1. Spirit Fanfics >
  2. Chiisana Honoo. >
  3. 00. Apple Pie.

História Chiisana Honoo. - 00. Apple Pie.


Escrita por: Lunalei

Notas do Autor


Olá! Tudo bem? Sejam bem vindos à história.

Os capítulos serão atualizados uma vez por semana, se trata de um drama (muitas tristezas e pá) e eu espero que gostem da Namie.

Enfim, aqui vamos nós.

Capítulo 1 - 00. Apple Pie.


Fanfic / Fanfiction Chiisana Honoo. - 00. Apple Pie.

× chiisana honoo

00. APPLE PIE. 


Na época em que todos em Wammy's House tinham um codinome, chamavam-na de Apple pie.

Ela era minúscula, e observava tudo como a criança que era, não era do tipo falante, mas tinha uma coisa estranha nela.

Ela tinha aquele olhar positivo, aquele olhar que não importava o quanto você tentasse chateá-la para tirar, nunca saía. Ela também sorria muito, sorria ao responder um "bom dia", sorria enquanto comia, sorria enquanto estudava, sorria enquanto andava.

Apple pie era a mais estranha das crianças em Wammy's House.

L a conheceu usando um alias, "Masumi", ele pediu para que ela chamasse e esta não o questionou mais. Apenas sorriu — como sempre — e depois perguntou se ele gostava de torta de morango. Não era comum ver uma criança usando a cozinha do orfanato, já que a maioria estava se preocupando com suas próprias peculiaridades e oportunidade de adquirir mais conhecimento, Apple pie no entanto não parecia muito interessada em competir ou crescer intelectualmente.

Foi o próprio Roger que a trouxe, o fez se questionar qual era a habilidade dela, por que não parecia mais que outra criança normal brincando de casinha quando colocava glacê em cima da torta.

Depois de servi-lo, tirou o avental que parecia três vezes maior que ela, e saiu sem dizer mais nenhuma palavra. Apenas sorriu para ele, e foi para fora da cozinha com passos lentos.

L era considerado o segundo melhor detetive do mundo naquela época, não foi difícil saber o talento especial que trouxe Apple pie para Wammy's House.

Suas habilidades dedutivas eram usadas de uma maneira interessante, intrigante até. Ela traçava perfis, apenas lendo sobre alguém ou com poucas informações sobre o indivíduo conseguia se colocar no lugar deste, ela falava como se fosse a própria pessoa, falava sua idade, aparência física, condição financeira.

Vendo-o de longe parecia mais como uma especulação, mas ela foi extremamente precisa nos dois casos que o ajudou a desvendar.

Era impressionante vê-la trabalhar, ver como a voz gentil ganhava um novo tom dependendo do suspeito, ver como aqueles olhos pueris e infantis se tornavam mais afiados.

Ela era tão boa que passou a trabalhar em casos sozinha, trabalhou com a polícia local da Inglaterra em alguns pequenos casos.

L tinha aquele pensamento de colocá-la em sua lista de sucessores rondando sua mente, e para testar melhor seus conhecimentos, a convidou para participar de um caso em Manchester.

Se tratava de um assassino e estuprador, suas vítimas costumavam ser mulheres com no mínimo 30 anos, e atacava em dias intercalados do mês. Apple pie tinha 16 anos e não havia crescido muito, nem em estatura e nem em características — ainda continuava com as roupas infantis e laços de fita nos cabelos, sozinha ela descobriu que o agressor era mais jovem, descobriu que ele deveria ter no máximo 26 anos e que estava na faculdade, descobriu que seu apego por mulheres mais velhas poderia se derivar de um "Complexo de Édipo", e isso o levou a pesquisar sobre os assassinatos de homens de meia idade nos últimos anos.

Seguindo essa estrutura chegou até Adrien Callaghan, de 26 anos, com um pai assassinado há dois anos cujo o assassino ainda não havia sido pego.

Apple pie parecia empenhada em seu trabalho, embora ela usasse a cozinha do QG e cantarolasse diferentes estilos de música com muita frequência, L podia ver que seu foco não saia do caso e era esse tipo de paixão que ele precisava.

