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História Cherry Boy - Outono


Escrita por: danibby

Notas do Autor


Happy Kaisoo Day! Boa leitura!

Capítulo 5 - Outono


Fanfic / Fanfiction Cherry Boy - Outono

A luz que entrava através do tecido da cortina me manteve na cama por um bom tempo naquela manhã. Em poucas semanas, o clima passou a ficar mais gelado e o sol passou a aparecer somente de vez em quando. Os raios dele não chegavam fortes o suficiente para incomodar, pois eram bloqueados pelas imensas nuvens no céu. O friozinho era bem-vindo, apesar dele me prender nos lençóis e me impedir de cumprir minha rotina. Lá estava o outono.

Felizmente, era sábado. Eu poderia ficar parado o dia inteiro sozinho, mas eu preferia ter companhia. Em especial, a do Jongin. Combinamos de nos encontrar no parque depois do almoço para darmos uma volta e passarmos um tempo juntos. Ambos ficamos ocupados com a semana de provas, não estudávamos no mesmo local, principalmente porque Jongdae me obrigava a ensinar toda a matéria para ele na véspera de cada exame, e acabamos não nos vendo.

Depois daquele dia na praia, decidimos estabelecer nossa relação como um namoro. Não houve exatamente um pedido, nem "sim" ou "não", pois nossas palavras e ações deixaram claro o interesse mútuo de manter uma união.

Ainda não era nem dez horas da manhã quando me lembrei do encontro. Levantei-me rapidamente e fiz minha higiene matinal. Faltavam muitas horas para que eu fosse, finalmente, ver meu namorado, porém estava com medo de dormir demais e perder o horário, como aconteceu uma vez. Tive a sorte de Jongin ter contado com a possibilidade de eu ter dormido muito tarde e não ter conseguido acordar, pois ele foi ao meu apartamento com vários DVDs de filmes cômicos e alguns doces e salgados que nós gostávamos muito. Passando aquele dia inteiro juntos e abraçados no sofá.

Enquanto escovava os dentes, abri as cortinas e observei a minha quadra. O movimento não era muito, somente pessoas andando com seus animais de estimação e um moço vendendo pipoca. O céu estava nublado e ajudava no toque melancólico das árvores desnudas e suas folhas caídas pelo chão, indicando a mudança drástica que estava por vir. Eu não arriscaria em dizer que choveria, porque o clima estava assim há dias, talvez semanas. Tirei minha atenção da janela ao ouvir um som de notificação vindo do meu celular, que estava no banheiro e optei por voltar lá.

Terminei de me arrumar e desbloqueei a tela do aparelho. Era uma mensagem de Jongin, dizendo "bom dia" com alguns emojis fofos, que me lembravam bastante dele. Respondi à altura, também usando os rostinhos especiais. Por algum motivo, eu gostava dessa mania adorável, mas eu me sentiria estranho se fosse assim com outra pessoa.

Outra coisa que ele adorava fazer era mandar fotos toda vez que fazia algo que ele mesmo considerasse importante. Naquela manhã, mandou a imagem dele fazendo sua melhor cara de tristeza, junto com as lágrimas exageradas do efeito de choro, seu favorito no aplicativo de mensagens, com a legenda "sinto sua falta". Decidi mandar uma com um efeito que me representava quando Jongin fazia qualquer coisa: um olhar bobo com formato de corações e uma flecha do cupido acertando meu coração.

Nossas conversas eram minhas favoritas.

Meu celular vibrou novamente, porém agora era Junmyeon me convidando para uma festa de Halloween. Ele repetiu, pelo menos, três vezes que era um evento extremamente pequeno e que meu namorado já estava convidado. Fez questão até de ameaçar bater em quem não fosse fantasiado. O único alívio foi saber que seria em duas semanas, ou seja, um tempo razoável para pensar em algo.

