História Chocados - Segundo erro

✣ Chocados ✣
“O errado sempre é melhor, querido”

▰

Os cabelos negros estavam uma bagunça quando a campainha tocou. Os olhos pequenos desviaram-se do livro para a porta, criando uma carreta de curiosidade e irritação no leitor quietinho, escondido em várias cobertas enquanto sentia o cheiro gostoso de incenso e café. Olhou o relógio e se surpreendeu. Sabia que era tarde, porém não esperava que sua leitura fosse consumir tanto sua noção de tempo. O livro estava bom, o quentinho das cobertas era confortável e o silencio de seu apartamento não era um problema tão grande em momentos assim. Porém esse clima caseiro foi quebrado – Várias e várias vezes – por uma campainha teimosa e uma curiosidade inocente. Jogou as cobertas para o lado, deixou o livro sobre o sofá e, enquanto meio caminhava, meio espichava os músculos, Jimin permitiu-se enxergar o outro lado do olho-mágico.

Só que ele quase caiu de bunda no chão com a surpresa. Seu corpo tencionou conforme a ficha caia.

O que Jeon Jungkook estava fazendo ali a essa hora da noite? Do outro lado de sua porta? E, principalmente, como pode ele ficar tão lindo mesmo com a cara distorcida e toda engraçada pelo vidro embaçado?

Sorriu contido enquanto movia-se de um lado para o outro, vendo como a cara distorcida do aluno continuava bonitinha. Porém nem essa imagem fofa fez seu cérebro acalmar, deixando seu corpo quente com a ideia de que, obviamente, ele estava ali para algo. E esperava que esse algo fosse a continuação da cena na biblioteca.

Mordendo o próprio lábio, sentindo todo seu corpo ferver na mesma intensidade de horas atrás, Jimin distraiu-se com um arrepio ao lembrar das mãos duras, da respiração em sua nuca e da voz aveludada chamando por seu nome.

- Vamos, Jimin hyung, eu consigo ouvir sua risadinha daqui! – Jungkook falou nervoso, enfiando as mãos deformadas nos bolsos deformados, fazendo Jimin rir mais ainda. Porém não se fez de rogado ao abrir a porta, apoiando-se no batente enquanto encarava o rosto um pouco vermelho do aluno. O clima frio começava a dar as caras, porém nem mesmo o vento gelado foi suficiente para apagar as chamas que rodeavam os dois homens.

- Deveria chamar a polícia por você saber meu apartamento, Sr. Stalker? – Jimin perguntou enquanto semicerrava os olhos, porém não conseguiu esconder o tom risonho em sua voz. Os olhos do Jeon piscaram inocentes, e, diferente de Jimin, ele conseguiu passar a ideia que desejava. Só que a peça não durou, já que ele logo estava abrindo aquele seu sorrisinho de criança levada, apoiando sua mão ao lado de onde Jimin estava, aproximando-se ao ponto de sentir o cheirinho de banho recém tomado.

- Se você quiser terá que dedurar o professor Min por ser meu maravilhoso cúmplice. – O sorriso nos lábios cheinhos de Jungkook fez o estômago de Jimin revirar.

Os olhos já pequenos se semicerraram quando um sorriso nasceu nos lábios de Park. Apoiou sua cabeça no batente, abrindo uma defesa onde os lábios do aluno não pudessem tocar sua boca. E Jungkook percebeu, soltando uma risadinha arteira.

 - Não consigo ficar surpreso. Yoongi sempre teve uma quedinha por policiais e grades. – Jungkook acabou rindo com essa informação. E sua mente, sem querer, acabou imaginando Jimin vestido de farda, postura dominadora e olhos afiados. – Mas acho q é melhor eu agradecer.

O mais novo riu, tocando o queixo do professor para abaixar seu rosto, encarando-o com intensidade. Acariciou seus lábios cheinho com o dedão antes de afastar-se minimamente, desejando toca-los com outra coisa.

- Eu prefiro que você agradeça a mim, não a ele... – Jungkook sorriu provocador, vendo o mesmo sorriso quase nascer nos lábios grossos de Jimin, que respirou fundo para recuperar a sanidade que fugia por cada poro de seu corpo.

- Agradecer? E como eu deveria te agradecer? Uns pontinhos a mais na próxima prova? Uma maça? Uma estrelinha dourada? - Os olhos do Jeon brilharam. Ele molhou os próprios lábios em um movimento rápido, mas não o suficiente para os olhos de águia de Jimin, esse que mordeu a boca em diversão.  – O que? Tem uma ideia melhor?

Jungkook soltou um som sufocado de sofrimento, fazendo o professor sorrir malvado.            

E, no momento seguinte, já estava preso nos braços de Jungkook.

- Acho que você já sabe a resposta, hyung.

Bang!

