História Cinderella? - Invasor?

 Yui On

 — Vamos contar os pontos! E o vencedor irá receber seu prêmio! – Professora

 Os professores passaram recolhendo as cestas e então pararam para analisar o que cada um havia encontrado.

 — É óbvio como o Grupo 1 é o último... – Professora

 Ao que parecia, elas haviam encontrado algumas frutas de arbustos, que valiam menos, e conseguiram pegar algumas outras, em menor quantidade, que não estavam tão altas em relação ao tamanho delas. Então, agora era o momento da verdade, Grupo 2 ou 3? O outro grupo havia conseguido pegar bastante frutas, então a decisão seria pelo valor especifico que cada fruta tinha.

 — Bom, o Grupo 3 ganhou por causa das maças... – Professor 1

 — Maças...? Tinha maças lá?! – alguma garota

 — Sim, não esperávamos que alguém conseguisse traze-las – Ken

 — Elas estavam realmente altas... – Professora

 — Bom, eles tem um gigante no time... – algum garoto

 Senti que Yuma iria falar alguma coisa, provavelmente comprar uma briga, mas Ruki fez um gesto para que o mesmo se controlasse.

 — Atualmente, eu acho que ele não conseguiria... – Professor

 Não estou gostando do rumo que essa conversa pode tomar...

 — Como vocês conseguiram pegar as maçãs? – Ken

 Não! Me diga que ele não perguntou! Acho que é hoje que eu morro de vergonha... Todos nos encararam esperando por uma resposta, até Ruki, Kou e Azusa pareciam curiosos em saber nossa resposta. E então, Yuma falou sem nenhuma delicadeza.

 — Eu ergui ela – Yuma

 — O quê?! – Kou

 — Como assim?! – alguma garota

 — Mas não se preocupem... Ela era levinha! – Yuma

 Ele ainda vai tornar as coisas piores do que já estão...

 — Er, bom, continuando! – Professor

 — O prêmio do Grupo 3 é não ter que preparar o almoço, enquanto os outros dois grupos irão prepara-lo nesse momento! – Professora

 Ah, acho que não irei envenenar ninguém hoje... Brincadeira! Eu sei cozinhar perfeitamente bem!

 — O quê?! Vamos ter que preparar o almoço?! – alguém

 — Sim! Grupo 3 pode ir descansar na cabana! Ou passearem por perto se quiserem! – Ken

 E assim voltamos para nossa cabana.

 — Eu não me importava de cozinhar... – Ruki

 — Sim... Estou com... saudades de usar... facas... – Azusa

 — Tenho certeza que suas intenções com a faca não tem nada a ver com culinária... – Kou

 — Sim, acho melhor te deixar bem longe das facas... – Yuma

 — Ele é tão perigoso assim com facas? – perguntei

 — Não pergunte! – responderam Ruki, Kou e Yuma ao mesmo tempo

 Vejo que temos assuntos delicados na jogada.

 — Mas enfim, o que faremos nesse momento? – Kou

 — Eu... estou cansado... – Azusa

 Certo, Azusa tem pouca estamina e se cansa rapidamente, ele deve estar exausto depois do pouco que correu.

 — Não está cansado, Yuma? – Yui

 Afinal, ele havia carregado a cesta na maior parte do tempo, e logo depois teve que carregar Azusa. Deve lembrar que pouco tempo antes, quando ainda estávamos subindo a montanha com nossas malas, ele carregava Azusa e duas malas...

 — Nem tanto, mas irei tirar um cochilo mesmo assim – Yuma

 E assim, Yuma e Azusa adentraram em seu quarto compartilhado, restando apenas eu, Ruki e Kou.

 — E você Ruki? O que irá fazer? – Kou

 — Irei ler um livro no quarto – Ruki

 Ele se levantou, pronto para entrar no seu quarto.

 — Eu irei com você! – exclamou Kou animado

 — Não! – ordenou Ruki

 — Ehh? Por quê? – Kou

 — Você consegue ser muito barulhento. Eu preciso de concentração – Ruki

 E assim, Kou foi abandonado na sala e proibido de entrar em seu respectivo quarto.