Mais três horas e a ansiedade permanecia crescendo. Minha distração foi pensar em uma fantasia e me perguntar o que Jongin vestiria.

[]

A hora do almoço passou e me arrumei rapidamente para ir ao parque. Fui preparado para um pouco do frio do outono: vesti uma camisa cinza de mangas longas e gola alta, uma jaqueta jeans relativamente grossa, calça jeans e sapatos fechados. Se fizesse mais frio do que esperava, seria até estranho, mas o tempo não é tão previsível como eu gostaria que fosse.

Fui o primeiro a chegar no nosso ponto de encontro, que era a cerejeira. Sentei-me debaixo da árvore, lembrando de como Jongin ficava bonito lá. A memória dele lendo naquele mesmo lugar me deixava bastante contente e era muito especial para mim, assim como ele. Ainda bem que corri atrás dele.

Jongin apareceu um pouco depois. Posicionou-se ao meu lado, deitou a cabeça em meu ombro e segurou minha mão.

— Oi para você também — brinquei. Comecei a fazer cafuné nele, que se movia em direção ao carinho. Dessa vez, o cabelo de Jongin estava em seu tom natural: preto. Ele disse que tinha cansado dos tons chamativos de antes, mas que provavelmente pintaria de novo depois. Ficaria magnífico de qualquer jeito.

— Acabei de te apresentar à minha nova forma de dizer "oi" — anunciou, saindo do meu contato para deitar na grama com a cabeça no meu colo. — Eu também tenho outra, só que preciso que você chegue mais perto.

Aproximei-me de Jongin, como pedido, e ele se levantou um pouco com a ajuda dos cotovelos. Em poucos instantes, descobri que a tal "outra nova forma de dizer oi" era um beijo. Foi bem rápido, porém me fez perceber que sentia falta daqueles lábios nos meus. Ambos voltamos para a antiga posição e continuei brincando com as mechas de seu cabelo.

— É um ótimo jeito de se dizer "oi", não é?

— É bom eu ser a única pessoa que recebe esse tipo de "oi". — comentei com um tom sério, mas divertido, ganhando uma risada como resposta.

— Não se preocupe. Você é o único — Jongin deu um beijo em minha bochecha e ficou de pé logo em seguida. Depois estendeu sua mão para me ajudar a levantar e assim fiz.

Começamos a andar pelo parque como de costume. Éramos acompanhados do som "crocante" das folhas caídas no chão, que eram esmagadas pelos passos. O barulho me dava uma sensação estranha e, logo, tentei andar por onde tinha menos folhas o possível.

O vento que soprava não era muito forte, mas, ainda sim, gelado, fazendo com que eu estremecesse e tentasse esquentar minha mãos ao enfiá-las no bolso. Infelizmente, foi uma manobra falha.

Jongin percebeu minha dificuldade. Ele segurou minhas mãos entre as suas quentes e colocou uma delas junto à dele dentro do bolso do sobretudo marrom que ele vestia. Apoiei minha cabeça em seu ombro, em busca de mais contato aconchegante. Mesmo que a calidez do Sol tivesse dado uma trégua, a pessoa ao meu lado era capaz de me dar o calor que faltava.

— Já escolheu sua fantasia para a festa do Junmyeon? — perguntou, massageando minha mão.

— Aceito sugestões, mas ir de punk é o mais acessível para mim. E você?

— Hm... É surpresa.

— Isso não é justo. Eu contei e agora você tem que fazer o mesmo.

— Tenho não, a gente fez acordo nenhum. — deu um sorriso vitorioso. — Mas vou te dar uma dica: a roupa não tem muito a ver comigo, mas você vai gostar.

Decidi não forçar muito. Jongin era muito cabeça dura nessas horas e nunca me contaria, pois gostava de fazer surpresas. Sempre boas.

