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História Cinco Letras Que Choram - Brasa Adormecida


Escrita por: BabySuHo

Notas do Autor


Hellou, pessoinhas do meu bem querer!!
Eu ia atualizar mais cedo, mas fiquei sem internet por algumas horas e ainda estou morrendo de dor, pois ontem fiz uma cirurgia nos dentes e estou completamente despombalizada. Fora de combate mesmo kkkkkk.
As outras fics, irei postando no meio da semana, ok? Espero que compreendam, o meu estado lastimável.
Espero que gostem, pois escrevi com muito carinho.
Bora ler.
Chu!!

Capítulo 27 - Brasa Adormecida


Fanfic / Fanfiction Cinco Letras Que Choram - Brasa Adormecida

 

- Luhan.....??

- O que foi, vovó? Está sentindo alguma coisa? - O rapaz levantou os olhos do jornal que lia atentamente e indagou preocupado, enquanto observava atentamente a feição indecifrável no rosto da mais velha.

- Não, filho.....Eu estou bem, mas gostaria de lhe fazer uma pergunta.

- E por quê, não faz? Precisa de todo esse rodeio?

- Porque estou com medo de levar um pito e eu já estou jurássica demais para isso.

- E por quê, eu te daria um pito, hummmm?

- Porque eu vou tocar "naquele" assunto proibido, sabe?

- Sei..... - Luhan respondeu, entrando em alerta. - E posso saber, por quê isso agora?

 

Olhando fixamente dentro dos olhos do neto, MeiYing respondeu com toda sinceridade. Foi curta e grossa, como sempre fora do seu feitio.

 

- Porque eu quero, que você seja feliz!! Se você o for, seus filhos também serão e além do mais, acho que já está mais do que na hora de você colocar um ponto final nesse sofrimento que só te consome e não te deixa seguir em frente. Pronto, falei!!

 

Pego de surpresa com a atitude inesperada da senhorinha, Luhan pôs-se à pensar no motivo que a levara a tocar no assunto que ainda era tão doloroso para si. Será, que a ousada velhinha estava lhe escondendo algo de muito grave?

Depois de refletir por alguns segundos, o rapaz achou que não faria nenhum mal em ouvir o que a avó queria lhe perguntar. Vai ver era alguma besteira e ele estava se alarmando à toa. Sendo assim, deu-lhe carta branca para seguir em frente.

 

- Tudo bem, vovó.....Pode fazer a pergunta que quiser, ok? Prometo, que não vou brigar com a senhora.

- Jura? - Indagou espantada com a concordância inédita do rapaz, sempre tão avesso a se tocar em assuntos do passado.

- Juro!! Agora pode mandar bala, antes que eu desista!!

- Posso mesmo? Tem certeza de que vai aguentar o tranco?

- Vóóóó, assim a senhora me assusta!! Que raio de pergunta é essa, afinal de contas?

- Uma pergunta que pode mudar completamente o rumo de sua vida, meu filho.....

- Iiiihhhh.....Lá vem!!

 

Respirando fundo e munindo-se de uma coragem que não sabia que possuía, Kang Lu MeiYing respirou fundo, fez o sinal da cruz repetidas vezes, entregou tudo nas sábias mãos de Shisuis e soltou a bomba mesmo sabendo que alguns estilhaços da eminente explosão poderiam atingi-la gravemente.

 

- O que você faria, se o Sehun de uma hora para outra batesse em nossa porta?

 

Estático e boquiaberto, Luhan sentiu o coração falhar uma batida. As pernas enfraqueceram e ele precisou sentar-se rapidamente, antes que a vertigem que tomou conta de si o derrubasse no chão.

Desde que fora abandonado e sofrera todas aquelas humilhações, jamis pensara em revê-lo novamente. Não conseguia se lembrar com muita clareza da metade das coisas que aconteceram naquela tarde, mas recordava-se perfeitamente da bofetada que fora desferida contra si e da expressão de ódio no rosto do dono da voz rouca que tanto amava, dizendo-lhe que nunca mais queria vê-lo.

Durante alguns dias ainda manteve-se esperançoso. Aguardou ansiosamente pela sua volta e por um pedido de desculpas que nunca veio. Cansado de esperar, acatou o conselho da avó, venderam tudo o que tinham e mudaram-se de vez para o interior. Pensou que talvez uma mudança de ares fizesse bem para ambos, mas mesmo que tivesse ido para o outro lado do mundo, como conseguiria apagar de sua lembrança a grande desilusão que sofrera?

