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História Chosen Fanfiction - Alguma coisa boa


Escrita por: olivthay

Notas do Autor


Recomendo que escutem essa música Start Of Something Good - Daughtry nessa primeira parte do capítulo.

Capítulo 16 - Alguma coisa boa


 

 

Aphrodite demorou para voltar e eu já estava ficando preocupada.

- Talvez ela já esteja dormindo, não é, Nala? - perguntei para minha gata, ela apenas me olhou com os olhos semi abertos e ronronou mais alto - Humpf, grossa. 

Decidi ir tomar um banho para clarear as ideias, já tinha descansado por algumas horas e agora não me sentia tão compelida a dormir, mesmo que o nascer do sol já começasse a me incomodar. Peguei um short de dormir e um moletom do Thunder Oklahoma, eu não era fã de esportes, mas quando namorei um zagueiro fanático por futebol americano decidi que precisava implicar com ele, então comecei a ver basquete. 

A água quente descia por meus ombros e costas e enchia o box de vapor, encostei a cabeça na parede para não molhar o cabelo e fechei os olhos, Aphrodite... Eu estava forçando a barra? Em um final de semana deixei mais pessoas saberem sobre nós do que ela provavelmente gostaria e agora que analisei isso, foi bem babaca da minha parte. É, essa sou eu: a rainha das inconveniências. Bem que os grandes dons que a deusa me concedeu poderiam ter vindo com uma dose de sabedoria. Sentindo meu corpo relaxado e confortável na roupa limpa sai do banheiro, dei um gritinho quando vi Aphrodite sentada em minha cama.

- Por que você tem que gritar tanto? - ela perguntou com sarcasmo - É do subúrbio? 

Ignorei seu comentário e caminhei da forma mais calma e neutra possível em sua direção.

- Já estava achando que você não viria, está bem tarde. - falei e apontei o queixo para o relógio de cabeceira que mostrava 8:15AM, não era atoa que meu corpo estava sentindo os efeitos do sol, aquele definitivamente não era meu horário. 

Ela seguiu meu olhar e suspirou pesadamente, desviando o olhar para suas mãos Aphrodite parecia estranhamente nervosa. Eu não via aquele tipo de nervosismo nela desde que me beijara à algumas semanas. 

- O que está errado, Aphrodite? - perguntei apreensivamente - Estou te pressionando aqui? Isso não é...

- Não! - ela exclamou e então me olhou de canto e franziu a testa - Eu apenas... Não gosto de ser essa pessoa, sabe? 

- Que pessoa? 

- Essa pessoa que sente e que fica insegura. - respondeu com frustração - Ser a vadia é bem mais fácil e divertido. 

Sorri e balancei a cabeça, essa garota não tinha jeito mesmo.

- Fazer teatro é sempre o mais fácil mesmo. - eu disse - Assim como eu que pareço sempre saber o que fazer o tempo todo, aqui dentro - apontei para o meu peito e para minha cabeça - não é tão simples assim. 

Ela assentiu, mas não disse nada. Suspirei.

- Aphrodite, quero que saiba que você pode me falar qualquer coisa, se você quer tanto quanto eu que mais saia daqui, você tem que entender que pode contar comigo. - falei e esfreguei a testa, apesar do quarto estar escuro pelas cortinas e a luz ser suave o fato de o sol estar se fortalecendo do lado de fora tirava minhas energias aos poucos. 

A loira virou seu olhar para mim com surpresa.

- Espera, você quer algo mais daqui? - ela perguntou. 

Ergui as sobrancelhas em confusão, tudo bem que eu tinha uma fama de ter três relacionamentos ao mesmo tempo e conseguir estragar os três de uma vez como um strike no boliche, mas aquela pergunta poderia me ofender. Aphrodite pareceu entender isso porque tratou de se corrigir.

- Me expressei mal... o que eu quis dizer foi: você gosta de mim assim? - seus olhos brilharam um pouco com a expectativa. 

Minha resposta foi tão rápida que até me surpreendeu.

- Sim, eu gosto. 

- Oh, minha deusa! - Aphrodite riu daquele jeito genuíno que sempre deixava seus traços relaxados e lhe dava um ar jovial que parecia aumentar sua beleza - E eu me preocupando que... - ela me olhou com desconfiança - bem, eu sou humana agora. 

Arregalei os olhos com o entendimento e minhas bochechas ficaram vermelhas. As peças se encaixando em minha mente, as dúvidas desaparecendo. 

- Oh - eu disse totalmente envergonhada - Você acha que eu a quero como consorte? Pela deusa, Aphrodite! Você é uma profetisa de Nyx, nem se eu fosse tão baixo nível você seria assim tão pouco. 

- Também não é assim, ser consorte de uma Grande Sacerdotisa é uma grande honra e... 

- Chega! - a interrompi rudemente e depois de uma respiração profunda olhei em seus olhos - Por favor, não se torture com essas duvidas, sei bem da minha inconstância e que sou problemática, mas se for para você estar ligada a mim, vai ser bem mais do que apenas sangue, okay? Não seja tão dura com você mesmo. 

Um sorriso mais caloroso apareceu em seu rosto e meu coração deu um pulinho ao notar que ele era especialmente para mim. 