Este foi o som da bala que acertou em cheio o centro da sanidade de Jimin que jogou seus lábios de encontro aos de Jungkook, segurando o corpo a sua frente como se pudesse começar a flutuar e sair voando por aí. Seus lábios cheios encontraram o sorriso do garoto, fazendo seus dentes baterem e um som baixinho iniciar os barulhos de sucção e saliva. O professor subiu seus braços com pressa, enfiando seus dedos nos cabelos curtos da nuca de Jungkook antes de jogar-se mais contra ele e o forçando a bater as costas na madeira do batente. As costas largas doeram um pouco, porém estava perdido demais no sentimento delicioso das mãozinhas de seu professor em sua pele, massageando seu pescoço enquanto enfiava a língua dentro de sua boca.

E que língua. Desesperada e habilidosa, fazendo Jungkook imaginar o poder que ela teria em outros lugares de seu corpo.

Pensando nisso, Jungkook inflou o peito de ar em uma breve pausa no beijo antes de recomeçar, afogando Jimin em seus braços. Apertou a cintura fina dele antes de, sem pensar muito, deslizar para dentro da camisa folgada e simples, sentindo pele contra pele. Seus dedos gelados formigaram contra o quente. Esfregou ali, descobrindo a sensação de ter alguém tão gostoso a sua bel vontade, já que ninguém chegava aos pés do desejo que sentia por Jimin e cada cantinho de seu corpo.

E Jimin, o motivo de tais pensamentos, sentia-se nas nuvens. Se antes podia flutuar, agora tinha medo de desaparecer como um vapor. Sua cabeça girava em torno disso, dos toques quentes e respiração afogada de Jungkook contra a sua, de como as mãos dele não eram quentes como imaginou e do tesão que essa informação o dava, já que se apaixonou perdidamente nos arrepios que seu corpo tinha sempre que era tocado de surpresa. Uma delícia. Revirou os olhos enquanto resmungava essa palavra várias vezes, puxando Jungkook para longe da porta.

Não soube como, mas ouviu a madeira bater forte ao ser fechada e supôs, com sua mente um pouco turbulenta, que Jungkook quem fez isso. Agradeceu pela tranca automática, pois não queria ter de se preocupar com ladrões enquanto estava ocupado.

Jimin sentia-se um adolescente em plenos hormônios. Mas, enquanto sentia as mãos do Jeon subirem até quase alcançarem seus mamilos, Jimin percebeu que ele estava pior que um adolescente.

- Onde é o seu... Quarto? – Jungkook, que tinha os lábios grudados nos de Jimin, perguntou entre um beijo desesperado e outro. Segurou Jimin com força quando o mesmo tropeçou no que descobriu ser uma coberta. Riram baixinho antes voltarem a se pegar.

O mais velho não respondeu, ao invés disso, assumiu a merda do controle – Mesmo que nada estivesse realmente controlado naquele instante - e começou a arrasta-los para um corredor escuro, batendo em um ou outro móvel, derrubando um vaso de plástico no chão e, aparentemente, batendo a cabeça de Jungkook em uma prateleira onde tinha vários de seus troféus literários que foi recebendo em sua jornada.

Ah, é mesmo, Jimin é um professor.

Quem liga, né?

Isso não é tão importante quanto a forma em que Jungkook esfrega seu mamilo com força, murmurando elogios que garotos de 18 anos não deveriam conhecer, porém esse conhece e usa com muita sabedoria, arrepiando todos seu corpo.

- Merda... - Jimin soltou em uma risadinha dolorida ao sentir suas costas serem chocadas na parede do corredor com força. Jungkook parecia uma ferra esfomeada, jogando-o de um lado para o outro enquanto abusava de sua boca e corpo, mordendo, lambendo e chupando tudo que via, esfregando seu nariz por sua bochecha enquanto respirava fundo, sentindo seu cheirinho de banho tomado. – Você vai me quebrar assim...

Jungkook riu.

- Guarde essa frase pra cama, hyung.

Jimin grunhiu. Empurrou Jungkook para trás fazendo com que ela batesse as costas na porta do banheiro. Um estrondo soou e Jimin imaginou que aquilo era o cabineiro caindo no chão, coisa que sempre acontecia quando batia a porta com muita força. Porém, ah, foda-se as toalhas que provavelmente estavam caídas ou para seu roupão branquinho. O sorriso descarado de Jungkook era mais importante.

Recomeçaram o beijo enquanto Jimin voltava a guiar Jungkook até seu quarto, dando um chutinho na porta para abri-la antes de empurrar o aluno na cama, forçando-o a deitar. Quase gemeu com a imagem dele sobre seus lençóis. Camisa amassada, lábios inchados e expressão intensa. Sua barriga parecia um parque de diversões e jurou ficar de cabeça para baixo na montanha-russa quando sentiu a cama abaixo de seu joelho enquanto inclinava-se sobre o corpo dele.