Se a vida já estava difícil antes de partir, imagine chegar em um lugar totalmente desconhecido, sem nenhuma referência e ter que recomeçar tudo do zero? Enquanto tentavam desesperadamente encontrar um emprego que lhes desse uma segurança financeira, iam esticando como podiam o pouco dinheiro que haviam levado na carteira.

Um mês e meio depois da mudança e achando que as coisas não poderiam ficar pior, descobriu-se grávido não só de uma, mas sim de duas crianças. Quase caiu duro para trás, quando o médico sorridente deu-lhe os parabéns junto com o diagnóstico estarrecedor.

Saiu do hospital tão aéreo, que não soube como conseguiu chegar em casa sem ser atropelado pelos carros que passavam ao seu lado em alta velocidade. Durante o percurso só pensava em como faria para dar a notícia para a avó, que o esperava em casa totalmente aflita com o seu súbito mal-estar.

Contrariando todas as suas expectativas, MeiYing não o matou e nem o colocou para fora de casa, ela simplesmente sorriu e o acolheu carinhosamente em seus braços. Nada precisou ser dito entre ambos, pois aquele gesto singelo disse-lhe tudo que necessitava ouvir naquele momento. Dentro daquele abraço acolhedor e reconfortante sentiu-se amado e protegido contra tudo e todos.

Sabendo que não podia ficar parado, saía todos os dias em busca de uma vaga qualquer....Qualquer coisa que pudesse deixá-lo mais tranquilo em relação à gravidez que se fazia mais presente a cada dia.

Sobrevivendo precariamente com os "bicos" que conseguiam de vez em quando, avó e neto iam tocando a vida com muita coragem, enquanto sonhavam com a chegada de dias melhores. E eles começaram a despontar na direção de ambos, quando MeiYing começou à frequentar a igreja do bairro e fez amizade com o padre.

Com seu jeito espontâneo e despachado, contou ao sacerdote sobre seus problemas e pediu-lhe ajuda para encontrar um emprego para si, já que o neto estava grávido e não queria que o mesmo tivesse que se esforçar demais em sua condição.

Sensibilizado com a situação de ambos, o padre ligou imediatamente para todas as pessoas mais abastadas da cidade e pediu doações de alimentos, roupas e tudo o mais que pudessem ofertar em benefício de duas pessoas que necessitavam de muita ajuda. Respondendo ao apelo do bondoso sacerdote, muitas pessoas fizeram doações além do esperado e foi assim que a vida dos dois deu uma significante melhorada.

Em meio às doações de alimentos que recebera, MeiYing retirou alguns ingredientes e fez um bolo muito bonito, pois na noite anterior sonhara com o marido lhe dizendo como fazer para ganhar dinheiro, usando apenas o dom maravilhoso que Deus lhe dera.

Ao ver a guloseima pronta em cima do balcão da cozinha, Luhan questionou a avó sobre o que faria com a mesma, visto que era grande demais para ambos comerem sozinhos. Sorrindo, a gentil senhorinha disse-lhe que tivera uma ideia e que faria uma experiência, que se desse certo, seria uma fonte de renda segura.

Assim que a tarde caiu, colocou uma mesinha na porta de casa e sobre ela o bolo que havia feito mais cedo. Sentada em um banquinho aguardou pelos fregueses, enquanto fazia suas orações costumeiras.

Não demorou muito e duas mocinhas que trabalhavam em um escritório próximo pararam à sua frente e sem discutir o preço, compraram praticamente a metade do delicioso bolo de chocolate. Assustada com a rapidez da venda, MeiYing mal podia acreditar em sua sorte logo na primeira vez em que se dispunha a comercializar algo.

Encantada com a possibilidade de ganhar a vida fazendo e vendendo seus maravilhosos quitutes, sorriu verdadeiramente como há muito não fazia. Não demorou muito para ficar conhecida na cidade e rapidamente conquistar uma fiel e significativa clientela que além de comprar na hora, de vez em quando lhe fazia várias encomendas.

Embora estivesse ganhando o seu próprio dinheirinho, esse ainda era pouco para ajudar Luhan, que apesar de muito procurar uma colocação, ainda se encontrava desempregado. Muitas vezes acordava de madrugada e preocupada, levantava-se de sua cama ao perceber os passos leves do rapaz que sem sono, ia para a sala sentar-se no escuro.

Mortificava-se com a sua magreza extrema e com o seu psicológico abalado desde o acontecido. Como não ficar apreensiva ao ver um pedaço do seu coração sofrendo e não poder fazer nada para ajudar, além de encorajá-lo somente com palavras de incentivo.

