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História Chosen Fanfiction - Problemas


Escrita por: olivthay

Capítulo 19 - Problemas


Aphrodite caminhou lentamente até os estábulos, o dia estava quase amanhecendo e ela tinha certeza que Zoey estaria com Persephone. A morena sempre corria para escovar a égua quando se encontrava confusa, e aquela noite fora cheia de confusão. A loira entrou se esgueirou sorrateiramente pelas divisórias do estábulo, procurando a baia de Persephone. Como era de se esperar, Zoey não percebeu sua presença e ela pôde apreciar a menina por algum tempo. 

- Caramba, Aphrodite! - Zoey engasgou quando se virou para pegar açúcar e se deparou com sua observadora - Que mania de Drácula você tem.

A risada sedutora de Aphrodite ecoou o lugar e ela se aproximou de Zoey.

- Eu sou bem mais bonita que o Drácula, sério, começa a me ofender ter que reafirmar minha beleza para você todos os dias. 

A morena revirou os olhos e se deixou envolver pelo abraço da outra.

- Você adora ter que reafirmar. 

- Verdade. - Aphrodite disse, o sorriso zombeteiro de Zoey incentivando-a à se aproximar mais. 

Antes que a loira pudesse iniciar um beijo, Zoey a pegou pela mão e saiu da baia arrastando a menina consigo.

- Não vamos importunar Persephone, ela me disse que odeia segurar vela. - explicou assim que estavam longe da égua, Aphrodite ia fazer um comentário engraçadinho, mas Zoey a envolveu num beijo, uma das poucas vezes que a morena tomava uma atitude.

Aphrodite apoiou as mãos timidamente na cintura da outra e aceitou aquele beijo tão familiar, aquele contato sempre espalhava um calor pelo seu corpo e não só externamente.

- Zoey - murmurou junto aos lábios da morena, deixando que o nome saísse como uma carícia. 

Quando Zoey voltou a beijá-la, Aphrodite poderia jurar que ficou tonta. Foi diferente dos beijos que trocaram antes, bom, ainda tinha o mesmo gosto e os mesmos toques. Mas Zoey parecia diferente, decidida e segura. Era como se ela conhecesse um segredo que a loira não conhecia. 

Aphrodite mais sentiu do que ouviu quando um gemido escapou dos lábios da menina que a beijava avidamente, sentiu suas costas se encontrar suavemente com a divisória da baía de Persephone, os braços de Zoey presos ao redor de seu pescoço. 

De repente o ar na direção da porta mudou e a luz que entrava do amanhecer foi obstruída. Aphrodite apertou a cintura de Zoey em alerta, a morena se afastou e olhou para a porta. Uma figura enorme e espaçosa estava contra a luz, e como não poderia ser diferente, em uma atuação digna de Oscar, Zoey gritou. 

- Merda, Zoey! Qual é o seu problema? Somos só eu e Conner. - Erin repreendeu ao caminhar para a luz, a montanha ao seu lado se mostrando um guerreiro totalmente lindo. 

- Gêmea? O que foi isso? - Shaunee apareceu correndo e ficou ao lado de sua gêmea.

- Oh, Deusa - Zoey murmurou, se afastou de Aphrodite para encarar as amigas, estava totalmente envergonhada. - Ah, oi. Não ouvi vocês se aproximando.

- É porque estava muito ocupada engolindo Aphrodite. - Erin implicou.

- Hmm, começou a temporada de agarração no escuro em? - Shaunee comentou causando risadinhas em sua gêmea. 

- Minha Deusa, vocês duas são sem noção ou o que? - Aphrodite encarou as gêmeas com irritação. - Não se pode nem dar uns amassos em paz, o que essa escola virou? 

As gêmeas explodiram em novas risadinhas, mas o olhar afiado de Zoey fez com que elas voltassem ao normal. 

- Tanto faz, viemos aqui te fazer um favor - Shaunee disse.

- Mal agradecida. - Erin emendou - Mas não importa, esse é o Conner, o Guerreiro Filho de Erebus designado para o dormitório das garotas, bonitão, essas são Zoey Redbird e Aphrodite LaFont.

