1. Spirit Fanfics >
  2. Chiisana Honoo. >
  3. 01. Após a tempestade.

História Chiisana Honoo. - 01. Após a tempestade.


Escrita por: Lunalei

Notas do Autor


Olá!

Agradeço à todos os favoritos e comentários maravilhosos do capítulo passado, espero que gostem do capítulo!

Capítulo 2 - 01. Após a tempestade.


Fanfic / Fanfiction Chiisana Honoo. - 01. Após a tempestade.

× chiisana honoo

01. APÓS A TEMPESTADE. 


"Tão longe, e ainda sim tão perto! Pensei como essas suas palavras encaixavam perfeitamente."  — Arashino no Atode, Galileu Galilei.



Cozinhar sempre foi algo que chamava minha atenção em vários aspectos.

O gosto da massa crua, o cheiro de um bolo ficando pronto e o sabor doce de um creme. A ligação entre a cozinha e eu era muito sentimental, eu cozinhava por que gostava de ver o resultado bonito de uma coisa que me dediquei fazendo, eu analisava meus próprios erros e podia consertá-los da próxima vez que fizesse a mesma receita.

E isso era o que mais me encantava em cozinhar, o fato de que eu teria segundas, terceiras, quartas e incontáveis chances de aprender, cada torta ou doce que eu refazia era como um loop temporal.

Quem não gostaria de ter essa igual oportunidade na vida? Refazer situações de uma maneira que o agrade?

Fazia um ano que eu trabalhava no Taiyou Coffee, era um ambiente muito pequeno e não precisava de mais de um para servir aos clientes. Eu chegava cedo e preparava os doces que colocaria na vitrine, não haviam mesas ou cadeiras por que o serviço tinha como função simplesmente vender para que o cliente consumisse em sua própria casa.

Por ser um emprego considerado um pouco solitário, o chefe me disse quando me contratou que foi difícil encontrar alguém que estivesse disposto à cozinhar, servir e interagir com as pessoas sozinho e com varias funções. Eu não me importava, eu adorava ter um tempo só meu e uma cozinha que eu poderia trabalhar sozinha, criar vínculos com pessoas desconhecidas através de uma sobremesa bem feita me parecia simplesmente mágico.

Havia muita mágica em cozinhar.

O espaço se resumia à cozinha e um balcão que servia como vitrine para os doces e caixa, havia uma porta que separava a cozinha do lugar para se atender, as paredes eram decoradas com um tom pastel de rosa e eu acredito que toda a doceria parecia uma casinha feita de algodão doce.

E eu amava aquele lugar.

Eu terminava de arrumar Macarons na bandeja para os colocar dentro da vitrine quando uma mulher e sua filha entraram no local. Os rostos conhecidos me fizeram abrir um sorriso, e depois de fechar a vitrine eu me ergui para atendê-las.

— Boa tarde, Namie-chan! — Sayu me cumprimentou com um grande sorriso, e inconsciente meu próprio sorriso aumentou.

— Boa tarde, Sayu-chan, Sachiko-san. — coloquei as duas mãos em cima do vidro do balcão. — O que vão querer hoje? Há uma torta de maçã que acabou de sair do forno.

— Ah! Namie-chan, você faz tantas coisas maravilhosas! — Sachiko-san encostou os dedos na vitrine. — Isso é Quiche?

— Uh-hum. — respondi rindo brevemente de seu tom surpreso. — Eu estava tentando fazer algumas coisas salgadas, há muitos clientes que pedem, então achei que um Quiche poderia animar o dia deles.

— Vamos levar um pedaço! — Disse Sachiko-san animada. — Sabe, Soichiro e Light não gostam de doces, sempre que levo alguma torta somente eu e a Sayu comemos.

— Mas vamos levar um pedaço de torta de maçã, não, Okaa-san? — Sayu disse inchando as bochechas de maneira fofa.

— Dois pedaços de Quiche e dois da torta de maçã, por favor, Namie-chan.

— Certo! — coloquei um suporte sobre o balcão e abri a vitrine, tirando com delicadeza o Quiche de dentro dele e colocando sobre o suporte. — E como vai a senhora, Sachiko-san?

— Ah, um pouco ansiosa, eu diria. — a mulher sorriu. — Meu filho Light vai prestar vestibular para a To-Ho esse ano.

— Oh! Isso é maravilhoso, Sachiko-san, desejo toda a sorte!

— Obrigada! Namie-chan faz faculdade na To-Ho também, não é? — perguntou Sachiko-san.

— Sim, estou no segundo semestre de Gastronomia. — falei cortando a segunda fatia da torta de maçã e sorrindo, honestamente me sentindo feliz pela Sachiko-san.

— Ne, Namie-chan, meu irmão é bem bonito sabe, e bem inteligente também...— Sayu disse sugestivamente, e a sugestão me fez minhas bochechas esquentarem.

— I-Isso é ótimo, S-Sayu-chan...

— Tenho certeza que ele vai querer te procurar depois de comer esse Quiche, pra mim, Namie-chan pode seduzir o homem que ela quiser só com comida.

