História Cheerleader - I would be a mistake for you?

Sentia o sol bater contra meu rosto, me fazendo resmungar algo para mim mesma e abrir os olhos, mas os fechando novamente por conta da claridade e da dor de cabeça horrível. 

Depois que me acostumei com a dor e com a claridade, olhei o local onde eu estava e tenho certeza que não era a minha casa. 

Olhei para o lado, encontrando Justin, dormindo profundamente, parecia um anjo. 

Só dormindo mesmo.

Depois de ter me perdido em sua beleza, arregalei os olhos e levantei o lençol, olhando para meu corpo e vendo que eu estava apenas de lingerie. 

Deus, por favor, não me fala que eu fiz isso de novo. Só que com a pessoa errada. 

Me levantei da cama e fui em direção ao banheiro, me olhando no espelho e vendo minha cara abatida. Eu analisei o banheiro e tenho certeza que ele não é o tipo de banheiro em que fica nos quartos de boate. 

Voltei para o quarto e entrei no closet que tinha ali, mas antes eu tinha pego uma camisa de Justin, que me caiu muito bem. Assim que abri seus armários, vi todas as roupas de Justin ali. 

Céus, eu estava na casa do Justin. No quarto do Justin. Eu vou repetir a mesma coisa que eu disse para mim mesma. Eu só faço merda. Eu não me lembro de nada, exatamente de nada. 

Sai do closet, dando de cara com Justin sentado na cama, com a cara toda amassada e os cabelos bagunçados. 

Ele estava tão lindo, senhor. 

- Minha blusa caiu muito bem em você. - Disse abrindo um sorrisinho e depois caindo de costas na cama novamente, como se não quisesse se levantar nunca mais. 

- Justin, por favor..- Me interrompeu. 

- Nós não transamos, só para deixar claro. - Disse se levantando, fazendo eu ficar um pouco mais aliviada por não ter cometido esse erro. 

- Obrigada, Deus. - Era para esse agradecimento ter ficado apenas em pensamento, mas as palavras saíram da minha boca tranquilamente. 

- Por quê? - Perguntou saindo de dentro do banheiro. - Seria um pecado a gente transar? - Perguntou, cruzando os braços e se encostando no batente da porta. 

- Não. Sim! - Me enrolei na hora de responder. - Não seria um pecado, mas sim um erro profundo. - E novamente era apenas para permanecer em pensamento, porém era como se elas não estivessem se segurando. 

- Eu seria um erro para você? - Perguntou se aproximando mais ainda de mim. 

- Não. - Abaixei meu tom de voz e olhei dentro de seus olhos. - Mas eu nunca iria me perdoar se eu o fizesse. - Disse me afastando dele e catando minhas roupas do chão. 

- Você não lembra de nada? Se não lembrar, eu posso falar o que realmente aconteceu. - Deu um soquinho na parede do closet e se encostou na mesma. 

- Prefiro ficar com uma amnésia temporária. - Lhe lancei uma piscadela, vestindo minha roupa novamente e lhe entregando a blusa. 

- Pode ficar. - Deu de ombros e abriu a porta para que eu fosse embora. 

- Obrigada. - Minha voz falhou e ele apenas assentiu, fechando a porta logo em seguida que eu passei por ela. 

Permaneci um pouco no lugar em que eu estava, assim que o ouvi murmurar algumas coisas sozinho. 

- Eu só faço merda. - Disse ofegante. Depois disso, o silêncio permaneceu no lugar e eu agradeci mentalmente, descendo as escadas devagar para que não fizesse barulho e que para quem estivesse em casa, não percebesse. 

Porém não foi o que eu quis. 

- Kate? - Ouvi alguém me chamar, assim que eu estava com a mão na maçaneta. 

- Sim. - Me virei e dei de cara um uma mulher linda, olhos azuis, cabelos longos pretos e um corpo lindo. 

- Oh! Prazer, sou Patricia Mallette, mãe do Justin. - Abriu um sorriso simpático. 

- Prazer, Sra. Mallette. - A cumprimentei com dois beijos na bochecha. 

- Apenas Pattie. - Gesticulou e depois foi se sentar no sofá, me chamando para acompanhá-la. - Você é uma menina muito linda. - Senti minhas bochechas corarem. 

- Obrigada! - Abri um meio sorriso e olhei para minhas mãos. Odeio o fato de eu ser tão tímida. 

- Justin fala muito de você. - Percebi que ela estava pensando alto. 

- Espero que sejam só coisas boas. - Soltei um riso fraco, sendo acompanhada por ela. Antes que Pattie pudesse responder, Justin a interrompeu descendo as escadas. 

- Eu falo para ela o quanto você é insuportável e o quanto você é chata. - Se apoiou no braço do sofá, ao meu lado, e passou os braços pelo meu pescoço. Franzi o cenho mas depois voltei ao normal. 

- Acho que você não esta falando de mim não. - Sua mãe soltou uma gargalhada fraca, fazendo ele ficar com a cara fechada e sair de perto de mim. 

