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História ChoqueColisão - Sorte


Escrita por: narajnosabaku

Notas do Autor


FINALMENTE!!!
Eu já havia escrito esse capítulo faz tempo, mas infelizmente me faltava disposição para postá-lo. Mas cá estou com este capítulo, ele é um pouco maior que o primeiro, espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 2 - Sorte


Foi muito rápido, logo ouviu a sirene do resgate e— infelizmente— os “flashs” dos fotógrafos. Mas teve sorte, mesmo consciente e se sentindo bem, foi de ambulância evitando assim interrogatórios desnecessários.

— Não se preocupe senhor Uchiha, vamos levá-lo direto para o hospital de seu plano— o paramédico com toda atenção lhe diz em meio aos cuidados, recebendo um aceno de agradecimento do rapaz. 

Teve sorte, não sofreu nada sério, apenas escoriações em seu corpo. Entretanto, por precaução, o medico lhe deixou em observação por vinte e quatro horas, além de desintoxicá-lo do álcool.

— Sasuke!— a voz de sua mãe lhe desperta da única meia hora que ele conseguiu pegar no sono sem que a cena do acidente lhe acometesse.

Ela entrou, no exato momento que ele se sentou para aguardá-la. MikotoUchiha, uma mulher tão madura quanto jovial, sempre fora uma “layde”, mas se esquecia de toda a etiqueta quando se tratava da saúde e bem estar dos filhos.

— Mãe... — apesar da frieza, estava feliz em vê-la, e a cara de sua mãe ao ver os curativos em seu rosto, e outras partes que a roupa deixava aparente, foi desanimadora.

— Oh filho, eu... Eu... — sua voz morreu se convertendo em choro, ela corre em direção do filho em busca de um abraço que não foi negado.

— Está tudo bem mãe... — Sasuke tentando lhe dar conforto alisava os belos cabelos preto-azulado de sua mãe. Engaçado, tinha os cabelos de cor idêntica aos dela, mas a medida que foi crescendo seu cabelo ficou tão preto quanto o pai.

Pai... Não fora surpresa alguma Sasuke vê-lo escorado ao batente, “contemplando” com o semblante nada amigável o abraço dos dois.

— Mikoto, quantas vezes irei alertá-la sobre escândalos desnecessários no hospital?!— sua mulher se assusta e se desprende do filho, limpando os resquícios do choro ao sentar perto de Sasuke.

  Nesse exato momento, somente os soluços baixos de Mikoto podiam ser ouvidos. O homem que nem aparentava ser um idoso, caminha lentamente ao lado dos dois ignorando o olhar de súplica da mulher.

— Fugaku, meu amor... — sua esposa implora tentando abrandar o ar de conflito que parecia ter se instaurado ali.

— Você teve sorte, para um embriagado claro— seu filho respira mais fundo sentindo a força da crítica.

  Sasuke segurou a língua para não respondê-lo mal. Sabia que tinha feito besteira, mas apontar seus erros e defeitos era algo natural para Fugaku Uchiha, deveria estar mais do que acostumado. O suspiro, que soltou, deu lhe conta de que segurava ar, e o pigarro de seu pai de que a “conversa” não tinha acabado aí:

— Me espere lá fora— nem se deu o trabalho de olhar para face de Mikoto, para saber que ela retrucaria— Não vou falar duas vezes!— ela finalmente obedece, mas não sem antes sussurrar no ouvido de Sasuke:

— “Estarei sempre ao seu lado filho”— ele se permitiu abrir um tímido sorriso em agradecimento a mãe

  A desconfortável falta de som, já incomodava o tão taciturno Sasuke, fora a incapacidade de interpretar a postura rígida e os orbes pretos, idênticos as seus, queriam lhe dizer além do tão famoso “eu estou furioso com você, sua decepção!”. Tinha mais coisa além, podia sentir.

