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História Chuva e Sol - Nada é para sempre.


Escrita por: Wisnnik

Notas do Autor


Boa leitura, meus amores! ♥

Capítulo 51 - Nada é para sempre.


Saemin POV-

 

Três meses. Eu estava grávida de três meses. Não dava mais pra esconder a barriga, a notícia rolava solta por aí desde o dia em que desmaiei naquele desfile. Mas eram só especulações, a afirmação veio quando meus avós vieram morar comigo, já que minha gravidez era de risco e eu não poderia mais tomar conta da empresa por um tempo. O Hee Li também estava cuidando de mim, não saia mais do meu pé e vivia conversando com seu filho - bom, ainda não sabíamos o sexo, mas ele diz que será um garoto. Todos ficavam no meu pé, pra falar a verdade. Yona ligava todos os dias e vinha junto com o Zack me visitar assim que podiam, Taehyung e Hoseok vinham de segunda à quinta já que nas sextas, sábados e domingos ficavam muito ocupados com a boate, Jungkook ligava antes de ir pra universidade de artes nos dias da semana e no fim de semana aparecia com a Yeri, a Hyunae vinha sempre às quartas, Beatrice e Noah também aos fim de semana, o Yoongi era mais um no final de semana e trazia o Yansun - esse não passava mais tempo comigo como antes, a Yumi e o Yoongi contrataram uma babá com a desculpa de que quanto menor o número de preocupações, melhor pra mim -, E a Yumi era o tempo inteiro conversando comigo por mensagens.

Unnie♥: Você vai ver só quando ele começar a chutar. As vezes dói, mas depois se acostuma.

Eu: "As vezes dói, mas depois se acostuma." Isso é pra me intimidar ou me acalmar?

Unnie♥: Os dois?

Eu: Engraçadinha...

Levantei do sofá onde estava jogada há horas e desliguei a TV antes de ir até a cozinha. Faltavam dois minutos para três da tarde, horário do meu remédio. Todos mandavam mensagem ou ligavam para mim as três horas, só para lembrar do remédio. Por que era tão importante assim? Bem, no segundo mês eu comecei a me sentir cansada, ter tonturas, vomitava a última refeição, e ficava indisposta. O remédio é uma vitamina, mas mesmo tomando-a todos os dias nos horários certos, eu ainda sentia tonturas e ficava cansada as vezes. Mas ainda assim isso não era desculpa para essas preocupações absurdas vindo de todos os lados.

Hee Li♥: Eu sei que você nunca esquece, mas eu não consigo continuar trabalhando sem ter confirmação.

Tae♥: Três horas!

Yona♥: Sem querer ser chata, mas você já tomou o remédio?

Suga♥: Yansun mandou te lembrar do remédio.

Kookie♥: Noona, já tomou o remédio?

Bea♥: O remédio!

Noah♥: Sei que pergunto todos os dias se você já tomou o remédio, mas é que a mamãe fica no meu pé.

Unnie♥: Ah, já tomou seu remédio?

A única coisa que notei ali foi que todos os contatos tinham um coração no fim. Tomei o remédio sem sentir a vontade de colocá-lo pra fora que eu sentia no começo. Quando pisei no primeiro degrau, avistei a Dae e a vovó descendo as escadas.

- Eu sei, o remédio. - Continuei a subir, apoiando-se no corrimão. - Vou pro meu quarto.

 

Jimin POV-

 

Eu estava cansado. No momento em que a Myung não falava sobre os preparativos para o casamento, falava sobre o quarto do Ryan. É, eu seria pai de um menino, a Myung já estava com sete meses e escolhemos um nome estrangeiro para ele a pedido do pai da menor. Em apenas uma semana eu estaria casado e seria pai em poucos meses. Minha vida estava feita, mas eu ainda me sentia insatisfeito.

- Amorzinho, qual guardanapo você acha melhor? Branco neve ou gelo? - Ela mostra os guardanapos em mãos.

- Tanto faz. - Solto sem tirar os olhos do celular.

- Tanto faz? Jimin? - Me olha incrédula. - Você sequer está prestando atenção, você não está nem aí para os preparativos do nosso casamento!

- Eu te ajudei a escolher o local, o bolo, os doces, as flores... Mas guardanapo, Myung? Você não pode escolher isso sozinha? - Dou minha atenção a ela.

