História Cidade nas sombras - Sombras do passado

(Victoria ) 

Acordo num susto, alguém está batendo na porta, olhei em volta, só estava eu na sala de estar, presumi que Isabelle tinha acordado e saído... e nem me avisou, aff.

Bom, sem vontade alguma eu me levanto do sofá e caminho em direção à porta.

Quando abro para o visitante misterioso, logo me arrependo, Daniel, o que aquele humano chato e irritante daquela fazenda fora da cidade quer aqui? 

- Daniel? O que você tá fazendo aqui? - pergunto sem muita paciência

- Posso te perguntar a mesma coisa, o que tá fazendo na casa do Hunter? - ele pergunta e logo fico nervosa e fico pensando numa boa explicação.

- Trabalhodaescola... - falo rápido quase enrolando a língua - isso, um trabalho da escola... de... história.

- Parece meio suspeito o jeito que você falou mas... Tudo bem, por que está com essa cara de quem acabou de ser atropelada?

- estava dormindo, passamos a noite toda acordados por causa... - falo impaciente e antes de falar qualquer coisa que não devia eu freio minhas palavras bruscamente - ... Por causa do trabalho, é, isso, o trabalho.

- Ah, então vocês viram o que aconteceu ontem? - esse garoto já tá me irritando com tantas perguntas - viram a tempestade?

- Sim nos vimos, foi horrível, deu medo e blá blá blá... olha, você sabe que eu não gosto de falar com você e você não gosta de falar comigo então fala logo o que você quer aqui então podemos seguir nossas vidas sem o outro - jogo logo a verdade na cara dele.

- nossa, que grossa, eu vim aqui ver o Hunter - ele me responde - ele está em casa?
Antes que eu possa responder a pergunta dele e mandar ele ir embora uma voz atrás de mim de uma garota fala primeiro:

- o Hunter não está, ele saiu pra ir na cidade - era Luna, ela acordou... tô nervosa com a possibilidade de ela tentar me matar?

- E quem é você pequena? - Daniel pergunta se abaixando pra ficar na mesma altura que a garotinha.

- Primeiro: não me chame de baixinha - ela começa - Segundo: sou a... - ela faz uma pausa e olha em minha direção, aparentemente quer que eu responda

- Ela é a... prima, é, a prima do Hunter, Luna... Williams - respondo

- Hã... ok, bom, eu vou procurar o Hunter, Tchau - Então finalmente ele vai embora.

Espero alguns minutos até que ele saia da caverna, então eu viro minha atenção para a garotinha de 10 anos que estava parada atrás de mim.

- Então...Você acordou - falo pra ela, parada na porta, olha pras mãos dela, sem algemas, ok.... Estou pronta pra correr.

- obviamente - ela responde.

- v-vai me matar? - pergunto nervosa 

- o que? Não, não, claro que não - ela responde, me acalmando - Olha, ontem à noite, na praia, não era eu, as coisas que eu fiz... Foi a sombra.

- Então... Você é normal agora? 

- defina " normal "

- Boa?

- sim, pode se dizer que sim

                                        *

Já passou do meio dia, o sol continua no céu, todos voltaram, estamos no restaurante da mãe do Hunter, que agora estava fechado, eu vim embaixo de um lençol preto para me proteger do sol, pessoas ficavam olhando? Ficaram, foi bem constrangedor, vou poupa los dos detalhes, no restaurante, tinha comida para qualquer Orboniano, então precisamos ir, eu comi uma carne mal passada, sim, ainda com sangue, eu queria poupa los, pra não ficarem com nojo, mas... Não tô nem aí. Todos nós sentamos no balcão do restaurante e lá ficamos conversando sobre o que nos iríamos fazer e sobre o que aconteceu nessa manhã.

- voltando ao assunto - diz Cristhine - já conversamos com o prefeito, ele está tentando convencer a todos de que o que aconteceu lá fora foi apenas uma tempestade

- uma bela tempestade né? Por que destruiu boa parte da cidade, incluindo a escola - diz Richard - o lado bom é que não teremos aula até arranjarem alguém pra concertar tudo

- os polícias estão a procura de Bigby, eles procuram na casa dele, na escola, parece que é mesmo verdade, as sombras pegaram mais um de nós - falou Robert 

- aproveitaram que estávamos distraídos e separados - diz Hunter - de agora em diante todos ficam juntos.

- mas isso não vale apenas pra nós, temos mais de 500 Orbonianos morando Aqui na cidade e eles nem sabem o que está acontecendo... - Amanda foi falando mas logo foi cortada por Hunter.

- E nem vão saber, se todos souberem que as sombras estão vindo pra cá e estão conseguindo atravessar a barreira, vai causar pânico, os Orbonianos que vivem aqui não são guerreiros, são apenas... famílias...trabalhadores - disse Hunter 

- Então o que vamos fazer? - pergunta Amanda - não podemos ficar vigiando todas as casas de BeachCity, até porque são muitas, e ao mesmo tempo ficar lutando por nossas vidas

- precisamos de magia de combate de verdade - diz Richard 

- mas isso é ilegal - Cristhine fala e todo mundo olha pra ela confusos até Marco que está sentado ao lado dela - tô zoando, eu tô dentro

- eu ouvi a palavra ilegal? Então eu tô dentro também - Robert apareceu, entrando no restaurante e caminhando em nossa direção

- vocês tem razão precisamos de magia de combate e precisamos de magia de proteção - respondeu Hunter - e é por isso que eu mandei o Robert pegar isso na biblioteca secreta

Robert coloca um livro enorme em cima do balcão, ele tinha capa dura e tinha alguns símbolos que eu não conhecia gravados, eu continuo comendo minha carne crua.

