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História Chosen Fanfiction - Let the flames begin


Escrita por: olivthay

Capítulo 21 - Let the flames begin


Os números no indicador digital do elevador avançavam lentamente e aumentavam minha ansiedade e preocupação. Stephen e Conner estavam á minha frente, como uma proteção para quando as portas abrissem. Inspirei profundamente e expirei devagar antes de acender a pequena vela roxa que eu tinha em meu bolso. 

- Espírito, preciso de você - invoquei o elemento e logo senti o espírito me envolver e sorri. - Ar, fogo, água e terra venham até mim. 

Os guerreiros se viraram espantados quando o ar ao meu redor ondulou, esquentou e se encheu com o som de riachos e o cheiro de prados na primavera, a presença dos elementos me fortalecendo imediatamente. Dava para sentir que minha invocação estava mais forte porque meus amigos estavam enviando seus próprios esforços para mim, de modo que eu me sentia exultante com o poder puro dos elementos. A julgar pelo olhar contemplativo dos guerreiros eu diria que algo estava bem diferente em minha aparência.

- Suas tatuagens estão brilhando. - Conner suspirou. 

- A Escolhida de Nyx. - Stephen sorriu - Uma Grande Sacerdotisa. 

Sorri para os guerreiros e assenti, pela primeira vez me sentia poderosa e digna daquele título. 

Nyx, obrigada por não me deixar sozinha... enviei a prece mentalmente para a Deusa.

O elevador apitou e eu fiz o melhor que pude para manter minha respiração sob controle, não queria demonstrar todo o nervosismo que sentia. 

- Sejam discretos - murmurei para os elementos e os vi obedecer como crianças ansiosas para ajudar. 

Sem um convite, os guerreiros e eu entramos no apartamento. 

Pensei em todo tipo de cenário que poderia encontrar e me preparei para tudo, mas o que realmente estava acontecendo quase me fez perder o equilíbrio. Havia um semicírculo de pessoas, um casal que reconheci como os pais loucos de Aphrodite, um magrelo mal encarado que usava um terno e o padrastotário. A filha do prefeito estava sentada em uma cadeira no centro e parecia genuinamente assustada. Todos pareciam tão concentrados que nem notaram nossa presença, ou simplesmente não se importavam. 

Abri a boca para falar qualquer besteira que chamasse a atenção de John Heffer, mas o grito de Aphrodite me alertou que algo mais estava acontecendo.

- Zoey, não se aproxime!- ela gritou, sua expressão cheia de preocupação - Volte para o elevador e saia daqui!

O guerreiros sacaram suas armas (espadas de guerreiros são invocadas do mundo espiritual de Nyx) e se posicionaram de forma protetora e atenta do meu lado esquerdo e direto. As pessoas no semicírculo se viraram para nós e eu precisei conter um grito. Seus olhos estavam totalmente pretos e uma sombra bizarra se mexia em seus pés. Eles estavam sendo controlados.

- Pela Deusa, o que isso? - murmurei.

- Trevas. - Conner falou, sua voz falhando de medo. 

Trevas. 

Simples fanáticos religiosos não poderiam invocar as Trevas, isso era algo bem maior e complexo. 

- Sai daqui! - Aphrodite gritou de novo, seu rosto agora franzindo de dor. 

Dei um passo a frente quando vi que o motivo da sua dor eram gavinhas negras se remexendo em seus pés e lhe causando dor, a raiva queimou em meu peito e ergui as mãos.

- Espírito, fique com Aphrodite, Ar, tire aquelas coisas nojentas de perto dela e obedeça seus comandos. - ordenei, sentindo a presença de meus amigos eu sacudi uma mão e invoquei uma bola de água. - Esse lugar precisa de limpeza. 

Os pais de Aphrodite, John e o outro homem caminharam em nossa direção, os passos tortos como marionetes e as Trevas se agitando ao redor deles. As gavinhas se uniam em suas mãos no que, eu imagino, ser a versão maligna de bolas de água. Os guerreiros se aproximaram de mim.

- Não, vamos nos dividir - falei para eles - Não podemos feri-los, algo me diz que eles não tem culpa.

Me surpreendendo completamente, os dois guerreiros deram ouvidos para minhas palavras e trocaram suas armas afiadas por pares de soco inglês e sem outras palavras eles partiram para cima dos homens, me deixando com a mãe de Aphrodite na mira. 

Controle... pensei, preciso de controle. 

Dá última vez que me envolvi num resgate alguém acabou morto. 

- Água, limpe as Trevas dessa mulher - as gavinhas escuras se remexeram mais com o a água, mas não retrocederam como eu esperava.

As gavinhas pareciam mais irritadas e me obrigaram a dar um passo para trás. A outra opção era invocar o fogo, mas eu não estava muito animada para queimar a mãe de Aphrodite. Queimá-la como queimei Elizabeth Sem Sobrenome na tentativa de salvar Heath. A insegurança e o medo foram a distração perfeita para ela me alcançar e gavinhas horripilantes rastejarem de suas mãos para o meu pescoço, pareciam deixar um rastro de ácido em minha pele e eu gritei, a medida que elas machucavam minha pele e finas linhas de sangue começavam a aparecer elas pareciam ficar mais fortes e eu mais fraca. 

- Não! - gritei - Não vão se alimentar de mim, água afaste-as de mim - o elemento obedeceu, ainda que um pouco relutante - fogo, esquente a água e evapore as Trevas.