- Não Jimin, eu preciso de você. Uma festa de casamento é uma demonstração do que um casal pode fazer juntos.

- E pra quem essa demonstração? Porque o que você está me mostrando é que nós nunca chegamos à uma conclusão juntos. Você sempre insiste no que quer e no fim é aquilo mesmo. - Gesticulo.

- Eu tenho certeza que se fosse seu casamento com a Saemin, você daria importância até a um palito de dente. - Levantou do sofá, pegando uma caixa.

- Mas é claro. Pois eu e a Sae temos os mesmos gostos, então chegamos a uma conclusão juntos. - Volto a olhar pro celular, onde estava aberta a aba do Twitter, e assim que esta atualizou, uma foto do Taehyung beijando a barriga da Saemin enquanto esta última tinha um enorme sorriso nos lábios, surgiu.

- Então vai lá pedir pra Sae casar com você. - Enfatizou o "Sae". - Já que eu não te sirvo.

- Eu iria, se ela não estivesse grávida de outro e você de mim. - Falo sem pensar, ainda olhando para a foto e desejando estar no lugar do Taehyung.

Minhas palavras ecoaram no ar. Depois de segundos ainda olhando aquela foto, eu percebi que a loira ainda me encarava, de pé à minha frente. Levantei a cabeça para olhá-la, deixando o celular sobre o sofá onde eu estava sentado. Ela chorava em silêncio, em instantes o arrependimento bateu forte em meu rosto. Ela soltou a caixa deixando tudo que estava ali dentro cair, e como se previsse o que viria a seguir, segurei seu braço antes que ela corresse para o quarto.

- Você mudou, Park Jimin. Desde que viu a vadia da Choi naquela boate. - Gritou.

- Não chame ela de vadia.

- Ahh, vai defender ela agora? Esqueceu que ela deseja a morte do nosso filho?!

- Pra falar a verdade, eu me arrependi de não ter acreditado nela naquele dia no hospital. Eu descobri o que você fez pra ela naquele dia. Meses depois o Tae conseguiu as gravações das câmeras de segurança da sala da Saemin, e pro seu azar, elas também gravaram o áudio. - Não era mentira, eu só não me desculpei com a Sae porque o episódio no restaurante e o do desfile já haviam acontecido. Me faltou coragem.

- Eu não estou me sentindo bem. - Fecha os olhos por alguns segundos.

- Você deveria ser atriz, com certeza seria melhor que seu pai. - Digo soltando-a.

- Minha pressão... acho que está baixa...

 

E agora aqui eu me encontrava, atordoado, arrependido, desesperado... Myung realmente passou mal, sua pressão baixou e ela desmaiou em meus braços. No hospital foi levada diretamente para a sala de cirurgias, ela liberou uma grande quantia de sangue, o que fez os médicos temerem a morte de um dos dois. Meia hora já havia se passado desde que eu esperava naquela sala de paredes totalmente brancas, até que o médico responsável pela cirurgia da Myung saiu detrás de uma das portas.

- Ocorreu tudo bem. - Ele diz me fazendo soltar todo ar que prendia. - Você é algum parente da paciente?

- Sou noivo dela e pai do bebê.

- Pai do bebê? - Ele me olha desconfiado.

- Sim, eu sou o pai. - Aperto o cenho estranhando sua pergunta.

- Ahh, entendo. - Sorrir. - Ele está no berçário, quer ir vê-lo? Por enquanto não é permitido visitar sua noiva, ainda falta alguns procedimentos da cirurgia, e para não correr o risco de infeções, optamos por não permitir visitas durante um dia.

- Ok. Leve-me para ver meu filho, por favor.

O homem me guiou por corredores. Quando chegamos no berçário, uma enfermeira pediu que eu tirasse meus anéis e lavasse minhas mãos. Ao terminar, ela me levou até o Ryan. E meu sorriso morreu na hora em que bati os olhos no pequeno.

- Tem certeza que é esse? - Olho para a enfermeira do meu lado.

- Sim. Pode olhar na identificação. Este é o bebê de Jein Myung.