Jungkook apoiou-se nos antebraços, alevantando-se o suficiente para roubar os lábios cheinhos para si, sem conseguir parar de os beijar loucamente. As mãos de Jimin simplesmente não paravam quietas, subiam pelo abdômen malhado, pelos braços fortes, pelos ombros largos, pelos mamilos rosados e acesos, pelos cabelos e, por fim, sobre a calça jeans de Jungkook.

Jimin resmungou quando o beijo foi findado, porém logo engoliu a própria voz ao sentir os lábios molhados do Jeon descerem até seu pescoço. Amou a atenção que ele dava em sua pele, a forma que seus dentinhos raspavam sem querer e sua língua explorava seu gosto. O garoto sabia o que fazer, sabia aonde tocar e deixava Jimin com uma pulguinha atrás da orelha de onde vinha tanta experiência.

Quando arrumou-se melhor sobre a cama com os joelhos apoiados um de cada lado do quadril de Jungkook, Jimin percebeu que o aluno errou em uma única coisa. Ele usava uma calça jeans apertada e extremamente sexy por marcar tão bem suas coxas grossas, porém, com sua experiência, Jimin já sabia que seria um inferno tira-la sem perder algum tempinho precioso.  

- Eu odeio essas calças... – O Park falou em um suspiro irritado, sentindo o sorriso de Jungkook contra sua pele. Ele não parecia se importar com os toques sobre sua virilha, de como as mãozinhas de Jimin lutavam para abrir o cinto como se o objeto fosse explodir. – Jungkook...

Soltou uma risada em fim decidindo ajudar seu hyung. Encarou os olhinhos pidões dele enquanto, com uma facilidade irritante, tirava não só o cinto, como também abriu os botões e o zíper. Jungkook parecia familiarizado com esse tipo de situação e essa constatação fez a cara de Jimin se fechar por uns segundos antes de ter seus lábios roubados mais uma vez, com gana e desespero.

- M-me deixa... – Jimin resmungou contra o beijo, escapando dos braços fortes do aluno para remover aquela peça de roupa enquanto ajoelhava-se no chão. Sofreu um pouco, porém logo jogou a calça longe, sem se importar com o som de algo caindo no chão. Preferiu encara-lo, observar os cabelos bagunçados, os lábios inchados e as coxas desnudas. Ah, essas coxas. Sentiu-se salivar, tocando a pele dele como se fosse um cristal alugado. Amou como os pelinhos abaixo de seus dígitos se arrepiaram.

Jungkook soltou um gemidinho quando Jimin apertou sua coxa, mas os olhos do professor estavam focados em outro lugar, e isso fez o baixo ventre do aluno repuxar e sua respiração falhar. Se Jimin já era lindo naturalmente, imagine-o com os olhos semicerrados em luxúria, a boquinha inchada, uma aura de predador.

Os olhos negros de Jimin focaram-se nos arregalados de Jungkook enquanto descia lentamente o tecido negro da cueca que tanto encarava.

- Acho que é hora de devolver o favor, certo?

Jungkook teve que apertar os dedos no lençol para não ser sair voando com a força que aquela frase teve sobre si. Merda, um golpe tão baixo desses era capas de fazê-lo desmaiar ou, pior, gozar sem nem tirar as meias.

E tudo piorou quando Jimin levantou seu quadril um pouquinho, o suficiente para remover único tecido que impedia o de sentir o paraíso na terra.

Jimin respirou fundo e se surpreendeu quando o pênis dele pulou para fora, batendo na camisa que o aluno usava. Engoliu em seco e soltou um gemidinho, adorando a informação que ele era, além de gostoso, bem dotado.

Olhou para cima, em direção a Jungkook, e sentiu suas bochechas ficarem um pouco vermelhas com a forma em que era encarado. O aluno não parecia mais só uma ameaça, agora ele era um perigo real. Não tem mais volta, pensou em um suspiro antes de inclinar seu corpo e depositar um beijo castro na cabecinha inchada e melada.

Jungkook grunhiu, jogando a cabeça para trás, surpreso com a ação direta. Achava que Jimin era do tipo que provoca, enche de beijos e mordidas tudo ao redor, toca, lambe e enrola ao máximo só para deixar um clima nervoso de ansiedade. Só que Jungkook preferiu assim, sem bolotas e buflufas. Amou como Jimin segurou suas coxas com força, esfregou a língua macia em seu caralho molhando-o ainda mais, soltando lufadas grossas de ar em deleite. Abocanhou-o delicadamente – o tanto que seu desespero deixava, já que Jimin ansiava isso a tanto que o tempo parecia lento demais – enquanto suspiros encantavam seus ouvidos. A voz de Jungkook parecia mais grossa e arrastada, fazendo-o se arrepiar por inteiro.

