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História Cigarettes, money and photographs. - Capítulo Único


Escrita por: Unt1lWeDie

Notas do Autor


Hello, gente!
Cheguei com minha segunda oneshot e confesso que estou um pouco insegura, pois não consegui cumprir com todas as minhas expectativas, mas gostei de algumas coisas e como prometi a algumas pessoas que iria postar, vou postar assim mesmo askjhfkajf Bem, tive a ideia dessa one pela letra de uma música do Hollywood Undead e vou colocar o link da música nas notas finais.
Só peço que leiam com uma música bem triste e que preparem o coração.
Qualquer errinho me avisem.

* ONESHOT TAMBÉM POSTADA NO WATTPAD

Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Cigarettes, money and photographs. - Capítulo Único

Suas mãos tremiam, não de frio, não de medo, mas de desespero e pela angustia que tem tomado conta de si há um bom tempo. Ele arfava e chorava, enquanto seus dedos deslizavam pela fotografia que achara na caixa empoeirada de baixo de sua cama.

 Lembrava de cada detalhe de sua face, seus olhos, sua boca, seu nariz, seu sorriso... Ah, aquele sorriso. Sorriso que lhe dava a alegria e a segurança que tanto precisava quando a relação de seus pais estava em crise por conta de conversas e brigas más resolvidas e quando sua vida não era lá aquelas coisas, cheia de altos e baixos. Mais baixos do que altos, mas estava tudo bem, ele ainda o tinha para acalmá-lo nas noites em que se sentia sozinho e incompreendido. E isso é o que mais lhe dói lembrar.

 Sua vida se tornou um verdadeiro inferno desde que coisas aconteceram, Rafael já não era o mesmo, ele sequer se sentia parte de si próprio. Se sentia um verdadeiro estranho na qual fora obrigado a conviver, mesmo que a cada dia tentasse, aos poucos, acabar com o resto de sua vida, se é que poderia chamá-la assim.

 Agora ele era um alcoólatra e fumante. Bebia como um louco e fumava como um viciado. Esvaziava todos os dias uma, duas, até três garrafas de vinho e vodka pura, afim de esquecer todos os seus problemas e deixar de se importar até mesmo com o fato de não se agüentar em pé e passar a madrugada inteira jogado no chão sujo de uma boate ou na calçada de uma rua qualquer. Às vezes nem volta para casa, principalmente aos finais de semanas quando se envolve com alguns adolescentes do tipo rebeldes que encontra por aí e viram noites como se a vida deles fosse apenas aquilo, apenas mais uma curtição, mas havia uma grande diferença entre aqueles adolescentes e Rafael. Eles escolhiam ter essa vida, eles escolhiam curtir a sua adolescência nada difícil e ainda serem saudáveis, talvez não fisicamente, mas psicologicamente e espiritualmente pelo simples fato de estarem fazendo “história” para contar aos seus futuros filhos e netos e assim se tornarem o pai ou o avô maneiro aos olhos daqueles jovens.

 Rafael não, Rafael sabia que sua cabeça era um misto de confusões, sabia que se parasse por um instante, enlouqueceria de uma vez por todas. Por isso, tudo que ele poderia fazer para não lembrar e não se deixar levar por essas lembranças dolorosas, ele fez e continuaria fazendo. Mas Rafael também sabia que uma hora não teria saída, sabia que a qualquer dia acordaria sem dinheiro para satisfazer seus desejos e que isso o deixaria irado e arrasado, porém mesmo que já tivesse perdido boa parte de sua dignidade, não teria coragem de fazer qualquer besteira que envolvesse outras pessoas, não as roubaria. Aquelas pessoas sequer tinham culpa de suas frustrações. Então tudo que tinha em mente é que qualquer fosse esse dia, passaria o dia todo jogado na cama por mal ter forças para se manter de pé e se manteria assim até que encontrasse uma nova opção, uma nova saída.

