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História Chosen Fanfiction - Problemas com garotos


Escrita por: olivthay

Capítulo 3 - Problemas com garotos


- Mas que cachorra. - Damien disse.
- Essa garota não tem jeito. - Erik disse reprovadoramente.
Fiz cara feia para ele. Quem fala é Erik Night, seu ex namorado. Eu nem precisei falar as palavras em voz alta, pelo jeito que Erik desviou o olhar do meu, estava claro que a expressão em meus olhos dispensava palavras. 
- Não deixe que ela estrague seu aniversário, Z. - Shaunee disse.
- Ignore aquela megera. Todo mundo ignora - Erin acrescentou.

Erin tinha razão. O egoísmo de Aphrodite a levou a ser publicamente chutado da liderança das Filhas das Trevas, o grupo de alunos mais exclusivo da escola. E o cargo de líder das Filhas das Trevas, bem como o de sacerdotisa em treinamento, foi dado para mim, e desde então ela perdera seu lugar de novata mais popular e poderosa. Nossa Grande Sacerdotisa, Neferet, que também era minha mentora, deixara claro que nossa Deusa Nyx havia revogado suas bênçãos sobre Aphrodite. 
Infelizmente, eu sabia que a história não era bem como o pessoal estava pensando. Foi através das visões de Aphrodite, visões que sem dúvida alguma não lhe haviam sido tiradas, que salvara minha avó e também Heath, meu namorado humano. Aphrodite já não era tão vadia assim e Neferet havia mostrado ser tão má quanto poderosa.
A escuridão nem sempre equivale ao mal, assim como a luz nem sempre traz o bem. As palavras de Nyx em minha cabeça reforçavam que Neferet não era o que parecia. E eu não podia contar nada a ninguém que fosse vivo (e assim me restava apenas minha melhor amiga morta-viva e Aphrodite). Felizmente, Neferet tinha saído para um retiro de inverno na Europa e só voltaria depois do Ano-Novo, o que me dava tempo para pensar em um plano. Até agora meu plano era esse: pensar em um plano. 
- Ei, o que tem no pacote? - Jack perguntou, arrancado-me do meu pesadelo mental para o pesadelo real da minha festa de natalversário.
- Sei lá - Eu disse, já abrindo o pacote. Deixei o embrulho na mesa e me concentrei na caixinha.
Sobre um leito de algodão Branco estava a pulseira de prata mais linda que eu já vira. A pulseira tinha desenhos de estrelas-do-mar, conchas e cavalos-marinhos, todos separados por adoráveis coraçãozinho de prata. 
- Totalmente perfeita! - rindo, virei o pulso para lá e para cá, estava prestes a perguntar quem tinha enviado quando notei o silêncio constrangedor que tinha tomado conta do ambiente.
Tirei os olhos do meu pulso e olhei para meus amigos. Suas expressões iam do choque (Damien) à irritação (as gêmeas), chegando enfim à raiva (Erik).
- O que foi?
- Tome. - Erik disse, entregando-me um cartão que devia ter caído da caixa com os pedaços de papel.
Ah, que inferno! Era de Heath.
Zo  - FELIZ ANIVERSÁRIO!!! Eu sei como você odeia aqueles presentes infelizes de natalversario que misturam seu aniversário com o Natal,  então mandei algo que eu sei que você vai gostar. Ei! Não tem nada a ver com o Natal! Dããã! Estou odiando as drogas das Ilhas Cayman e estas férias chatas com meus pais, e estou contando os dias para te ver. Até o dia 26! Eu te amo! 
Heath.

Por favor. Por favor mesmo. Por que você não disse a ninguém que não gostava de presentes de aniversário que tivessem algo a ver com o Natal? - Shaunee indagou com seu jeito franco.
- É, era só dizer - Erin disse.
- ah - respondi sucintamente, era só questão de tempo mesmo.
- Achamos que o tema era bonitinho, mas se você não gosta, de bonitinho não tem nada - Damien opinou. 
- Parece que Heath conhece seu gosto melhor do que a gente aqui - a voz de Erik soou indiferente e fria, mas seus olhos estavam turvos de mágoa.
- Não, Erik, não é nada disso - tentei me explicar, dando um passo em sua direção. 
Ele recuou como a eu tivesse uma doença contagiosa, e aquilo me irritou. Eu não tinha culpa se Heath me conhecia desde a terceira série do fundamental, e soubesse dos meus gostos. Erik, Damien, as gêmeas e Jack só me conheciam à dois meses ou menos.
Determinada olhei para o relógio com movimentos explícitos.
- Preciso encontrar minha avó, melhor eu não me atrasar - caminhei até a porta e parei antes de sair da sala. Dei meia- volta e olhei para minha turma de amigos: - Eu não tive a intenção de magoar ninguém. Desculpem se o bilhete de Heath deixou vocês mal, mas não tenho culpa. E eu contei a uma pessoa que não gosto quando misturam meu aniversário com o Natal. Eu contei a Stevie Rae. 
[...]