Enquanto isso, do outro lado do boquete, estava Jeon. Cabeça pendida, respiração acelerada e dedos trêmulos. Queria fundir-se a língua habilidosa que já era um de seus maiores vícios. Suas mãos instintivamente seguiram aos cabelos macios, puxando-os com força enquanto deixava mais um suspiro sair de seus lábios. Os olhos se fecharam quando sentiu os dentinhos de Jimin rasparem ao descer seus lábios até onde sua garganta permitia.

Merda, não importa o que, a condição ou o pedido, Jungkook faria de tudo para Jimin nunca mais tirar sua boquinha de seu pênis.

Mas ele estava tão imerso nesses sentimentos que nem sequer deu-se conta do momento em que puxou os cabelos negros com mais força, fazendo Jimin gemer em dor e aprovação, provocando uma vibração enlouquecedora para Jungkook. Os movimentos do garoto aumentaram o ritmo, sua cintura subindo e descendo enquanto enfiava-se na garganta do professor, endoidando a cada som baixinho de engasgo ou gemidos.

E Jimin? Ah, este estava no céu.

Sentir a dor excitante em sua garganta, os puxões brutos em seus cabelos e o gosto do aluno em seu paladar era, sem surpresar, melhor que suas expectativas. Sua carinha dócil e jeito gentil muitas vezes faziam com que seus parceiros o tratassem como um bibelô de cerâmica, delicado e adorável. Me poupe, se poupe e nos poupe era a frase preferida de Jimin quando sempre recebia mais do que dava, pois achavam que era grotesco demais bater eu sua bunda ou deixa-lo engasgar em um pau. Estava mais do que contente em, agora, finalmente, quase desmaiar por falta de ar entanto sentia um maldito semi-adulto foder sua boca enquanto quase o deixava careca.

Delicioso ao ponto de fazer sua calça estar encharcada enquanto usava suas próprias coxas para massagear seu pênis ao que suas mãos afundava-se na carne farta das coxas de Jungkook.

O som dos gemidos roucos e altos dele sobre o quarto era somente mais um dos incentivos para Jimin, que estava dando tudo de si para ouvir aquilo ainda mais alto, deixar o garoto simplesmente desesperado em busca de seus lábios.

Esse pensamento o fez gemer em um sorriso, aprofundando seus toques.

O Jeon sentia-se totalmente entregue, mas, ao morder seu lábio com força, o leve gosto de sangue o acordou. Percebeu que não deveria ser assim, que Jimin precisava de todo seu calor, por isso preferiu afastar a boquinha inchada de si, contendo o arrependimento. Porém logo sua imaginação inundou-se com as lamurias de Jimin, sua boca inchada resmungando gemidos enquanto Jungkook enchia-o de todo o prazer que ele merecia.

Porém Jimin não parecia tão contente com isso. Seus olhos estavam levemente semicerrados enquanto mordia a própria boca, odiando a falta de algo nela. Ficou suas unhas nas coxas do aluno enquanto tentava voltar ao trabalho, porém o aperto em seus cabelos o impedia.

- Jungkookie... – Jimin apelou para a manhã, porém não recebeu nada além de um gemidinho. Irritou-se, olhando para Jungkook em uma ordem silenciosa para ser solto. Perdeu toda a marra no instante que seus olhos encontraram-se com os negros dele, a boca aberta em um sorriso safado enquanto os longos dedos seguiam até sua bochecha. Jimin estava ajoelhado em frente a fogo enquanto seu corpo era um toco de madeira seco em busca de calor.

- Vem aqui. – Jungkook murmurou como uma hipnose, puxando o professor de forma delicada enquanto tentava o forçar para cima. Logo Jimin sentiu sua calça molhada tocar a barriga de Jungkook, engasgando na própria respiração. Sentiu as mãos grandes dele acariciarem sua nuca, sua cintura e, delicadamente, suas coxas. Porém Jimin sentia que essa era a brisa leve antes da tempestade.

Jungkook esfregou a língua em seu lábio inferior, chupando-o lentamente antes de começar um beijo que fazia as pernas de Jimin vacilarem, tendo que ser segurado para não cair no chão. O beijo de Jungkook conseguia ser doce e ao mesmo tempo asfixiante, quebrando suas estruturas e o deixando confuso entre gemer de desejo ou de desespero por tudo ser tão calmo. Sua boca era lenta, mas suas mãos espertas, apertando-o e massageando sua carne. Jungkook moveu seus dedos para baixo da camisa folgada em busca de segurar sua cintura, deslizando com calma seus dígitos gelados pela pele macia. Amou a textura das pequenas estrias e cicatrizes, de como sua cintura ficava perfeita na palma de sua mão ou como seu corpo arrepiava-se inteiro sempre que chagava perto dos mamilos.

