13.04.2015
Atlanta, Geórgia
P.O.V Kaya McNeil
— Kaya McNeil — a professora de inglês pronunciou, e eu levantei a cabeça, que estava abaixada pois eu estava fazendo trabalhos.
— Sim, senhora — sorri, respondendo-a.
— Professor Bieber está chamando-a na sala dos professores-, querida —ela disse, e eu gelei, pensando na merda que Bieber achava que estava fazendo.
— Tudo bem, eu já estou indo — disse, levantando-me.
— Ih — a turma disse em um coro, como se eu estivesse feito algo de errado, então eu olhei para trás, rindo, e recebi uma enorme encarada de Esther, uma encarada de terror.
Mas isso não fez com que o meu sorriso se desmanchasse, era engraçado uma quase nerd ser chamada na sala dos professores.
Cheguei a sua sala, e dei duas batidas na porta, ouvindo um ''entre'' como resposta.
— Diga, Bieber —disse sem paciência.
— Olá, senhorita Kaya, bom dia pra você também.
— Bom dia seria se eu estivesse dormindo.
— De mau humor como sempre, não é? — ele sorriu, mostrando-me a cadeira —Sente-se, por favor.
— Eu não fiz nada, Bieber, juro — respondi rápido, enquanto sentava na cadeira.
— Seu olhar diz tudo — ele sussurrou, encarando-me nos olhos.
— E o que ele diz?
— Que você fez alguma merda.
— Por Deus... — sussurrei, revirando os olhos.
— Você revira muito os olhos, Kaya.
— Para um simples professor de escola você observa muito bem o que eu faço ou deixo de fazer — disse brincando.
— Eu a conheço mais do que você própia, Kaya — ele disse entrando na brincadeira. Ri sapeca, levantei-me e contornei a mesa, sentando em seu colo.
— Imagino o quanto isso seja real —assenti — O que você quer, afinal?
— Sair com você.
— O quê? — perguntei, dando uma gargalhada alta — Está brincando comigo.
— Por que eu estaria? — ele perguntou, com um olhar desafiador.
— Porque você é meu professor? — perguntei, como se fosse óbvio.
— E o que tem o pão a ver com a manteiga?
— Manteiga com pão fica mais gostoso.
— Hum — ele riu sacana.
— Desculpa, não entendi a referência nisso tudo.
— Nem eu — ele disse, irônico.
— Bieber, se você queria apenas me chamar pra sair, sinto muito lhe dizer que estou ocupada a semana inteira.
— Sei que não está.
— Mesmo se eu não estivesse, isso não vem ao caso.
— É só um passeio de bons amigos.
— Nós não somos bons amigos — gargalhei — Nem amigos — disse, mudando de sapeca pra séria — E nem colegas.
— Por que?
— Não posso ser amiga, colega, ou o quê for com meu professor. A vida não funciona assim, meu amor.
— Meu amor...
— Ah, me poupe, né, Bieber.
— Você vai sair comigo, Kaya. E ponto final.
— Eu não vou, já não disse? Não deixei claro?
— Sim, deixou — ele riu de lado — Mas eu estou deixando claro também que você vai sim ao nosso encontro de bons amigos.
— Não dá pra ser sua amiga.
— E por que? Hum?
— Porque amigos não beijam amigos.
— E daí?
— E daí que amigos também não sentem tesão por amigos.
— É por isso que nos somos bons amigos, e não apenas amigos.
— Deus... — revirei os olhos mais uma vez, reclamando.
— Não revira os olhos, Kaya. Já disse que não gosto.
— Tem vontade de me castigar, é?
— Cala a boca, Kaya...
— Por que, professor Bieber? — inclinei-me e sussurrei perto de seu ouvido.
— Não faz isso aqui.
— Por que?
— Porque tenho vontade de fodê-la a noita inteira.
— Deveria — ri baixo, beijando seu pescoço.
— Então, Kaya. Nós somos amigos com beneficios.
— Não viaja, vai.