 Mas enganou-se. Rafael estava sóbrio pela primeira vez em semanas e a primeira coisa que fez ao abrir os olhos, foi levantar e procurar algum vestígio de moedas dando sopa por aí. Procurou pela estante de livros intocáveis há meses, pelas gavetas de roupas bagunçadas, pelo guarda-roupa, e por fim, em baixo de sua cama, onde encontrara uma caixa com um maço de cigarro quase vazio, algumas notas de cinco reais e inúmeras fotografias de quem um dia lhe prometeu não deixá-lo.

 E foi ali que toda a força que tinha para lutar contra os seus sentimentos se esvaiu completamente, as lembranças o atingiram como as ondas atingem um barco em alto-mar durante uma tempestade. Todas se tornaram bem claras, cada uma delas e isso lhe trouxe um peso enorme. Chorou em pleno desespero, um escândalo, pois a angústia que sentia dentro de si era maior do que conseguia suportar.

 Há um ano ele perdeu o seu único e grande verdadeiro amor; o seu amado. Há um ano todas as suas esperanças foram rasgadas e jogadas ao vento, quando essa droga de vida decidiu tirar de Rafael o que lhe era mais precioso, sem uma droga de motivo, sem uma droga de piedade pelo seu sofrimento que a partir daí tornaria a sua vida num verdadeiro inferno.

 As fotografias de seu amado estavam espalhadas por todo o chão, mas segurava uma em especial, a mais recente. Nela, Alan estava de olhos fechados, deitado no jardim da casa de Rafael como sempre gostava de ficar aos fins de tarde.

“O que está fazendo?”, Alan sussurrou, abriu os olhos lentamente após escutar o click da câmera e guiou seu olhar para o de olhos azuis que tinha um sorriso bobo no rosto.

“Registrando”, ele respondeu, se deitando ao lado do mais velho e se aconchegando em seu peito.

“Você sabe que eu odeio quando faz isso...”, um bico enorme se formou nos lábios de Alan, mas Rafael pouco se importou, afinal, ele era apaixonado por cada mínimo detalhe do namorado.

“Ninguém além de mim vai ver essa foto, não seja bobo”, garantiu, enquanto admirava aquela fotografia em sua câmera e pensava no quão perfeita havia ficado.

“Mas eu não gosto, nem estou arrumado”, o loiro largou a máquina de lado e deitou sobre o seu corpo para ter uma visão melhor do seu rosto. Adorava passar boa parte de seu tempo o observando, o achava fascinante, e vez ou outra se perguntava se era possível existir alguém tão belo quanto Alan.

“Você é lindo do jeito que é”, disse Rafael com um sorriso apaixonado no rosto e Alan sentiu suas bochechas se ruborizar com tais palavras.

“Não diga essas coisas, eu acabei de acordar”, tentou esconder o rosto com as mãos, mas o de olhos azuis o impediu, segurando-as.

“Pois não existe imagem mais linda do que essa", disse, fazendo abrir um sorriso enorme nos lábios do outro. Como ele amava esse sorriso. Os dois garotos iniciaram um beijo apaixonado e ficaram trocando carinhos o resto daquela tarde enquanto ainda tinham tempo.

 Se Rafael soubesse que aquela seria a última vez que o veria, a última vez que fotografaria o namorado, teria insistido e até chorado para que o mais velho ficasse e passasse a madrugada inteira com ele, mesmo que Alan tivesse recebido milhões de ligações de sua mãe pedindo-o que voltasse para casa e a ajudasse a preparar o jantar daquela noite para as visitas, mesmo que seus pais ficassem extremamente bravos com ele e até o deixassem de castigo, apesar de já não ser mais um adolescente. Ele não ligaria para as conseqüências.

 Se soubesse, Rafael ainda o teria ao seu lado e hoje ambos estariam felizes, vivendo em alguma cidadezinha distante e tendo suas rotinas preguiçosas que sempre tiveram e que não o incomodavam nem um pouco.

 Mas não foi isso que aconteceu, ele não sabia. Alan não sabia.

 Naquela mesma noite, quase duas horas depois que o namorado foi embora, Rafael recebeu uma ligação do pai do rapaz, anunciando com a voz carregada de dor, que um carro em alta velocidade havia lhe atingido com tudo na estrada de volta para casa e Alan não resistiu. 