Foi a vez da mãe de Aphrodite gritar e se contorcer no chão, as gavinhas percorrendo seu corpo como loucas até sumirem completamente e ela suspirar de alívio. Passei a mão no meu pescoço e meus dedos ficaram manchados com sangue, o ferimento não doía muito, apenas ardia e não parecia grave, então tratei de tentar ignorá-lo. Corri o olhar pela sala brevemente para ver como o campo estava, Aphrodite parecia a mais segura atrás de um escudo de ar e espírito que impedia que as gavinhas chegassem perto dela, ela parecia assustada então concentrei fogo nas gavinhas que tentavam atravessar seu escudo. Conner tinha alguns cortes nos braços causados pelas gavinhas que também se alimentavam dele e estava de costas para Stephen, juntos eles enfrentavam os três homens e tentavam não feri-los, gotículas de suor já se formavam em seus rostos o que só podia significar exaustão.

Filhos de Erebus não se cansavam com facilidade, mas alimentar as Trevas parecia ter um preço bem alto até em seus corpos de vampiros adultos. Não era atoa que eu me sentia cansada, minhas forças me deixando aos poucos, mesmo com a força dos meus amigos emprestada eu não duraria muito mais. Cada um dos meus amigos estava invocando seu elemento e mandando a força para mim, mas eu invocara os cinco e ainda emprestara dois para Aphrodite, aquilo sugava minha energia. Precisava agir antes de cair desmaiada.

- Ar, água, terra e espírito - chamei - preciso que vocês fortaleçam o fogo. - Senti o calor se concentrando em cada parte do meu corpo e meus músculos reclamarem, mas não ligava, olhei para os guerreiros e me concentrei - aqueça aqueles soco inglês, queimem cada gavinha que tocarem sem ferir os hospedeiros. - O calor não saiu de mim, ele pareceu se expandir e se fundir aos punhos dos guerreiros que começaram a se mover como borrões, voltando a atenção para Aphrodite eu poderia ser menos prudente. Aquelas gavinhas não estavam com contato humano, elas poderiam queimar.

Andando na direção delas com passos rápidos ergui as mãos e tentei exteriorizar todo o poder elemental que estava em meu corpo.

- Que as chamas comecem - falei, minha voz soando forte e poderosa com o poder concentrado, com apenas um gesto as gavinhas pegaram fogo. Não uma centelha discreta ou apenas calor ardente, mas se espalharam sobre as gavinhas com chamas de verdade e capazes de destruir o chão daquela cobertura rica, as coisinhas negras se inquietaram e agonizaram, pareciam até gritar até não sobrar nem uma delas.

No segundo seguinte ao que as gavinhas morreram, Aphrodite pulou em mim e me envolveu com seus braços, me apertando contra seu corpo esguio.

- Você veio aqui por mim. - ela disse com o rosto enfiado em meus cabelos - Por mim. 

- Você está bem? - perguntei, tentando olhar seu corpo em busca de algum machucado.

Ela segurou meu rosto entre as mãos.

- Estou bem, graças a você.

Seu olhar era intenso e senti meu rosto esquentar, mas não desviei o olhar.

- Eu disse que não deixaria nada acontecer á você. 

Ela sorriu brilhantemente, um sorriso cheio de agradecimento e promessas, então deu uma piscadela como quem diz "depois" e olhou para além de mim. Segui seu olhar para encontrar Conner e Stephen colocando os corpos desacordados com cuidado nos sofás enormes. 

- Mas o que diabos aconteceu aqui? - perguntei. 

Aphrodite respondeu sem olhar para mim, estava ocupada checando os pais.

- Eu cheguei e eles estavam normais, tão normais quanto a loucura lhes permite, mas essas coisas nojentas saíram de todo lugar e se agarraram em seus corpos... - ela hesitou por um momento e então olhou para mim - Isso não é nada parecido com culto de humano, Z.

- Não é mesmo - Conner falou - Foi uma das muitas manifestações das Trevas, não vejo como um grupo de humanos poderia ser forte o suficiente para invocá-los. 

Um chiado estranho tomou conta da sala e todos olharam em volta, alarmados. Nosso olhar pousou bem no lugar onde eu tirei as gavinhas do corpo da mãe de Aphrodite, o lugar onde elas evaporaram estavam tremeluzindo e vibrando, escurecendo e oscilando e ficando cada vez maior. Aos poucos tomando uma forma, um corpo de mulher. Esbelto, esguio, alto e muito bem desenhado, Neferet conseguia ser bonita até em uma imagem revestida de pura escuridão e maldade. Ela tinha uma lança negra em sua mão e encarava Aphrodite com os olhos negros e maldosos.Ela ergueu a lança e mirou na filha do prefeito, fazendo meus instintos gritarem.

- Não! Ar, água, fogo, terra e espírito protejam Aphrodite!- gritei para os elementos, desesperada para evitar que a arma acertasse a garota que aprendi a gostar. 

Stephen e Conner correram com sua supervelocidade em direção a Neferet á fim de impedi-la, mas não era ela de verdade, era só uma personificação, como um espelho. Ela era ardilosa, e como um reflexo, ela desapareceu de onde estava e apareceu diante de mim. Contive um grito de choque, meu olhar ainda em Aphrodite e no escudo que se formou em frente a ela, concentrei minhas últimas forças naquele escudo, fiquei desprotegida e fraca. Aphrodite estava gritando, os guerreiros tentaram me alcançar, mas a lança/espada de Neferet veio como em câmera lenta e acertou meu ombro esquerdo, se arrastando até o ombro direito. A dor me atingindo em cheio e sufocando o grito em minha garganta, minha visão embaçou e o apartamento foi desaparecendo aos poucos. 



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