O resto do meu aniversário não foi melhor que a troca de presentes com meus amigos. Sai do campus para encontrar minha avó e não só a encontrei, como também encontrei minha mãe e meu padrasto-otário. Daí você já pode imaginar que nada deu certo. Depois de todo o desastre daquela noite eu me recostei no assento de motorista do meu fusca e suspirei. 
- Nyx, por favor, como um único pedido nesse dia desastroso eu quero encontrar Stevie Rae - pedi para a Deusa - Por favor. 
Como um sinal da Deusa, percebi um movimento do outro lado da rua e sai do carro cuidadosamente. Claro que não me esqueci de tranca-lo, morreria se alguém roubasse minha primeira edição autografada de Drácula. 
- Ar, me esconda em sua névoa - imediatamente senti o elemento me envolver como em um abraço - Terra, faça os meus passos discretos. - logo o cheiro da relva chegou ao meu nariz e eu sorri.
Atravessei a rua e subi a calçada que dava em uma viela seguindo minha intuição. Bom, uma péssima intuição, na verdade. Porque escutei um rosnado grotesco e molhado do escuro, parei e prendi a respiração enquanto minha visão se adaptava e eu conseguia distinguir duas formas no beco.
Uma estava no chão e se debatia entre gemidos de dor, a outra estava de pé e parecia morder o braço da outra. A que estava de pé emitiu outro rosnado me fazendo prestar atenção nela, a primeira coisa que eu notei foi a tatuagem de lua crescente em sua testa, a Marca brilhava no escuro. Brilhava vermelho escarlate. E então eu me dei conta.
- Oh, Deusa. Nojento. - resmunguei e a criatura voltou sua atenção para mim e parecia confusa e assustadora, suspirei e dispensei os elementos - Que nojo, Stevie Rae, solta ela. Você não sabe por onde ela andou, pode pegar piolhos.
Stevie Rae sibilou em minha direção e voltou a cravar os dentes no pulso da moradora de rua, a mulher me encarava com puro terror. Me preparei para chamar os elementos mais uma vez, se fosse necessário eu mesma chutaria a bunda da minha melhor amiga.
- Ar, leve essa mulher para longe de Stevie Rae - ordenei com a voz calma, minha melhor amiga zumbi louca me encarou enquanto a mulher flutuava para o meio da rua e saía correndo.
- Sempre estragando meu lanche, não é? - ela rosnou. 
- Pode parar de ficar rosnando e tudo mais, essa não é você, Stevie Rae. 
Seus olhos brilhantes pareceram desfocar por um segundo e então voltaram à pura maldade.
- Voccce não me conhecce, Zzzoey- Sibilou.

Ah, por favor.

- Claro que não conheço, minha melhor amiga não fica por aí agindo feito louca e se alimentando de moradores de rua - ralhei e então senti o vento fazendo meu cabelo esvoaçar e tentei me acalmar - Venha comigo. Neferet não está no campus, posso te esconder e então você pode tomar um bom banho e comer uma enorme tigela de Lucky Charms.

Seus olhos brilharam novamente á menção de seu cereal favorito.

- E você acha que é isso? Um banho e um pouco de cereal vão trazer a minha humanidade de volta? - ela soltou uma risada de escárnio - Não é, Zoey! Eu preciso de sangue, sangue humano e eu gosto de matar. - ela disse de forma horripilante - Estou sozinha agora.

Suas palavras foram como tapas em meu rosto e eu respirei fundo, pedi mentalmente que a Deusa me ajudasse a falar a coisa certa.

- Certo, me desculpe. - pedi suavemente - A Deusa não abandonou você, Stevie Rae, e nem eu abandonei. Podemos consertar isso juntas, você só tem que confiar em mim.- A medida que ia falando começava a sentir a verdade em minhas palavras - Venha me encontrar amanhã as três da manhã no gazebo de Philbrook - fiz uma pausa para sorrir para ela - Você se lembra onde fica, não lembra? - e claro que ela lembra. Ela já tinha estado lá comigo, só que naquela noite ela estava tentando me salvar e não o contrário.

- Eu me lembro - respondeu de forma fria e indiferente.

- Tá, me encontre lá. Vou levar sua roupa e bolsas de sangue também. - tento soar animada, mas sua expressão é desanimadora - Apenas... vá, ok? Prometo que vamos resolver isso. 
- Certo. Eu vou, mas você vai se arrepender disso. - Stevie Rae disse secamente antes de desaparecer noite a dentro.