 Não houve sequer uma palavra. Sua voz sumiu. O coração de Rafael apertou-se em seu peito e toda a força que tinha nas pernas simplesmente desapareceu. Ele caiu no chão, chorando compulsivamente e gritando pelo nome do rapaz. Sentiu que seu mundo acabou ali. Não podia ser verdade, não podia ter perdido o amor da sua vida, não!

 Queria que tudo isso fosse apenas um pesadelo terrível, mas não, não era. Infelizmente. A dor era intensa e insuportável, parecia ter seu peito rasgado lentamente por uma adaga, mas o pior é que não tinha nada, só a dor da perda. Doía muito.

  E hoje, depois de um ano, a dor ainda era a mesma. Não havia diminuído como os seus amigos e familiares lhe garantiram que diminuiria, o tempo não curou o buraco em seu coração e ele não deixou de sentir a falta de Alan um dia sequer. Nem mesmo em seus piores momentos quando tudo que tinha dentro de si eram litros de álcool, e ele não era ele.

 

 Rafael caminhou por toda a cidade, usou o dinheiro da caixa para comprar algumas bebidas e a essa hora não estava mais sóbrio. Agora estava no alto do prédio, no terraço, de um cara que conheceu em suas idas à uma boate localizada no centro. Disse que precisava tirar algumas fotos da cidade para um trabalho escolar e o mesmo não se importou, deixou que o loiro ficasse sozinho e a vontade. Ele não percebeu.

 Suas pernas balançavam para fora da beirada, estava a vinte andares. Estava no topo.

 Naquele instante, ele sabia como aquilo iria terminar. O fundo da garrafa era seu único amigo e as pílulas em seu estômago não surtiam mais efeito. Tomou o último gole da garrafa e concluiu, tinha ido longe demais, chegou ao seu limite. Não conseguiria mais.

 O asfalto para si, nunca lhe pareceu tão macio. Rafael levantou-se, ficando de pé na beirada e com as lágrimas descendo desesperadamente pelo seu rosto, olhou para o céu, suspirou e declarou.

“Eu falhei, Alan. Eu menti, eu não consigo, não agüento mais essa dor. Eu juro que eu tentei ser forte durante esse um ano, juro que tentei seguir com a minha vida e tentar ser feliz, mas não dá. Eu não posso continuar sem você aqui...” Soluçou, pegando a fotografia de Alan em seu bolso e trazendo para si. “Eu preciso de você para ser feliz, porque só você pode me fazer ficar melhor, só você me traz paz!” Gritou, seu peito rasgava de angústia. “Me desculpe por isso, me desculpe por tudo. Eu sempre te amei, Alan, eu ainda te amo e estou fazendo isso por nós.” Deu uma última olhada na fotografia e a trouxe para seu peito. “Acabou.” Respirou fundo, e disse suas últimas palavras. “Eu estou indo, meu amor.”

 Então Rafael, com lágrimas nos olhos e segurando a fotografia de Alan contra seu peito, deu seu último suspiro e se deixou cair daquele prédio, logo sentiu um impacto extremamente forte e apagou no mesmo segundo.

 Agora aonde quer que esteja, Rafael está ao lado de seu amado. Finalmente, acabou.


Notas Finais


To nervousarrrrkjhadkjshfkj Ai socorro, eu sei que ela ficou pequena, mas eu até que gostei de escrevê-la e de muitas das emoções que coloquei. Mas, me digam, o que vocês acharam? Gostaram? Choraram? O que vocês sentiram lendo ela? Ficaram confusos com alguma parte? Não gostaram de algo? Sejam sinceros, preciso muito saber a opinião de cada um, é importante. (Só não ofendam, please!)

Se quiserem algum contato comigo, me adicionem ou me chamem no twitter @sherlockdrunk. E gostaria de lembrar que não estou incentivando o suicídio, ok? Isso foi apenas uma ideia da minha cabeça. Se alguém aqui tiver algum problema, estiver se sentindo mal e precise de alguém para conversar, por favor, venha falar comigo e eu serei seu ombro amigo. Tentarei ajudar de todas as formas.

Enfim, aqui o link da música: https://www.youtube.com/watch?v=lP077RitNAc


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