Meu corpo foi de encontro com o chão assim que esbarrei com alguém no corredor do colégio. Eu estava pensando no que tinha acontecido no fim de semana que nem prestava atenção no caminho.
- As pessoas estão esquecendo de olhar para frente ultimamente. - Murmurei e terminei de pegar meu material no chão.
- E outras pessoas estão esquecendo de prestar atenção no caminho atualmente. - Sua voz rouca soou pelos meus ouvidos e eu levantei o olhar dando de cara com aqueles olhos castanhos que fazem qualquer uma cair aos seus pés. Ultimamente eu ando pensando muito nisso.
- Eu não vou discutir com você, eu tenho coisas mais importantes a fazer. - Pus a alça da bolsa em meu ombro e sai de perto dele, porém ele puxou meu braço.
- Você sabe que quem está errada aqui é você, não sabe? - Perguntou e eu soltei uma risada alta.
- Você realmente quer dizer quem está errado aqui? - Cruzei meus braços e o encarei com os olhos semicerrados. - Você anda errando muito, Bieber. Mas como você é um covarde, prefere procurar alguém para culpar. - Apontei para ele.
- Então não vai me dizer que você apenas me usou para terminar a droga do trabalho? - Franzi o cenho.
- Que?! - Aumentei meu tom de voz, não acreditando no que estava ouvindo. - Por Deus, Justin. Eu não te obriguei a me ajudar com a droga do trabalho, você se ofereceu para me ajudar, mesmo eu rejeitando até o final. - Revirei os olhos e neguei. - Não tente pagar de santo, porque vai ser a última coisa que você será. Você é um covarde! - Minhas costas foram de encontro com a pilastra do corredor e senti sua mão segurando minha cintura com força, fazendo minha respiração ficar acelerada.
- Tem certeza que sou eu quem sou covarde? - Perguntou, com sua boca bem próxima da minha.
- Você por acaso sabe de algo que eu não sei? - Intercalava meu olhar entre seus lábios e seus olhos.
Ele ignorou o que eu havia dito e continuou me prensando na pilastra. Suas mãos me apertavam cada vez mais.
- Está me machucando! - Olhei para suas mãos e ele parecia não se importar. - Você poderia, por favor, se afastar? - Tentei empurrar seu corpo para longe do meu.
- Por que me afastaria sendo que você está gostando dessa aproximação? - Aproximou mais, fazendo seu nariz encostar no meu.
- E quem disse que eu estou gostando? - Minha voz saiu baixa e eu naquele momento já estava presa.
- Seu corpo diz isso para você! - Exclamou, antes que eu pudesse responder, ouvi uma voz familiar.
- Não sabia que agora era permitido se pegar no meio do corredor do colégio, Sra. Gough- Mark apareceu com um sorrisinho cínico
Justin saiu de perto de mim rápido, me permitindo respirar de novo. Olhei para Mark, revirando os olhos e cruzando meus braços.
- Mas o que é que está acontecendo aqui? - Sra. Gough perguntou me fazendo levantar uma sobrancelha.
- Nada, Sra. Gough! - Justin abriu a boca e eu continuei calada.
- Para a minha sala, agora! - Apontou em direção a sua sala e eu apenas assenti, seguindo seus passos, junto com Justin. Mas parando para falar com Mark antes.
- Você é um completo babaca. - Apontei o dedo em seu rosto.
- Mas é desse babaca que você estava apaixonada a um tempo atrás. - Falou me dando um selinho e depois saiu andando como se nada tivesse acontecido.
Bufei e continuei andando até a sala da diretora. Sete horas da manhã ter que aguentar Justin Bieber me provocando e agora uns sermões da Sra. Gough não é uma coisa que você se deseja não. Revire os olhos assim que a diretora pediu para que sentássemos na cadeira, continuei em pé.
Não sou esse tipo de pessoa que quer arranjar briga com o diretor, mas quem merecia toda a culpa era o Justin. Eu estava apenas entrando na escola na intensão de esquecer tudo que aconteceu ontem e pensar apenas na competição internacional de líderes de torcida. Esquecer Justin Bieber estava no topo da minha lista. Mas não estava funcionando muito.
- Não aconteceu nada, Sra. Gough. - Bufei depois que terminei de falar e ela soltou uma risada irônica.
- Não era o que estava parecendo. - Apontou para mim e para Justin.
- Você por acaso viu nós dois se beijando? - Negou. - Então, pronto! Não aconteceu nada, já posso voltar para a aula? - Perguntei e ela negou mais uma vez, soltando uma risada irônica.