- P-para de provocar. – Jimin reclamou parecendo realmente puto, apertando o cabelo do aluno mais forte ainda quando este soltou uma risadinha.

Jungkook desceu sua mão e começou a brincar com o elástico da calça folgada de Jimin, esta que já estava na metade de sua bunda e, se dependesse de ambos, deveria estar no chão.

- É mais forte que eu, hyung...

Jimin soltou um gemido antes de voltar a atacar os lábios de Jungkook.

Posicionou sua bunda estrategicamente sobre o pênis de Jeon, indo para frente e para trás, satisfeito ao ouvir gemidos e pedidos abafados para ir mais devagar, apesar de que as mãos em sua cintura não concordavam com isso. E realmente não concordavam. Jungkook sentia-se no paraíso enquanto seu pênis era abusado pela bunda cheia do professor, apesar de ser desconfortável ter o tecido um pouco ápero em contato com sua pele sensível. Na verdade era bem desconfortável. Tão desconfortável que, só por esse motivo, irritou-se com a maldita calça e não pensou muito antes de segurar a peça e rasga-la com raiva.

Jimin soltou um gritinho antes de gemer.

Merda de homem gostoso da porra.

Jungkook jogou seu corpo sobre a cama terminando de rasgar o resto da peça para fora de suas pernas, os olhos negros bêbados de desejo. Jimin pensou ter piscado, porém deve ter demorado demais por, no momento seguinte, já estar sem as calças, blusa e, nossa senhora, cueca, sentindo beijos molhados sobre sua barriga, peito e pescoço, o peso delicioso e melado do pênis de Jungkook subindo juntamente a Jungkook conforme se aproximava cada vez mais de seu rosto.

E quando uma batalha de olhares iniciou, Jimin já sabia quem seria o perdedor.

Sua conduta estava morta a tempos e logo a ética se juntaria a cova.

Jungkook mordeu os lábios enquanto apoiava seu antebraço ao lado da cabeça de Jimin.

- Você fica lindo todo bagunçado assim.

Jimin soltou uma risadinha enquanto subia suas mãos pelos braços fortes dele. Pensou em falar algo, mas sentia que sua garganta devia ser poupada para o futuro, já que conseguia sentir o peso ficando cada vez mais úmido em sua barriga, imaginando a delícia que seria ter aquilo dentro de si e dos gritos que ocasionariam em uma multa no dia seguinte. Por isso espalmou suas mãos no peito largo para, com os braços meio trêmulos e molengas, afasta-lo o suficiente para poder encarar toda sua imagem.

O brilho amarelado do poste de luz entrava precariamente pela janela banhando a pele suada de Jungkook, salientando os relevos de sua pele. Suas pintas, algumas pequenas cicatrizes, os gominhos de seu abdome e seus olhos que pareciam brilhar mesmo na sombra de seus cabelos compridos.

Jimin quis gemer quando sentiu os dedos dele segurarem sua cintura para puxar seu corpo para baixo, pressionando seu períneo e bolas na coxa grossa dele. Parecendo satisfeito com a posição, Jungkook arrumou sua postura, encarando-o. Tocou a barriga lisinha como se temesse borrar a tinta de uma obra de arte, deslizando para cima, esbarrando propositalmente nos mamilos eriçados, nas marcas sensíveis para então tocar seus cabelos molhados em uma delicadeza estranha.

- Gosta dessa posição, Hyung?

Jimin não precisava de palavras para concordar, soltando um gemidinho ao que seus cabelos foram puxados com força para trás.

- Me imaginar te fodendo nesse ângulo não faz bem para meu coração...

Jimin soltou uma risada abafada ao ouvir uma bobeira daquelas, pois se alguém fosse morrer seria ele. A forma que seu coração batia era preocupante, assim como sua respiração parecia queimar a cada nova lufada de ar.

É assim que alguém se sente em frente a morte? Ou talvez em frente a deus? Pois Jimin não sabia dizer em qual das opções Jungkook encaixava-se. Seus olhos negros e profundos o faziam temer o futuro enquanto seus dedos macios e beijos delicados mostravam o céu. Talvez ele fosse ambos ou, talvez, mais do que isso.

- Por favor, v-vamos parar de brincadeiras... – Jimin disse em um ofegar irritado. Estava amando tudo aquilo, porém sabia que amaria mais caso Jungkook se apressasse e metesse logo. E Jungkook pareceu concordar, pois parou um pouco seus movimentos em busca de um momento de lucidez. Piscou os olhos rápido enquanto tentava não hipnotizar-se com a carinha de prazer de Jimin.

- Tem lubrificante? – Perguntou com a voz afetada. Jimin abriu um sorrisinho com isso, porém a única coisa que fez foi mover a cabeça em concordância. Jungkook franziu o cenho, olhando para o lado ao ver um criado mudo, odiando o pensamento de se mover daquela posição privilegiada. Porém os dedinhos de Jimin puxaram seu rosto para encarar seu rosto sorridente e safado. – O que?