- Nós vamos nos atrasar. - Disse indo em direção a cozinha. - E sim, você vai sem comer nada. - Me lançou uma picadela, me fazendo revirar os olhos. 

- Não liga pra ele, Kate. Ele é ridículo. - Gritou a última parte para que ele ouvisse da cozinha. 

[...]

Justin me prensava na parede da quadra do colégio e apertava cintura forte, eu tinha certeza que isso ficaria marcas, olhei em seus olhos e os vi escuros. Eles estavam preenchidos por desejo e nada mais. 

Intercalava meus olhares entre sua boca, vermelha e inchada, e seus olhos. Ele cometia o mesmo ato. Fechei meus olhos assim que senti sua boca entrar em contato com meu pescoço. Suspirei forte e mordi os lábios para conter um gemido assim que ele deixou um chupão naquela região. 

Bieber me prensou mais ainda na parede, fazendo impulso para que eu subisse em seu colo. Senti suas mãos apalparem minha bunda, me fazendo soltar um gemido fraco perto de seu ouvido, que logo em seguida aquela região se arrepiou. 

Eu não estava mais aguentando ficar olhando para sua boca e não beijá-la, ela era tão convidativa. Coloquei minhas mãos em seu pescoço o puxando para mim, antes mesmo que ele pudesse me beijar, senti alguém bater em minha cabeça. 

- Esta nesse mundo ou em outro? - Lia perguntou e eu levantei a cabeça rápido. Sentindo tudo girar logo em seguida. 

- Em outro, completamente diferente desse. - Era tudo um sonho. Eu estou rezando muito para que nada tivesse acontecido ontem. 

Justin Bieber não seria um problema para mim, mas ele era tachado como um dos maiores galinhas desse colégio e eu não quero arriscar e ficar mal falada depois. 

Por que eu sonharia com o Justin? 

- Deixa eu adivinhar, o mundo do Bieber. - Me olhou com um sorrisinho irônico. - Acertei? - Perguntou se apoiando em minha mesa. 

- Sim! - Bufei e revirei os olhos logo em seguida. - Eu não sei o que aconteceu ontem comigo e com ele. - Ela começou a rir mas assim que ela viu minha cara de confusa, ela parou. 

- Você não lembra de nada? Nada? - Neguei com a cabeça e depois a apoiei em minha mão. - Vocês estavam quase transando no meio da pista. - Disse sem nenhum aviso. 

- Eu preferia ficar com uma amnésia temporária e me preparar para receber essa noticia. - Disse batendo em seu braço. - Mas a gente se beijou? - Perguntei e ela me olhou com uma sobrancelha erguida. 

- Não, você ficou fazendo birra. Mas que vocês estavam com uma pegação, vocês estavam. - Disse botando a mão no local onde eu tinha batido nela. - Mas me fala, ta fazendo o que aqui? - Perguntou e olhou para o escritório do meu pai. 

- Eu estou procurando um tema para o meu trabalho. - Disse voltando a mexer no celular. 

- O senhor esperto não ia te ajudar? - Perguntou e eu apenas neguei com a cabeça. 

- Ele disse que ia, mas eu não marquei de encontrar com ele em nenhum momento e nem quero. - Disse ainda mexendo no computador. 

- Você sabe que o que esta fazendo é algo ridículo né? - Apenas assenti. - Para de mexer no computador e olha pra mim. - Bateu em minhas mãos e eu direcionei meu olhar para ela. - Você não era assim nem com Mark. - Revirei os olhos por ela ter mencionado ele. 

- Eu não estava apaixonada pelo Mark naquela época. - Disse dando de ombros. - Não que eu esteja apaixonada pelo Justin, mas eu quero me afastar dele. Não sei nem o porque de eu ter me aproximado dele. - Disse simples e voltei a mexer no computador, mas ela puxou meu braço me fazendo olhá-la. 

- Você esta apaixonada pelo Justin sim. - Disse abrindo um sorriso malicioso. 

- Não, não estou! - Bati na mesa. 

- Sim, está. - Riu. - Está na sua cara, Kate. Pelo amor de deus! - Bateu em sua coxa com força, mas depois a alisou. - Olhe pra você! - Apontou para mim. - Se fosse outra pessoa te oferecendo ajuda, você iria aceitar na hora e ia marcar horário, ponto de encontro e outras coisas. - Começou a andar de um lado para o outro da sala. - Você esta querendo evitar ele, porque esta querendo evitar que os seus sentimentos por ele se tornem maiores ainda. - Apoiou suas mãos na mesa. - Você está apaixonada pelo Justin. - Abriu um sorriso enorme. 

- Eu não estou. - Bufei e levantei da cadeira, saindo do escritório. 

- Então me diz porque você não quer a ajuda dele? - Perguntou. 

- Eu não aceitei a sua ajuda, isso quer dizer que eu estou apaixonada por você? - Perguntei, me sentando no sofá, a vendo revirar os olhos. 