Olhar para o Ryan era o mesmo que estar olhando para o Richard - amigo da Myung. O pequeno não tinha nem um traço asiático, era um americano legítimo, poderíamos dizer. A Myung havia me prendido todo esse tempo, usando um filho que nem meu era. Eu realmente queria sentir raiva da Myung, felizmente o único sentimento sentido foi alívio. E também agora minha consciência estava limpa, nós dois traímos um ao outro, então está tudo bem do meu ponto de vista. Me desculpei com o mais novo por ter tido maior parte da culpa no seu nascimento antes do tempo. Mas deixei um sorriso escapar ao ouvir a enfermeira informa que ele nasceu super saudável. Saí do berçário colocando o último dos meus três anéis no dedo. No corredor já indo rumo à saída, esbarrei no pai da Myung.

- Oh, Jimin! Ainda bem que a casa em Nova York já está pronta para recebê-los. - "Então ela planejava voltar e não disse nada..." - Não esperávamos que ele fosse nascer tão rápido assim, não é? Ansioso para trocar fraldas? - Riu.

- Com certeza quem trocará as fraldas dele será outro, assim como quem engravidou sua filha. - Continuei andando para a saída, o deixando confuso.

Entrei em meu carro, e dirigi sem pressa até em casa. No local, peguei minhas malas e joguei todas minhas roupas dentro. Meus objetos foram colocados em caixas. Se passou exatamente uma hora e meia, quando acabei de analisar o último cômodo - o banheiro - afim de não deixar nada que me pertencesse ali. Guardei tudo no porta-malas e entrei no carro novamente, sem olhar para trás.

 

Se passaram dez minutos desde que estou plantado em frente a casa da Sae. Óbvio que estou escondido atrás do carro do outro lado da rua. Todos que foram visitá-la já tinham ido embora há seis minutos, até o Hee Li saiu. Eu só queria me despedir, eu iria pra Busan e não voltaria mais pra Seul. Não tinha nada demais em ir até lá e aproveitar quando todos estavam pra me despedir. Mas eu queria falar com ela à sós, por isso o motivo de estar escondido. A última pessoa a sair da casa naquela tarde foi a senhora Choi, que entrou no carro e saiu. Respirei fundo e atravessei a rua. Uma mulher beirando entre os trinta foi quem me atendeu. Eu não demorei muito meu olhar sobre ela, pois logo meus olhos encontraram o escuro dos olhos da Saemin que descia as escadas a passos lentos, trajando um vestido longo que marcava bem sua barriga. Ela estava mais linda que antes, sua pele mais clara, seus cabelos negros batiam em seu quadril, e seus lábios mais rosados. Involuntariamente balbuciei "Eu te amo" pra ela e ela sorriu em resposta.

- Tudo bem, Dae. - Disse para a empregada que rapidamente permitiu minha entrada e voltou para os seus afazeres depois de fechar a porta.

- Incômodo? - Pergunto lhe ajudando a descer os dois últimos degraus.

- Não. Nunca incomodou. - Corou ao me ver sorrir.

Sentamos os dois no sofá grande da sala. O clima entre nós era um dos melhores, esquecemos tudo ao nosso redor. Parecíamos o casal de cinco anos atrás, antes daqueles conflitos.

- O Ryan nasceu. - Comecei.

- Meu parabéns. - Sorriu de canto. - Mas a Myung não estava com sete meses?

- Sim, ele nasceu prematuro. Mas está tudo bem.

- Por que não está lá com ela?

- O Ryan não é meu filho. - Vejo sua expressão de surpresa. - Ela me traiu com um amigo de Nova York.

- Nossa...

- Mas eu estou bem. Eu não gostava dela mesmo, e eu já dei o troco sem ela saber. - Olhei para ela sorrindo maliciosamente.

- Park Jimin, você não presta! - Riu. - Mas o que você vai fazer agora?

- Vou morar com meus pais. - Respondi.

- Ahhh.

- Posso tocar? - Me refiro a sua barriga depois de longos minutos de silêncio.

- Claro. - Se ajeita no sofá, colocando os braços atrás do corpo.