- Não tem nada lá, Jeon.

Jungkook sentiu uma fisgada dolorosa ao ouvir seu sobrenome.

- E pode me dizer onde está, hyung?

Os lábios de Jimin se abriram em um sorriso safado, afastando levemente Jungkook de si para então levar seus dedos gordinhos para os lábios vermelhos e bem moldados do mais novo, encarando-o em desafio.

- Bem aqui.

Bang!

Esse tiro acertou diretamente a cabeça da minúscula sanidade de Jungkook, que gemeu em meio a um sorriso lascivo, vencendo até mesmo o de Jimin nesse momento. Mordeu de leve o digito delicado antes de lamber com gana.

- Não esperava menos de você, professor. – Mais uma mordida leve. – Sempre com as melhores respostas.

Jungkook deu uma última lambida nos dedinhos antes de afastar-se. Arrumou sua postura, segurou Jimin pela cintura e o levantou, jogando-o para mais dentro da cama. O professor gemeu baixinho, adorando essas demonstrações repentinas de descontrole, como ele simplesmente jogava seu corpo de um lado para o outro. Ainda sentia suas costas doloridas pelas batidas contra as paredes ou sua cintura um pouco dormente por ser segurada com tanta força. Porém ele não seria o rogado a reclamar, na verdade sentia-se um pouco triste por não ter sua pele vermelha por tapas ou sensível de mordidas e chupões. Parecia que Jungkook ainda não tinha entendido como Jimin era uma bagunça bipolar na cama, mas não se importaria de explica-lo tudo mais tarde.

Olhou para baixo no momento em que Jungkook arrumou seu corpo. Seus dedos longos seguraram suas coxas, sua boca rosada aproximou-se de seu pênis enquanto seus olhos decoravam seu corpo.

- Você vai me deixar tímido assim, Jeon. – Jimin disse em um sorriso divertido, mordendo os próprios lábios ao sentir a respiração quente dele chocar-se com sua pele sensível. O aluno não pareceu ouvir, concentrado demais em encarar cada marquinha, dos pelinhos que nasciam vermelhinhos até as pintinhas que, ah, conseguiria comparar a uma constelação se não fossem tão eróticas no lugar onde se encontravam.

Jimin resmungou algo quando Jungkook finalmente o tocou, a boca quente beijando seu períneo delicadamente. Os toques eram reais, porém Jimin começava a achar que tudo era um sonho. Era bom demais para ser verdade. Porém a dorzinha de ter uma de suas bolas levemente mordida fez um gemido de felicidade genuína sair de sua boca.

- Eu quero te provocar mais, porém está tão difícil. – Jungkook confessou.

- Então cala a boca.

E Jimin usou dessa frase para segurar os cabelos negros antes de forçar o rosto do aluno para o meio de suas pernas. Quando sentiu a língua dele rodear sua entrada, lenta e quente, Jimin soltou todo o ar que prendia em um gemido doloroso, seus pulmões aliviados e sua garganta cada vez mais dolorida.

Apertou mais seus dedos contra os cabelos negros em reflexo, seu corpo desesperado para descontar de alguma forma os arrepios que subiam por sua coluna a cada movimento da língua molhada em seu interior ou pelos dedos longos e brutos que esmagavam a carne de suas coxas. Gemeu alto, levando uma de suas mãos até o próprio corpo, arrastando-a por sua pele quente em busca de mais controle.

Vendo isso com olhos famintos e nublados, Jungkook acabou levando sua mão até seu membro, espalhando seu pré-gozo que saia em abundância de sua glande. Sentia-se pulsar, estava sensível e dolorido, podendo gozar só com os gemidos de Jimin e com a forma que sua língua era esmagada por ele. Jungkook afastou-se de Jimin, sentindo sua saliva escorrer pelo canto da boca e brilhar na entrada alheia, sem perceber a forma em que esmagou a coxa em seus dedos e a mão em seu pau, respirando fundo ao quase gozar. Subiu sua língua por entre os testículos inchados, pela extensão rosada e encharcada, pelo abdômen e pelos mamilos, pelo pescoço, chegando, finalmente, ao rosto vermelho e molhado por suor de Jimin.

- Camisinha? – Perguntou.

Jimin mordeu o próprio lábio ao perceber que tinha se esquecido totalmente disso. Merda, onde está com a cabeça?

- Cômoda. Gaveta. Vai logo. – Respondeu rápido, e, tão rápido quando sua resposta, Jungkook esticou seu corpo com frustração por ter de se afastar e abriu uma gaveta do criado mudo, pegando o pacotinho colorido sabor manga. Abriu o preservativo com raiva, colocou em seu membro com pressa.