— E então?— Fugaku começa, mas sem respostas que coubessem no momento, Sasuke, observa da janela os pequenos indícios da noite despontando. Percebendo o quanto a sua noção de tempo estava desregulada

— Quanto tempo eu dormi?— a curiosidade era tamanha que a pergunta sai sem antes poder contê-la

— Não me interessa!—irritado, melhor caberia irado, Fugaku estala os lábios— O que me interessa é que você: dirigiu embriagado, destruiu um carro de 850mil dólares, quase matou a sua mãe do coração, além de me fazer perder um negócio de cento e vinte milhões, — ele solta uma risada seca como se houvesse se lembrado de uma piada— Sem contar das manchetes estamparem sua cara, por acaso Sasuke você sabe o sobrenome que carrega?

  Sasuke nem podia olhar para a face do pai, por mais que a vontade de desafiá-lo fosse grande, mas a face de fúria misturada a decepção dele, e seu corpo dolorido, lhe davam desvantagem.

— Eu lhe fiz uma pergunta!—Fugaku o acorda de seus pensamentos e lhe inflama levantando seu rosto para encará-lo

— O seu, infelizmente— Sasuke se espanta, sua aspereza ao tratar o tão precioso sobrenome “Uchiha”, pareceu em nada afetar o pai, pelo contrário, ele até sorri em deboche.

— “Infelizmente” quando lhe convém, não é mesmo filho?—Fugaku nem se presa em deixar Sasuke respondê-lo— Exceto quando quer sorver dos prazeres que o MEU nome e o MEU dinheiro podem oferecer não é mesmo?— observa seu filho lhe encarar em desafio, o fazendo refletir onde havia errado— Mas não merece carregar esse nome, pois não reconhece o peso que ele tem... — Sasuke com a mandíbula trincada, fecha a mão no lençol o apertando com toda força para aplacar a raiva.

—Que bom que acha isso “papai”, com certeza não deve está tão feliz em saber, que vou carregá-lo por mais tempo— Sasuke deixou claro que se tratava de sua saída ilesa daquele acidente.

— E você deve está achando que teve sorte?— a ironia de Fugaku lhe permitiu escorregar as mãos ao bolso como um aviso mudo de que já ia embora— Esse acidente, meu filho, não foi sua salvação, foi sua ruína, mas como eu prometi a sua mãe esse assunto ficará para quando receber alta— deu as costas ao filho e seguiu foi para porta, contudo quanto estava segurando-a para sair, para de repente— Depois disso, suas regalias acabaram— e assim ele se despede, deixando Sasuke com mais fantasmas para assombrá-lo durante o sono.

As horas finais no hospital foram as piores, os poucos momentos do acidente vinham em sua memória, misturado ao que seu pai disse mais cedo, lhe tiraram o apetite e o sono. Quase estava implorando para liberá-lo, mas seu orgulho lhe impedia de fazer tal coisa, afinal de contas, ele é Sasuke Uchiha

  No dia seguinte, sua mãe como sempre o aguardava. E trouxe uma bolsa com suas roupas, e tomates secos, os seus favoritos. Eles não saíram pelo saguão principal

— Muitos fotógrafos— Mikoto o alertou.

Sua chegada em casa— na verdade a de seus pais, Sasuke morava em uma cobertura perto da universidade— ocorreu sem muitas festas, seus amigos não estavam, nem sequer o visitaram, “hunf, foi melhor assim”, pensou, nunca foi tão sociável e as perguntas deles acabariam o irritando. Vê a moradia suntuosa de arquitetura imperial, lhe trazia mais lembranças ruins do que boas, sinceramente, mas mesmo assim algumas lembranças lhe deixavam saudades. Principalmente do irmão, a quem fora tão apegado na infância e na sua adolescência não passavam de dois estranhos, se ele soubesse...

— Finalmente chegaram— Fugaku os recepcionou no saguão, causando estranheza em Sasuke, podia contar, nos dedos de uma única mão, as vezes que viu seu pai de bom humor em um domingo de manhã— Bem vindo meu filho, se alimente e vista sua melhor roupa, vamos visitar alguém— a maneira de dócil da voz, fez seu filho questionar se era mesmo o pai a falar com ele.