Minhas bochechas queimaram.

— S-Sayu-chan...

— Sayu! Pare com isso, está deixando a Namie-chan constrangida! — Sachiko-san reclamou, fazendo a Sayu dar de ombros com um sorrisinho no rosto, depois se voltou para mim. — Namie-chan, por favor, venha almoçar em nossa casa algum dia, eu adoraria que Light a conhecesse.

E-Ela só acabou de... Fazer a mesma coisa que Sayu...

— S-Sim, e-eu irei. — rapidamente coloquei seus pedidos na sacola e disse o valor total, eu adorava Sayu-chan e Sachiko-san, mas eu sempre esquecia das partes da nossa conversa em que elas faziam esse tipo de coisa. — Obrigada, e voltem sempre, por favor.

— Até mais, Sayu-chan! — Sayu cumprimentou acenando junto a sua mãe, e as duas saíram me deixando sozinha mais uma vez.

Recoloquei os pratos de volta na vitrine, suspirando com o cansaço de mais um dia cheio, porém gratificante.

Passei os dedos pelos ombros, que doíam um pouco com o esforço feito, eu sabia que meu corpo estava pedindo por algumas horas a mais de sono, mas eu não conseguia descansar sabendo que havia tantas coisas que eu podia aperfeiçoar e aprender.

Talvez eu pudesse dormir um pouco quando chegasse em casa...

Oh, não... Eu tenho trabalho da faculdade!

Bem, parece que eu teria que esperar o final de semana vir para conseguir um pouco de descanso, se bem que com uma noite de pesadelos e lembranças, era difícil descansar inteiramente.

Eu nem me recordava da última vez em que eu dormi mais de três horas por noite.

Sozinha e sem nada mais para me ocupar, liguei o pequeno rádio rosa e lilás em cima da bancada, uma música das Shoujo Jidai era reproduzida e como eu conhecia, aumentei um pouco o som.

Cantei baixinho balançando a cabeça no ritmo da música e batendo as unhas no vidro do balcão.

A música continuou e eu acompanhei me empolgando, mas quando ela terminou, o apresentador de um programa começou a falar notícias dando sinal que não haveria mais músicas por enquanto. Ainda assim, continuei prestando atenção às notícias que ele falaria, já que o programa acabou me distraindo.

A série de assassinatos de criminosos têm preocupado as autoridades, a onda de assassinatos começou aqui mesmo no Japão e já tomou proporções mundiais. — o radialista disse seriamente. — Mas infelizmente, a geração que vivemos hoje se deixa influenciar por qualquer pessoa, e com assassinos não é diferente, o suposto autor dos atentados é chamado pelo nome de "Kira" em sites na Internet, é preocupante que as pessoas não tenham mais escrúpulos e prefiram confiar na justiça de um indivíduo brincando de deus e não na justiça da polícia que faz o impossível para manter a segurança no país. Simplesmente inacreditável. 

— Eh... Kira...? — meditei sobre o assassino em questão.

Um homem, eu poderia supor, provavelmente jovem pela maneira como atuava. Sede de justiça? Ele claramente era alguém narcisista, é possível identificar os sintomas de narcisismo no complexo de Deus, a busca por ser adorado.

Será que a polícia já sabe que é um rapaz jovem? Ele deve ter seus 17 anos e um ego maior do que pode carregar, inteligente, mas imaturo eu diria.

Kira, hm?

Masumi-san adoraria trabalhar neste caso, este Kira seria um alvo difícil de acertar, Masumi-san provavelmente já sabe o que está acontecendo.

Sacudi minha cabeça, e deixei os pensamentos disssiparem, eu não podia mais me apegar ao passado. A vida não era uma receita de torta que eu poderia refazer.

Eu não sabia podia refazer e concertar meus erros, eu tinha que lidar com eles de frente.

Eu já estava lidando.

— Boa tarde, Shimizu-san.

Olhei para cima apenas para encontrar os olhos rasgados e frios de Koharu-san.

Meu chefe.

— Boa tarde, chefe-sama. — eu sorri, ficando ereta, era um pouco tenso conversar com um chefe, ainda mais uma pessoa tão fechada como Koharu-san.

— Vejo que deixou tudo em ordem.

Alguma coisa estava estranha.

Sua linguagem corporal havia mudado, ele estava tentando ser gentil, havia um tom forçadamente agradável em sua voz que dava a entender que havia algo importante que ele me diria e que esse algo provavelmente me chatearia, e a maneira como suas mãos estavam atrás das costas mostravam que ele estava tentando passar profissionalismo.

Eu soube apartir daí que se tratava de uma demissão.

— Eu estou demitida, não estou? — perguntei sentindo meu coração apertar e torcendo para que minha dedução estivesse equivocada.

Koharu-san, no entanto, parecia mais aliviado com o fato de eu mesma ter chegado a essa conclusão.

— Sinto muito, Shimizu-san. — ajeitou os óculos, evitando meu olhar. — Entenda que não é uma questão pessoal, admiro o seu trabalho, mas não vejo mais necessidade de continuar com essa doceria. Certamente vai encontrar alguma coisa melhor que isso.

