Alguns meses depois:
P.o.v Sam:
Escuto o telefone tocar e acordo assustada. Pego o celular no criado-mudo ao meu lado e olho para a tela.
Dillon.
-Vem pro hospital agora, por favor. -ele fala sem eu pronunciar uma palavra.
Desligo a ligação e me levanto apressadamente, pondo a primeira muda de roupa que encontro.
-Amor? -Sonny pergunta assustado.
-Cristal. -digo já com a voz embargada de emoção. -Ela ta vindo.
Corro para baixo sem mais delongas e pego minhas chaves.
Sem trânsito alarmante eu chego no hospital em vinte minutos. Mas ao chegar lá e ver a cara assustada de Dillon, paro abruptamente.
-O, o...?
-Ela estava com muita dor no útero. Não é a hora mas eles querem tirar o bebê.
-Tudo bem, mas o que aconteceu? -pergunto assustada.
-Você, você tem que falar com ela. -ele fala, lagrimas escorrendo em seu rosto.
Entro na porta ao lado dele, sem ao menos pedir se era o local onde ela estava.
Ao entrar, vejo ela deitada em uma cama, cheia de equipamentos em seu corpo.
-Cris? -pergunto assustada.
-Oi. -ela sussura. -Tudo bom?
-O que é que...?
-Sam. -fala com a voz embargada. -Eu... Eu vou morrer.
-Do... O que..o...
-Escuta. Eu não podia engravidar. Eu tenho uma doença que não permite ter filhos. -ela começa a chorar. -Eu vou morrer essa noite.
-Mas... Por que você não... Fez alguma coisa. -digo séria, ainda assustada para chorar.
-Eu ia, ia abortar, mas... Eu a senti, eu não sei explicar. Ela muito mais esperta do que muitos bebês.
-Mas... O que? O que você vai fazer?
-Eu chamei meus pais e seu irmão para um escritório de advocacia. Eles não querem ela. Nenhum deles.
Então, a ficha cai finalmente e eu desabo em lágrimas. Minha garota vai embora. E nunca mais vai voltar.
Ajoelho-me ao lado da cama dela, passando a mão em sua barriga. Cristal passa a mão em meus cabelos e começa a cantar baixinho.
É a nossa despedida. Durante a época em que ela namorava o meu irmão, fizemos uma promessa. A nossa despedida seria uma música, Lego House do Ed Sheeran.
-Sinto muito baixinha. -fala depois de terminar. -Sinto muito meu bebê. -fala com a mão na barriga.
-Mas... E ela? -pergunto fracamente.
-Você me concederia a honra de criar o meu bebê? -diz.
-É claro que sim Cris. Claro que sim falo.
-Ótimo, a partir do momento que ela estiver chorando, os papeis da adoção vão valer, é só você assinar.
-Você pensa em tudo não é?
-Isabella, diga oi para a mamãe, Samantha. -ela fala.
-Você... Mas é claro. Crepúsculo antes de tudo. -reviro os olhos.
-Para! -ela grita, e bate no meu braço. Começo a rir. -Canta pra ela.
Assinto e começo a cantar a primeira música que vem em minha mente. Nothing Left to Say da Imagine Dragons.
Sinto Isabella chutar feito louca. Lágrimas escorrem dos meus olhos.
-É por isso. -Cris fala sem fôlego. -Que eu nunca, falava com ela. Eu fazia questão que você falasse. Que ela te reconhecesse.
-Cris...
-Não... Só... Me escuta. -ela fala. -Eu conversei com ela. Está tudo bem. Não precisa falar de mim pra ela.
-Mas eu vou. -digo.
-OK. -escuto uma batida na porta e olho para trás.
-Ta na hora. -diz Dillon, ele está chorando.
Cris assente e olha pra mim. Meu choro vem mais forte, se possível.
-Posso ir junto? -pergunto.
-Não. Elas vão te chamar a partir do momento em que ela chorar.
-Ok.
-Então... -fala sorrindo. -É o nosso adeus Sammy. -fala chorando. -Te amo Mana.
-Eu te amo também. -digo, e abraço ela. -Adeus Crissy.
-Adeus Sammy. -ela fala. Beijo sua testa e saio, mas antes escuto.
-Cuida dele pra mim Sam? -ela pergunta.
-Claro. -falo sorrindo. -Não se preocupe.
-Amor! -ela exvlatma olhando para Dillon. -Cuida das minhas garotas.
-Pode deixar. -ele fala e beija ela com ternura.
Olho para ela uma última vez. Sem acreditar que essa será a última. Sem acreditar que eu não vou mais ouvir a sua voz cantando Lego House pra mim.
Estatisticamente era eu que ia morrer primeiro, não ela. Eu que sou a velha.
Balanco a cabeca e saio, ao sair, vejo Sonny no corredor, corro para o seus braços em prantos.
A enfermeira entra no quarto, e volta puxando a maca dela. Nos damos um último olhar antes de ela ir embora.
Dillon me olha chorando muito, vou até ele e o abraço forte. E lá se vai a nossa garota.
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