 — Parece que somos só nós dois, M Neko-chan! – Kou

 Seria uma pena se eu resolvesse me trancar no meu quarto, não seria? Que pena né...?

 — Ei! Não ouse! – disse Kou percebendo algo estranho em meu silencio

 — Não ouse o quê? – perguntei inocentemente

 — Me deixar aqui! M Neko-chan! Eu te proíbo de ir para seu quarto! – Kou

 — Desde quando você manda em mim? – perguntei sorrindo

 Eu irei para o inferno, porque eu definitivamente estou me divertindo com o desespero de Kou.

 — Apenas não vá para seu quarto, M Neko-chan! – Kou

 Ele se levantou e fez uma ‘barreira’, com seus braços abertos, em frente ao corredor que nos guiava até as portas dos quartos. Ainda sorrindo, me levantei e andei até a porta da entrada da cabana.

 — Opss, acho que existe outra porta aqui... – Yui

 Passei a mão pela maçaneta.

 — Ei! M Neko-chan! – Kou

 — Ei, ei! Você falou: “Não vá para seu quarto”, mas nunca mencionou que eu não podia sair da cabana! – Yui

 Abri a porta e o encarei. Eu estava amando tortura-lo.

 — Isso não vale, M Neko-chan! Você deveria ser uma masoquista! E não uma sadista! – Kou

 — Que pena que eu não sou! – falei com uma leve ironia

 — Bom, você ganhou... Eu irei com você! – Kou

 — Atualmente, eu iria mesmo sem você... – comentei

 — M Neko-chan é tão cruel! – Kou

 — Laito diz a mesma coisa... “Bitch-chan é cruel/malvada” – Yui

 — Você está me comparando a ele? – Kou

 — Talvez... – murmurei

 Finalmente saímos da cabana, fechamos a porta e encaramos os arredores. Os ‘cozinheiros’ estavam preparando o almoço em uma cozinha improvisada ao ar livre que se localizava no centro da meia lua formada pelas cabanas.

 — Vamos dar uma olhada? – Kou

 — Tanto faz – Yui

 E assim, nos aproximamos deles. As garotas, ao menos, pareciam saber o que estavam fazendo, poderei esperar para o almoço sem nenhuma preocupação de envenenamento por elas. Quanto aos garotos, bom, eles parecem seguir as instruções corretamente, mas não é aquela coisa bonita de se ver. Foi então que um dos garotos chamou a atenção de Kou.

 — Ele parece estar fazendo algo errado... Não sei dizer o quê... – comentou Kou ao analisa-lo

 Encarei o rapaz, ele tinha cabelos alaranjados e estranhamente usava um tapa-olho, me pergunto como eu não havia o notado antes, sendo que ele era chamativo. E então, eu reparei o suposto erro, ele estava cortando a carne muito grossa, ao invés de fina.

 — Os pedaços estão muito grossos... – sussurrei para Kou

 — Oh! Sim! É isso! Você é muito esperta, M Neko-chan! – Kou

 — Só foi reparar agora...? – murmurei

 Então Kou começou a andar em direção ao rapaz e eu tive que acompanha-lo, porque já conseguia imaginar o ‘escândalo’ que ele faria depois se eu tivesse deixado ele sozinho. Kou parou próximo a frente do rapaz, e eu fiquei mais para trás.

 — Ei! Os pedaços tem que ser mais finos! – Kou

 Kou falou isso com seu tom alegre e brincalhão de sempre, mas mesmo assim, senti o rapaz encara-lo com olhos rudes e mortais, por um momento pensei: “Outro Yuma da vida”, então seu olhar passou rapidamente por mim e estranhamente, ele apenas concordou com a cabeça e começou a cortar a carne mais fina. Fiquei sem entender, porque o humor dele mudará tão rapidamente? Antes que pudesse me importar com o que havia ocorrido, Kou decidiu continuar andando.

 — Vamos naquela direção, M Neko-chan! – Kou

 E assim, ele me arrastou para longe da cozinha improvisada.