- Você realmente acha que eu sou uma idiota? - Perguntou e eu prendi a vontade de falar que sim, mas continuei calada esperando ela continuar com o sermão totalmente desnecessário. - Você sabe muito bem que não pode ficar de agarração pelos corredores do colégio. - Lembrei do Justin e da Alice se beijando em frente ao meu armário.
- Se não pode ficar de agarração pelos corredores do colégio. - Dei uma pausa. - Por que você também não deu um sermão na Alice e no Justin por estarem aos beijos bem no corredor do colégio? - Justin olhou para mim com o cenho franzido e depois revirou os olhos, bufando.
- Eu vi? - Neguei. - Então não aconteceu! - Se levantou. Ouvi a risada fraca de Justin, me fazendo fechar os punhos.
Eu não acredito que ela vai simplesmente ignorar o fato de que o Justin estava na maior pegação com a Alice e vai brigar comigo sendo que não aconteceu nada entre mim e ele hoje.
- Você, Lewis. Vai ficar no máximo três dias sem treinar com as líderes de torcida. - Disse lendo um papel e depois olhou para mim. - E você, Bieber. Vai ficar no máximo dois dias sem treinar para o jogo de sábado. - Justin levantou para protestar mas eu fui mais rápida.
- Por que eu vou ficar três dias e ele apenas dois? - Aumentei o tom de voz, fazendo a mesma fazer um sinal para que eu diminuísse meu tom.
- Primeiro, você está falando com a diretora do seu colégio. Segundo, o Sr. Thompson veio ao meu encontro para me avisar da sua pequena ignorância com ele por conta da prova de química. - Abri a boca em um formato de "O". Sai da sala sem sua permissão e fui em direção a sala de aula.
Entrei na sala, fazendo todos os olhares se direcionarem para mim. Ignorei e me sentei perto de Lia, que me olhou com o cenho franzido. Sussurrei que contaria depois e comecei a copiar a matéria que o professor colocou no quadro. Que a propósito, ele estava me olhando com os braços cruzados.
Olhei para ele com uma sobrancelha erguida e ele abriu um sorrisinho de lado para mim.
- Não lembro de você ter pedido permissão para entrar, Lewis. - Falou se apoiando em sua mesa.
- Não lembro de ter te dado essa confiança! - Lhe lancei uma piscadela. Ele era um professor bonito e atraente. Parecia que tinha uns 20 ou 25 anos.
- Não lembro de ter te dado essa moral toda pra falar desse jeito comigo - Sentou na mesa. Ouvi algumas pessoas rirem por conta do que ele falou e eu apenas ignorei voltando a prestar atenção no meu caderno e no que eu estava escrevendo. - Eu estou falando com você, Lewis! - Bateu com o caderno na minha mesa me fazendo dar um pulinho por conta do susto que eu tinha levado.
- Não estou afim de dar satisfação da minha vida para você! - Continuei rabiscando algo no meu caderno porém ele me interrompeu.
- Não estou pedindo para você me dar satisfações sobre a sua vida, até porque, sabendo da sua vida ou não, eu vou continuar tendo meu trabalho, vou continuar ganhando bem. - Me lançou uma piscadela e girou seus calcanhares e voltou para a sua mesa.
- O que está acontecendo com você e por que você chegou tarde? - Lia me cutucou.
- Não estou em um bom dia e depois eu te explico. - Ela apenas assentiu e voltou a olhar para o professor.
[...]
Estava com o trabalho em mãos para entregar para o professor de química. Dei dois soquinhos na porta da sala dele e depois ouvi um "entra". Entrei e dei de cara com Justin, Chaz e mais dois amigos que eu não lembrava o nome, sentados nas primeiras cadeiras das fileiras que tinha dentro da sala. Franzi o cenho e olhei para Chaz, que apontou para Justin e eu entendi tudo. Revirei os olhos e a voz do Sr. Thompson chamou minha atenção.
- O que devo a honra, Srta. Lewis? - Olhei para ele e levantei o trabalho para que ele entendesse o que eu estava fazendo ali.
Entreguei o trabalho em sua mão e ele começou a ler, linha por linha, letra por letra. Apertava minhas mãos e balançava minha perna enquanto esperava ele terminar de ler aquele trabalho.
- Fez tudo sozinha ou pediu ajuda? - Olhei para Justin, mordendo meus lábios em forma de nervoso e ele apenas negou com a cabeça. Ele queria que eu falasse que fiz tudo sozinha?
- Eu fiz sozinha! - Abaixei meu olhar, não gostando de ter pego todos os créditos só para mim.
- Isso está muito bom, Lewis. Realmente, você conseguiu me surpreender! - Abriu um meio sorriso e depois me olhou. - Depois olhe a sua nota no site do colégio. - Assenti e me retirei, dando uma última olhada para Justin, para tentar agradecer.
