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História Cidade dos Demonios Alados - Filha do inferno


Escrita por: namuxyz

Notas do Autor


Era para esse cap ter saido há séculos, minha net parou de funcionar :\

Bem, esse cap é maior normal, pq ele é bem importante, espero que gostem

Capítulo 14 - Filha do inferno


Não quero decepcionar você

Mas meu destino é o inferno

Embora tudo isso seja para você

Não quero esconder a verdade

Não importa o que criamos

Ainda somos feitos de ganância

Este é o meu reino vindo

 

Isabelle tentava prestar atenção nas explicações de Melissa. O plano parecia absurdo, porém muito inteligente. Embora tudo pudesse dar errado, também poderia dar certo. Seria a chance de pegar Sebastian e ela mal consegue controlar sua ansiedade. A ideia e se vingar pela morte de Max faz um sorriso se formar em seus lábios.

Sugeriram que a clave fosse chamada, mas tudo deveria acontecer o mais rápido possível, não haveria tempo para que toda a clave aparecesse, por tanto alguns Caçadores de Sombras regionais, além de Lobisomens,vampiros do clã de Nova York e alguns feiticeiros amigos aceitaram ajudar.

O instituto estava uma correria. Todos andando de um lado para o ouro, procurando armas. Isabelle veste as últimas peças de sua roupa e ajeita suas armas. Enquanto Jace e Clary andam de um lado para o outro cuidando dos últimos detalhes. Nada mais justo que um dos dois fossem responsáveis pelo golpe fatal em Sebastian. Porém Isabelle ansiava que esse último golpe fosse concedido a ela. Sua sede de sangue se torna incontrolável.

Melissa aparece na sala de armas, com um olhar calmo demais para uma situação como essa. Ela carrega consigo algumas armas muitíssimo bem escondidas e sua roupa – Isabelle não sabe como a feiticeira esconde tão bem suas armas sendo que seu vestido esconde tão pouco de seu próprio corpo – além de uma lamina de serafim na mão.

Os olhos da feiticeira pareciam brilhar ainda mais quando se encontravam com o brilho metálico da lamina de serafim em suas mãos. Um brilho macabro e sombrio, como se ela visse todas as almas mortas por aquela lamina refletidas em sua superfície brilhante. Esse pensamento fez Isabelle se arrepiar. Sempre viu algo de muito podre e sombrio em Melissa. Talvez fosse mera implicância., talvez estivesse certa.

 

– O ex Diurno vai com a gente? – Perguntou a feiticeira e em um passe de mágica Simon aparece na porta da sala de armas

 

– Eu quero ir – ele diz

 

– Mas não vai – Izzy se levanta na defensiva, não queria arriscar a vida de Simon dessa forma. Até por que ele anda é só um mundano frágil – Você vai ficar aqui, Simon, onde é mais seguro.

 

– Ele fez coisas inacreditáveis antes mesmo de se tornar diurno – Melissa prossegue – Pode fazer de novo

 

– Cala-se, Melissa! – Isabelle a repreende, mas a mulher não parece se sentir nem um pouco abalada, e permanece com o mesmo rosto imparcial de sempre.

 

– Melissa está certa – Simon diz fazendo com que a atenção de todos se volte para ele – Eu quero ir! Eu serei um Caçador de Sombras, não é mesmo? Não é isso que os caçadores de sombras fazem?

 

– Isso mesmo, Simon – Isabelle intervem – Você será um caçador de sombras. Por enquanto você é só um mundano que pode ser ferido de maneira fatal!

 

Ela caminha para mais perto dele, até ficarem a centímetros um do outro. Sente seu estomago revirar como se houvessem milhares de borboletas dançando animadamente dentro dela. Seu coração acelera como se fosse música para as borboletas dançarem. Sempre se sente a beira de um penhasco quando está perto dele.

Isabelle o olha nos olhos. Aqueles olhos castanhos e redondos, brilhantes e lindos. Ele também encara os olhos dela. E os dois ficam assim, conectados por uma energia invisível. Por mais que isso tenha acontecido por meros segundos, para os dois pareceu eterno, e eles gostariam que fosse.

