1. Spirit Fanfics >
  2. Cinquenta Tons de Esdeath >
  3. Numa e Esdeath

História Cinquenta Tons de Esdeath - Numa e Esdeath


Escrita por: AstolfinhoRider

Capítulo 18 - Numa e Esdeath


Fanfic / Fanfiction Cinquenta Tons de Esdeath - Numa e Esdeath

Numa Seika esperava pacientemente. Havia decidido acatar uma das exigências da carta imperial, que era encontrar-se com um representante do império para discutir os termos de paz.

Paz- pensou ele, com escárnio, tocou a ponta da lança- Será esta a única paz que darei a eles!

Alura estava ao seu lado, montada em um cavalo cinzento, erguia-se acima de todos, alta e bela, trajando sua armadura de metal branca, polida como uma joia, acompanhava-os também Janos, um homem alto e pálido, com o rosto marcado por profundas cicatrizes e olhos negros como carvão. Numa estava no chão, trajava uma capa feita de chapas de metal dourados, que se adaptavam em seu corpo como escamas de ferro, e fincada ao seu lado estava sua temível lança, negra e brilhante.

Quantos já haviam caído diante daquela arma, quantas almas haviam sido arrancadas pelas mãos do príncipe herói, todos haviam perecido diante daquela lança.

-Esse representante do império não virá?- perguntou Janos, com uma voz profunda como um eco de caverna.

-Está atrasado- respondeu Alura, olhou para cima, o sol da tarde ardia sobre a terra pálida da fronteira.

-Eles faltam com o respeito- disse Garrick, outro dos homens da comitiva, era pouco mais do que um soldado raso trajando uma armadura de couro- Deveríamos voltar.

-Sim, deveríamos- pensou Numa, mas ainda sim decidiu esperar.

Numa estava olhando fixamente para o horizonte sem dizer coisa alguma. Demoraria mais duas horas, mas, quando a noite estava prestes a cair, outra comitiva veio na direção oposta, eram dez cavaleiros montados, um deles, reconheceu Numa, era o famoso Liver, herói da guerra contra os selvagens, mas havia entre eles uma presença diferente, e, montada na vanguarda da pequena tropa estava uma mulher alta e bela, de cabelos e olhos azuis como o gelo e pele alva como a neve.

A mulher desmontou alguns metros adiante de onde Numa estava, e aproximou-se lentamente com a agilidade de uma tigresa, Numa sorriu, e a mulher fez uma reverencia forçada ao vê-lo e ao se mover um sutil perfume se espalhou no ar, Alura moveu-se desconfortavelmente na sela de seu cavalo.  

-Numa Seika- disse ela, em um tom musical- Perdoe-nos pela demora, me deram a ordem de ultima hora e... - olhou com escárnio para a sua tropa- Juntar um grupo em menos de uma hora é uma tarefa complicada.

Numa tomou-lhe a mão e a beijou, era cortes, tinha uma educação digna de um príncipe.

-Presumo que seja Esdeath.

-Presume corretamente- respondeu Esdeath, com nada mais do que um esboço de sorriso no rosto.

-É tão linda quanto contam as histórias.

-Surpreende-me que existam histórias sobre mim.

-Existem- respondeu Numa, se afastando alguns passos- Mas não é para ouvi-las que me chamaram á essa fronteira entre minhas terras e um império que fede a mijo, estou errado?

Língua afiada. Pensou Esdeath.

-Não, tem razão. Vim até aqui aceitar sua... Sua rendição.

-Rendição- repetiu Numa, como se a palavra lhe fosse estranha- Rendição...

-Ajoelhe-se perante o imperador, diga que ele é o seu senhor e todas as pessoas de nossos reinos não precisam sofrer mais com a guerra- Esdeath falava, mas era a voz do primeiro ministro que ela ouvia sair de sua boca, palavras falsas, cheias de veneno.

-Interessante- disse Numa- São palavras suas, senhorita Esdeath, ou palavras de seus superiores?

-Superiores, obviamente- disse ela- Eu teria simplesmente arrancado sua cabeça e a enterrado em um monte de esterco.

As espadas dos homens de Numa ergueram-se em uníssono, uma serpente de água ergueu-se do nada, invocada por Liver, vindas de uma carroça com barris de agua que a tropa trouxe consigo, e os outros homens responderam a altura.

-Uma Tengu, que interessante- Numa olhou para Alura, e ela sabia o que aquilo significava, depois olhou para os seios fartos de Esdeath, onde havia uma marca exposta na pele- Duas Tengus, na verdade.

-Aceite o que oferecemos, e tenha paz, mulheres, ouro, tudo o que seu coração desejar das mãos do imperador. Recuse-se a se render, e morra em desonra.