- Mas você não me evita. - Piscou para mim e depois se sentou ao meu lado. 

- Quer que eu comece a te evitar? Eu posso fazer isso numa boa. - Passei as mãos no cabelo e soltando um mini gritinho. - Eu não estou apaixonada por ele, ta bom? - Parei e olhei para o nada. - Eu posso estar sentindo algo por ele, mas não é nada demais. - Levantei e fui em direção a porta. 

- Você vai mesmo me colocar pra fora da sua casa? - Perguntou indignada. 

- Não, idiota. Vou pegar a pizza que chegou. - Bati em sua testa e abri a porta, encontrando o entregador de pizza. 

- Kate Lewis? - Eu conhecia aquela voz. 

- Isso mesmo. - Não dava para ver seu rosto por conta do boné e por ele estar com a cabeça abaixada. - Eu te conheço? - Perguntei. 

- Então você conhece a minha voz. - Levantou o rosto e dei de cara com Mark. 

- É só merda que entra na minha vida, sair que é bom, nada. - Disse, escancarando a porta para que ele entrasse com a pizza e me joguei no sofá, sentindo uma pontada horrível na cabeça. 

- Justin entrou na sua vida? Poxa, que pena. - Soltou uma gargalhada e recebeu uma almofada na cara em troca. 

- Você entrou na minha vida a dois anos atrás e eu estou esperando você sair até hoje. - Lia não falava nada, apenas observava aquela cena e tentava não rir da minha situação. - Você só veio me entregar a pizza? - Perguntei me levantando e indo em sua direção para pegar a pizza. 

- Não, eu vim pegar outra coisa. - Me lançou um sorriso malicioso, antes que eu pudesse responder, a campainha tocou. 

- Pelo visto, todo mundo quis me visitar hoje. - Revirei os olhos e fui em direção a porta, dando de cara com Chaz e Justin. - Hoje não é meu dia. - Joguei minhas mãos para o ar e deixei a porta aberta para eles. 

- Ta estressadinha, Kate? - Chaz disse indo se sentar perto de Lia. 

- Não me irrita, Chaz. - Joguei uma almofada na cara dele. 

- Sua mãe não mandou dedetizar essa casa não? - Justin disse olhando pra cara de Mark. Fazendo Chaz e Lia rirem. 

- O nível de maturidade de vocês estão bem abaixo de zero. - Olhei para eles e peguei um pedaço de pizza. - Você só veio me entregar a pizza, já pode ir embora. - Empurrei Mark até a saída. 

- Coloca eles para fora também, não só eu. - Parou de andar me fazendo bater com a cara em suas costas. 

- Só você sim, ninguém quer a sua presença aqui. - Lhe lancei uma piscadela e apontei para a porta. 

- Que isso, amor. - O olhei com uma sobrancelha erguida. 

- Amor o que? - Cruzei meus braços. - A única coisa que temos, é um metro de distância e olhe lá. Amor é a última coisa eu teria por você. - O empurrei para fora de casa e fechei a porta em sua cara. 

- Você, então, já decidiu quem quer ao seu lado, Kate? - Chaz perguntou, me fazendo jogar uma almofada em sua cara, o fazendo soltar uma gargalhada e Justin dar um mini sorriso convencido. 

- Não sei do que você esta falando, Chaz. - Me fiz de desentendida e fui na cozinha pegar os copos para beber algo. 

- Não se faça de desentendida. Nós sabemos de tudo, Kate. - Lia gritou da sala, me fazendo bufar e bater contra a pia da cozinha. 

- Vocês são tudo um bando de imaturos. - Fui em direção a sala e coloquei os copos em cima da mesinha. Inclinando minha bunda. 

- Continua desse jeito, ta uma visão maravilhosa. - Olhei de canto de olho para Justin, que estava todo largado no puff da sala e olhando para meu corpo. 

- Eu não sou um pedaço de carne. - Me sentei no sofá e comi um pedaço da pizza. 

- Quem disse que você é um pedaço de carne? Acho que seus neurônios estão todos triturados. - Me respondeu, vindo sentar ao meu lado. 

Olhei para o Chaz e Lia que estavam em uma pegação. Joguei a almofada nos dois, fazendo-os resmungarem e voltarem a posição normal.

- Não sou obrigada a ver vocês dois quase se comendo no meu sofá. - Disse fazendo cara de nojo para eles. 

- Você esta precisando transar, amiga. - Lia disse me olhando e fazendo um sinal para Justin, que estava prestando atenção em algo na televisão, mas assim que ela disse isso, olhou para a mesma. 

- Pode ser que sim, pode ser que não. Ninguém sabe. - Soltei um riso fraco, fazendo ela revirar os olhos e voltar a se encostar no peito de Chaz. 

- Apenas você quem sabe, e você já tem certeza, só não quer admitir. - Disse fazendo cara de desentendida.