 

– Eu quero ir, Isabelle... – ele diz baixinho

 

– Mas não vai! – Ela responde – Simon, você não está preparado para ir. Não tem noção da grandiosidade do que vamos tentar fazer hoje. Fique aqui, e espere. Por favor – Ela se cala por uns instantes e meio relutante acaricia a bochecha dele de forma carinhosa – Por mim...

 

Foi doloroso para ela dizer aquilo. Sentiu-se como nos velhos e doces tempos. Mas não poderia se esquecer que tudo agora está diferente. Tocá-lo tão carinhosamente e não poder beijá-lo é como enfiar uma navalha lentamente no próprio coração. Porém, aquilo foi o mais sincera que ela é capaz de ser. Poderia ter dado um discurso enorme sobre auto proteção mas dizer aquelas duas últimas palavras foi como abrir-se completamente para ele e entregar-lhe tudo o que ela sente e pensa.

Ficaram assim por poucos instantes. Ela o acariciando na bochecha e ele a encarando surpreso e apaixonado. Mas logo Isabelle tirou a mão do rosto dele como se o mesmo estivesse pegando fogo. Os dois olharam para direções opostas, constrangidos demais para se encarar.

Melissa que encarava tudo sem muito animo decidiu quebrar o silencio:

 

– Tudo bem, ele não precisa ir. Mas você sim, Isabelle, e a hora é agora.

 

O coração de Isabelle pesou muito mais do que ela pudesse suportar. Chegou a hora de atacar. Tudo o que tem é a incerteza de se conseguirá ou se almenos sairá viva de lá.

Olhou para Simon novamente. O garoto parecia assustado, como uma ave recém caída do ninho. Ela quis abraça-lo, dizer que está tudo bem, que dará tudo certo, mas estaria mentindo. Nada está bem, na verdade, nunca esteve tão mal.

Ela fecha os olhos tentando afastar da cabeça qualquer pensamento negativo. Um caçador de Sombras tem que ir para a luta com certeza da vitória.

Passa pelo garoto em direção a saida da sala de armas, mas antes que pudesse se afastar foi segurada pelo pulso e puxada. Simon puxou Isabelle para ele a abraçou. No inicio a garota ficou estática, surpresa, e não retribuiu o abraço, mas aos poucos foi tomada pelo cheiro familiar dele e pela temperatura amena de seu corpo e entregou-se ao abraço.

Depois não quis olhá-lo nos olhos, seria demais para ela. Simplesmente deu as costas e saiu. Sentindo-se menos vazia por dentro e mais motivada a lutar.

Voltou a sentir um toque em seu braço, mas dessa vez de Melissa que abraçou os ombros dela calorosamente. Isabelle não sabe dizer se tem tamanha intimidade com a feiticeira, mas entendeu que aquele abraço serviria para apertar as peças caídas dentro de si. Então, aninhou-se e prosseguiu seu caminho calada.

* * *

 

 

 

Clary cuidou para que de forma alguma se esquecesse da Heosphoros como da ultima vez. Pegou a espada Morgenstern cuidadosamente e encaixou na bainha presa a sua calça. Já estava pronta para ir. Tudo deveria correr meticulosamente bem.

Olhou para Jace ocupado em fazer runas em sua própria pele. Fica imaginando como seria tudo entre eles quando isso tudo acabar. Quando tudo for pacifico, quando poderem viver despreocupados, sem a ameaça de seu irmão. Se imagina morando em Idris no solar Herodale, estudando mais sobre os caçadores de sombras e casada com Jace. Talvez eles até pudessem ter filhos. Mas nunca contou a ele desses sonhos, tem vergonha de contar, tem medo de que ele não queira as mesmas coisas que ela. Jace é tão intenso, tão brilhante, tão urgente, talvez ser pai de família e viver uma vida pacata nos campos de Idris não combinasse muito com ele.

Mas não é hora para fazer planos para o futuro, logo agora que esse parece tão incerto. Clary anda até Jace o para na frente dele. Ela quer olhá-lo bem antes de sair. Nota como os cabelos dele estão grandes e bagunçados, e como se movimentam sutilmente enquanto ele desenha suas runas. Observa a forma como seus olhos amarelos tomam uma cor diferente ao contrastar com o brilho levemente azulado da estela. Ele parece um anjo solar em todos os aspectos. Enquanto Sebastian parece um corvo amargurado e solitário. Imagina que Valentim também tenha notado isso.