- Bom que esclarecemos isso - ela se inclinou em minha direção - Isso aqui é bom, Zoey. Você é boa. - sua voz era como seda e engoli em seco, todo meu discurso sobre dizer não ao sangue beirava a hipocrisia quando ela se aproximava tanto - Você precisa saber que isso aqui é bom mesmo e que eu não tenho objeções em ser sua consorte, eu só não queria ser apenas isso. 

- Você não é. - murmurei, minha resistência diminuindo e eu juro que não aguentaria muito tempo se não fosse meu corpo exausto pedindo cama. Digo, cama para dormir. 

Aphrodite me beijou, não para testar ainda mais meus limites, mas para enfatizar que ela gostava mesmo de estar ali e então se afastou com um sorriso sacana, eu queria apenas esganá-la. Meu corpo estava tão pesado de sono que eu apenas rolei para o lado e me aconcheguei em seu abraço antes de pegar no sono, meu último pensamento foi: como ela conseguia mudar tão rápido? 

[...]

Na segunda feira, eu estava na mesa de sempre para a hora do almoço, meus amigos tagarelando animadamente sobre uma aluna transferida para nossa Morada da Noite.

- O nome dela é Nicole e ela é uma vadia de plantão - Shaunee disse.

- Isso mesmo gêmea, ouvi na aula de espanhol que ela se acha superior demais para estar aqui em Oklahoma - Erin bufou - Ousou dizer que somos caipiras.

Damien ficou vermelho de ultraje e eu apenas ri. Aphrodite ainda não tinha chegado.

- Parece que ela veio pra cá apenas para estudar com Loren Blake - Jack falou inocentemente.

Engasguei. A garota tinha se transferido apenas por Loren? Sera que era outra que fora usada por ele...? 

- Ele era gostoso - Erin falou, todos pareciam alheios ao meu estado.

- É triste que Z. não nos deu nenhum detalhe sobre ele - Shaunee falou e ergueu as sobrancelhas sugestivamente - Sera que...

- Podem esquecer - falei para seus olhares curiosos.

As gêmeas fecharam a cara.

- Aposto que Aphrodite sabe - Shaunee comentou maliciosamente.

- Oh, sem dúvidas, gêmea -Erin completou e as duas fizeram um high-five.

 Minhas bochechas esquentaram horrivelmente. 

- Respeitem a privacidade da garota - Damien ordenou - A história com Loren foi muito traumática para ela, aposto que ela e Aphrodite ainda não foram tão longe porque teve a perda de virgindade e Erik!

Damien interrompeu seu mini sermão ao dizer Erik de um jeito estranho, como se tivesse engasgado. Abri a boca para perguntar qual era o problema, quando vi que ele estava de olhos arregalados e vidrava um ponto acima do meu ombro, então ouvi atrás de mim o inconfundível som de uma porta batendo. Erik se aproximou de nossa mesa e sorriu calorosamente para meus amigos.

- Oi, Damien, Jack - ele piscou para Jack, seu ex-companheiro de quarto, e vi que o garoto ficou quase tonto de prazer e respondeu com um "oi" efusivo. 

É claro que isso me fez lembrar de uma das razões para gostar tanto de Erik, ele não era só popular e lindo de morrer, mas também era um cara bom de verdade. 

- Shaunee, Erin- Erik continuou, acenando para elas com a cabeça, as gêmeas sorriram, olhando para ele com pestanas inquietas. Enfim, ele olhou para mim.

- Oi, Zoey - sua voz perdeu o tom tranquilo e simpático, mas não foi grosseiro. Soou educado e calmo, pensei que era uma melhora, mas então me lembrei como ele era bom ator. 

- Oi. - respondi. 

- Soubemos que você está fazendo sucesso nas aulas de teatro - Damien disse. 

- Pois é, fico meio sem graça, mas Neferet pediu e não dá para negar - ele respondeu.

- Acho que a professora Nolan ficaria muito feliz por você estar fazendo isso. - falei sem pensar. 

Erik olhou para mim. Seus olhos azuis absolutamente desprovidos de expressão. 

- Você ganhou alguma nova afinidade? - seu tom não foi totalmente agressivo, mas ele falou de um jeito curto e frio - Agora você fala com os mortos?

- Ela tem uma nova afinidade sim, a de falar com babacas. - a voz fria e cortante de Aphrodite fez os olhos de Erik brilharem com maldade. 

Ela se aproximou com sua bandeja e eu abri espaço para ela sentar. Ela sorriu docemente para Erik e piscou os longos cílios. 

- Não é um dom incrível? 

Erik riu com escárnio, a maldade em seus olhos me fazendo encolher. 

- Que ótimo, o clube das vadias continua de pé. - ele balançou a cabeça e falou mais baixo, apenas para meus amigos e eu escutarmos - Que pena, Zoey, pensei que você ainda tivesse alguma dignidade. 

- Ah, querido - Aphrodite disse para e buscou minha mão, entrelaçou nossos dedos em cima da mesa, bem a vista de todos - ela tem muito mais que isso. 

Aphrodite piscou para ele e sorriu. Erik ficou pálido, o brilho de seus olhos sumiu e ele apenas deu meia volta e se afastou em direção as portas do refeitório. 

A loira jogou o cabelo para trás, soltou minha mão e se voltou para meus amigos.

- Hey, horda de nerds, vocês são péssimos amigos - ela deu uma garfada em sua salada e piscou discretamente para mim. 

Sorri e sacudi a cabeça, ela era demais.

 


Notas Finais


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