[...]

Estava voltando para o dormitório distraidamente, pensando se encontraria meus amigos ainda tão putos como estavam quando os deixei, ou se a minha ausência teria resolvido as coisas. O pátio estava vazio e pensei que isso era uma boa coisa, um sinal de que todos deveriam estar dormindo. O ar sacudia de leve meus cabelos e eu sorri, parecia carinho. 
De manhã escureço
De dia tardo
De noite anoiteço 
De noite ardo. - A voz me fez pular de susto e soltar um feitinho histérico, mas antes mesmo de me virar eu já sabia de quem era a voz e isso me fez mortalmente arrependida de ter gritado feito uma idiota.

- Loren. - arfei, o susto sendo substituído pela atração que eu sentia por aquele homem. - Você está na Europa.

Para a minha morte ele sorriu:
- Estava. - disse suavemente, as palavras escorregando com sensualidade - Soube do seu aniversário e não podia ficar longe, não é mesmo?

Dei um sorriso abobalhado, mas um arrepio percorreu minha espinha ao pensar naquele homem maravilhoso abandonando suas férias apenas para me ver. Como eu parecia incapaz de encontrar algo interessante para falar, ele disse:
- Bom, eu gostaria de lhe entregar isso num local privado, mas já que a situação se fez assim, não vou deixar passar a oportunidade - com movimentos dignos de um ator de cinema, seguro e sexy, ele se aproximou de mim e puxou algo do bolso de sua calça jeans. Uma caixinha de veludo, por um momento pensei que poderia me decepcionar de novo com presentes de aniversário, mas ai ele abriu a caixa diante dos meus olhos e eu arfei de novo. Brincos de diamante! Diamantes de verdade! Eu queria dar pulinhos e jogar meus braços em torno de seu pescoço. 
- Feliz aniversário, doce Sacerdotisa. - seu tom era tão aveludado que minhas pernas amoleceram, graças à Deusa que ele logo colocou a mão em meu ombro e me firmou. Seus olhos intensos fitando os meus.
- Permita-me - pediu, e bom, por mim ele não precisava pedir n.a.d.a.
Ele afastou meus cabelos e colocou os brilhantes brincos em minha orelha, primeiro na direita e depois na esquerda. Seus dedos roçando em meu pescoço em toda oportunidade. Quando prendeu o brinco sua mão foi parar em meu queixo num gesto suave e que ainda assim não permitia que eu me afastasse, e ele se abaixou para falar em meu ouvido:
- Pedras dignas de uma rainha.

-E o que mais é digno de uma rainha? - Me escutei perguntar roucamente. 
Ele apenas sorriu sedutoramente ao voltar a me fitar com intensidade, parecia prestes a selar aquele momento com um beijo.
- Hum- Humr. - alguém limpou a garganta atrás de nós e Loren e eu nos afastamos como se tivéssemos sido eletrocutados.

- Erik! - grasnei, meus olhos dobrando o tamanho, enquanto eu tratava de caminhar rapidamente para perto do meu namorado - Loren estava apenas me parabenizando.

Erik encarou Loren com o rosto fechado e os braços cruzados sobre o peito, Loren também não estava com a melhor expressão. O ar começou a feder de testosterona. Ugh. Antes que eu pudesse pensar sobre o que foi aquilo, meus alarmes internos apenas me disseram para impedir que qualquee um dos dois dissesse algo idiota.

- Entendo. Isso é muito gentil da sua parte, professor Blake. - Erik rosnou quando parei ao seu lado, ele envolveu minha cintura possessivamente - Eu também estava procurando Zoey para parabeniza-lá adequadamente, o senhor entende, não é? Afinal, Z. e eu estamos juntos.

Fiz cara feia para Erik, precisava conversar com ele sobre ele lado macho alfa idiota. Quem ele pensava que era? 
Hipócrita. - Uma voz gritou em minha cabeça e eu morri o lábio, claro, eu estava flertando com um professor. Um professor! E que não era meu namorado, é claro que Erik podia sentir ciúme. Só não precisava agir como um troglodita, eu já imaginava que a qualquer momento ele me daria uma bordoada na cabeça e sairia me arrastando pelos cabelos.

- Fiquei sabendo. - Loren respondeu secamente, e sem me olhar ele disse enquanto se virava para sair - Bem, Zoey feliz aniversário, até mais, Erik.

- Até mais, Blake. - Erik respondeu.

Eu só fiquei lá encarando suas costas enquanto ele se afastava. Eu estava bem ciente da cara de garoto carente que Erik estava fazendo, então contive um suspiro e me voltei para ele pronta para aguentar a cena. 
Eu realmente tinha problemas com caras.

Inferno!
 



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