Fomos até uma barraca de flores, onde Jongin insistiu em comprar 3 rosas: uma branca, uma cor-de-rosa e outra vermelha. Assim que saímos de lá, paramos no meio do parque e ele me entregou a flor de cor rubra. Disse que, se os sentimentos dele por mim se juntassem em uma única rosa, seria aquela. Aceitei-a com o maior carinho possível, tomei cuidado para não me machucar com seus espinhos e manter a beleza dela.

Em seguida, Jongin me levou ao apartamento dele, que, assim como o meu, era bem perto do parque. O lugar era aconchegante, apesar de pequeno. Aconchegante, mas muito bagunçado. No cabideiro, estava um amontoado de casacos (todos dele). Livros da faculdade estavam sobre a mesa de centro da sala. Claro, não era minha primeira vez ali, porém estava pior que antes. Culpei a época de provas.

O quarto de Jongin estava organizado em comparação com a sala. Assim que ele pareceu lembrar que sua cama estava desarrumada, correu para arrumá-la, fazendo-me rir um pouco. O melhor era que tudo ali gritava "Jongin". As fotos coladas de forma aleatória pela parede, a estante cheia de livros, o perfume daquele quarto... tudo remetia a ele.

— Eu juro que tenho vontade de arrumar minha casa, mas sou muito preguiçoso para isso — comentou, virando-se para mim depois de vestir a cama com os lençóis.

— Sei... — eu disse enquanto coçava minha nuca. — Jongin, eu preciso de algum lugar para colocar a flor.

— Ah, sim. Eu deixei um vaso com água na cozinha. Você pode pegar lá? Por favor.

Assenti. Assim que saí, pude ouvir Jongin se movendo rapidamente para pegar algo. Quando cheguei na cozinha, escutei barulhos de fita adesiva e perguntei-me o que ele estava aprontando. Puxei o vaso de vidro para o centro do balcão para evitar que ele quebrasse e coloquei a rosa dentro. 

Voltei para o quarto um tempinho depois, porque insisti em observar os detalhes daquela flor. Ela não ficaria bonita para sempre, mas, por ser um presente de Jongin, eu me esforçaria para cuidar dela. O moreno estava deitado na cama, fitando a parede, que agora estava decorada com as flores que ele comprara no parque. Virou-se ao perceber minha presença e estendeu uma câmera instantânea.

— Vamos tirar fotos! — sorriu.

A primeira foto foi dele com a decoração improvisada no fundo. Ele segurava uma das flores e olhava para a câmera com uma de suas expressões indecifráveis. Considerando que eu ficaria com aquele polaroide, Jongin decidiu me fotografar para que ele também tivesse um meu. Sentei-me na cama dele e encostei minha cabeça na parede. Jongin disse que o meu olhar naquela imagem era igual ao que eu usava para encará-lo no parque. Esse comentário fez eu querer me esconder, porém ele me abraçou antes que pudesse.

As outras duas fotos tinham eu e Jongin nos beijando. A diferença entre elas era que minha mão estava no pescoço dele em uma delas. Tiramos várias outras juntos. Ver nossos momentos me deixou extremamente contente. Entretanto, nada conseguia ser melhor do que ter vivido aquilo. Incrível como tudo passava rápido demais e, um segundo depois, já sentia falta.

Decidi escrever, na parte branca da primeira foto que tirei do Jongin, a frase "falling for you just like leaves during autumn", ou seja, "caindo por você assim como as folhas durante o outono". Quando ele leu tais palavras, deu um de seus imensos sorrisos que sempre me deixavam quente por dentro e me faziam sorrir junto. 

Deitamos na cama, aproveitando a presença um do outro. Um beijo aqui, outro ali. Cada um deixava uma memória boa para mim e para ele. Aqueles toques que eu nunca esqueceria e que poderiam ser sentidos até se Jongin estivesse longe. Eu ficaria em seus braços pela eternidade se eu pudesse.

— Eu senti muito a sua falta nessa última semana.— sussurrei.— Espero que a gente não fique mais separado. Saudades dói.