Amargurado e inconformado com a situação que estava atravessando, Luhan maldizia e amaldiçoava o nome de Oh Sehun todos os dias. Por mais que pensasse, não conseguia entender e aceitar o que o maior havia feito consigo. De onde foi que ele tirara a ideia de que estava sendo traído? Como ele ousara duvidar de si, que o amava tanto?

O que mais lhe magoava, era o fato dele não ter permitido que se explicasse. Em nenhum momento pudera contar a sua versão dos fatos e muito menos se defender da mentira cruel, que acabara com todos os seus sonhos.

Agora, estava ali.....Grávido de gêmeos e com uma avó idosa para cuidar, mas como faria tal coisa se não possuía ao menos um emprego digno? À medida que o tempo ia passando, além da barriga, suas preocupações e anseios só aumentavam e dobravam de tamanho à cada vez que se lembrava que os filhos quase não tinham nada. O pouco que possuíam fora doado pela igreja ou comprado com muita dificuldade por si e pela avó que sempre o ajudava como podia.

Quando já estava à ponto de desistir de tudo, o Criador em sua infinita bondade colocou em seu caminho Kim JunMyeon e seu imenso coração. Jamais poderia se esquecer da única pessoa que lhe dera um emprego e uma amizade totalmente desinteressada. A única referência paterna além dele, que os filhos conheciam e respeitavam.

Como apagar da memória a apavorante madrugada fria em que dera entrada no hospital para ter os bebês? Sozinho dentro daquele ambiente hostil, sentira na própria pele a dor e o descaso com que aquela gente mesquinha e desumana tratava os menos favorecidos. Se não fosse a companhia daquele rapaz bonito e gentil que lhe confortara e segurara carinhosamente em suas mãos, não saberia o que poderia ter acontecido consigo. Graças à sua ajuda prestimosa, conseguira suportar bem as terríveis contrações até que aparecera uma boa alma para levá-lo até o centro cirúrgico.

Esse era o resumo de sua vida, onde sempre existiram dificuldades e onde as mesmas continuavam à se impor sobre as pequenas felicidades, que raramente conseguiam bater à sua porta.

E agora vinha a avó, com essa pergunta descabida.....O que a levara a tocar em um assunto que o magoava profundamente? - Indagava-se, curioso. - E por que cargas d'água, Oh Sehun viria bater em sua porta? O dito cujo não deveria nem mais lembrar-se de si, então de onde a avó tirara aquela suposição incrível? Será, que estava caducando? Pelo sim e pelo não, iria cortar suas divagações e insinuações pela raiz. Seria melhor para todos e evitaria desgastes e discussões desnecessárias dentro de casa.

Respirando fundo e mantendo a voz mansa, encarou a mais velha e soltou o verbo.

 

- A senhora quer mesmo saber o que eu faria, se aquele traste tivesse a ousadia de vir bater em nossa porta? Pois bem, eu vou lhe dizer.....Eu o receberia com uma panela de água fervendo nas mãos. Satisfeita?

- DU-VI-DE-O-DÓ!! Quero provas, meu filho!! Tenho certeza, de que você não seria capaz de fazer nada que pudesse ferir o pai dos seus filhos. Luhan, quando é que você vai parar com essa teimosia e admitir que ainda ama o Sehun?

- VOVÓ, MAS O QUE É ISSO? A senhora surtou? Ficou doida de repente, foi? - Questionou, indignado com a ousadia da mais velha.

- Aaaahhhh.....Para com essa frescura, garoto!! Tá certo que a gente passou por momentos difíceis, mas sobrevivemos e é isso o que importa. Eu sei.....Eu entendo que você ainda se sinta magoado com o modo como tudo aconteceu naquele dia, mas será que não está na hora de matar esse rancor que está guardado aí..... - Fala apontando em direção ao peito do rapaz. - .....Esqueça o que passou e se jogue nos braços da felicidade enquanto é tempo. A vida é tão curta, meu filho.....

- ESQUECER? MAS NÃO ESTOU FALANDO, QUE A SENHORA ESTÁ DOIDA? Como esquecer, se toda vez que olho para os meus filhos, eu me lembro de todas as privações que eles passaram e ainda passam? Me poupe, vovó!!

- Passaram, porque você quis!! O Sehun tinha todo o direito de saber que ia ser pai, mas você com a sua teimosia, acabou privando-o da coisa mais maravilhosa do mundo que é a paternidade, Luhan.....

 

Irritado com os argumentos cada vez mais pesados da avó, o chinesinho já estava a ponto de explodir de raiva.

 

- Esqueceu que ele ia se casar, hummmm?? Eu não queria sua pena e muito menos as migalhas de sua atenção, que com certeza, era somente isso que os meus filhos receberiam de sua parte. Já parou para pensar o que ele diria para mim, se eu lhe dissesse que estava grávido? Provavelmente riria na minha cara e me mandaria procurar o meu amante.