Assim que ele termina suas marcas nota a garota o encarando e a encara de volta com uma sobrancelha arqueada como se dissesse “O que foi?”. Clary não respondeu à pergunta implícita, e por um impulso inexplicável simplesmente o abraçou. Ele retribuiu ao abraço depositando nele o máximo de carinho e esperança que podia.

Algo dizia a garota que eles não deveriam sair do Instituto hoje. Uma sensação ruim, como se houvesse algo entalado em sua garganta. Clary só conseguia pensar em morte e sangue caso saíssem de lá. Mas não é como se tivessem escolha, eles teriam que fazer isso mais cedo ou mais tarde. Mesmo assim a sensação de que deveriam esperar um pouco e pensar melhor não saia de seu coração.

Separou-se do abraço do namorado e só teve tempo de olhá-lo um instante antes de Magnus aparecer. O feiticeiro tinha uma feição cansada, como a de todos ali. Logo Alec também apareceu, ficando ao lado do namorado. Os dois pareciam tão unidos hoje. Desde o acidente de Alec as coisas parecem estar se acertando entre eles.

 

– Eu tive um sonho essa noite – O feiticeiro diz. Clay poderia ignorar completamente a fala, afinal, sonhos e pesadelos são comuns para todos. Mas sabe que se trata de um sonho de Magnus Bane, o alto feiticeiro do Brooklin, e não poderia ser ignorado – Não como os outros, há tempos não sonho com a cidade de ossos e sangue. Dessa vez foi algo diferente. Sonhei que havia um corvo em meio a uma terras suja e infértil, vazia. O corvo tinha olhos vermelho-sangue e se alimentava de um coração dilacerado – O estomago de Clary revirou ao ouvir isso – Tenho certeza de que isso significa alguma coisa... – Conclui pensativo

 

– Magnus, pode dizer como está nossa sorte para hoje? – Jace pergunta ignorando completamente a fala anterior

 

– Sou feiticeiro, não adivinho – responde friamente – Mas não foi para isso que vim aqui, foi para avisar a vocês que estamos saindo – O feiticeiro diz e dá as costas saindo novamente acompanhado do namorado

 

Clary e Jace se entreolharam. Ele estende o braço para que ela entrelace o dela, e assim, como se estivessem em um baile de gala, andam pelos corredores escuros e tristes do Instituto, tentando ter pensamentos positivos sobre o que estaria por vir, mas mesmo assim, com os corações pesados e preocupados.

* * *

 

 

 

Melissa anda até a Mansão. Tem pessoas ao redor do local, todos escondidos, esperando que as barreiras caiam, como o planejado. Ela não pode de forma alguma transparecer a ansiedade em seu coração, tem que agir como se tudo estivesse normal. E principalmente, ignorar o ódio que está sentindo de Sebastian e a vontade de matá-lo à sangue frio.

Ela entra na mansão que está calma e silenciosa como nunca. Até o silencio ser quebrado pela voz grossa e insolente do jovem Morgenstern:

 

– Ora, já chegou? – Ela se aproxima dela ficando próximo demais. Acaricia a bochecha da feiticeira com o polegar fazendo-a apertar os olhos de raiva – Continue pontual assim, querida – A forma o como ele diz “querida” a faz ter vontade de matá-lo ali mesmo – Vem vou te mostrar o lugar.

 

Melissa trinca os dentes e revira os olhos assim que ele dá as costas. Os dois seguem por um caminho que ela conhece bem, sem trocar nenhuma palavra um com o outro. Ela tem vontade de pegar todos os vasos dispostos pelo caminho e acertá-los na cabeça dele.

Está louca para ver o sangue de Sebastian jorrar e sujar a chão de madeiras silvestres da casa. Ela tomaria um banho no sangue dele como se fosse água e arrancaria cada parte do seu corpo para dar aos corvos.

Mas enquanto isso não é possível, simplesmente anda no rastro dele tentando ser silenciosa e sutil como uma cobra, pois quando desse o bote, gostaria que fosse fatal.