- Sacerdotisa - o Guerreiro fez uma mesura para Zoey, mas Aphrodite percebeu que ele também queria rir. Depois ele se virou para a loira - Profetisa, meu nome é Conner, vou levá-la para fora do Campus hoje.

- Você já falou com Neferet? - Zoey perguntou para a loira.

- Sim, ela disse que eu poderia ir logo após o nascer do sol, dado que meus pais são humanos e tudo o mais. 

Zoey assentiu, algo em seu rosto fez Aphrodite pensar que a menina é quem tinha as visões. Mas ela sabia que aquilo era um mal pressentimento por parte da outra, mas ainda era algo que ela precisava fazer. 

- Vamos indo então, preciso passar no dormitório antes de ir para o estacionamento - a loira comentou, o guerreiro assentiu e se virou para sair com as gêmeas em seu encalço, Aphrodite não disse nada quando passou por Zoey. Apenas trocaram um olhar íntimo e permitiram que suas mãos se tocassem brevemente, uma mensagem de preocupação silenciosa sendo passada e a loira deixou o estábulo. 

- Por favor, Nyx, que minha visão esteja errada dessa vez. - ela orou baixinho para a Deusa.

[...] 

Conner saltou do Lexus com maestria e deu a volta para abrir a porta para Aphrodite. Ele estava usando uma blusa social azul e calça jeans que apenas deixavam sua montanha de músculos mais atraente, e as humanas pareciam concordar, porquê o tempo inteiro não paravam de encará-lo. Claro que nenhuma delas imaginava que ele fosse um vampiro, pois sua tatuagem estava escondida e ele usava óculos escuros para diminuir o incomodo de ter luz nos olhos, mas olhavam como se quisessem devorá-lo; Aphrodite se permitiu um sorrisinho ao pensar que Erin ficaria revoltada quando soubesse que seu cara estava sendo cobiçado. 

- Seu pai mora em um hotel? - Conner perguntou. 

- Não. - Aphrodite disse - Minha mãe adora o Martíni que eles servem aqui, então sempre que eles voltam das férias eles ficam hospedados aqui. 

Conner não comentou nada sobre o tom nem um pouco amável que a garota usava para falar dos pais, apenas assentiu e desconversou.

- Vou estacionar em algum lugar adequado, aqui não parece ter nenhum perigo, tudo bem para a senhorita? 

- Claro. - Aphrodite falou observando a enorme construção á sua frente.

O Plaza era um hotel muito bom, 4 estrelas em Oklahoma, isso era algo. Mas não era pela qualidade do hotel que seus pais ficavam lá, era que lá eles não precisavam fingir que eram felizes e podiam ficar em suítes separadas. Toda uma vida de fachada, um casamento morto á muito tempo, o status de seu pai era a única coisa que os mantinha juntos. Com uma última respiração profunda, Aphrodite caminhou até o prédio.

Tudo o que ela precisou fazer para ser reconhecida foi tirar o óculos escuros e olhar para o gerente da forma mais esnobe possível. 

- Em que andar ficam as suítes dos LaFonte? - perguntou com a voz gélida, o tom que sua mãe lhe ensinara para dominar as pessoas.

O homem ergueu os olhos para encará-la, inicialmente com dúvida e então arregalou os olhos.

- E-eles estão na cobertura, senhorita. - o cara digitou algo no computador e se afastou para falar no Walk-Talk - Um funcionário irá acompanha-la. 

Um carregador nervoso apareceu para acompanhá-la, e a garota o seguiu até os elevadores. Ele se manteve afastado o tempo todo, não era nenhuma surpresa, dado que ele achava que ela era uma vampira. Medroso, a menina pensou. 

O elevador parou na cobertura e Aphrodite tirou da bolsa alguns dólares e entregou ao carregador, dirigiu a um ele um sorriso sombrio e saiu do elevador. 

- Aphrodite, o que você faz fora da escola? - a voz gélida da Cruella De Vil, mais conhecida como Frances LaFont veio da sala de estar - E ainda sem avisar. 