 — Aquele rapaz era gente boa, certo? – Kou

 — Hã...? – Yui

 Ele estava sendo irônico? Porque isso definitivamente não soou como uma ironia.

 — Tipo, ele aceitou o conselho de boas! – Kou

 — De boas? – Yui

 Não me pareceu ser isso. Será que Kou não viu o olhar que o garoto lhe lançara?

 — Ei! M Neko-chan! O Ruki parece bravo! – Kou

 — O quê?! – Yui

 Olhei na mesma direção que Kou, Ruki estava na frente de nossa cabana olhando para os lados, até que seu olhar encontrou o nosso e ele fez um gesto com as mãos, mandando-nos retornar para dentro. Tivemos que obedece-lo e assim voltamos para cabana.

 — Aonde vocês foram sem avisar? – Ruki

 Ruki e Yuma estavam na salinha, Azusa provavelmente ainda estava dormindo.

 — A gente foi ver os cozinheiros! – Kou

 — Ruki ficou procurando vocês... – Yuma

 — Por quê? – Yui

 — Quem fez isso? – Ruki

 Ruki nos mostrou uma enorme bagunça formada por sua própria mala.

 — Eu não fui – Yui

 — Muito menos eu! – Kou

 — O que diabos aconteceu...? – Yui

 — Quando voltei para sala, para pegar outro livro, encontrei minhas coisas desse jeito – Ruki

 — Então isso aconteceu depois que você foi para o quarto ler e eu e Kou saímos... Eu posso te garantir que eu não usei ela para quebrar a cabeça de Kou... – Yui

 — Não foi o Yuma, não...? – Kou

 — Ei! Eu estava cochilando esse tempo todo! – Yuma

 — Talvez... – Ruki

 — Ruki? Você vai sugerir o quê? – Kou

 — Que a nossa cabana foi invadida por alguém de outro grupo? – perguntei ironicamente

 — Exato! Só pode ter sido outro grupo! – Ruki

 — ... – Yui

 Se pararmos para pensar... As garotas do Grupo 1 pareciam estar a fim dos Mukamis... Seria uma delas uma stalker? Eu diria que invadir nossa cabana passou dos limites...

 — As outras malas estão inteiras? – Kou

 — Conferimos a sua e a de Azusa e Yuma, todas normais. Mas não entramos no quarto de Yui – Ruki

 Foi então que eu decidi ir para meu quarto, eu tinha que conferir se tudo estava ali! Abri a porta do quarto e me deparei com ele limpinho e arrumadinho, com a mala no chão e encostada na cama, exibindo o chaveiro de coruja azul.

 — Parece que nada aconteceu! – Yuma

 — Não... – Yui

 — Hã? - Ruki

 — M Neko-chan? – Kou

 — Alguém esteve aqui... – Yui

 — O quê? Como assim? – Yuma

 — O chaveiro... Eu sempre deixo encostado para o lado da cama, impossível de ser visto – Yui

 — Bom, ele está bem visível... – Ruki

 — Alguém definitivamente mexeu na minha mala! – Yui

 — Você não pode ter se enganado e esquecido de colocar na posição de sempre? – Kou

 — Eu faço isso involuntariamente, é um hábito! Hábitos não podem facilmente ser esquecidos! – Yui

 — Confira seus pertences – Ruki

 Abri minha mala e a conferi. Seja quem for, não levou nada, e isso era estranho. Por que se dar ao trabalho de abrir a mala e depois deixar tudo ajeitado se não levar nada?

 — Sumiu algo? – Kou

 — Nada, tudo está aqui – Yui

 — Me pergunto por que deixaram a de Ruki bagunçada e a sua ajeitada... – Yuma

 Então, ouvimos batidas na porta.

 — Grupo 3! O almoço já está pronto! Venham! – gritou Ken

 — Contamos aos professores? – Kou

 —Melhor não – Yui

 — No final, ao que parece, nada foi levado... – Ruki

 E assim, acordamos Azusa e fomos almoçar com os outros, e inclusive, com o ser que invadiu nossa cabana.