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História Cherry Boy - Verão II


Escrita por: danibby

Notas do Autor


Finalmente, cheguei com capítulo novo. Boa leitura ^^

Capítulo 4 - Verão II


Fanfic / Fanfiction Cherry Boy - Verão II

Jongdae combinou a tal festa na praia e convidou boa parte de seus conhecidos da faculdade. O evento teria acontecido antes, mas meu amigo demorou bastante para convencer a avó a emprestar a casa. Digamos que ele não era um neto muito confiável.

Jongdae e Junmyeon me chamaram para organizar a decoração, que eram tochas presas a pedaços de madeira e mesas e cadeiras com estampas tribais. Felizmente, dei sorte por meu amigo não me obrigar a ajudar na parte de alimentos, sendo que ele preferiu salgados e bebidas extremamente industrializados. Quando terminamos, já estava perto da hora da festa e fomos nos arrumar.

Enquanto esperava os convidados chegarem, minha ansiedade em ver Jongin só aumentava. Fiquei longos minutos no espelho, pensando o que poderia fazer de diferente na minha aparência e acabei com uma jaqueta jeans que Junmyeon me emprestou de última hora. Nenhuma mudança drástica, eu continuava a mesma "coisa", porém mais colorido.

Pensar no que poderia acontecer naquele dia me deixava aflito. Jongin me deu certeza sobre os sentimentos dele, mesmo que não o tivesse feito com as "palavras certas". Ele, assim como eu, provavelmente estava procurando uma pista mais firme de que a atração era recíproca. Talvez ainda não fosse tão óbvio.

Depois de uma hora, todos os colegas de Jongdae já haviam chegado e eu permanecia sentado ao lado dos meus amigos e, mentalmente, sofrendo por antecipação. Junmyeon tentava me acalmar quando Jongin finalmente chegou. Eu estava de frente para Junmyeon e percebi que ele olhou além de mim e deu um suspiro aliviado. Quando fiz menção de me virar para trás, senti mãos cobrirem meus olhos.

— Quem é? — perguntou Jongin, que tentou fazer uma voz diferente, mas falhou. E, mesmo se tivesse sucesso, eu o reconheceria pelo perfume leve que ele usava.

— Seria essa a primavera? — retruquei, fingindo estar em dúvida

— Talvez. Vou te dar outra chance.

— Hm... O verão? Se não for...

— Eu sou todas as estações, como você mesmo diria — ele disse entre risos — Agora, quem sou eu?

— Eu sei que é você, Jongin — eu disse enquanto sorria e pegava nas mãos dele para tirá-las de meu rosto.

Ao olhar para ele, vi que seu cabelo estava num tom de loiro claro, ressaltando o tom dourado de sua pele. Jongin vestia uma calça jeans e uma blusa branca desabotoada com um lenço preto em volta do pescoço. Estava com o mesmo sorriso cativante e caloroso, aquele que me dava mais e mais vontade de chegar bem perto. Levantei-me sem fazer cerimônia e abracei-o forte, tanto que ele até se assustou, mas me retribuiu com a mesma firmeza. Fomos nos soltando com o tempo.

Jongdae e Junmyeon cumprimentaram Jongin, que se desculpou pelo atraso. Antes que eu pudesse me sentar de novo, ele segurou meu pulso e me levou para a mesa que tinha todos os comes e bebes da festa. Lá, ele pegou um suco de morango, visto que não gostava de bebida alcoólica e eu sugeri que meus amigos comprassem exatamente por isso, e um pouco de Cheetos. Voltamos à mesa rapidamente, mas meus amigos já não estavam mais lá.

— Poxa vida, eles podiam ter esperado nós dois — resmungou Jongin, antes de dar um gole em sua bebida rosa — mas também é bom ficar só com você.

— Jongdae é o anfitrião, então ele precisa ver se está tudo certo e conversar com os outros. — eu disse enquanto observava o movimento. — Já o Junmyeon... deve ter ido para fazer companhia mesmo. É o esperado, pelo menos.

— Sim, sim. É esperado também que fiquemos conversando nessa mesa a noite inteira e escutando as milhares de bandas que seu amigo gosta.

— Claro, esse é o propósito de uma festa, mas acho que a gente deveria fazer algo a mais.

— Tipo...? — Jongin posicionou seu copo sobre a mesa e apoiou o rosto entre as mãos, demonstrando curiosidade.