- Que livro é esse? - pergunto interessada, deixo de lado minha atenção a carne crua e coloco minha atenção no livro a minha frente 

- O livro de feitiços proibidos - Robert me responde - aqui tem todos os feitiços que precisamos, roubei isso da biblioteca sem ninguém perceber...Eu acho.

- você acha? - perguntou Isabelle - a biblioteca é mágica, se alguma coisa sumiu, logo irão saber.

- Então é melhor nos apressar mos - diz Marco.

Robert vai folheando as páginas procurando feitiços que até não-magos e não-bruxas possam fazer, todos nós ficamos ao redor do balcão olhando folha por folha.

- olha só - diz Richard com um sorriso no rosto - um feitiço pra duplicar dinheiro, sério, posso bater uma foto? 

- Não, não é o que viemos procurar - diz Robert tirando o sorriso do rosto de Richard - Aqui.

Olhamos para a página que Robert apontou pra nós, lá tem várias figuras de movimentos pra fazermos com as mãos, nossa língua Orboniana que um humano comum não saberia entender. Então Hunter se afasta do balcão e se vira pra uma qualquer, ele faz os movimentos que estão desenhados no livro e um raio vermelho sai de seus dedos então dispara em direção à mesa e corta ela ao meio.

- Agora sabemos que funciona... bom, marque essa página e agora vamos procurar um feitiço pra nós ajudar com as outras pessoas em BeachCity - diz Marco.

- Aqui tem um feitiço de vigilância, podemos colocar nas casas e ficaremos sabendo quando uma sombra se aproximar delas, mas eu só quero vigilância, sem outras intenções, ok? - Robert fala

- Agora vamos terminar de comer... Temos um dia cheio hoje - fala Isabelle e todos concordamos.

- isso não faz sentido - falo sussurrando pra mim mesma mas Isabelle que está ao meu lado conseguiu ouvir

- não faz sentido o que? - ela pergunta 

- ontem à noite, como as sombras pegaram o Bigby? A escola ainda fica nos limites da cidade, então como elas entraram? - respondo ela, então só aí caiu a ficha.

O sol se pôs...Está ficando tudo escuro, as luzes da cidade já estão acendendo, terminamos de colocar o feitiço de vigilância em todas as casas, treinamos um pouco usando magia de batalha, eu tenho que admitir, sentir magia saindo da ponta dos meus dedos é muito maneiro, é como se formigas estivessem passando pela minha mão. Combinamos de nós encontrarmos na praia, eu já estava lá, olhando pro mar, então vi os outros se aproximando de mim, Luna também estava vindo, sinceramente não sei se é uma boa idéia ela ter vindo, tipo, ela é só uma criança, porém... Uma criança poderosa, ela ajudou a jogar o feitiço do sono na cidade também, bem legal da parte dela.

Então... As luzes começam a piscar freneticamente, chegou... O que quer que seja...

As luzes da cidade apagam, tipo... Todas, ...BeachCity agora estava imersa na escuridão, não vou negar, estava com medo, então vi uma neblina densa, muito densa saindo do mar, cobrindo o horizonte, pequenos relâmpagos apareciam dentro dela, tentamos ir para o lado contrário dela porém a neblina já tinha chagado na cidade e cobrindo as ruas, estávamos cercados.

- O que é isso? - escuto Luna perguntar.

A neblina finalmente chega em nós, tudo fica branco, não escuto mais ninguém, estou ficando sonolenta, meus olhos estão se fechando, minhas pernas me traíram e perderam a força, caiu no chão e tudo fica escuro.

Acordo na floresta, mas que floresta? Não parece ser a floresta de coníferas perto de BeachCity, será que eu estou fora da cidade? Será que muito longe? Tinha acabado de acordar e estava muito confusa, então eu percebi, estava de... dia!!!

Ah não, eu não posso terminar assim, eu não quero morrer... espera, por que o sol não está me ferindo? 

Está tudo...Bem, o sol não está mais me ferindo, sinto um peso enorme nas minhas costas, eu viro pra ver o que é, estou chocada, minhas assas, estão aparecendo, e não estão só aparecendo... Estão brancas...brancas como a neve, igual a como era antes de eu ser...O que está acontecendo? !!! Será que eu deixei de ser vampira?

Estou em pânico, como isso é possível? Derrepente ouço um som alto de uma corneta, só tinha ouvido esse som uma vez, e foi na... O cenário muda, dessa vez está de noite, não consigo entender, será uma visão? Como os sonhos de Hunter? O som da corneta soa novamente, dessa vez vou atrás de onde vem o som, sigo o som até sair da floresta, vejo o inacreditável... Promise, a cidade dos anjos, em cima de partes de terra flutuando no ar, estava tão bonita quanto no dia em que eu fugi, o som da corneta soa pela terceira vez, eu lembro o porque da corneta, é o sinal de que um perigo se aproxima, derrepente ao meu lado aterrisa um monstro parecido com um... morcego! É um vampiro!
O vampiro abre as assas e sai voando em direção à Promise, seguido por vários outros vampiros. Milhões de vampiros.

Agora entendi, Promise está tão bonita quanto no dia em que deixei por que... Esse é o dia em que eu fui embora. A guerra das raças... Estou de volta à ela. Me trouxeram de volta ao passado

- Vão se ferrar sombras!