— É sério.
— Eu nem sei o porquê de eu estar aqui ainda perdendo o meu abençoado tempo com você, Bieber. Eu deveria estar na sala, iria aprender mais.
— Comigo você aprende também, princesa.
— Aprendo o quê? Hum? — perguntei, sorrindo.
— A fazer isso — ele sorriu também.
Um sorriso maravilhoso, aquele de sempre, né.
— Esquece, amor — ele sorriu, passando as costas de sua mão em minha bochecha.
— Você está amoroso demais.
— Eu sou amoroso, Kaya.
— Eu amo você.
— Sou o melhor partido que irá arrumar. — ele disse mais uma vez.
— Um partido como o da politica? —perguntei — Odeio politica.
— Você está fugindo muito do assunto.
— Já me disseram muito isso.
— Eu não me importo — ele sorriu com desdém.
— E eu não me importo com o seu convite, doutor Bieber.
— Doutor Bieber, eu gostei.
— Você gosta de tudo que fortaleça seu ego.
— É por isso que eu gosto de você — ele sussurrou, com aquela voz maravilhosa, aquele sorriso maravilhoso, aquele tudo maravilhoso — É por isso também que eu quero sair com você.
— Pra me carregar como um troféu, sei...
— Kaya, é apenas um passeio de bons amigos.
— Eu sei, mas eu não quero ir.
— Por que? Você não estava assim ontem.
— Porque não dá pra uma mulher sair com você apenas sendo amigos, Bieber.
— Como assim?
— Você não desiste, parece que tem uma coisa que fica te perturbando, sabe?
— Do quê está falando, Kaya?
— Dizendo coisas do tipo ''você tem que conquistá-la até ela ceder, e então, você a joga fora, como se fosse uma gata do lixão''.
— Kaya? — ele disse alto, quase gritando — Para de gritar e me explica o quê caralhos você tá falando.
— Mas quer saber? Isso não vai acontecer comigo. Sabe por que? Porque eu não sou a sua gata do lixão, e eu não sou o tipo de mulher que não resiste a um par de olhos viciantes e um sorriso maravilhoso.
— Então quer dizer que eu tenho um par de olhos viciantes e um sorriso maravilhoso? — ele disse, se gabando.
— Você prestou atenção no que eu disse?
— Sim, você disse que eu tenho um par de olhos viciantes e um sorriso maravilhoso.
— Bieber...
— Estou fingindo que não ouvi o resto, estava apenas observando como você fica quando está irritada. É hilário!
— Hilário é essa sua coragem de me chamar para sair sendo o meu professor.
— Nós temos um relacionamento, lembra?
— Que relacionamento?
— Não adianta esconder, Kayazinha. Nós temos um relacionamento. Eu amo você e você me ama.
— Eu posso até ter um relacionamento com o Bieber, mas é meu Bieber, não o Bieber professor de Química e Física.
— Meu Deus, como você é difícil.
— Você é meu professor.
— E voltamos a estaca zero...
— Nós nunca saimos dela.
— É muito dificil conversar com você, McNeil.
— E por que você continua tentando?
— Porque é como um desafio, e eu gosto de desafios.
— Legal —balancei a cabeça positivamente.
— E então? 8:00 p.m está bom para você? É o melhor horário para mim.
— Eu não me lembro de ter concordado com isso.
— Você não precisa.
— Quando você vai desistir disso tudo, e me deixar em paz?
— Nunca, mas se você sair comigo eu juro que te dou uma trégua.
— Apenas como amigos?
— Sim.
— Nada de afeto?
— Hum... Não.
— Nada de uma boca na outra?
— Hum... Hãn... Não.
— Nada de uma língua encostando na outra?
— Talvez haja isso.
— Bieber!
— Ok, nada de uma língua encostando na outra.
— Certo, acho que posso passar por isso.
— Você age como se me beijar fosse pior do que a morte.
— Porque é.
— Você nunca beijou seu professor de Química e Física, por isso diz.
