou te levar para a cama. - Disse assim que entrou no carro.
- Não ache que manda em mim, Mark. - Coloquei o cinto e peguei meu celular.
- Não disse que eu mando em você, só disse que eu vou te levar para a cama novamente. - As palavras saíam da sua boca sem ele nem se importar.
- Não vou me sujar com você novamente. - Disse revirando os olhos e abrindo o vidro ao meu lado.
- Não foi isso que você achou ontem à noite. - Falou colocando as mãos em minha coxa.
- Liga a merda do seu carro e me deixa em casa. - Aumentei meu tom de voz, pegando a mão dele e jogando em cima de seu colo. - E eu não te dei permissão para me tocar desse jeito. - Fiz cara de nojo, assim que ele me lançou um sorriso malicioso.
[...]
Sinceramente, eu não sei o que Justin Bieber está fazendo na minha casa.
- Você não vai convidar o garoto para entrar, Kate? - Minha mãe chamou a minha atenção.
- Entra. - Lhe dei espaço para que ele pudesse entrar, ele o fez. - Mãe, pai, esse é o Justin. - Falei meio enrolado.
- Prazer, Sr. e Sra. Lewis. - Disse indo cumprimentar os dois, me fazendo arregalar os olhos.
- Sra não, Justin. Apenas Mônica. - Abriu um sorriso sincero. Ele apenas assentiu e voltou para o meu lado.
Meu pai, até agora, não tinha aberto a boca para falar nada. E eu agradeço por isso, se ele abrisse, ele jogaria alguma piadinha sobre eu estar ou não pegando o Justin.
Eu ficaria constrangida.
- Mãe, eu vou conversar com o Justin no meu quarto. - Apontei para cima meio nervosa. E peguei em sua mão, o puxando para subir as escadas.
- Usem camisinhas. - Ouvi meu pai gritar e minha mãe gargalhar ao lado dele.Ele tinha que ter aberto a boca? Por que ele não permaneceu calado? - Não quero netos agora, ainda sou jovem - Olhei para trás, com os olhos arregalados, vendo um sorriso brincalhão no rosto dos meus pais e Justin soltar uma risada fraca.
- Eu odeio vocês. - Cantarolei e entrei em meu quarto, fechando a porta logo em seguida. - Eu odeio eles. - Disse apontando para a porta, indicando que eu odiava meus pais.
- Eles são legais. - Disse se sentando em minha cama e analisando meu quarto. - Eu tinha uma ideia diferente deles. Eu pensei que eles eram aqueles pais que só viviam por trabalho, que não eram presentes em sua vida. Como os meus. - Disse fraco e eu andei em sua direção.
- Eu não sabia. - Olhei para ele, com os olhos arregalados.
- Eu não vim aqui para falar sobre meus pais, eu já me acostumei. - Disse tranquilamente, abrindo um meio sorriso e pegando em minha mão, já que eu tinha sentado ao seu lado. - Eu vim aqui, para dizer que eu estou disposto a te ajudar com o trabalho. - Soltei sua mão no mesmo momento e me levantei, andando de um lado para o outro.
- Eu já disse que não preciso de ajuda. - Bufei.
- E eu não perguntei se você precisa ou não, eu apenas quero te ajudar a passar. - Se levantou e veio em minha direção. - Acho que aquela quadra não seria a mesma sem seus gritos agudos que deixam qualquer um surdo. - Soltei uma risada fraca e o olhei, deixando meus lábios em uma linha reta.
- Você sabe que a sua ajuda é super desnecessária, não sabe? - Perguntei, fazendo o mesmo soltar uma risada.
- Claro que sei, mas eu não estou ligando para o que você acha, Lewis. Eu quero apenas te ajudar a passar.
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