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História Chosen Fanfiction - Zoey e Aphrodite


Escrita por: olivthay

Capítulo 13 - Zoey e Aphrodite


Aphrodite me beijava de um jeito bem quente, como se tivesse esperado muito por aquilo. Sua língua brincando com meus lábios e seu cheiro bagunçando meus sentidos, suas mãos apertavam minha cintura sem timidez. Em um movimento descuidado prendi seu lábio inferior entre os dentes e acabei cortando acidentalmente. Me afastei para olhar a fina linha de sangue em seu lábio, o cheiro me alcançando com força. Aphrodite passou os dedos no labio e viu o sangue, seus olhos se arregalaram brevemente, mas um sorriso sacana se formou em sua boca. 
- Pode provar. - ela disse, levando seu dedo até minha boca.

O gosto explodiu em minha boca e eu sabia que não poderia resistir mais, trouxe seu rosto para perto e passei a língua no filamento de sangue. Aphrodite gemeu contra minha boca, e eu estaria mentindo se dissesse que aquilo não era mortalmente erótico.

A imagem se dissolveu aos poucos quando o som do meu despertador invadiu meu sonho. 
Sentei-me apressadamente, respirando fundo e enxugando o suor da testa. 
- Que inferno, como um beijo pode mexer com minha cabeça desse jeito? - suspirei, exasperada.

Aphrodite tinha saído do meu quarto as pressas e nem me deu tempo para reagir. Eu pensei que teria dado um fora nela ou algo assim, mas ao que tudo indica, meu subconsciente sabe mais sobre os meus desejos do que eu. 
Tentei não pensar nisso enquanto tomava banho e me arrumava, mas as coisas pareciam automáticas. Era seriamente possível que Aphrodite estava ali o tempo todo e eu não notei? Era certo que ela estava me defendendo sem precisar e não só dos meus amigos, dos meus ex namorados também. E ela também não me julgou por nada do que aconteceu com Loren/Heath/Erik. Ela ficou do meu lado mesmo quando eu continuei sendo idiota com ela. 
- Aimeudeus! - falei encarando minha imagem no espelho. - Estou considerando.

Claro. Bem, por que não? 
Sacudi a cabeça, totalmente confusa. Precisava falar com Aphrodite. 
[...]

Bem no café da manhã (às 18:00, sim!), enquanto devorava uma enorme tijela do meu cereal favorito e uma latinha de refrigerante de cola nem minimamente saudável, percebi que Aphrodite me evitava. Ela passou por mim e pelas gêmeas enquanto nos atrapalhavamos na pequena cozinha do dormitório das meninas e fingiu que não estávamos lá. 
O resto do dia não foi diferente. Precisei aguentar Neferet em Sociologia Vampirica 101 e Erik como substituto da professora Nolan na aula de teatro, segui relutante para dois tempos de esgrima com Dragon e aproveitei um pouco porque era uma aula que fazia com Damien. Na hora do almoço eu tinha certeza que encontraria Aphrodite, ela também precisava comer. Mas ela não apareceu no refeitório, meus amigos até pareceram notar que eu estava inquieta. Considerei pedir conselhos para Damien, mas sabia que ele contaria para as gêmeas e com com certeza não estava pronta para aguentar as duas surtando. 
Minha última aula era equitação, uma aula que eu gostava com particularidade. Além de Lenobia ser uma professora inteligente e centrada, ela sempre me deixava ficar depois da aula para escovar Persephone. 
- Isso é estranho, não é? Sei bem que Aphrodite é meio louca, mas dai a me beijar e me evitar depois? Ora, assim não dá pra resolver. - Persephone relinchou como se concordasse comigo - Eu também não sei o que diria pra ela, mas primeiro as prioridades, não é?

Ofereci a Persephone alguns torrões de açúcar que tinha bolso e escovei sua crina, acariciando seu focinho macio de vez em quando. 
- Sabe, você é melhor ouvinte do que Nala, não conte para ela, mas ela nunca me deixa falar, ta sempre espirrando na minha cara e...

Uma risada jovial soou atrás de mim e eu me virei assustada. Surpresa tomou conta de mim ao ver Aphrodite encostada casualmente na divisória. Seu corpo esbelto somado ao seu cabelo loiro e as unhas bem feitas eram um constraste gritante dentro de um estábulo.