Ele a guia até uma sala ampla que ela conhece bem. É como um salão se festas, onde outrora bailes de gala poderiam ser dados à nobreza. Possuía janelas altas que como as de catedrais, cheias de desenhos que deixavam o ambiente ainda mais rústico. O teto era enorme e oval deixando o lugar com espaço suficiente para um gigante andar com tranquilidade – Se esses existissem, é claro.

Antes o lugar tinha uma decoração minimalista, com apenas algumas cadeiras e um piano de cauda, agora não possuía nada além de um chão de mármore.

 

– Quero que você desenhe o pentagrama ali no meio – ele diz apontando para o meio do salão – Seja rápida, preciso de Yekun o mais rápido possível. E... Adorei seu cabelo – Ele diz debochado apenas para deixá-la irritada. Ela apenas finge que não ouviu, dá de ombros e segue para o meio do salão.

[…]

Melissa demora em torno de meia hora para desenhar um pentagrama no chão e dispor velas ao redor deste. O pentagrama teve que ser enorme, para caber a excentricidade de demônios maiores. Também teve que colocar ópio¹ em algumas velas, nunca entendeu porque demônios adoram ópio.

Por fim, acendeu todas as velas. O pentagrama começou a brilhar e tomou um tom roxo escuro lindo. As cortinas nas janelas haviam sido fechadas, escurecendo o local, o que deixou o brilho roxo ainda mais bonito e macabro. Melissa abriu um grande livro de páginas amareladas, embora ela não precisasse desse livro para invocar Yekun, mas precisava fingir que sim.

Os olhos de Sebastian brilharam ao ver tudo pronto para iniciar ser plano. Melissa sorri ao vê-lo assim, teria o maior prazer em arrancar esse sorriso do rosto dele.

Então concentrou sua atenção às páginas do livro em latim. Começa a recitar as palavras escritas na página. Falam sobre morte, sangue, inferno, destruição, ascensão. Suplicavam glória na guerra e sorte para matar o inimigo. Pediam frieza e impiedade.

 

– Get a tenebris. Cunis egressus malitia. Egredere de terra mea clamat, et ad hoc vos immundum.diz a feiticeira com os olhos fechados.

 

Conforme as palavras saiam de sua boca o brilho roxeado se tornava ainda mais vivo, e visível. As velas pareciam mais brilhantes e até o cheiro do ópio podia ser sentido. As cortinas começaram a balanças como se estivesse ventando de dentro para fora da casa.

As últimas palavras foram proferidas. Palavras que pediam que Yekun, príncipe do inferno e dos códigos viesse do inferno.

 

– Clamos, rex magne perditionis, et properate quantocius venientes ghoulish potentia in manu tua est aedificemus super eum

 

Uma chama de fogo roxo surge no meio do pentagrama. Uma chama de fogo que vem com toda a força possível como uma explosão recém-criada, porém que se restringe apenas ao círculo brilhante. Logo a chama pede a intensidade, fica mais suave e começa a girar como se houvesse um redemoinhinho de vento lá dentro.

As cortinas balançam com mais força, algumas são abertas, liberando a luz do dia para dentro do salão. As chamas sobem bem alto antes de descerem em em uma velocidade impressionante até desaparecerem dando lugar a figura de um homem.

O homem está vestindo uma roupa social completamente preta, terno, gravata, tudo preto. Em seu blazer havia pregado um pingente com uma grande pedra vermelha, uma joia. Aquela joia é sem dúvida uma das coisas mais vermelhar que Melissa já vira. Um vermelho tão intenso quanto o de uma joia demoníaca deve ser.

Os cabelos do homem são longos, pouco acima do ombro, e lisos, de um tom preto escuro. Sua iris é vermelha e sem pupila. Em seus lábios há um sorriso assustador e assassino que Melissa conhece bem.

 

– Quem invoca Yekun, o rei da persuasão? – Pergunta com sua voz grossa e imponente

 

– Eu, Sebastian Morgenstern, filho de Lilith, desejei invocá-lo majestoso Yekun, príncipe do inferno e rei dos códigos secretos – Sebastian diz fazendo reverencia a Yekun

 

O Demônio olha para o garoto com certa repulsa e superioridade, mas continua a sorrir.

 

– Você é o filho de Lilith? Aquele que fez uma bagunça no reino do Edom? Já ouvi falar de você. É um assunto ativo pelos calabouços do inferno. Isso é uma dádiva para poucos – Diz – Mas, por que invoca-me um reles mortal?