 

- Filho.....Ele estava sofrendo tanto quanto você e o casamento deve ter sido uma forma que ele encontrou para te castigar à respeito de uma coisa que achou que você tivesse feito. Você não foi o único que sentiu dor naquele momento, sabe? Algo me diz que ele nunca foi feliz nesse casamento, por isso sempre digo que nunca devemos tomar decisões com a cabeça quente e isso serve principalmente para você também, mocinho esquentado.

- Não quero saber, se ele é feliz ou não.....Que se dane!! O injustiçado nessa história toda fui eu, vovó!! Eu é que fui acusado de ser um puto mentiroso, lembra? Eu é que fui escorraçado que nem um cachorro sarnento, sem nenhum direito de defesa, tá bom? Fui em quem comeu o pão que o diabo amassou e agora me vem a senhora com essa pergunta imbecil.....Olha só, fique sabendo que se um dia esse nojento der as caras por aqui, eu não respondo pelos meus atos, heinnnnnn!!

 

Após dar o esbregue, Luhan saiu pisando duro em direção à cozinha, onde havia deixado algo no forno. Sem dar bola para os seus pitis, MeiYing grita no seu encalço, só para deixá-lo mais mordido do que já estava.

 

- Taí uma coisa que eu quero ver e além do mais, cão que ladra não morde!!

 

Ao ouvir um palavrão sendo dito em chinês e o som de coisas sendo jogadas com toda força dentro da pia, a ardilosa senhorinha esfrega as mãos em contentamento, enquanto retruca baixinho com um sorriso malicioso aflorando em seus lábios.

 

- Quero ser mico de circo, se esse encontro não terminar em reconciliação.....

 

 

A primeira coisa que Sehun fez ao chegar na acolhedora cidadezinha, foi se hospedar no único hotel existente no lugar. Após tomar um banho para retirar a poeira e o suor do corpo, passou a mão no telefone e ligou para Jongin.

Assim que o irmão atendeu, foi logo o interrogando.

 

- E aí brother, tudo certo por aí?

- Como dois e dois, são cinco!! - O outro respondeu, animado. - Fique tranquilo, pois a cobra deve permanecer despombalizada até amanhã. O Channie está monitorando o "ser" rastejante bem de perto.

- Deus te ouça, Jongin!! Daqui à pouco, eu vou para a casa do Lu e.....

- Daqui à pouco por quê, coisa lenta? - O advogado, o interrompe bruscamente. - Sehunnie, nós não temos tempo à perder. Você vai sair deste quarto agora e se pôr à caminho para defender a sua família de um ataquie iminente, porra!!

- M-mas, e se ele não quiser me ouvir? E se, bater a porta na minha cara? O que eu vou fazer, Jongin?

- O necessário, Sehun.....O necessário para que o Lu e os seus filhos não sofram nada de grave. Lembra da Nari?

 

Diante de um resmungo do caçula, o advogado continua com as suas orientações.

 

- Pois é!! Ela só não fez nada "ainda", porque a gente conseguiu colocá-la fora de órbita. Eu não confio no pai dela e não duvido nada de que ele deve estar tramando algo sinistro para colocar em ação. Temos que ser rápidos e tirar o Lu, as crianças e a vovó MeiYing daí, antes que seja tarde demais. Agora para de boiolagem e seja homem. Vá até lá e pegue o touro à unha!!

- Você fala isso, porque nunca sentiu o peso da mão do Lu.....

- E nem, quero!! Agora, anda logo!! Vai.....Já foi?

- Tô indo.....

 

Enquanto vencia a distância que o separava do único amor de sua vida, Sehun ia pensando no que diria ao mesmo quando se vissem cara a cara.

Durante muito tempo uma maldade sem precedentes o cegou e impediu de tê-lo ao seu lado todo dias, de sentir seu cheiro, seu abraço, seu beijo, ouvir a sua voz doce. Em todo esse tempo de separação, sobrevivera à quase tudo, menos a ausência prolongada daquele que tanto amava, principalmente porque ainda não aprendera a realizar missões impossíveis.

Tinha tanta coisa para falar, mas agora que se aproximava de seu destino, sentia o velho medo o dominar. Sabia que era humano, sujeito a errar, sofrer e a fazer outras pessoas sofrerem e talvez por isso o "medo" de ser rejeitado o deixasse apavorado, quase anestesiado. Tinha medo do esquecimento, medo de o perder completamente de vez e de o ver lhe dizendo adeus para sempre.