- Agora você desabafa com cavalos? Acho que Nala não vai aceitar isso muito bem. - sua voz era cuidadosa, mas eu podia ver o nervosismo por trás.

- Persephone é uma dama quando se trata de dar conselhos, Nala vai ter que aceitar. - falei e fiquei feliz quando ela sorriu.

- Não duvido. - um silêncio estranho se estabeleceu entre nós enquanto nos encaravamos, os ruídos baixos de Persephone eram os únicos sons presentes. Aphrodite respirou fundo e pareceu decidir alguma coisa - Sobre ontem... Não precisamos falar sobre isso se você não quiser. 
- Eu quero! - falei rápido demais. Senti minhas bochechas esquentando, mas decidi continuar com isso - Sua atitude ontem me fez perceber uma coisa que já estava acontecendo á algum tempo.

- O que estava acontecendo? - ela perguntou com o tom de voz baixo. 
Me forcei a não desviar o olhar. 
- Eu estava notando você de outro jeito - comecei, ganhava confiança enquanto falava - Algumas coisas sutis, comecei a gostar demais da sua presença e até a me complicar com meus amigos para te defender, mas isso poderia ser simples se não fosse... - desviei o olhar - se não fosse perceber que você é inteligente e...  Muito bonita.

Um minuto de silêncio seguiu antes que eu escutasse passos se aproximando de mim e então a mão de Aphrodite estava em meu queixo, me fazendo virar para encara-la.

Seus olhos brilhavam intensamente, mas ela ainda parecia incerta.

- Não achei que a senhorita perfeita pudesse me notar - ela falou com a voz muito vulnerável - Mas eu te notei. E caralho, Zoey, que ódio que eu senti quando todos estavam contra você. Eu só queria estar lá mesmo... - ela engoliu secamente - mesmo sabendo que não sou digna de ter qualquer retorno seu. Mas eu tenho agora e eu nem sei como reagir. 

Seus dedos acariciaram meu rosto, mas eu estava imóvel tentando absorver suas palavras enquanto meu coração se remexia. Ela se aproximou um pouco mais, a testa quase tocando a minha, a voz ansiosa.

- O que você quer, Zoey? Se quiser apenas a minha amizade - ela riu - acho que já estou na horda de nerds mesmo.

Meu coração se remexeu mais. Meu corpo todo agitado com sua aproximação. O que eu queria? Deusa! Eu era a pior em relacionamentos, totalmente confusa e que sempre magoava as pessoas. Aphrodite viu de perto as besteiras que eu fiz, e de alguma forma isso a fez querer se aproximar de mim ainda mais? A garota era insana. Mas mais insana era eu por estar pensando em como lhe dar uma resposta verbal, quando eu tinha algo mais forte e que não deixaria margens para dúvidas. 
Sem pensar nem mais um segundo, eu levei meus lábios até os dela, selando-nos num beijo caloroso e carinhoso. Quando dizem que um beijo vale mais que mil palavras, não é brincadeira. Beijar Aphrodite era uma conversa que, digamos assim, era muito inspiradora.

Nos afastamos para respirar e meu coração deu pulinhos com o sorriso que vi em seu rosto. Ela passou os braços em meu pescoço e me puxou para um abraço. Afundei meu rosto em seu ombro e passei os braços em sua cintura, relaxando.

- As gêmeas vão pirar, sabia? - comentei.

Aphrodite se afastou e deu um sorriso malicioso.
- Ótimo, isso torna tudo ainda melhor.

Aphrodite me ajudou a guardar as coisas enquanto imaginávamos como seria contar para meus amigos e ríamos entre beijos roubados. Havíamos caminhado apenas um pouquinho quando senti a primeira dor. Foi como se alguém tivesse cravado uma faca invisível no meu estômago. Achei que ia vomitar, e me abaixei, gemendo. 
- Zoey, o que foi? - Aphrodite perguntou? 
- Não sei, eu... - não consegui dizer mais nada, e ao mesmo tempo tudo ao meu redor ficou ultraconcetrado. A dor no meu estômago foi se espalhando e eu gritei.
Aphrodite se abaixou perto de mim, apesar de estar assustada ela me segurava firme. Com o canto do olho percebi os guerreidos se aproximando. A dor lancinante de repente atingiu meu pescoço foi forte demais, e tudo começou a ficar escuro. Eu estava caindo, mas a dor era insuportável. Eu não podia fazer nada.... Eu estava morrendo. 
Minha última lembrança é Aphrodite gritando meu nome e meu corpo sendo erguido por braços fortes. 
[...]