 

– Suplico sua ajuda, mestre Yekun. Tento derrotar aos caçadores de sombras, ao submundo e a humanidade. Sei que isso é assunto que lhe interessa e muito – Sebastian diz – Com sua ajuda, posso arruinar a todos os seres vivos desse planeta inútil e... – Yekun estende a mão pedindo para que ele se cale

 

O Demônio desvia o olhar do rapaz, como se sua presença fosse insignificante, e olha para Melissa. O seu sorriso aumenta ao ver a feiticeira e ela retribui o sorriso de forma tão assustadora quanto. Os dois se olham e Yekun começam a gargalhar alto e divertidamente, Melissa o acompanha, porém de maneira mais sutil.

Sebastian encara a cena confuso. A sua frente está um dos donos de todo o inferno, e ele está gargalhando com Melissa. O Caçador de Sombras não consegue entender o motivo das risadas.

Yekun para de rir aos pouco e respira fundo. Sorri novamente para a feiticeira mostrado seus inúmeros dentes, depois diz sem em momento algum parar de olhá-la:

 

– Vejamos quem está aqui – Ele troca um olhar cúmplice com Melissa, como se eles dissessem muita coisa um para o outro, porém sem usar palavras – Minha filha

 

Terminada a frase ele volta a rir e é novamente acompanhado por ela. Melissa olha para Sebastian que está boquiaberto, mais branco que o normal encarando a cena. Ela gargalha se forma cruel ao ver a surpresa do rapaz.

 

– Me diga – Yekun prossegue – O que faz com o jovem Morgenstern? – Ela não responde, apenas volta a rir como uma psicopata – Crueldades, imagino... Me diga, minha fila, o que desejas? Posso dar-te aquilo que você desejares – Novamente ela não usa palavras, apenas encara os olhos de chamas do demônio maior e pensa em todas as coisas que planejou para o dia de hoje. “As barreiras, destruição. Sangue Morgenstern. Vou acabar com ele” Mentaliza tudo o que deseja. Yekun sorri ao receber a carga de pensamentos mórbidos da filha – Isso vai ser divertido...

 

Um tremor pode ser sentido. Esse tremor vai amentando de intensidade aos poucos até se tornar forte. Em seguida um barulho muito forte, quase ensurdecedor pode ser ouvido como uma explosão gigantesca. As barreiras caíram.

Sebastian parece desorientado, desesperado. Seus olhos transbordam raiva da feiticeira. Sua esclera perde o tom branco e se torna totalmente preta, como sempre acontece quando ele está com ódio. O Caçador de Sombras empunha uma lamina de serafim e vai em direção a Melissa de forma ameaçadora.

A feiticeira se diverte com a raiva dele, assim como Yekun. Sebastian tenta golpeá-la com a espada, mas ela desvia gargalhando. Mas ele não perde tempo e consegue agarrar o pescoço dela com uma mão. Ela não para de gargalhar nem quando o ar começa a fazer falta.

 

– Vadia, você vai pagar por isso – Ele diz entre dentes

 

Ela apenas continua rindo dele incontrolavelmente. Sebastian aperta a mão no pescoço dela, mas antes que pudesse fazer muito mais que isso os vidros das janelas voam com um estrondo, fazendo com que fumaça assente na sala que, em seguida é tomada por caçadores de sombras e submundanos.

Yekun se transforma apenas em uma fumaça dentro do pentagrama, mas continua gargalhando de forma descontrolada:

 

– Está cada vez melhor – A voz demoníaca escoa pelo salão vinda de lugar nenhum

 

Sebastian solta Melissa ao ver as pessoas entrando pelas janelas e pela porta. Seu rosto se torna ainda mais branco. Ele vê algumas pessoas conhecidas, e conforme seus olhos passam pelas pessoas seu rosto se torna ainda mais branco.

Melissa sorri de orelha a orelha ao ver a expressão desesperada dele. Tudo correu como ela planejava. Sabia que Yekun não dispensaria a felicidade de ver uma luta sangrenta. Uma grande vantagem que ela sempre teve é saber lidar com pessoas, mesmo as odiando, assim como ela odeia o pai e, ao contrario de Magnus com Asmodeus, ela sabe fazer dele um aliado.