  Sem dizer nada subiu para o segundo andar, na sua suíte, para tomar um bom banho antes do almoço.

Desceu a sala de jantar, e ficou surpreso ao saber que eles não comiam mais lá, mas numa mesa em frente a fonte e o jardim a pedido de Mikoto. O almoço fora tranquilo somente os sons da fonte e de passarinhos eram ouvidos, e o clima relaxante e agradável impossibilitou-lhe de fazer maiores questionamentos. Sua mãe contava alegre as mudanças que havia feito na casa, principalmente no jardim, do recital de uma da netas, filhas de Itachi, o que levou Sasuke a refletir que a muito tempo não visitava os pais, nem mesmo as sobrinhas, talvez agora depois do acidente poderia dar mais atenção a família, pois dessa vez teve sorte. A atenção de sua mãe lhe foi tirada pelo pai que se levanta da mesa encerrando o “monólogo” de Mikoto

— Bom, é melhor nós irmos Sasuke— Fugaku dá uma olhada em seu relógio,um Cartier legítimo — Você já parece descansado do almoço e a visita não pode esperar— Sasuke nota a intensa troca de olhares dos pais, sentindo uma inquietação no ar— E então filho? Vai ficar sentado aí?

  Somente naquele momento Sasuke percebe que todo seu corpo estava endurecido em receio

— Vou pegar meu casaco e o celular, te encontro no estacionamento— assim que recebeu permissão do pai se levantou da mesa e voltou a sua suíte

 

  Em menos de cinco minutos os dois estavam saindo da casa no Dodge Preto de Fugaku. Como era de se esperar ambos estavam em silêncio, silêncio este que Sasuke, ouvindo música em seu celular, sequer se atreveria em quebrar. Da janela ele observava o trajeto feito pelo pai e instantaneamente se dá conta que não irá ver suas sobrinhas, sendo que algo já o avisava de que não iria para lá, e nisso se passa vinte, trinta, quarenta minutos e nada do carro parar, Sasuke já tinha ouvido um CD inteiro quando finalmente o carro parou

— Pode descer, vou estacionar melhor o carro e te encontro aqui— Sasuke o obedece e logo percebe que pararam em frente a um dos hospitais em frente ao enorme prédio comercial, talvez um dos advogados da família trabalhasse ali— Sasuke!—Fugaku o chamava da porta do hospital e o seguiu preocupado, aquele fora o mesmo hospital que Itachi se tratara, lembrou assim que entrou pela recepção.

— O que estamos fazendo aqui?—Sasuke não gostava daquele lugar e não escondia isso, por mais que tenham feito de tudo pelo irmão seu último suspiro foi ali

  Se já não bastasse a sensação ruim, seu pai não lhe respondeu a pergunta e ainda podia sentir olhares de algumas pessoas sobre ele

 — Pai o que fazemos aqui?!— incomodado Sasuke altera a voz recebendo um olhar calmo de Fugaku que caminhava em direção aos elevadores

— Me siga e verá— foi tudo que o pai se dignou a dizer até chegarem no último andar, onde ficava a UTI— Sabe o acidente filho?

—... — sentindo um frio na espinha, Sasuke apenas afirmou com a cabeça

Seu pai solta um longo suspiro:

—... Você, não foi a única vítima...

  Sasuke seguiu o pai até uma das salas e observou pela janela um rapaz intubado, com escoriações no rosto e nas partes descobertas pelo lençol, a cabeça enfaixada, inchado, o tórax se movimentava pelo impulso de uma daquelas maquinas ligadas ao corpo inerte. Então naquele momento, se deu conta que não teve tanta sorte assim


Notas Finais


O que fazemos com imprudência pode fazer com que outros sofram a consequência... Na real
Bom, a atualização ficará por conta de vários fatores, a minha vergonha na cara é um deles, rs
Mas espero não demorar tanto, até mais!


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