Aphrodite empinou o queixo e caminhou até sua mãe com sua melhor postura de vadia, o olhar esnobe e a atitude indiferente, isso tudo sem deixar qualquer pista que indicasse que ela não era mais Novata.

- Tive uma visão - falou calmamente.

A loira sabia como armar para sua mãe. 

- Ah, vejo que voltou ao seu normal e tornou a guardar sua visões para você. - Frances disse - Bom, Aphrodite, uma coisa certa no meio de todas as falhas que você vem cometendo.

- Claro, mãe, qualquer coisa pela sua aprovação - Aphrodite disse amargamente. 

Sua mãe lhe lançou um olhar afiado.

- Não use esse tom comigo! - ela deu um passo a frente e a loira precisou de todas as suas forças para se manter firme no lugar, mas todo seu corpo se retesou com a lembrança da última vez que sua mãe esteve tão perto dela. Mas dessa foi diferente, quando Frances chegou perto da menina para bater em seu rosto outra vez, a primeira coisa que ela viu foi o colar de líder das Filhas das Trevas em seu pescoço. O sorriso prepotente voltou para o seu rosto - Recuperou seu posto como Líder das Filhas das Trevas? Muito bem, finalmente está usando os ensinamentos que te proporcionei. 

- Claro, mãe. - Aphrodite assentiu, sua consciência pesando por ter que mentir.

Zoey provavelmente ficaria chateada ao descobrir que a menina roubou seu colar, Aphrodite tinha visto onde ela guardava e percebeu que a morena não usava com muita frequência. De forma alguma poderia aparecer diante dos pais como uma Novata normal. Tudo o que importava para eles (e para ela até um tempo atrás) era poder.

- Você derrubou a outra garota? Aquela suburbana que possuí mais dons do que você?

O coração de Aphrodite se apertou, ela queria gritar para a mãe não insultar Zoey, mas tinha que manter a postura. Graças á sua própria mãe ela era boa em esconder as coisas, então simplesmente engoliu o nó que a mentira formou em sua garganta e ignorou o gosto amargo da culpa quando disse, da forma mais arrogante que conseguiu:

- Ninguém têm mais dons do que eu, venho guardando minhas visões, como você me orientou.

Sua mãe a olhou de cima a baixo, pensando que talvez a filha não fosse um caso perdido como tinha pensado.

- Ótimo, continue assim e se tornará a Sacerdotisa da Morada da Noite de Tulsa. - a mulher sorriu, seu plano mais uma vez ao alcance - Seu pai está no escritório, naquele corredor. - ela apontou.

Aphrodite quis chorar ao pensar em como sua mãe era patética e fútil, seu coração partindo um pouco ao constatar mais uma vez que, para Frances LaFont, nada mais importava do que poder. Vampiros são bonitos, talentosos e ricos e isso ela admirava, então depositou em Aphrodite a obrigação de ser seu bichinho perfeito, para exibi-la por ai. 

- Entre. - a voz de seu pai soou do escritório assim que Aphrodite bateu na porta. 

A menina entrou com cuidado, imaginando os piores cenários que poderia encontrar. Mas se deparando com seu pai curvado sobre um monte de livros, que, ao se aproximar mais, ela constatou serem sobre vampiros e religião, alguns poucos sobre Oklahoma. Aphrodite mordeu o lábio, o que era aquilo tudo?

- Como você está, querida? - perguntou desinteressadamente, sem sequer levantar os olhos dos papeis. 

- Estou bem, pai. Podemos conversar?

Ele ergueu os olhos cansados e a encarou longamente.

- Sim?

Ele não tinha sequer a decência de fingir interesse pela filha. Isso não poderia ser mais triste, a menina gostava de imaginar que seria diferente se as circunstâncias do relacionamento dos dois fosse outras. Longe de Frances, por exemplo. Aphrodite não conseguia encontrar uma única célula original em seu pai, parecia tudo cuidadosamente modelado pela esposa. Vinte e cinco anos de um casamento fajuto, sendo manipulado á todo momento, se tornou prefeito por ela e continuava no cargo sendo mandado por ela, achava que a filha era ingrata e não possuía uma fibra de vontade própria. Como um cara assim poderia se unir ao povo de fé? 