Sabe que em breve Yekun cobraria pelo serviço, mas ela está disposta a pagar o que for para ver a queda de Sebastian Morgenstern, independentemente de quão alto seja o preço.

Os caçadores de Sombras empunhavam suas laminas de serafim e as batizavam; Os vampiros e os lobisomens se posicionavam para atacar; os feiticeiros se concentravam o máximo possível se poder. Logo Clary apareceu com a Heosphoros entre a multidão e um sorrisinho se formou nos lábios de Sebastian. Assim, o sorriso de Melissa sumiu, ela sabe o que isso significa. Ele tem um plano

Sebastian abaixa a cabeça sutilmente e logo um barulho de uivos e gritos desumanos podem ser ouvidos de um lugar distante. Todos olham ao redor em busca da fonte daquele barulho perturbador, mas não há nada ali.

Em poucos segundos o som vai se tornando mais audível, o que significa que sua fonte está cada vez mais perto. Melissa aguça os ouvidos, mas aquilo não se parece com nada que ela já tenha escutado. Com estrondo horrendo demônios alados começam a invadir o salão pelas janela quebrada, ou pelas portas. São os demônios que Melissa viu nas lembranças de Sebastian. Geneticamente modificados, não foram feitos nem pelo céu, nem pelo inferno.

Ela já havia falado sobre eles quando esteve no instituto mais cedo, mas ninguém lhe deu muita atenção. Uma coisa tão fantasiosa como demônios criados pelo próprio Sebastian não poderiam representar perigo eminente.

Errados

Todos partiram para o ataque. Espalharam-se pelo salão correndo atras de demônios, embora a maioria deles ficasse a uma distancia desfavorável das laminas ou das presas. Não eram demônios que morriam tão facilmente, seriam necessárias diversas facadas com laminas de serafim para matá-los. Melissa começou a se desesperar ao ouvir os som do tilintar das laminas, do uivo dos lobos, das lamentações dos demônios e da risada de Yekun.

Misteriosamente nenhum deles parecia disposto a atacá-la no momento. Ela apenas ficou estática olhando para tudo acontecer em sua volta, nem mesmo Sebastian estava por perto. Teria que pensar rápido no que fazer, mas seria impossível achar uma forma mais rápida de matar os demônios em um momento como esse.

Ela poderia pedir ajuda ao pais, mas sabe que dois desejos no mesmo dia não seria concedidos, e sabe que ele não se importa com nenhuma daquelas mortes e nem se importaria com a morte dela.

É tirada de seu devaneio quando um demônio corta o ar indo em sua direção e gritando de forma perturbadora. Ela só tem tempo de desviar, assim, o demônio continua seu percurso e acaba entrando dentro do pentagrama e queimando. Então um sorriso se forma no rosto dela. Essa seria uma ótima estrategia de sobrevivência.

Pega uma lamina de uma corpo de Caçador de Sombras perto dela. A lamina, obviamente, não se acenderia para ela, mas não seria necessário. Ela apenas esperou outro demônio voar em sua direção e cortou-lhe a cabeça com um golpe rápido. O icor jorrou nela manchando seu vestido vermelho de preto e a cabeça quicou para dentro do pentagrama, explodindo logo em seguida.

* * *

 

 

Clary andava em meio a luta procurando por Sebastian. Nenhum dos demônios a atacou, nem sequer se aproximaram dela. Clary segura a Heosphoros com força, aquela seria sua única chance de derrotar Sebastian de uma vez por todas. Anda em meio aos corpos de Caçadores de Sombras e submundanos espalhados por todo o chão do salão.

Ela não entende qual a estrategia de Melissa para conseguir fazer tudo isso,ela não quis dizer, mas foi ótima, tudo deu certo exatamente como o planejado e se as coisas continuassem assim essa seria a última luta causada por Sebastian Morgenstern

Clary olha ao redor, mas não vê nada alem de luta e morte. Nem sinal de seu irmão. Ele deve estar em um lugar muito protegido, e que tenha visão para tudo o que está acontecendo.

Então, Clary se lembra de quando os crepusculares fizeram uma barreira para proteger Sebastian logo depois de tomarem do cálice infernal. Olha mais uma vez para todos os lados até achar o lugar onde há maior concentração de demônios.