Queria que ele compreendesse seus motivos e voltasse a precisar de si, mas o medo que paralisa, limita, congela as suspeitas, infelizmente eterniza as dúvidas. Aaahhh, mas o medo.....Sobretudo tinha medo do tempo e do rumo que as coisas pudessem ter tomado. Medo de Luhan ter seguido em frente e ele ter ficado para trás. O medo absurdo de não ouvir mais a sua voz e não poder desfrutar de suas risadas.

Não se imaginava vivendo uma vida sem ele ao seu lado e para reconquistá-lo faria qualquer coisa.....Lutaria a cada segundo se assim fosse preciso, para que voltassem à ficar juntos.

Uma mentira os separou, mas não conseguiu apagar e muito menos diminuir o amor que sentia, por isso ao ver-se diante da porta fechada, respirou fundo, ergueu a cabeça e bateu.

 

 

Enquanto lavava e secava a louça do jantar, Luhan pensava na conversa que havia tido mais cedo com a avó. Onde será, que ele queria chegar tocando naquele assunto cabuloso? Será que havia se esquecido de tudo o que passaram por causa de Oh Sehun, e suas acusações sem fundamento? Pois ele, não.....

Por causa de suas atitudes impensadas, fora obrigado à se afastar do convívio dos amigos queridos e fugir para bem longe, sem saber que carregava dentro de si, duas vidas que haviam sido geradas por ambos.

Ao lembrar-se das privações que os filhos tão pequenos e inocentes foram obrigados a passar, seu coração se apertou e foi o suficiente para que seus olhos se enchessem de lágrimas. Não fora fácil vê-los precisando de tantas coisas e não ter tido condições para dar-lhes tudo o que tanto necessitavam. Só ele e Deus sabiam o quanto essas coisas o machucaram profundamente por dentro.

O que faria, se Oh Sehun batesse em sua porta? - Indagava-se continuamente, sem saber ao certo o que responderia. A única coisa que sabia, é que seu coração nunca o esquecera, nem mesmo nos momentos em que tentara odiá-lo com todas as suas forças.

Desesperava-se, por ainda sentir tanto a sua falta. Perdera a conta das noites que passara em claro, lembrando-se dos beijos e abraços calorosos que trocaram tempos atrás. Depois o silêncio.....O silêncio que o magoava mais do que qualquer palavra.

Se algum dia lhe pedissem para deixar de amá-lo, não conseguiria, pois ele era o ar que respirava, as batidas do seu próprio coração. Seu amor era maior do que tudo o que sofrera e por mais que tentasse, que lutasse, jamais conseguiria arrancá-lo do seu peito. Houve um tempo em que achou que conseguiria guardá-lo para sempre no fundo do baú das boas lembranças, mas não foi bem isso o que aconteceu.

Ás vezes chorava, não por fraqueza, mas por estar cansado de fingir ser forte o tempo inteiro.....Cansado de sempre parecer quem não era.

Muitas vezes preferia ser duro, ter um coração de pedra, agir com frieza e não se importar com nada, pois só assim tinha a certeza de que evitaria novas decepções ao longo da vida. O amor era estranho, porque trazia vontades até do fundo do poço para fazê-lo pensar em quem não devia, mesmo depois de tanto sofrimento.

As emoções se descontrolam e resolvem explodir de uma hora para outra. Os sentidos se vão e a razão desaparece aos poucos. Estava perdido.....Falhara miseravelmente na tentativa de extirpá-lo de vez dos seus pensamentos e agora só lhe restava assumir que nunca deixara de amá-lo, como gostaria imensamente de ter feito

O som estridente da campainha ecoando no ar, interrompeu a linha do seu raciocínio, deixando-o momentaneamente aéreo e sem saber o que fazer com as mãos ensaboadas. Impossibilitado de sair da cozinha naquele momento, apelou para os filhos que se encontravam na sala assistindo os desenhos animados de que tanto gostavam.

 

- Ma-Huan atenda a porta, por favor!! O omma, está ocupado..... - Gritou em direção ao cômodo, antes de voltar aos seus afazeres.

 

Imediatamente uma vozinha doce e meiga fez-se ouvir no recinto.

 

- O Huan é um preguiçoso, omma.....Deixe, que eu vou!! - A garotinha falou, dirigindo-se rapidamente até a porta.

 

Incomodado com o silêncio repentino que se instalou no local, Luhan questionou a criança com uma evidente preocupação na voz.

 

- Mai-Lee? Quem é, filha?

- O moço!!

- Que moço? - Questionou Luhan, saindo apressadamente da cozinha com o coração aos saltos.

- O moço bonito da fotografia.....



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