Estava certo de que quando esse caso terminasse, Apple pie estaria junto com Matt, Mello e Near em sua lista de possíveis sucessores. Claro que ela estaria em quarto, mas com uma evolução tão rápida, poderia a imaginar numa competição saudável com Near.

E então, aconteceu.

Apple pie se ofereceu como isca para pegar Adrien, disse que seria fácil atrair sua atenção, L foi estritamente contra. Ela era menor de idade, e ele um violador, não podia simplesmente deixar que ela fosse atrás de um homem como ele sozinha confiando apenas na teoria de que ele não gostava de mulheres que não fosse do estereótipo de sua mãe.

Entretanto, imprevistos inconvenientes começaram a surgir.

Adrien começou a atacar com mais frequência, e as mortes de suas vítimas se tornavam cada vez mais brutais. Era difícil até mesmo olhar as imagens dos corpos depois de terminado, ele era como um animal que precisava ser parado com urgência.

Dessa forma, ela foi.

Sem sua permissão, ela deixou para que ele soubesse no momento em que estava em um carro, perto do lugar que segundo ela, ele atacaria.

Adrien foi pego em flagrante, tarde demais.

L sabia que a intenção dele era mais que violar, ele pretendia matá-la como fez com suas outras vítimas. Mas com a chegada da polícia no local, ainda que tarde, a salvou da morte, entretanto, não da tragédia.

Ao chegar no hospital, ele a viu se sentando na maca, a enfermeira recolocava o soro em sua veia enquanto ela assistia quietamente o procedimento. Vários hematomas em suas pernas, lábios machucados, arranhões em sua clavícula e braços, um hematoma grande na região dos olhos.

Ela havia tomado tudo para si, e com consequência, o doce sorriso havia sido substituído por outro.

Um sorriso triste.

Olhos tristes.

Ele não foi corajoso o suficiente para voltar ao hospital depois daquele dia, nem foi corajoso o suficiente para vê-la novamente.

E quando sua coragem voltou, era ela quem não era mais corajosa o suficiente para ficar.

— Masumi-san! — sua voz baixa exclamou surpresa, não havia mais hematomas, somente olhos azuis brilhantes e uma luz apagada no lugar de sua áurea calorosa.

Havia uma mala ao seu lado e uma mochila nas costas. Suas raízes orientais pareciam mais destacadas quando seus cabelos caiam sobre os ombros, mas a forma como caiam, retos e escovados, sem nenhum tipo de ornamento infantil que ela usava há alguns meses deixava esclarecida a ideia de que ela ainda não era ela mesma.

— Você está indo. — ele afirmou num murmúrio calmo, a expressão vazia não parecia intimidar Apple pie, que deu a ele um sorriso pequeno.

— Estou indo para o Japão, Masumi-san. — ela disse devagar, sua voz ainda era doce e suave como um sussurro. — É bom que esteja aqui, assim posso dizer adeus.

— Sabe que não há necessidade de ir, não seria adequado e justo que houvesse qualquer tipo de hostilidade com você ou pela sua... — ele parou, sem expressão alguma ainda olhava para ela, que esperava que ele terminasse sua sentença. — Situação.

— Eu sei, Roger-san me disse. — sussurrou. — Mas eu não consigo mais estar aqui, entenda Masumi-san, eu me sinto muito deslocada agora.

Quando a pequena mão alcançou o ventre, as pálpebras de L caíram mais.

Essa situação... O deixava com um gosto amargo na boca que tinha certeza que nenhum doce conseguiria tirar.

— Sinto muito. — sua voz saiu automática, quase robótica, quando a pequena menina que ainda tinha que olhar para baixo para encarar, seria em alguns meses a mãe da  criança de um psicopata.

Ela negou com a cabeça, sorrindo.

— Não há nada para se desculpar, Masumi-san. — ela levou uma das mãos até a bochecha do jovem homem, que a olhava com um arrependimento doloroso escondido no fundo dos olhos negros. — Não foi culpa sua, eu tenho que agradecer por me ensinar tantas coisas enquanto estive aqui, Hontōni arigatōgozaimashita.*

Ele assentiu, não parecia certo dizer qualquer coisa naquele momento.

Não importava o número de casos que vencesse, sabendo que ela estava naquela condição, o fazia sentir-se o mais falho de todos os homens.




Notas Finais


*Muito Obrigado.




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...