Estão todos voando em circulo, como um pequeno furação, e Clary imagina que dentro do circulo esteja Sebastian. Ela anda naquela direção desviando dos corpos feridos, dos duelos, e dos demônios. Se aproxima devagar enquanto enfrenta a multidão em seu caminho, mas não tira os olhos do seu objetivo.

Quando está finalmente próxima da barreira de demônios mais um som pode ser ouvido. Clary olha ao redor e vê mais um tipo de demônio invadindo o local, esses, ao contrario dos outros, não possuem assas. Se parecem com troncos de árvore andantes, pele áspera e quatro patas traseiras, andam como insetos o que a faz ter vontade de vomitar. Esses possuem espinhos pontiagudos nas mãos, e substancias gosmentas pingam desses espinhos.

 

– Olá, irmanzinha – Clary ouve a voz do irmão e se vira já empunhando a Heosphoros, mas ele segura seu pulso com força suficiente para Clary achar que poderia quebrá-lo – Você não vai fazer isso. Clary, é tão engraçado como você sempre fica em desvantagem, talvez seja a hora de desistir, não acha?

 

– Não acho – ela responde tentando ser o mais confiante possível.

 

– Que tolice a de vocês achar que seria assim tão fácil – ele diz debochado depois a empurra. Clary cai no chão no meios de uma briga entre um Caçador de Sombras e um demônio, acaba recebendo algumas pisadas, mas consegue se levantar, porem tarde demais, Sebastian não está mais lá.

 

Clary xinga mentalmente antes de olhar ao redor para ver se pode encontrá-lo. Ela vê Melissa perto do pentagrama lutando com alguns demônios e os derrotando. Mesmo usando vestido a feiticeira consegue lutar com graça, como se tudo não passasse de um tango.

Melissa impunha a lamina de serafim que carrega na mão para um dos demônios que se aproxima, e Clary pode ver o icor verde que escorre mesmo estando longe. Mas o demônio não recua, Melissa retira a lamina e o demônio continua indo em sua direção. Clary começa a correr na direção da feiticeira para tentar ajudá-la mais é tarde. O grito de Clary escoa pelo salão fazendo os som da luta parar e todos a encararem.

O demônio pega Melissa pelo pescoço e a levanta, depois a solta no chão e sai, como se não tivesse a intenção de matá-la. Melissa cai no chão com furos avermelhados na garganta. Clary então se lembra dos espinhos que tinham nas mãos do demônio e continua a correr na direção da feiticeira.

Todos os demônios param suas lutas. Os demônios alados voam para o teto e ficam rodando la em círculos como aqueles insetos quando veem a luz. Os terrestres começam a escalar as paredes com suas perninhas, como aranhas.

Sebastian aparece em meio a multidão e se aproxima de Melissa, Clary começa a correr mais rápido, é mais fácil agora que o salão está parcialmente vazio. Ele pega a feiticeira no colo. Melissa está desmaiada e os furos em seu pescoço tomam um tom de roxo muito escuro, o veneno está fazendo efeito.

Então, depois de levantá-la, Sebastian simplesmente desaparece assim como a feiticeira. Em um minuto ele estava lá, mas no instante seguinte não estava mais. Os demônios começam a sair pela janela e pela porta e em questão de segundos não havia mais nenhum.

Clary fica pensado o por que dessa fuga, não e coisa que Sebastian faria. Mas não tem tempo de refletir muito, o teto começa a tremer como se houvesse um terremoto. Os lustres caem assim como as cortinas. O teto começa a rachar e a poeira a cair. Tudo desmoronaria em questão de minutos.

Ela não pensa duas vezes antes de correr até a parede mais próxima. Coloca a estela na superfície da parede e símbolos saem involuntariamente. Clary rabisca a parede o mais rápido que pode e um portal surge. Todos correm para entrar no portal, ela fica para orientar a todos e a a ultima a atravessar. Poucos segundos depois, nada mais existia na mansão. Nada alem de escombros e alguns corpos.

Nada além de ódio e sangue de inocentes.

 


Notas Finais


1- Ópio: Droga obtida a partir de algumas espécies de papoilas, que causa adormecimento e entorpecimento

Espero uqe tenham gostado^^
Comentem^^


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