— Bem, podemos dançar. Não vamos ser os únicos, então o risco de pagarmos um mico é quase nulo.

— Não ligo muito para a parte da vergonha... ninguém me conhece aqui — o loiro sorriu e me encarou por alguns segundos. — Você não tem essa vantagem.

— Jongdae acaba com a minha reputação desde que eu virei amigo dele. Já aceitei meu destino de fracasso social. — levanto-me e faço um sinal com a mão para que Jongin me acompanhasse. Começamos a caminhar pela área da praia que a festa está ocupando.

— Fracasso social? Certeza? Junmyeon disse que você conhece a faculdade toda e todos tem um certo carinho por ti.

— Eu sei nada sobre isso ou nunca percebi, pelo menos. — desmenti, ainda confuso. Já estávamos nos afastando da festa e indo em direção ao mar. — Okay, sou bem simpático e converso até muito com eles, só que... não tenho expectativas para essas amizades.

Sentamo-nos na areia, longe dos outros e em frente à imensidão de água. O som das ondas quebrando sobrepôs o barulho vindo do outro evento. Uma brisa fria fazia cócegas no meu pescoço exposto, e nos braços de Jongin também.

— Por quê? Você é maravilhoso, e qualquer um deveria valorizar o tempo que eles têm contigo, Soo. — Jongin declarou, ainda me fitando fixa e suavemente nos olhos, enquanto puxava seus joelhos para mais perto do corpo com o objetivo de se aquecer.

Alguns segundos depois, posicionou sua mão sobre a minha, que estava na areia. Jongin guiou meu dedo indicador pelo solo e, assim, desenhou um coração entre nós dois. Era simples e com algumas falhas porque ele (talvez eu) estava tremendo, tanto por nervosismo quanto frio. Nossa distância e a ilustração eram grandes o suficiente para que ele escrevesse as nossas iniciais: “J” e “K”, respectivamente. Eu não pude deixar de sorrir quando vi, nem controlar o quão rápido meu coração batia. Jongin estava com um imenso sorriso a ponto de seus olhos formarem duas luas crescentes, totalmente ligado à mim e somente à mim.

— Esse coração que eu desenhei com sua mão, b-basicamente, demonstra a gente. — começou Jongin, entrelaçando nossos dedos — Dá para perceber que eu borrei um pouco no meu lado do coração, não é? Foi... d-digamos... proposital. Por meio disso, eu quis dizer que meus sentimentos sempre entram em turbulência quando você está por perto. Geralmente, eu até consigo a-articular bem o que minha mente quer dizer, mas não o meu coração. Agora é uma daquelas horas em que ou falo tudo ou adio, porém a última opção já está fora de cogitação. Já perdi muito tempo.

Jongin tirou um tempo para respirar e se acalmar. Desenlaçou nossas mãos e segurou meu rosto entre as suas antes de prosseguir.

— Sabe por que não desenhei sozinho? Porque esse sentimento é recíproco: eu e você temos a mesma vontade de começar uma relação; eu e você nos gostamos muito. Eu tenho certeza! Nós... construímos isso juntos, peguei seu ritmo e continuo nele. Na verdade, o seu ritmo é o meu e o meu é o seu, entende? — eu assenti com um riso quieto — Para ser mais sincero ainda, eu sou muito mais feliz ao seu lado, apesar de eu parecer uma bagunça toda hora. Parece que todas as estações estão brigando dentro de mim.

— Porque você é todas as estações — concluí.

— Exato. A primavera quer que eu seja divertido e bonito, o verão quer que eu seja caloroso e tenha atitude, o outono quer que eu seja calmo e morno, o inverno quer que seja melancólico e frio. São características preconcebidas que eu espero não seguir. Entretanto, se isso acontecer, vou continuar sendo a sua primavera de todas as estações. Por mais que o clima, humor ou jeito mudem, ainda vou ter uma parte reservada só para você. Não só para o seu bem, mas também para o meu, pois não tem como te fazer bem se eu não me sinto bem e vice-versa.

— Eu quero que você saiba que eu estou disposto a ser a rosa vermelha em meio a todas as rosas negras, a chuva depois de anos de escassez, um fenômeno maravilhoso em comparação a tantos outros desastres. Eu espero ser a primavera que você tanto gosta e admira. Aquela que te dá uma paz imensurável e te deixa esperançoso, mas que cumpre todas essas esperanças. Não, não estou prometendo demais. Estou apenas contando o que quero fazer nesse momento e, se possível, sempre. — Jongin concluiu, respirando aliviado como se tirasse um grande peso do peito.