— Também espero, Soo— deu um beijo na minha bochecha. — Te amo demais para ficar muito longe, sabe?

— Também te amo demais para ficar longe.

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O dia da festa de Halloween finalmente chegara e, assim, Jongdae já estava na minha casa para que eu o ajudasse com os detalhes de sua fantasia. 

Meu amigo estava vestido com uma camisa branca e jeans pretos. Quando ele chegou, o tecido alvo ainda estava intacto e limpo, porém tive que rasgá-lo um pouco do lado esquerdo do peito para colar metade da flecha no buraco e jogar um pouco de tinta vermelha em volta para fingir que era sangue. Uma vítima do cupido, Jongdae disse. Para mim parecia mais uma vítima de homicídio... foi o melhor que eu pude fazer por ele.

— Por que você escolheu isso, mesmo?— perguntei, enquanto espalhava um pouco mais de tinta pela camisa dele. Minhas palmas já estavam todas manchadas e fiz questão de manchar as dele também para parecer que tocou no machucado.

— Ouvi dizer que Junmyeon vai se vestir de cupido, então eu resolvi ir combinando — respondeu, orgulhosamente. — Não posso perder a oportunidade de conquistá-lo.

— Ah... Não faz sentido, mas enfim. Você já tenta fazer isso todo dia sem falta. — suspirei.

— Um dia ele vai ceder aos meus encantos. Eu consigo ver. 

— Eu ficaria assustado no lugar dele...

— Assustado porque eu demonstro que gosto dele todo dia? — riu, parecia chateado. — Junmyeon já disse que gosta de mim, caso você não lembre.

— Como não lembrar? Você ficou tão feliz que quase estourou meus tímpanos com os seus gritos pelo telefone. — estremeci um pouco com a memória. — Mas... Por que vocês ainda não namoram?

— Ele quer esperar um pouco ainda para começar algo sério, o que para mim está tudo bem. Ter certeza de que o "terreno" é seguro é bem importante... — deu um sorriso, satisfeito. — Por isso, a missão de conquistá-lo todo dia ainda está em ação. Na verdade, vai estar sempre em ação. Não posso parar.

Assim que terminei os detalhes da roupa de Jongdae, fui vestir a minha, que era uma calça com estampa vermelha de xadrez, jaqueta preta de couro com spikes e uma blusa preta com palavras aleatórias como estampa. Havia pequenas correntes presas em volta da calça. Para minha infelicidade, elas faziam um barulho metálico enquanto eu andava. O coturno, que eu não usava há meses, não apertava muito meu pé, por sorte. 

Dei só uma bagunçada no cabelo, pois não queria (e nem conseguiria) fazer um moicano. Fiz um traço que ia da minha pálpebra até a abaixo dos cílios no meu olho esquerdo, parecendo uma daquelas maquiagens de palhaços, mas a roupa ajudava a dar outro ar para o desenho. Tive a péssima ideia de usar um alfinete como brinco. Na verdade, a única parte ruim foi abrir novamente o furo que eu tinha, porque ficou até estranhamente... charmoso? O último acessório que coloquei foi um piercing preto falso na boca. Eu me sentia pesado com tantos objetos no meu corpo.

A reação que ganhei de Jongdae foi uma cara do tipo "você só pode estar brincando comigo". Decidi levar como um elogio. 

Quando chegamos na casa de Junmyeon, Jongin já estava lá. Ambos estavam conversando no espaço que meu amigo separou para a festa: o jardim. Ele decorou a área perto do balanço com algodão e colocou uma mesa e poucas cadeiras, considerando que ele chamou somente eu, Jongdae e Jongin. Ele não estava brincando quando disse que seria um evento pequeno. Como luzes ligadas tirariam o clima do Halloween, velas acessas foram postas sobre a mesa. 