Eu suspiro, tiro o avental e coloco sobre o balcão.

— Obrigada pela chance, Koharu-san. — agradeço, saindo de atrás do balcão, e sorrindo para o homem que parecia surpreso. — Foi uma ótima experiência a que tive aqui.

Entendi a mão.

— S-Sim. — concordou e olhou para minha mão entendida mais um pouco antes de pegá-la. — Boa sorte, Shimizu Namie-san.

Assenti.

— Hm!

Dei uma última olhada no pequeno espaço que trabalhei por um ano inteiro, e que por todo esse período foi o meu lugar favorito. Acredito que aquele espaço minúsculo na movimentada Tóquio não faria muita diferença se fechasse, mas eu certamente me lembraria dele por bastante tempo.

Andando pelas ruas, entre os arranha-céus e carros que passavam, a enorme tela no centro mostrava um homem engravatado, várias pessoas se agromeravam para olhar o que a tela transmitia.

Na placa em cima da mesa, em frente ao homem, era possível ler o nome "Lind L. Taylor".

— É Kira contra L!

L?

Franzi a testa, minha cabeça pendendo para o lado.

— O que você está fazendo, Masumi-san?  — sussurrei para mim mesma, varia outras pessoas começaram a se aproximar.

— Para o assassino cujo o alvo são criminosos... Isso é imperdoável, o pior crime da história. — continuou o homem que se dizia ser Masumi-san, eu levei minha mão até o peito, assistindo a cena intrigada. — Consequentemente, capturarei o lider desses crimes, vulgarmente conhecido como Kira, com certeza. Kira, sei o que deve estar pensando para fazer algo assim, mas o que você está fazendo... É cruel. 

Foi uma questão de segundos, o homem que falava acabou por cair em cima da mesa e era pressuposto que ele estava morto.

Cruel.

Infantil e vaidoso.

Vaidoso o suficiente a ponto de sacrificar seus planos para mostrar seu poder, ele estava tão transtornado em ser questionado que não hesitou em matar um homem inocente para provar que estava certo.

Masumi-san sabia disso, ele estava o testando.

Eu podia imaginar o pequeno sorriso de contentamento em seus lábios depois disso.

De repente, a letra L em frente a uma tela branca apareceu na grande tela.

— Não acredito. — disse a voz alterada, mas eu podia reconhecer o tom baixo por trás dela. — Eu sabia que isso poderia acontecer, mas... Kira. Você pode matar as pessoas sem encostar um dedo nelas? Eu não pude acreditar até ver com os meus próprios olhos. Ouça com atenção,

Kira: Se você é realmente responsável pela morte de Lind L. Taylor pela TV, saiba que ele é um homem que seria executado hoje, não era eu. Um criminoso cujo a captura era confidencial, não foi divulgado nem na TV nem na Internet, parece que até mesmo você não tem informações sobre esse criminoso. Mas eu, L, definitivamente existo.

Tente me matar.

Bem, o que houve? Depressa, tente!

Qual é o problema, me mate agora!

Vamos lá, Kira! Tente me matar! O que foi? Não consegue?

Parece que por algum motivo, não consegue me matar.

Então há pessoas que não podem ser mortas. Obrigado pela a dica.

Em troca, lhe darei isto: Eu havia anunciado que esse programa seria anunciado no mundo todo, mas na realidade era só Kanto, no Japão, eu planejava passar isso em região em região, em horários diferentes, mas não preciso mais.

Você está em Kanto.

Foi um caso pequeno, então a polícia deixou passar... Mas sua primeira vítima foi um criminoso em Shinjuku, comparado aos outros foi bem leve. Além disso foi reportado somente no Japão.

Isso é tudo que eu precisava para descobri, você está no Japão.

E sua primeira vítima foi para testar seu poder.

Me concentrei em Kanto, por que é onde há mais população, e para a minha sorte, você está aí. Honestamente, não pensei que minhas especulações estivessem certas, pode não demorar muito para que eu te mande para a execução.

Kira, eu estou muito interessado em saber seus motivos para cometer esses crimes.

Mas saberei quando te capturar.

Até a próxima, Kira.

— Oh, Deus. — eu murmurei e soltei a respiração depois de tudo, parada como uma estátua no meio da avenida. 

Totalmente encantada e admirada.

Eu havia esquecido disso, da sensação de presenciar sua genialidade.

Depois de quatro anos, eu sentia como se estivesse prestes a me afogar e alguém me puxasse de novo para superfície.

Pela primeira depois de tanto tempo, eu senti falta do passado. 



Notas Finais


Surpresa! Pois é, a fic será em primeira pessoa!

Somente o prólogo/capítulo 00 foi em terceira, espero que tenham gostado da minha escrita em primeira também. Já dá pra ver que muitas dúvidas surgem nesse capítulo né? Mas foi a intenção (carinha maliciosa).

A Namie mostrou um pouco de suas habilidades dedutivas, ein? O que acharam?

Obrigada pela atenção!



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...