- Obrigada! - Sussurrei e ele apenas abriu um sorriso. E que sorriso!
Saí de dentro da sala de aula e dei de cara com Lia, que estava com o cenho franzido e me olhando com uma cara nada boa.
- O que foi? - Levantei uma sobrancelha para ela.
- O que foi? Eu quem deveria perguntar, o que foi. - Ela me puxou para sentar no banco em frente a sala. - Me conta, por que você chegou tarde na aula e por que você está tão irritada? - Me olhou com os olhos semicerrados e eu comecei a rir, mas depois me recompus.
- Estou irritada por conta do final de semana. - Ela me incentivou a continuar a falar. Bufei, mas continuei - Só não reclama se eu demorar muito para falar. - Assentiu. - Sábado, eu fui para a festa das Gêmeas Roberts. - Lia arregalou os olhos. - Chegando lá, eu dei de cara com o Mark e como ele era a única pessoa quem eu conhecia, eu fiquei perto dele e dos amigos dele. - Parei para pensar um pouco. - Acho que foi uma das piores coisas que eu já fiz em toda a minha vida. - Lia assentiu e depois soltou uma risada fraca. - Eu bebi, bebi muito. Acho que não me aguentava mais em pé, eu queria afogar as mágoas, queria tirar todas as cenas de sexta feira da minha mente... - Lia me interrompeu.
- O que foi que aconteceu na sexta que você nem me contou? - Deu uma pausa. - Você não falou comigo esse final de semana todo, você simplesmente sumiu, você se desligou do mundo. - Gesticulava com as mãos.
- Eu peguei o Justin e a Alice se beijando em frente ao meu armário. - Ela abriu a boca em um formato de "O" e arregalou os olhos. - Sendo que no dia anterior ele tinha dito que não estava com ninguém. - Ela revirou os olhos e eu assenti.
- Ele é um canalha! - Soltei uma risada fraca e continuei assentindo. - Mas vai, continua. - Me deu um tapinha.
- Ele jurou para mim que não estava tendo nada com ela e nem teria. Foi por isso que eu perguntei na sexta se você e o Chaz conheciam alguém honesto, mas pelo visto! - Desviei meu olhar do dela. - Mas voltando para sábado. Eu fui para a festa e estava muito bêbada, não sabia o que estava fazendo, até que o Mark me chamou em um canto. - Lia apertou minha mão. - Eu estava desnorteada, não estava sóbria, não estava bem! Só fui perceber que estava fazendo merda, assim que senti seus lábios encostarem nos meus. - Olhei para Lia, para ver sua reação.
- Você beijou ele de novo? - Ela não falou, ela gritou! Fazendo os olhares de quem estava no corredor, se direcionarem para a gente.
- Você não sabe falar não? Tem que gritar? - Perguntei, lhe dando um tapa.
- Desculpa! Mas eu estou indignada. - Ela colocou as mãos na boca, não acreditando.
- Nossa, muito obrigada pelos conselhos e por me acolher. - Disse me levantando. - "Calma amiga, você estava bêbada, não sabia o que estava fazendo." ou " Não se preocupa amiga, aquele beijo não significa nada para você" - Fui andando para trás. - " Mark é passado para você, você estava carente, estava mal" - Parei de falar assim que senti minhas costas bater no peito de alguém.
Olhei para trás e dei de cara com aqueles olhos castanhos maravilhosos que fariam qualquer uma cair aos seus pés, mas como eu não sou qualquer uma, eu não caio ao seus pés.
- Ah! Eu queria mesmo falar com você. - Apontei para Justin e ele apenas assentiu, fazendo pouco caso e indo em direção ao seu armário, apenas o segui. - Obrigada por me ajudar no trabalho. - Abri um sorriso fraco e ele continuou sério.
- Não tem que me agradecer por nada, Lewis! - Sua voz soou tão rude que parecia que uma faca tinha sido penetrada em meu peito.
- Por que você está sendo grosso comigo? - Perguntei, olhando dentro de seus olhos. - Olha, quer saber, não me responde. Não tenho paciência para quem é ignorante. - Lhe lancei uma piscadela e sai de perto dele indo em direção ao refeitório, porém sua mão me interrompeu de continuar a andar.
Ele puxou minha mão e meu corpo bateu contra seu peito, fazendo nossos lábios ficarem tão próximos que me fez perder o raciocínio. Sua respiração se misturou com a minha e seu peito já subia com uma velocidade. Seus olhos intercalavam entre meus olhos e meus lábios, eu estava fazendo o mesmo.
Ia pedir para que ele me soltasse, porém não cometi tal ato assim que senti seus lábios encostarem nos meus.
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