O cheiro artificial da fruta fez Jimin rir baixinho, achando engraçado a lembrança do dia em que comprou por engano ao achar que era uma bala.

Porém Jungkook quebrou seu sorriso com um beijo intenso, envolvente. Sentiu as mãos grandes dele segurarem sua cintura, o membro coberto tocando sua bunda com delicadeza antes de Jungkook afirmar-se. Jimin soltou um leve gemido enquanto tentava relaxar, apertando os cabelos negros entre os dedos.

Estava acontecendo. Sua reputação de professor perfeito saindo conforme Jungkook ia entrando, lentamente e intensamente.

- P-por que tão apertado? – Jungkook perguntou sem esperar realmente uma resposta, pois sabia que ele não era o único totalmente entregue a esses sentimentos. Permaneceu paralisado, o corpo tenso enquanto se acostumava, sentindo-se dolorido com a forma que era apertado. Quente, delicioso, nada comparado ao que já vivenciou. Nada se compararia ao cheiro de Jimin, ao seu corpo escultural, a como era abraçado por sua entrada e como seu corpo parecia encaixado ao dele.

Porém Jimin não tinha pensamentos tão lindos. Estava impaciente, quase irritado com o corpo delicioso parado sobre si. Se Jungkook queria que ele se acostumasse, ah, que bobinho, Jimin estava pouco se fodendo se conseguiria caminhar no dia seguinte. Foda-se essa merda. Foda-se.

- Foda-me. E de preferência com força.

Bang!

E mais um tiro foi atingido em Jungkook. Mas agora a vítima foi seu corpo, que simplesmente se descontrolou ao sentir Jimin rebolar com força, fazendo seu pau deslizar inteiro para dentro de Jimin, arrancando gemidos altos de ambos.

Apertou com força a mão de Jungkook que sequer percebeu estar segurando, sentindo seus dedos formigarem levemente enquanto, com a outra mão, raspava suas unhas extremamente curtas pela pele do Jeon. Queria poder fazer aquilo com as duas, queria afundar seus dedos nos cabelos castanhos ou simplesmente apertar a bunda alheia com força, mas simplesmente não queria desfazer o aperto carinhoso que dividiam.

E Jungkook tinha o mesmo sentimento.

O Jeon afundou seu rosto no peitoral alheio e enquanto dava estocadas fundas, quase desmaiando de tão intenso. Seus lábios tocaram na pele suada do professor, o cheiro forte e masculino inebriando seus sentidos e o deixando ainda mais sensível. Ouviu Jimin soltar um grito, murmurando incentivos para continuar “Acertando aí”.

Porém Jimin sequer percebeu que estava fazendo sons. Sua cabeça estava focada somente no sentimento estranho de estar prestes a explodir de tesão, o sentimento avassalador dentro de sua barriga, o prazer rasgando sua sanidade. Não ligava para o barulho de sua cama batendo contra a parede. Não dava a mínima para a multa que receberia por seus gritos histéricos. Não ligava para o fato de que o homem acima de si, totalmente suado, ofegante e descabelado, é seu tão precioso aluno. A culpa que deveria sentir não estava ali, e a única coisa a se chocar era as peles avermelhadas pelo calor.

Jimin revirou os olhos e soltou uma exclamação quando percebeu que estava prestes a gozar, murmurando palavras desconexas para avisar Jungkook, mas este não ouvia nada além de seus batimentos cardíacos em seus ouvidos, a mente nublada no orgasmo que estava cada vez mais perto.

E quando chegou, não ouviu o grunhido animalesco que saiu de sua garganta e nem a forma que começou a se mover mais selvagem, levando Jimin junto a si para um orgasmo duplo e bagunçado. Quando o mundo voltou a reconstruir-se, sentiu o corpo abaixo de si tremer.

Jungkook parecia queimar, seus braços mal se mantinham firmes e sua cintura doía enquanto continuava as estocadas de forma preguiçosa, sensível ao interior pulsante e quentinho. Observou o homem abaixo de si, a respiração desregular, a pele avermelhada e o corpo brilhante pelo suor.

- Esto-ou morto. – Jimin abriu um sorrisinho ao sentir sua voz vacilar.

Jungkook riu baixinho, deitando-se sobre ele, enfiando seu rosto no pescoço quentinho para descansar seus braços trêmulos. Sentiu um carinho calmo em seus cabelos, fechando os olhos por uns segundos.

Deixou seu corpo tremer, tencionar, queimar, ferver, explodir. Deixou os gemidos serem esmagados pelos lábios de Jimin, gozando com tanta intensidade e vontade que se surpreendeu. Nunca tivera um orgasmo tão intenso, que conseguia o deixar tão desnorteado, tão desesperado ao ponto de sentir-se passar mal.

- O que eu faço com você, Jeon? – A voz de Jimin era tão arrastada, tão baixa e manhosa que Jungkook sentiu-se acordar sem nem mesmo ter dormido. Porém estava sensível demais e sabia não ser o único.

