Mary Matthews Ponto de Vida:
Há muito tempo, minha família não se sentava toda a mesa, para realizar uma refeição e conversar sobre nosso dia. Hoje, esse milagre aconteceu, mesmo minha mãe me estando de mal humor e Mike nem encostando na comida. Meu pai e eu, faziamos de tudo para animar os dois. Nossas mais diferentes piadas pareciam deixar o ambiente mais pesado ainda.
- Com licença, vou me retirar. - minha mãe disse se levantando da mesa.
- Querida, nunca temos um tempo em família, fique mais um pouco. - meu pai sempre calmo, pediu.
- Desculpe, mas eu estou cansada, o dia foi muito cheio. - ela diz seca.
Ela sai, deixa meu pai com uma expressão tristonha. Mike ainda não tinha tocado na comida.
- O que está acontecendo com a nossa família? - meu pai reclama.
- Mike, porque não tocou na comida? - pergunto para o meu irmão.
- Não estou com fome.
- Finjo que acredito, pode falar a verdade.
- Estou muito cansado também. - diz,fingindo do assusto e se levanta, saindo da sala de jantar.
Olho para meu pai, que tinha expressão confusa, porém preocupada.
- Vou conversar com ele. - digo o aliviando e saindo da mesa, seguindo o caminho de Mike.
Achei meu irmão sentando na sala de visitas, o lugar estava escuro. Acendo o pequeno abajur perto de sofá e sento ao seu lado.
- Mike! - o chamo e ele continua a fitar o nada. - Você está tão quieto ultimamente.
- Não tenho nada para falar.
- Parece que o mal humor da mamãe passou para você. - reclamo.
- Nunca que eu serei igual a ela.
- Está sendo, Mike. Para de graça, eu sei que seu problema é ela. O que ela fez?
- Você quer dizer o que ela sempre faz, que é estragar minha vida.
- Mais o que exatamente ela está fazendo? - pergunto, mesmo parecendo chata, mas eu sabia que ele precisava de alguém para conversar.
- Ela quer mandar na minha vida, nas minhas escolhas.
- Diga para ela parar. - tento parecer ser a resposta mais óbvia.
- Como se eu já não tivesse falado. - ele fala desanimado.
- Vou contar para o papai. - afirmo levantando.
- NÃO!!!- ele grita - ela corta meu pescoço, literalmente.
- E você vai continuar sofrendo?
- Vou continuar jogando o jogo dela, até achar um modo de ganha-lo.
Nego com a cabeça e saio da sala.
Mike Matthews Ponto de Vista:
Todo pequeno momento que tenho sozinho e em silêncio, eu uso para tentar encontrar um plano perfeito, para me livrar das garras da minha mãe. Para Mary, é muito mais fácil, ela está sob a proteção do meu pai. Mas, eu estou aqui, desprotegido.
Flashback On:
- Pronto, você está a salvo! - meu pai comemorava, enquanto me deitava em minha cama. Mary sorria com o feito, depois de me convencerem que voltar para a casa era melhor. Mas, no fundo eu sabia que morar na Nova Zelândia era a melhor opção, pois era a milhares de quilômetros de Chicago.
- Meu querido filho, que bom que está de volta! - Minha mãe entra em meu quarto. Como ela podia ser tão falsa, pois há dias atrás estava me ameaçando e agora está sendo a mãe simpática.
- Podíamos fazer uma festa. - meu pai brinca.
- Não, ele precisa descansar. - Rhea o repreende - Aliás, vamos deixa-lo fazer isso agora.
Meu pai e Mary saem do quarto, porém minha mãe fica.
- Agora que você voltou, presta atenção nas minhas regras. Você vai virar vice-presidente da empresa e se casar com uma garota rica e influente.
- Só se for em seus sonhos.
- Esse é meu sonho, e vai se tornar realidade em breve.
- Você é louca, precisa visitar um médico. - ela ri esteticamente da minha frase e depois se levanta indo em direção a porta.
- Vou contar tudo ao meu pai ,sobre quem você realmente é. - ameaço.
- Pode saber que no exato momento que você fazer isso, eu vou fazer você se arrepender. - diz e sai do quarto.
Flashback Off.
Tentando encontrar uma fraqueza em minha mãe, pode gastar-se dias ou até meses pesquisando toda sua vida.
Mas, prestando atenção nos detalhes mais inúteis, é que se pode encontrar coisas muito importantes, talvez até descobrir coisas.
E subindo indo em direção ao quarto dos meus pais, ainda continuava matutando coisas.
Meu pai e Mary ainda estava na sala de jantar, o que me daria a chance de falar com Rhea sem nenhum problema.
A mulher estava em seu quarto, lendo um livro.
- É tão interessante como os detalhes são tão importantes. - digo entrando no quarto, e ela olha para mim confusa.
Me sento na poltrona que ficava em frente a ela, enquanto a mesme me seguia com o olhar.
- O que você quer dizer com isso? - ela pergunta.
- Que eu finalmente descobri seu ponto fraco. - digo confiante e ela ri.
- Me fala qual é? - ela me olha desafiadora.
- Mary. - digo e ela me olha assustada - Mary não é sua filha, por isso você quer que eu me torne vice-presidente da empresa, o que consequentemente me tornará herdeiro da maior parte dela, que daria a você grandes benefícios, já que é minha mãe. Mas, como Mary é mais interessada do que eu, faria dela a herdeira principal. Você tem ciumes de Mary, pois o papai só tem olhos para ela.
Termino de falar e minha mãe me encarava sem expressão nítida.
- Me desculpe, mãe, mas eu não vou me deixar ser uma peça no seu jogo e atrapalhar o meu futuro,juntamente com o de Mary, que aliás continua sendo minha irmã e eu amo ela. - chego em uma conclusão e vejo minha mãe chorando.
- Eu só quero seu bem. - ela dizia entre soluços.
- Então, por favor, me deixe fazer minhas próprias escolhas e Mary ser feliz, ela também merece. Nada é culpa dela.
- Se você tivesse na minha pele, iria culpa-la.
- Ela não merece ser odiada, você está apenas vendo a mãe dela.
- Mary se parece mesmo com a mãe.
- Onde ela está? - pergunto.
- Ela morreu. - responde.
Por um momento passou pela minha cabeça um idéia um tanto perturbada, mas minha percebeu isso e com rapidez explica.
- Eu não matei ela. A mulher morreu no parto, então Lar nomeou sua irmã com o nome da mãe.
Pela primeira vez, conversamos de igual para igual e eu compreendia o lado dela.
- Quando seu pai a trouxe para casa, disse que tinha adotado a pequena do de um orfanato, mesmo achando estranho o fato da menina ter alguns dias de vida. Depois de uns anos, eu percebi o quão parecida ela era a você, e então eu fui atrás de informações e descobri a verdade, porém seu pai não sabe da minha descoberta.
- E Mary?
- Coitada da garota, acha que eu sou mãe dela.
- Você é, você cuidou dela desde que ela chegou aqui. - Afirmo e minha mãe parece refletir no caso.
- Eu vou continuar a cuidar da garota, ela acha que eu sou mãe dela.
De repente, Mary entra no quarto. Minha mãe leva um susto e eu consigo disfarçar.
- Olá. - Mary diz confusa.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.