Numa pensou por alguns instantes, e os homens que vieram com ele realmente acharam que ele planejava trair-lhes, mas quando Numa andou até a sua lança e a ergueu na direção de Esdeath, tiveram a certeza que Numa não se curvaria.

-Tenho outra alternativa, ouça- disse Numa- O que acha de você se ajoelhar aqui, agora, e jurar vassalagem a mim? É a mais brilhante arma do império, Esdeath, e uma mulher de beleza inigualável, seja minha, e eu juro que a guerra se encerrará.

-Eu, me curvar diante de um garoto?- sorriu- Isso não acontecerá.

-Seus joelhos não se dobram tão facilmente- disse Numa, e Esdeath lembrou-se de Bulat por um momento- Admiro-a Esdeath, continue assim e se mostrará ainda mais digna de meu amor.

Esdeath pigarreou.

-Jamais me ajoelharei diante de você- disse com a voz calma, mas carregada de escárnio- E tampouco imagino você se ajoelhando diante do Imperador, estou errada?

-Não, não está- respondeu o Príncipe.

-Disse que seus joelhos não se dobram, Esdeath- desta vez a voz de Alura se ergueu, e todos a encararam- Mas isso me soa estranho, dizem que você possui um amante, tão jovem quanto meu senhor. E você ajoelha-se diante dele e coloca o membro viril dele entre seus dentes!

O comentário gerou uma ovação por parte dos homens de Numa, mas o próprio príncipe a encarou com descrença – O que está fazendo, sua idiota?- pensou em dizer o príncipe, mas já era tarde demais, o rosto de Esdeath se contorceu em uma expressão de raiva. Uma única lasca de gelo pálido foi lançada em direção à Alura, diretamente na garganta, mas Numa a destruiu momentos antes dela atingi-la, interceptando-a com sua lança, lascas de gelo explodiram nas mais diversas direções, uma delas atingiu o príncipe no rosto, fazendo um fino fio de sangue escorrer da bochecha.

Alura sentiu o coração parar, viu seu príncipe sangrando e culpou a si mesma, quando Numa a encarou com desaprovação, baixou a cabeça.

- Não será bom para a nossa relação se matar um dos meus de forma tão abrupta- disse Numa, baixando a arma e virando-se lentamente- Não se denigra dessa forma, minha senhora, são apenas palavras, e palavras são... Palavras são vento.

-Palavras ao vento- Esdeath fingiu sorrir, então se aproximou do príncipe e tocou-lhe o rosto com a ponta dos dedos, o sangue que escorria se congelou e se desfez como pó- Perdoe-me, príncipe.

-Não há pelo que se desculpar, Esdeath.

-É claro que há... Afinal, eu o derrotarei nessas terras do norte, o transformarei em um cão, e irá lamber minhas botas- Esdeath aproximou-se do ouvido de Numa, a respiração da general era quente, e suas palavras soavam aterrorizadoras- O denudarei diante de seu reino, o jogarei em uma masmorra onde você ficará até que se esqueça de quem é. Vai pensar em tirar a própria vida, mas eu juro que não irá conseguir, irá implorar pela misericórdia, mas quando o fizer eu lembrarei dos insultos de sua puta nortenha e o chicotearei mil vezes, para então joga-lo para os cães!

-Então a paz acabou- disse Numa, tocando-a levemente no rosto, passando o dedo pelos cabelos lisos e macios de Esdeath- Diz que me transformará em um cão miserável? Eu a transformarei em minha esposa, darei a você minha semente, e termos lindos filhos, viveremos sobre as cinzas de seu império.

Esdeath se afastou lentamente.

-Espero que seja tão bom com a espada quanto é bom com as palavras. Numa.

-Espero que seja boa na cama, para compensar o quanto é ruim em diplomacia.

Esdeath sacou o sabre e virou-se rapidamente, desferindo um golpe certeiro contra a garganta de Numa, mas o príncipe se esquivou sem dificuldade, escorregando a espada da general com a ponta de sua lança, fazendo-a estocar o ar, depois ele simplesmente afastou-se de um segundo golpe que veio pela direita, riscando o ar.