Afastou-se de Jimin para esticar os músculos das costas, tirando a camisinha para então amarra-la. Suas pernas tremeram quando tentou levantar para jogar o pedaço gosmento de plástico no lixo, porém o resmungar de Jimin o impediu. E quando voltou os olhos para ele, vendo-o totalmente aberto para si, as coxas vermelhas, o peito subindo e descendo, os cabelos molhados e os olhos semicerrados, Jungkook deu-se por vencido a vontade de não se afastar nunca mais dele.

Aceitou seu destino sem problemas. Sem objeções. Sem hesitação.

O fez com prazer.

Aproximou-se e se deitou ao lado do corpo cansado, observando atentamente o mais velho antes de, finalmente, responder, com a voz ainda mais rouca e arrastada:
 - Não sei, hyung. Estou chocado demais com sua beleza para pensar nisso agora.

Essas palavras fizeram um sorriso nascer nos lábios de Jimin, que, mesmo levemente dolorido, arrumou seu corpo de lado, ficando cara a cara com Jungkook. Acariciou o peito largo com a ponta dos dedos, sendo puxado para mais perto até estarem totalmente colados, porém sem malícia.

Era estranho velo tão próximo e tão casual. Mas um estranho tão bom, tão satisfatório que Jimin teve que rir baixinho, sentindo-se bobo em, mais uma vez, cair nos encantos de Jeon Jungkook.

- Eu devo dizer o mesmo, aluno.

Mais um beijo começou. Silencioso, cheio de palavras não ditas e sentimentos sufocados.

▰

- Hoseok, sabe aquela promessa que você me fez outro dia? – A voz divertida e ainda rouca de Jungkook fez Hoseok bufar enquanto encarava a hora na tela de seu celular. Já se passavam das cinco e daqui a algumas horas teria que acordar para a aula.

- Me acordou pra isso? – Perguntou irritado.

O mais novo sorriu malvado, segurando um porta retrato que estava colocado sobre a estante da sala do Park, vendo que ele sorria enquanto segurava um cachorro em seus braços.

- Então, se lembra ou não?

Hoseok quase respondeu um “não”, querendo desligar logo. Mas sabia que não podia fazer isso, pois não queria lidar com um Jungkook que adora guardar rancor o ligando a madrugada inteira por uma semana.

Deixou sua memória falha pelo sono trabalhar, e, quando algo passou por sua mente, Jungkook foi mais rápido, sentindo raiva pela demora do sonolento hyung.

- Estou esperando com ansiedade o dinheiro do motel. E, se depender de mim, o mais rápido possível. – Sorriu ao desligar o telefone, sentindo seu peito inflar e sua mente, mais uma vez, viajar para o corpo de Jimin deitado no cômodo ao lado.

Foi até lá e derreteu-se ao vê-lo tão calmo deitado sobre o colchão branco, a bochecha sendo esmagada pelo travesseiro, os cabelos caindo sobre os olhos e a boca aberta, a respiração calma e harmoniosa. Suspirou baixinho e se esgueirou para deitar nas costas de Jimin, ouvindo-o resmungar algo ao ser puxado para uma posição mais confortável.

- Hyung, quer se preparar para a escola?

Jimin não respondeu, dando somente outro resmungar antes de alcançar seu próprio celular.

Jungkook, por um momento, não entendeu o que ele estava fazendo ao entrar em seu chat de conversar, porém teve que segurar com força a vontade de rir enquanto Jimin aproveitava-se de sua voz rouca para inventar uma história a coordenadora, falando que dormiu com a janela aberta e agora estava em um estado crítico de mal estar. Tossiu e até mesmo fungou o nariz para dar mais veracidade a mentira.

E quase chorou de rir com a rapidez que ela respondeu e em como ela quase surtou de preocupação.

- Agora eu me sinto mal por estar mentindo. – Jimin murmurou baixinho, porém ele logo dormiu sem nem terminar de ler as mensagens que ela enviava.

Jungkook aproveitou para responde-la, agindo da forma mais fofa possível e sendo recompensado com um dia de folga para seu amado professor, que soltava lufadas fofas de ar enquanto dormia. Voltou a abraça-lo, esfregando o rosto nos cabelos dele.

Era chocante como seu corpo parecia encaixar perfeitamente no dele, como um quebra-cabeça finalizado.

Não soube ao certo quando foi atingido, ou quem foi o atirador, mas, no segundo em que afundou seu rosto nos travesseiros com o cheirinho de Jimin, ele sentiu uma dor quase agonizante no peito ao perceber que podia ter feito isso a muito tempo, ao perceber que foi atingido pela merda da bala do amor.

Ao perceber o quão chocante era simplesmente poder tocar em alguém tão perfeito como Jimin.