Acordei no meu quarto. Fiz uma autoavaliação em meu corpo e fiquei surpresa e ver que estava tudo bem. Mas de onde veio aquela dor? Parecia que eu estava morrendo. Tento me lembrar da ordem em que as coisas aconteceram e dou um sorriso ao lembrar de Aphrodite. Ela estava comigo. 
Um murmúrio constante do lado de fora do quarto chamou a minha atenção e eu me levantei e fui até lá. Pela porta entreaberta eu vi todos os meus amigos reunidos em volta de Aphrodite.

- Do que vocês estão falando? - perguntei ao abrir a porta.

Todos deram pulinhos de susto.

- Zoey! - Jack exclamou e se jogou no meu pescoço. - Fiquei tão preocupado!

Ele me empurrou de volta para a cama e meus amigos nos seguiram para dentro do quarto.

- O que aconteceu? - perguntei ao notar que nem todos compartilhavam da felicidade de Jack. - Eu senti uma dor e desmaiei e... 
- Sua carimbagem com Loren Blake se desfez - Aphrodite falou soando cansada. Ela se acomodou na mesma cama que eu, só bem na ponta. Franzi a testa ao notar como ela estava pálida. Fiz uma nota mental para perguntar a ela depois.
- Espera... Ele se carimbou com outra pessoa? - perguntei quase feliz demais, meu sorriso vacilando um pouco quando me dei conta de que Heath poderia ter sentido uma dor pior.

Meus amigos me encararam, mas foi Damien quem falou. 
- Z., ele foi assassinado.

Pisquei, totalmente horrorizada. 
- Assassinado? - perguntei.

Aphrodite assentiu.

- Foi ainda pior do que a professora Nolan, ele foi estripado e decapitado e junto do corpo tinha uma nota do livro de Ezequiel, que diz: "Elimine todas as coisas detestáveis e todas as abominações. Arrependa-se".
E não é só isso. - Damien prosseguiu. 
- Neferet declarou guerra contra os humanos - Shaunee falou. - Ela diz que isso é coisa do povo de fé. 
- Por mais que eu goste de guerreiros fortes e gatos andando pelo campus - Erin acrescentou - tenho que admitir que isso não é nada bom.

- Não. - eu disse - Não é.

Engoli a bile que subiu minha garganta e encarei Aphrodite. Nós duas sabíamos o que aquilo significava. Sua visão estava se concretizando.

[...]

Terça, quarta, quinta e sexta foram um tormento. Todos os alunos estavam de volta e as aulas estavam normais, o campus estava lotado de guerreiros. Neferet tinha lançado um feitiço de proteção nos muros e agora a saída ou entrada de qualquer Novato, Vampiro ou Humano seria detectado. Eu estava louca para falar com Stevie Rae pessoalmente, tinha tanta coisa para contar, mas ainda estava bolando um plano para encontrá-la. A escola ainda estava com um ar sombrio, mas todos tentavam voltar a realidade. Aphrodite foi minha salvação a semana inteira, sempre nos encontrávamos nos intervalos entre a última aula e o horário do jantar onde todos estariam entre o dormitório e o refeitório, assim só precisávamos despistar os guerreiros e podíamos ficar no muro leste ou no celeiro. As vezes ela escava até o meu quarto depois que todos dormiam e a gente conversava, geralmente eu estava quase dormindo quando ela ia embora. 
Na sexta feira estávamos sentados no banco debaixo da enrome árvore que tinha perto do muro. A iluminação não era tão boa, e aquele lado do muro não era muito patrulado, então estávamos escondidas.

Não era novidade nenhuma Aphrodite e eu estarmos numa sessão de amassos. Talvez não de amassos, mas uns beijos muito quentes aconteciam. As mãos dela percorriam minhas costas sob a camiseta com o brasão de Terceiro Formandos e as minhas apertavam sua cintura por cima da blusa. Eu lutava para conter a vontade de provar seu sangue toda vez que escutava o pulsar em suas veias, ai sabia que era hora de parar e nos afastavamos para recuperar o ar. 
Eu estava insegura quanto ao sexo, sim! Não só porque nunca estive com uma garota, mas porquê a primeira e última vez que fiz não foi exatamente maravilhoso, e também porque Aphrodite era humana. Eu sabia bem como aquilo podia ficar intenso para nós duas. 
Naquele dia em especial, ela estava com o cabelo preso e seu pescoço estava exposto, de modo que era realmente difícil conter minha vontade de passar a unha lá. 
- Então - comentei com ela quando respirava normalmente - acho que está na hora de contarmos para os outros.