Naquele momento uma lança voou pelos ares, atingindo Garrick na garganta, rasgando-lhe o pescoço, o guerreiro caiu de sua montaria, afogando-se no próprio sangue. Antes mesmo que Garrick caísse no chão, Numa, Janos e Alura avançaram. Numa saltou sobre o corpo da general, esquivando-se de uma lasca de gelo, sua lança avançou, rápida como uma serpente e arrancou a cabeça de três homens com um único golpe, o sangue jorrou sobre os cavalos que se assustaram com o cheiro de sangue e partiram em disparada com seus senhores mortos ainda presos as selas. O príncipe caiu graciosamente no chão, girando o corpo junto com sua arma, e no processo esquivou-se de uma torrente de gelo que Esdeath lançou contra ele. A serpente de água de Liver desceu sobre Janos, rasgando o corpo do guerreiro, matando-o instantaneamente, e Alura foi atirada para trás antes de poder alcança-lo, a jovem nortenha teria sido morta se Numa não tivesse a salvado outra vez. O príncipe ergueu sua lança, partindo a invocação de água ao meio, depois correu, uma ou duas presas de água resvalaram em sua capa de escamas, mas não o feriram, e Numa simplesmente atirou sua lança, atingindo o animal de Liver na garganta, derrubando o cavaleiro enquanto tombava morto.

-Basta!- gritou Esdeath, impressionada com a pericia de Numa. Não, ele não deve morrer aqui- pensou.

-Desafio seu campeão para um combate singular!- gritou o príncipe em desafio- Ele matou um de meus homens- agora Numa falava como um líder, e o tom de sua voz, outrora calmo, tornou-se um rugido, grossa e amedrontadora- Exijo a cabeça desse desgraçado!

-Matou meus homens também- disse Esdeath.

-Me atacou primeiro, sua sulista- as palavras soaram como uma ofensa- Terá sua guerra- os olhos do príncipe ardiam em fúria- Terá uma guerra gloriosa, e isso eu prometo, terei o prazer de derrota-la, mas agora eu quero a cabeça de Liver!

Liver se ergueu a sorrir.

-Ele é só um garoto, minha senhora- disse ele- Deixe-me mata-lo.

-Palavras são vento- replicou Esdeath- Esqueceu-se, Numa Seika?

  -Se ele me matar sua guerra acaba aqui, general, o norte será dado a qualquer líder fraco e ele trará a paz que tanto quer, e por espontânea vontade lamberá suas botas encardidas pela sujeira do império. Não há o que perder.

Esdeath olhou para Liver, mostrando que não tomaria partido daquela batalha, mas o guerreiro apenas sorriu em aprovação ao desafio.

-Faça o que quiser- Esdeath deu de ombros.

Naquele exato momento Liver conjurou centenas de agulhas de agua, que avançaram em direção ao príncipe e despedaçaram a terra ao impacto, mas Numa foi ágil o bastante para se esquivar, e rápido como um gato ele se atirou em direção a Liver, tão rápido e tão ágil que Liver não teve tempo de se esquivar.

A lança desceu em um arco, pesada e cruel como uma foice.

Sangue. Naquele momento Liver se amaldiçoou por não usar uma armadura, pois a lança rasgou-lhe o gibão de couro e a carne do peito quase até as costelas.

Liver recuou, o príncipe havia coberto uma distancia de quase seis metros em menos de um segundo, era impossível. Liver ergueu o braço para conjurar a serpente, mas ela foi inútil, e em menos de três segundos ela já havia sido despedaçada por Numa.

-Já vi seus truques, não funcionarão outra vez.

Numa correu na direção de Liver, saltou um momento antes da terra abaixo de seus pés ter sido destruída por um pilar de agua. Saltou tão alto que a lua ficou as suas costas e o sol o iluminou, e o príncipe foi coroado pela prata e pelo ouro do sol poente.

Liver conjurou uma série de defesas, mas Numa as despedaçou uma a uma, e enquanto descia em direção ao seu alvo recuou a ponta da lança, para estoca-lo.

E assim o fez.

Liver sentiu o peso do golpe, suas costelas se espatifaram, seu coração foi perfurado pela lamina e seus pulmões foram perfurados por lascas das próprias costelas, a serpente se erguia para um bote final nas costas de Numa, mas desfez-se em uma chuva morna, Numa largou sua lança, havia empalado Liver de encontro ao chão e o guerreiro jazia morto em uma posição grotesca.

As lanças se ergueram outra vez, mas Esdeath as parou com um movimento gestual.

-Basta!- ordenou ela, depois viu Numa amparando Alura entre os braços.

Que guerreiro formidável ele era, não, não deveria morrer ali.

-Vamos nos encontrar de novo- disse Esdeath- Hoje a vitória é sua, matou um de meus homens mais importantes, parabéns, príncipe herói.

E Esdeath deu de ombros e foi em direção ao corpo de Liver, retirou-o o anel do dedo e fechou-lhe os olhos. Naquele momento a comitiva do príncipe já havia sumido do horizonte.

Numa havia deixado a lança ali, era uma lança comum, sem nada de especial além do formato atroz, era um lembrete a Esdeath.

-Vingarei você, velho amigo- tocou-o no peito destroçado, envolvendo-o em uma redoma de gelo que se espatifou em mil pedaços, e o corpo de Liver foi obliterado- Sua missão terminou.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...