Livre árbitrio, filha. Alguns não sabem usar....

A menina quase saltou na cadeira quando escutou a voz de Nyx em sua cabeça, seu coração se aquecendo no mesmo instante. Ela não estava sozinha! É claro, não precisava ter medo, tinha um guerreiro de todo tamanho aguardando seu retorno no Hall, e a Deusa estava em seu coração.

Pigarreando para limpar a garganta, ela começou:

- Tive uma visão ontem. 

Charles a analisou antes de suspirar.

- E por que está falando sobre isso comigo e não com sua mãe? 

- Porque você estava na visão, não ela. 

- Você prevê desastres. - ele zombou - Vai dizer agora que viu minha morte?

Ela ignorou o fato de ele estar duvidando de seu dom.

- Minhas visões estão diferentes agora - ela disse, deixando de lado qualquer consideração e cautela - Eu vi o que vocês e seus novos amigos andam fazendo, matar uma garota inocente? Sério? Minha mãe mexeu tanto assim com você?

Charles estava com raiva e confuso.

- Você não deve falar daquilo que não conhece. 

- É mesmo? Você não está estudando ai formas de matar vampiros?

Aphrodite viu entendimento brilhando nos olhos do homem a sua frente, mas não o entendimento que ela esperava, era mais como se ela estivesse realmente perdendo detalhes.

- Me disseram que você voltou a ser humana. - ele disse duramente. - Isso significa que você não tem mais visões e que não precisa voltar para a Morada da Noite.

- O que? Isso não é verdade - Aphrodite tentou, mas nem consegui esconder a surpresa.

Charles se levantou e caminhou até a porta, como se interceptasse o caminho.

- Você realmente escolheu uma hora ruim, Aphrodite. Existem coisas maiores acontecendo aqui - disse.

- O que você está falando? - a loira disse - Sou sua filha. 

O homem a encarou com desgosto.

- Lamentavelmente. 45 anos e tudo que tenho é um cargo de prefeito amaldiçoado em uma cidade porcaria, uma esposa fofoqueira e manipuladora, uma filha fraca e ingrata que me fez ter pressão alta e refluxo gastroesofágico, dela eu não posso me livrar, mas você... 

Aphrodite estava apavorada e confusa, nada mais fazia sentido agora. Seu pai tinha ódio dela? Ele não parecia odiar os vampiros, então o que sua visão significava? Sua mãe sabia daquilo? Ela era tão horrível que merecia o ódio dos pais? O que fariam com ela? 

Zoey...

Por favor, Deusa, traga Zoey, pediu mentalmente.

Batidas fortes na porta fizeram seu pai se afastar para abri-la, dois homens de terno entraram. Um deles era bem magro, esguio e tinha uma cara super mal encarada. O outro era alto e corpulento de uma forma desajeitada e desagradável, ele parecia um típico pai de família e frequentador da igreja aos domingos. O crucifixo que ele usava como pingente provava isso. Seu pai estava mesmo envolvido com os malucos do povo de fé? Onde estava Conner? Aphrodite se amaldiçoou por não ter pedido o guerreiro para subir com ela, fora estúpida. 

Nenhum dos dois pareciam familiar, só irritantemente comuns. Um choque elétrico percorreu o corpo de Aphrodite quando o mais alto dos homens falou, depois de cumprimentar seu pai e caminhar para ficar de frente para ela. Ele a avaliou brevemente, os olhos julgadores.

- Eu sinto muito, senhorita LaFont, mas você foi corrompida. - ele disse calmamente - Mas ainda não é tarde para salvar sua alma imortal. Sabe, isso é uma coincidência impressionante - ele deu um sorriso vincado - Minha filha também foi corrompida, muito triste. Você deve conhecê-la, seu nome é Zoey Montgomery. 

 



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