Eu e Jongin ficamos cara a cara. Eu estava tentando processar o mar de palavras que acabava de sair da boca do homem à minha frente e ele esperava uma resposta. Tudo o que ele disse para mim me reconfortou, mas me preocupou ainda mais ao pensar que ele guardava muito para si mesmo. A primeira coisa que pensei em fazer foi pular em seus braços e foi isso que eu fiz. Enlacei meus braços em volta de seu pescoço e puxei-o para perto. Eu perderia mais nenhum minuto parado. A respiração de Jongin acariciava minha, como o vento calmo da primavera que conforta todas as angustias. Naquele momento, porém, eu queria ser a zona de conforto dele.

— Você não tem ideia do quão contente estou agora — eu disse, apertando o abraço pela milésima vez — Eu estou sem palavras, sabe? É assim que as pessoas se sentem quando encontram um amor recíproco! Achei que nunca fosse descobrir. Meu Deus, eu vou explodir — fechei meus olhos e parei um pouco para respirar fundo — Jongin, o dia em que eu te vi no parque pela primeira vez é, definitivamente, um dos meus favoritos. Eu estou tão... feliz! Muito obrigado por ter me deixado entrar na sua vida, ainda mais depois duma queda daquelas. — rimos juntos — Muito, muito obrigada. Se você quiser me contar o que está sentindo, mesmo que seja difícil arrumar as palavras certas, você pode. Eu estou aqui para te escutar e ser recíproco com você.

— Bem... Estou sentindo algo agora. Posso te contar? — questionou Jongin, soltando-se do meu enlace.

— Sim, claro. Sinta-se livre.

— Eu estou sentindo uma imensa vontade de te beijar, se você me permite. — ele admitiu, chegando perto e mirando meus lábios. Fiz que sim com a cabeça e Jongin fechou o espaço que nos separava.

Começou com um encontro simples. Afastou-se um pouco e suas mãos se posicionaram suavemente em meu rosto, olhando em meus olhos antes de prosseguir. Outro selo e depois mais um. Jongin começou a brincar com meu lábio inferior; acabei por retribuir. O vento gelado que era soprado sobre nós fazia com que nos aproximássemos mais ainda.

Separamo-nos novamente. Jongin me deitou calmamente na areia, ainda mantendo nossos rostos próximos. Assim que fiquei totalmente encostado no solo, coloquei minhas mãos em seu pescoço para que eu pudesse iniciar o beijo. O nosso primeiro encontro me alertou, mas continuei e me acostumei com seus lábios e língua. Sua boca ainda tinha o gosto do suco de morango e eu buscava mais ainda por ele.

Paramos quando escutei passos e vozes familiares vindo em nossa direção. Jongin caiu ao meu lado, rindo baixo. Claro, Jongdae e Junmyeon ficaram preocupados e saíram da festa para nos procurar.

— Caramba, Dae. Eu disse para a gente não vir. — reclamou Junmyeon.

— Sh! Se você continuar falando, eles vão perceber.

— Perceber o que? Que você é um tarado?

— Eu já disse que eu não sou louco! Só quero ver meu amigo finalmente se dando bem.

— Jongdae, desiste — resolvi gritar para atiçá-lo, enquanto levantava-me e tirava a areia que ficou em minhas roupas e cabelo. Jongin fez o mesmo — Você é nada discreto.

— Já que quebrei o clima, voltem para a festa. Prometi à sua mãe que te vigiaria — ditou Jongdae, num tom de zombaria que me fez revirar os olhos.

Voltamos abraçados para a festa e corremos para onde os convidados estavam dançando e nos juntamos a eles. Nossos movimentos eram bagunçados e lentos, tentando seguir o ritmo. A música que tocava era mais uma sobre amores de verão — summer love — e cantávamos com ela, mesmo que não definisse nossa relação.

Nosso amor não era algo passageiro, algo somente de uma época. Era um sentimento que nos acompanharia em todas as circunstâncias. Estávamos no início, mas já sabíamos disso.

Sempre soubemos.


Notas Finais


Primeiramente, desculpas pelo atrasado. Eu não consegui ter inspiração para escrever até ontem T-T, mas agora eu consegui então é isso que vale. Jongin e Kyungsoo finalmente avançaram, hehe. Espero que tenham gostado do capítulo e vou tentar não demorar com o próximo ^^


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