Junmyeon, como previsto, estava fantasiado de cupido. Bem, era uma versão mais moderna, pois não tinha asas, nem usava uma fralda. Seu cabelo estava avermelhado. Vestia uma calça jeans e uma blusa rosa. Nas costas, levava um arco e algumas flechas. Jongdae não parava de olhar para ele.

Jongin também parecia não conseguir parar de me encarar. O moreno estava envolvido em um tecido branco sem costura, como se fosse um vestido longo e largo, que estava preso por alguns nós e um broche. Em sua cabeça pousava uma coroa de louros. Sua roupa expunha alguns de seus músculos e sua pele beijada pelo sol, que eu também queria beijar. E Jongin ainda disse que aquela fantasia não tinha muito a ver com ele... estava totalmente enganado. Eu definitivamente não conseguiria tirar os olhos desse deus grego.

Sentei ao lado dele no balanço, assim que Junmyeon se levantou para falar com Jongdae. Fazia muito frio naquela hora e Jongin estava tremendo um pouco, então o abracei para tentar esquentá-lo.   

— Eu usaria esse resto de lençol, que estou vestindo, para me cobrir, mas... Você sabe. — contou Jongin, rindo da situação. Dei minha jaqueta de couro para ele vestir. Naquele momento, ele era um deus grego de jaqueta mais maravilhoso que já havia visto.

Depois de um tempo, reparei que ele estava fissurado no piercing falso preso no meu lábio inferior. Enquanto eu comentava sobre o tanto que a abóbora esculpida, que estava sobre a mesa, podia pegar fogo a qualquer momento, Jongin olhava fixamente para minha boca. Parecia nem piscar. Uma hora, tive que perguntar se ele estava bem. Entretanto, a resposta foi, basicamente, ele ter levado a própria mão para tocar o metal. Em seguida, contornou meu lábios com o dedo e levantou meu queixo para, finalmente, fechar a distância entre nossas bocas. Nossos lábios se moviam lentamente, mandando arrepios por todo meu corpo. Logo, sua mão se moveu para meu pescoço. As minhas apertavam o tecido que cobria seu corpo, puxando-o mais para perto. Ele passou a língua pelo piercing antes de aprofundar a ligação. Rezei para que o metal não saísse durante o beijo.

Jongin foi quem interrompeu o beijo porque eu acabei puxando tanto, sem querer, sua roupa que a parte de cima do seu corpo ficou exposta. Fiquei tão triste comigo mesmo por um momento.

Enquanto ele prendia tudo de novo, decidi ver a missão de Jongdae, na qual ele conquistaria Junmyeon sendo vítima do cupido. Parecia estar funcionando. O primeiro fazia caras dramáticas e seguia um enredo mentalizado antes. Já o segundo, sorria e entrava na brincadeira. Estavam fazendo um mini teatro, num mundo somente deles. 

— Ó, cupido! Por favor, deixe-me te amar! — exclamou Jongdae, como se estivesse com dor.

— Entenda que esse é um amor impossível, querido Jongdae. — retrucou Junmyeon, engrossando sua voz que já era grossa. — Eu, um deus de vida eterna, não posso me comprometer com alguém que morrerá e deixará marcas em meu coração, fazendo-me sofrer tanto. Ó, entenda-me.

— Dê uma chance ao nosso amor. Eu imploro. Farei de ti o homem mais feliz do universo enquanto eu estiver vivo e, até mesmo, depois de morrer. Estou disposto a dedicar todo meu tempo e toda minha vida contigo. É impossível existir algo maior que meu amor e respeito por você.— terminou a cena e puxou Junmyeon, que começara a chorar, para um abraço apertado. Tudo aquilo teve um quê de realidade. Jongdae conseguiu expôr o que sentia novamente. Missão cumprida.

Estúpido cupido, eu disse para mim mesmo, obrigado por juntar esses dois.