Ela abriu aquele sorriso sacana que eu tanto odiava antes, mas que agora me deixava muito distraída e brincou com minhas mãos.

- Por acaso você está com medo de ficar a sós comigo no escuro?

Senti minhas bochechas esquentarem.
- N-não! - retruquei morrendo de vergonha - Pensei que talvez fosse legal passar um tempo com eles, é final de semana, podemos nos juntar e assistir alguma maratona de filmes amanhã.

Ela encarava meus dedos, seu silêncio parecendo durar uma eterninade. Eu estava para questionar sua atitude, quando entendi. 
- Você não está acostumada com isso. - falei, me sentindo péssima pela minha pouca sensibilidade - Tudo bem, contamos quando você quiser, então. Eu precismo mesmo...

- Não é isso! - ela me interrompeu - É só que... Bom, eles não gostam de mim. Tá, não vou fingir que amo os nerds, mas também não quero ter que ficar provando minha superioridade o tempo todo.

Ergui uma sobrancelha. 
- Sério, você se acha superior?

- Você perguntando isso me ofende, claro que eu sou. - ela simulou uma jogada de cabelo espetacular e sorriu, me fazendo sorrir também. Então, seu semblante ficou sério - Nós... Isso é recente, mas é algo bem diferente para mim. Mas eu sei que não trato as pessoas muito bem e bom, sei que isso te incomoda. 
- Aphrodite, eu não vou mudar você. Nesses últimos tempos você mudou mais do que eu julgaria possível, aliás - adicionei - seu jeito vadia tem um charme.

Ela jogou a cabeça para trás em uma risada, e quando voltou a me encarar sua expressão era das mais suaves. 
- Se quiser contar para eles, tudo bem. Mal posso esperar para ver a caipira da sua amiga surtar, não sei se ela consegue compreender. 
- Aphrodite! - ralhei com ela.

Ela levantou as mãos em rendição e inspirou profundamente.

- Eu só não quero estragar tudo.- expirou. 
- Não vai. - falei, me inclinando para beija-la.

Nosso momento foi interrompido pelo pior miado que eu já escutei na vida. Aphrodite e eu nos afastamos para olhar quando um enorme gato branco pulou de um dos galhos acima de nossas cabeças direto para o chão. Eu diria que ele pousou graciosamente se não fosse tão feio. 
- Que gato feio. - falei.

Aphrodite não me deu ideia e se levantou, caminhando para perto do gato a que, para minha total surpresa, não se afastou. Mas pulou nos braços de Aphrodite. A loira acariciou o bicho distraidamente, o felino até fechou os olhinhos brilhantes e começou a ronronar como um motor com defeito. 
- É fêmea. - Aphrodite falou - e não é feia. Só é peculiar.

Fiquei chocada com a ternura que Aphrodite direcionava para a gata e logo me dei conta de que nunca tinha visto nenhum gato com ela.

- Está na cara que Malévola me escolheu. 
- Você disse que o nome dela é Malévola? Não é o nome da bruxa má de Bela Adormecida? 
- Sim, e Malévola é muito mais interessante do que a princesa Aurora, aquela boazinha enjoada. Eu gosto do nome, é forte.

Hesitante, tentei acariciar o pelo branco daquela gata enorme, mas ela abriu os olhos e grunhiu ameaçadoramente para mim.

- Malévola vem de malevolência. - eu disse, tirando a mão de perto dela e colocando no ombro de Aphrodite.

- Sim, e malevolência é uma palavra poderosa- a loira respondeu, jogando beijinhos para a fera.

Sorri discretamente e depositei um beijo em seu ombro, tomando o cuidado para não me aproximar da gata.

- Então vou me esforçar para achá-la tão linda e peculiar quanto sua dona. - falei.

O sorriso de Aphrodite foi cem por cento autêntico, e ela ganhou um aspecto jovial e ficou mais linda do que já era.

Ignorei que a gata parecia louca para me jantar e arrastei uma  Aphrodite relutante para o dormitório. Podíamos deixar a gata lá e nos juntar aos meus amigos para comer.

Parecia um plano.



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