- Olá, Yoki. - Meus olhos ficaram presos na bola que estava sua barriga. - Eu sou o Jimin, o maior amor que sua mãe já teve. - Ri acompanhando a Sae. - Por que teve? Porque a vida não é um conto de fadas, assim muitos conflitos foram criados para nos separar, e muitos tiveram sucesso. Mas saiba que amor verdadeiro nunca se acaba, nós estamos ligados pela linha vermelha no mindinho. - Fiz uma longa pausa, a palma da mão permanecia fazendo círculos imaginários sobre a barriga da outra. - Eu queria ser seu pai. Queria casar com sua mãe e ter mais filhos. Você iria querer? Um irmãozinho talvez? Ohhhh! - Olhei para Saemin que tinha lágrimas no canto dos olhos, surpreendido, eu havia sentido uma vibração no local onde minha mão parou. - Você sentiu? - Perguntei o óbvio.

- É a primeira vez que ela mexe. - Alisa a barriga.

- Você também acha que é uma menina?

- Comecei a acreditar que é uma menina agora. - Mostra-me um de  seus mais belos sorrisos.

Eu lhe surpreendo quando a abraço. Como um desesperado querendo tomá-la pra mim. Era bom sentir seu perfume daquela maneira, eu queria que este grudasse em meu corpo pra vida inteira.

- Jimin... - Ela chamou, num sussurro. - Eu preciso descansar... - Sinto seu corpo pesar sobre o meu. Tento afastá-la para olhar em seu rosto, mas seu corpo estava mole.

- MinMin? - Espero. - Sae?

A afasto e vejo que ela está desmaiada. Rapidamente a peguei no colo e gritei pela empregada.

 

Faltavam unhas para eu roer. Pela segunda vez em um hospital, eu me sentia mais nervoso. A senhora Choi pedia que eu ficasse calmo à cada dez minutos, mas eu não conseguia. A Dae permanecia imóvel, sentada em uma das cadeiras. E o Hee Li não saia de perto da porta pela qual a Saemin entrou em cima de uma maca. Assim que ele chegou veio perguntar o que eu fiz para ela, eu só respondi que estava me despedindo, e ela desmaiou quando nos abraçamos. Cheguei a chorar em silêncio achando que a culpa era minha, mas a Saeyun me disse que a Saemin já andava tendo esses desmaios devido ao cansaço, há um tempo. A mulher me contou detalhe por detalhe sobre os problemas em sua gestação até o momento em que o médico saiu pela porta. Levantei na velocidade da luz e me aproximei dele.

- Como ela está? - O moreno faz a típica pergunta.

- Ela e o bebê estão bem. Como sabem, o desmaio pode ter sido causado por cansaço ou alguma forte emoção. - Explicou, me fazendo engolir seco. - Ela está grávida de três meses e uma semana, por isso peço para que evitem que isso aconteça novamente.

- Nós tentaremos. - Saeyun responde.

- Podemos vê-la?

- Sim, ela está no segundo andar, quarto número 133. Mas apenas um de cada vez.

O Hee Li vai na frente seguindo o médico, deixando nós três para trás. Sentei novamente em uma das cadeiras da sala de espera.

- Eles estão namorando? - Questiono hesitante.

- Não. A Saemin disse que ele não precisava se casar com ela pra assumir o filho. - Sorriu. - O caminho está livre, Jimin. Você sabe que ela ainda ama você, e você sente o mesmo. Nós ao redor de vocês dois sempre lamentamos os desentendimentos entre vocês.

- Obrigado, Saeyun. Vou agora mesmo falar com ela.

Levanto-me e ando até a grande porta que dava para um extenso corredor. Não demora muito para eu encontrar as escadas - o elevador provavelmente iria demorar pois estava no quinto andar. Ao chegar no segundo andar, procuro como um louco pela porta de número 133, a avistando no fim do corredor. Respiro fundo encarando a madeira, passo a mão entre os fios negros e seguro na maçaneta com a outra mão. Abro a porta lentamente e sinto uma enorme dor ao ver pela pequena abertura da porta, o Hee Li ajoelhado, segurando uma caixinha vermelha em suas mãos. Todo meu corpo treme, largo a maçaneta devagar e dou as costas para a porta. Segurando a enorme vontade de chorar e sair dali correndo. Eu a perdi novamente. E dessa vez será para sempre.


Notas Finais


Percebi que ultimamente parei de interagir mais com vocês... Me desculpem. Voltarei a tagarelar nas notas finais, mas eu quero retorno ouviram? ♥


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