Kentin
Eu não sei cortar meu cabelo. Achei que nessa escola me fariam um corte militar. Bem fizeram no primeiro dia, até tirei foto e coloquei na minha página.
Armin me chama de Capitão América desde então.
O ponto é: não é obrigatório, eu só quis ver como ficava.
Agora passou meses, ele cresceu e não sei como cortar. Usar a tigela não é mais uma opção.
Senpai me mandou umas referências e dicas que eu comecei a tentar. Mas ainda fica difícil.
— Olha, ficou meio bagunçado e repicado, senpai. – Falava com ela em meu quarto, me agachando para meu cabelo ficar na altura da câmera do notebook, que estava em cima da escrivaninha do meu lado do quarto (porque é assim que funciona quando se divide dormitório).
— Eu adorei, Ursinho.
Corei intensamente.
— Se-Senpai? — Levantei meu rosto para encarar a tela.
Ela cobria o rosto, envergonhada.
— O que foi isso? — Foi o máximo que consegui perguntar.
Ela abriu espaço entre os dedos para poder me encarar.
— Lety fez parecer uma boa ideia termos apelidos fofos, ai eu pensei que… sabe… tinha mais haver com a gente.
Cobri o rosto, abafando meu grito de puro constrangimento.
— Little Bear?
Neguei com a cabeça.
— Teddy?
Novamente neguei.
— Kuma-kun?
Descobri meu rosto.
— “Kuma-kun? ”
— É japonês. Do mesmo jeito que “senpai” é.
— Mas quem não sabe o que é “senpai”, senpai? Se bem que nem todo mundo é meio nerd como eu. E Shiba já é sobrenome de cachorro, senpai. Agora vou ter apelido de urso? É assim que você me vê? Como um animal?
Ela riu tanto que me fez rir junto. Podia estar feliz por senti-la perto, mas o lado racional fazia doer porque sabia que estava tão longe.
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