— E nunca vou fazer, Deus seja louvado!
— Nunca diga nunca — ele disse, e eu revirei os olhos mais uma vez.
— Seus olhos são...
— Lindos? Cativantes? — perguntei — Sim, eu sei.
— Eu ia dizer normal.
— Ah, claro que ia, até perdeu a fala.
— Se nós não estivéssemos aqui, eu juro que não estaria me segurando agora pra fazer você perder a fala também.
— Bieber, não viaja não. Já te disse, isso faz mal pra saúde — sorri.
— Você gargalhando também é maravilhoso de se ouvir — ele sorriu — Um dia eu vou ouvir isso no pé do ouvido, grava isso aí.
— Bieber, para de falar merda, daqui a pouco chega a diretora aqui e pronto. Você é demitido e eu sou expulsa.
— Mas eu não fiz nada — ele se fez de
inocente.
— Estou sentada no seu colo, Bieber.
— Não te obriguei a sentar aqui.
— Se você acha que chamar uma aluna da escola para sair e ficar flertando com ela não é fazer nada, tudo bem, está certo então.
— Claro que estou — ele sorriu.
— Olhe, eu adoraria perder o meu tempo precioso com você — disse irônica — Mas eu estou perdendo aula... Preciso ir.
— Hum, eu não te liberei ainda.
— Você não precisa liberar nada, doutor Bieber. Você não manda em nada aqui — eu disse, referindo-se a mim
— Não me provoque, Kaya McNeil.
— Você não manda em mim, Bieber.
— Ainda não — ele grunhiu e eu arqueei a sombrancelha, rindo.
— Eu preciso ir.
— Precisa mesmo, não aguento mais ouvir sua voz sexy e não poder fazer nada — ele disse, fazendo cara de cachorro sem dono — Não se esqueça, ás 8:00 p.m.
— Eu adoraria esquecer, sério — sorri, levantando de seu colo — Mas eu cumpro com os meus compromissos.
— Esteja linda.
— Eu já sou, meu amor.
— Convencida é pouco — ele disse, rindo.
— É melhor eu ir, Bieber, sério — mudei de assunto — Se não eu vou ficar o dia todo aqui e... Eu preciso realmente ir.
— Certo — ele disse, levantando para abrir a porta —Não estou abrindo a porta porque sou cavalheiro, estou longe disso, que fique claro.
— Isso é a última coisa no mundo que você seria.
— Concordo — sussurrou, e eu passei pela porta, sentindo o cheiro de seu perfume forte adentrar pelas minhas narinas.
Ele estava pronto para fechar a porta quando eu o interrompi:
— Bieber? — chamei, no meio do corredor, e ele me olhou, sorrindo maroto.
— Sim?
— Não se esqueça — pausei — Amigos não beijam amigos.
— Ei, Kaya — ele disse um pouco alto demais, puxando-me pelo braço e me levando novamente para a sala novamente. Bieber trancou a porta atrás de si, e depois trocou nossas posições, empurrando-me fortemente na porta — Vai sair sem se despedir? — sussurrou no pé do meu ouvido.
— Huh... Para, Bieber.
— Me dê um beijo.
— Amigos não beijam amigos.
— Então namora comigo, porra.
— Quê? — perguntei, começando a rir violentamente.
— Fica comigo, Kaya McNeil.
— Bieber, cala a boca.
— Posso te falar uma coisa?
— Sim.
— Vai acontecer muitas coisas em sua vida ainda esse ano, mas eu prometo estar do seu lado.
— Você é misterioso.
— E você me ama.
— Prometa que vai ficar ao meu lado quando essas tais coisas acontecerem.
— Eu prometo, amor da minha vida.
— Do quê me chamou?
— De amor da minha vida — ele sorriu, dando um beijo em minha bochecha.
— Você promete estar comigo sempre?
— Prometo.
— Tudo bem — sorri — Agora me beija, doutor mistério — eu disse e assim ele o fez, beijando-me calmamente.
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