Alguns minutos depois, ficamos todos em volta das velas. Começamos a trocar histórias agoniantes. Ninguém, exceto Jongin, parecia se sentir afetado por elas. Estamos em um dos últimos rounds e ele ainda apertava minha mão. Os contos giravam em torno de insetos, tabuleiros de ouija, paródias de lendas urbanas e histórias inventadas, nas quais Jongdae fazia questão de dizer que eram inspiradas em fatos reais. 

— Isso mesmo, Jongin. Era um grupo como o nosso. O bonitão, o punk, o romântico incorrigível e o dramático.— Jongdae pediu desculpas em um tom baixo para Junmyeon. — Em volta de uma mesa, contando histórias de terror... Quando, de repente... — Jongdae sopra as velas e espera alguns segundos. Sinto Jongin apertando ainda mais minha mão. — Tudo se apaga para eles e a única coisa que escutam são gemidos de uma criatura não identificada que tira o coração de cada um. Cada um por vez. Os que permaneceram vivos para contar a história foram perseguidos um a um... E quem a repassa é amaldiçoado. — Mais uma pausa de efeito e ele liga a lanterna do celular, apontando para si mesmo. Dessa vez, alguns barulhos começaram a aparecer e também senti certo medo. Jongdae fez uma cara assustada. — Estão escutando isso? Ela está vindo.

Jongdae deixou o celular cair e acabou sumindo na escuridão. Jongin o chamou, mas não houve resposta. No outro segundo, uma risada maligna foi escutada, junto do som de uma faca sendo afiada. O moreno estremeceu e encolheu-se com o barulho. Quando Jongdae apareceu de novo, a flecha que estava pregada em seu peito havia ido embora. Estava com a mão vermelha e algo mais vermelho ainda na mão. As manchas de tinta deixadas na camisa anteriormente aprimoraram a visão. Pouco depois, algo com uma face totalmente deformada apareceu atrás de Jongdae e puxou-o novamente para a escuridão. Com isso, Jongin ficou desesperado, levantou-se e tentou correr para dentro da casa, mas tropeçou na lanterna que iluminava a cena.

Eu, realmente, deveria ter contado a ele sobre a mania que Jongdae e Junmyeon tinham de assustar os convidados na festa de Halloween. 

— Onde estão nossos aplausos?— ouvi Jongdae de longe.

— Só acho que o Jongin gostou nada da história. — comentou Junmyeon, tirando a máscara deformada. — Fomos muito bem.

Eles combinaram toda a trama anteriormente. Com certeza, Jongdae não deixaria sujarem a blusa dele em vão. Ele me enganou direitinho.

Permanecemos em silêncio por um bom tempo. Jongin ainda estava caído na grama, provavelmente recuperando-se do susto. O único indício de que ele estava ali era o som da respiração contra o solo.

— Soo...

— Sim, Nini?

— Posso dormir com você hoje? — perguntou com uma voz manhosa e irresistível. — Acho que vou ter pesadelos...

— Claro... — escutei as risadas de Junmyeon e Jongdae.— Vai ficar tudo bem. Por favor, levanta dessa grama. Já passou, era brincadeira.

Jongin levantou-se e sentou-se ao meu lado de novo. Apoiou a cabeça no meu ombro e comecei a afagar seus cabelos, tirando um pouco da grama que prendera neles. A expressão frustrada dele era muito fofa. Tão adorável que me deu vontade de protegê-lo.

Aquela ainda seria uma longa noite. Principalmente, por causa de um casal tão peculiar, como Junmyeon e Jongdae. Ou alguém meio medroso, como o Jongin. Apesar de tudo, eu os adorava profundamente. Tudo valia a pena com eles.


Notas Finais


Estamos quase na reta final T-T levei um século pra escrever esse capítulo gigante (será q eu deveria ter dividido??). Finalmente mostrei um pouco mais de suchen, eles são um casal bem... Peculiar kkkkkk.
Novamente, Happy Kaisoo Day! Obrigada pela leitura e até a próxima ~


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